Privação de sono | Sean Scholte | TEDxYouth@ParkCity

Sean é aluno do segundo ano na Park City High School em Park City, Utah. Ele fala sobre as consequências da privação de sono e faz um apelo para a importância de valorizarmos o sono.

Esta palestra foi dada em um evento TEDx, que usa o formato de conferência TED, mas é organizado de forma independente por uma comunidade local. Para saber mais, visite http://ted.com/tedx.

Antes de começar,
já sei o que estão pensando:

"Por que eu, Deus?

Hoje, no dia que posso faltar à aula,
tenho que ver uma palestra sobre o sono".

Mas não é nada disso.

É muito importante que assistam.

A privação de sono pode ser definida
de diversas maneiras.

As pessoas acham que dormir
não tem importância alguma,

é algo que fazemos quando queremos.

Mas isso não é verdade.

É a maneira como nos sentimos,

algo que necessitamos

para que nosso corpo funcione
de forma adequada.

Quando a luz entra pela janela de manhã,
nosso cérebro libera cortisol.

O cortisol é o hormônio
que nos ajuda a acordar,

colocando o cérebro e o corpo
para funcionar.

Quando deixamos uma luz acesa ao dormir,

assistimos a um programa de TV
ou ficamos ao celular,

liberamos cortisol.

Então quando tentamos dormir,
geralmente não conseguimos,

pois a melatonina,
outro hormônio no nosso cérebro,

não é liberada por causa do cortisol.

Já devem ter ouvido falar
dos comprimidos de melatonina:

talvez seus pais, seus amigos
e até vocês os usem.

Devem ter alguma informação sobre eles.

Eles ajudam a produzir esse hormônio
que nos auxilia a ter sono.

A paranoia é uma das consequências
da privação de sono.

Podemos ter alucinações,
depressão, pressão alta.

Pode fazer muito mal ao nosso corpo:

acho que ninguém aqui
gosta de ter alucinações.

Não quero ver duendes
correndo pelo meu quarto.

De acordo com a Administração Nacional
de Segurança no Tráfego Rodoviário,

a cada ano temos mais
de 100 mil acidentes de carro,

que resultam em 1,550 mortes.

O principal motivo é o sono ao volante.

Então, para vocês adolescentes
que acordam de manhã pensando:

"Vou tomar um Red Bull
para conseguir chegar à aula",

não é assim que funciona.

Acreditem, já tentei fazer isso.

Vão acordar de manhã de mau humor,

com o cabelo todo bagunçado.

Seus pais perguntarão: "Dormiu bem?"

"Não".

Resposta fácil.

Quem já acordou de manhã e disse:

"Não dormi bem essa noite;

minhas costas estão doendo;
meus pensamentos estão a mil".

Muita gente.

Eu também.

É normal, não é uma doença estranha.

Não é como se tivessem vindo de avião
da Europa, África ou algum outro lugar,

espirrado em alguém

e o cara ficou assim:
"Pô, agora não consigo dormir".

Não.

Algumas pessoas acham que o sono

não é importante.

Mas na verdade é,

e a maioria de nós sabe, bem lá no fundo,

que é muito importante para nós.

Adolescentes não costumam dormir cedo,

a melatonina é liberada mais tarde neles
do que num adulto ou numa criança,

num período de 24 horas.

Por isso ficamos acordados até as 23 h
enviando mensagens e assistindo a vídeos,

e, é claro, porque queremos.

Gosto de imaginar o sono como um presente.

Podemos dormir quando quisermos.

Tirar um cochilo.

Mas não durmam na aula.

Sei que a maioria dorme,
mas acho que nunca aconteceu comigo.

Provavelmente não lembro,

porque a privação de sono
também provoca perda de memória.

Suponho que a maioria de vocês acha que:

"Privação de sono não é muito comum.

Quase ninguém sofre disso".

Mas todos sabemos que isso não é verdade.

Quase todo mundo sofre desse mal.

Os adultos sofrem com isso.

Acontece muito com adolescentes,
porque estamos sempre estressados,

pois fulana ou fulano
terminou com sicrano,

e aí sempre ficamos assim:
"O que está acontecendo?"

Queria terminar minha palestra
dizendo uma coisa para todos:

o sono é importante.

E estou tentando explicar
que não escolhemos ter sono.

É claro que podemos optar
por ir mais tarde para a cama,

mas não podemos escolher:

"Vou ficar sem dormir
durante três semanas seguidas".

Porque senão acabarão vendo
duendes correndo pelo quarto

e fugirão de medo
para o quarto dos seus pais.

Eu nunca fiz isso,
caso estejam pensando que fiz.

Queria terminar esta palestra dizendo:

durmam um pouco

e, por favor, não vejam duendes
correndo pelo quarto.

Obrigado.

(Aplausos)