Return to Video

Uma ideia concreta para reduzir as emissões de carbono

  • 0:01 - 0:05
    O concreto é a segunda substância
    mais utilizada na Terra depois da água,
  • 0:05 - 0:09
    e por essa razão tem
    um impacto ambiental significativo.
  • 0:09 - 0:13
    Se fosse um país, ocuparia
    o terceiro lugar em emissões,
  • 0:13 - 0:15
    depois da China e dos EUA.
  • 0:15 - 0:19
    Na verdade, o concreto é um material
    intrinsecamente de baixo impacto,
  • 0:19 - 0:23
    com muito menos emissões
    de CO2 e energia por tonelada
  • 0:23 - 0:28
    do que outros materiais
    como ferro, aço e até mesmo tijolos.
  • 0:28 - 0:32
    Mas, devido aos enormes
    volumes que usamos em geral,
  • 0:32 - 0:37
    isso contribui para cerca de 8%
    das emissões de CO2 produzidas pelo homem.
  • 0:37 - 0:39
    O concreto é um material essencial.
  • 0:39 - 0:45
    Precisamos disso para abrigar as pessoas,
    construir estradas, pontes e barragens.
  • 0:45 - 0:47
    Assim, não podemos ficar sem ele,
  • 0:47 - 0:51
    mas podemos reduzir de modo significativo
    a sua pegada de carbono.
  • 0:51 - 0:53
    O concreto é aglomerado pelo cimento.
  • 0:53 - 0:57
    E o cimento que usamos hoje,
    chamado cimento Portland,
  • 0:57 - 1:01
    é feito aquecendo
    uma combinação de calcário
  • 1:01 - 1:07
    e argila a uma temperatura
    de 1.450 graus Celsius.
  • 1:07 - 1:10
    Mas, na verdade, a maioria
    das emissões de CO2
  • 1:10 - 1:14
    não vem do aquecimento,
    mas da quebra do calcário,
  • 1:14 - 1:18
    que é o carbonato de cálcio
    em óxido de cálcio
  • 1:18 - 1:21
    e dióxido de carbono ou CO2.
  • 1:21 - 1:24
    Agora não podemos ficar
    sem esses componentes todos juntos,
  • 1:24 - 1:28
    porque não existe nada mais eficiente
    para manter coisas unidas.
  • 1:28 - 1:33
    Mas podemos substituir uma grande parte
    disso por outros materiais
  • 1:33 - 1:35
    com emissões de carbono mais leves.
  • 1:35 - 1:38
    Muitos colegas estão procurando soluções.
  • 1:38 - 1:42
    E aqui na Suíça,
    descobrimos que as argilas
  • 1:42 - 1:46
    produzem materiais muito reativos
    quando são calcinadas,
  • 1:46 - 1:49
    ou seja, quando são aquecidas
    a cerca de 800 graus Celsius,
  • 1:49 - 1:54
    muito menos do que os 1.450 necessários
    para produzir o cimento.
  • 1:54 - 2:01
    Mas o mais importante:
    a decomposição do calcário não emite CO2.
  • 2:01 - 2:06
    Então pegamos essa argila calcinada
    e adicionamos um pouco de calcário,
  • 2:06 - 2:10
    mas desta vez não aquecido,
    sem emissões de CO2,
  • 2:10 - 2:14
    e um pouco de cimento,
    e essa combinação de calcário,
  • 2:14 - 2:19
    argila calcinada e cimento,
    nós chamamos de LC3.
  • 2:19 - 2:23
    Agora, este LC3 aqui tem
    as mesmas propriedades
  • 2:23 - 2:25
    do Cimento Portland.
  • 2:25 - 2:31
    Pode ser produzido com o mesmo equipamento
    e processos, e usado da mesma forma,
  • 2:31 - 2:35
    mas com emissões de CO2
    até 40% mais baixas.
  • 2:35 - 2:41
    E isso foi demonstrado nesta casa
    que construímos perto de Jhansi na Índia,
  • 2:41 - 2:45
    onde economizamos
    mais de 15 toneladas de CO2,
  • 2:45 - 2:50
    de 30 a 40% em comparação
    aos materiais existentes.
  • 2:50 - 2:54
    Então, por que nem todo
    mundo está usando o LC3?
  • 2:54 - 2:56
    Bem, o cimento é um material local.
  • 2:56 - 3:00
    A razão pela qual o cimento
    Portland é tão difundido
  • 3:00 - 3:06
    é que é produzido com materiais abundantes
    na Terra e pode ser produzido na Índia,
  • 3:06 - 3:11
    nos Estados Unidos, Etiópia,
    quase em todo lugar.
  • 3:11 - 3:14
    E temos que trabalhar com pessoas do local
  • 3:14 - 3:18
    para encontrar a melhor combinação
    de materiais para fazer o LC3.
  • 3:18 - 3:23
    Já fizemos testes em escala
    real na Índia e em Cuba.
  • 3:23 - 3:27
    Na Colômbia, um produto
    baseado nessa tecnologia
  • 3:27 - 3:29
    foi comercializado há alguns meses,
  • 3:29 - 3:32
    e, na Costa do Marfim,
    a planta em escala real
  • 3:32 - 3:35
    está sendo incumbida
    de calcinar as argilas.
  • 3:35 - 3:38
    E muitas das maiores
    empresas de cimento do mundo
  • 3:38 - 3:42
    estão procurando implementar
    isso em algumas de suas fábricas em breve.
  • 3:42 - 3:46
    Portanto, a possibilidade
    de substituir o cimento Portland
  • 3:46 - 3:51
    por um material diferente,
    mas com as mesmas propriedades,
  • 3:51 - 3:55
    produzido com os mesmos processos
    e usado da mesma maneira,
  • 3:55 - 3:57
    mas com pegadas de carbono muito menores,
  • 3:57 - 4:01
    é crucial enfrentar
    as mudanças climáticas,
  • 4:01 - 4:03
    porque isso pode ser feito rápido
  • 4:03 - 4:06
    e isso pode ser feito em enorme escala,
  • 4:06 - 4:08
    com a possibilidade de eliminar
  • 4:08 - 4:12
    mais de 400 milhões de toneladas de CO2
  • 4:12 - 4:13
    todos os anos.
  • 4:14 - 4:17
    Portanto, não podemos ficar sem concreto,
  • 4:17 - 4:21
    mas podemos ficar sem a enorme quantidade
    de emissões que ele produz.
  • 4:22 - 4:23
    Obrigada.
Title:
Uma ideia concreta para reduzir as emissões de carbono
Speaker:
Karen Scrivener
Description:

O concreto é a segunda substância mais usada na Terra, depois da água, e é responsável por 8% da pegada de carbono mundial. A pesquisadora Karen Scrivener, especialista em cimento, conta sobre a pesquisa pioneira por trás de um novo tipo de cimento conhecido como LC3, que é capaz de reduzir as emissões de carbono do seu ingrediente principal em até 40%, se adotado em escala.

more » « less
Video Language:
English
Team:
closed TED
Project:
TEDTalks
Duration:
04:26

Portuguese, Brazilian subtitles

Revisions Compare revisions