Como treinar funcionários a ter conversas difíceis
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0:01 - 0:03Vivemos num mundo
no qual a coleta de dados -
0:03 - 0:06acontece 24 horas por dia,
7 dias por semana, -
0:06 - 0:08365 dias por ano.
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0:09 - 0:13Esses dados são normalmente coletados
agora pelos "especialistas em recepção". -
0:13 - 0:16São balconistas em suas lojas favoritas,
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0:16 - 0:19os caixas nos supermercados,
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0:19 - 0:21os especialistas em registro no hospital
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0:21 - 0:25e até a pessoa que lhe vendeu
seu último ingresso de cinema. -
0:25 - 0:29Eles fazem perguntas discretas, como:
"Pode, por favor, me passar seu CEP?" -
0:29 - 0:32Ou: "Gostaria de usar
seu cartão de descontos hoje?" -
0:32 - 0:35Tudo isso nos fornece dados.
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0:35 - 0:39No entanto, a conversa
torna-se um pouco mais complexa -
0:39 - 0:43quando perguntas mais difíceis
precisam ser feitas. -
0:43 - 0:45Deixem-me contar uma história.
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0:45 - 0:48Era uma vez uma mulher
chamada Srta. Margaret. -
0:48 - 0:50Ela tinha sido especialista em recepção
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0:50 - 0:51por quase 20 anos.
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0:51 - 0:55E em todo esse tempo ela nunca,
e quero dizer "nunca", -
0:55 - 0:59precisou perguntar a um paciente
o sexo, raça ou etnia dele. -
0:59 - 1:02Pois a Srta. Margaret pode
simplesmente olhar pra você e dizer: -
1:02 - 1:03"Então tá!"
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1:03 - 1:06e pode dizer se você é menino ou menina,
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1:06 - 1:09preto ou branco, norte-americano ou não.
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1:09 - 1:13E na cabeça dela,
essas eram as únicas categorias. -
1:13 - 1:15Então, imaginem aquele dia sombrio,
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1:15 - 1:20quando a supervisora petulante dela
a convida pra uma reunião de "muda tudo", -
1:20 - 1:23e lhe diz que ela teria que pedir
a cada um dos pacientes -
1:23 - 1:25que se identificassem.
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1:25 - 1:29A supervisora deu a ela 6 sexos,
8 raças e mais de 100 etnias. -
1:29 - 1:32Claro que a Srta Margaret ficou chocada,
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1:32 - 1:33extremamente ofendida.
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1:33 - 1:37Tanto que marchou para o departamento
de recursos humanos -
1:37 - 1:40pra saber se tinha direito
a uma aposentadoria antecipada. -
1:40 - 1:41E terminou seu discurso dizendo
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1:41 - 1:46que a supervisora petulante a convidou
pra uma reunião de "muda tudo" -
1:46 - 1:48e ela nem sequer, nem sequer
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1:48 - 1:51levou, levou comida, comida, comida...
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1:51 - 1:52(Risos)
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1:53 - 1:55(Aplausos) (Vivas)
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1:58 - 2:01Qualquer um sabe que tem
que levar comida para essas reuniões. -
2:01 - 2:03(Risos)
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2:04 - 2:05Pois é...
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2:05 - 2:06(Risos)
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2:06 - 2:09Agora, esse foi um exemplo
no ambiente da saúde, -
2:09 - 2:12mas é claro, todas as empresas
coletam algum tipo de dado. -
2:12 - 2:16História verdadeira:
eu ia transferir um dinheiro. -
2:16 - 2:19E a representante do atendimento
ao cliente me perguntou -
2:19 - 2:21se eu tinha nascido nos Estados Unidos.
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2:21 - 2:24Hesitei em responder à pergunta dela,
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2:24 - 2:27e antes mesmo de ela perceber
por que hesitei, -
2:27 - 2:30ela começou a detonar a empresa
pra qual ela trabalhava. -
2:30 - 2:35Ela disse: "Garota, sei que é idiotice,
mas estão nos fazendo perguntar isso". -
2:35 - 2:36(Risos)
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2:36 - 2:38Pelo modo como ela falou comigo,
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2:38 - 2:40eu disse: "Garota, por quê?
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2:41 - 2:43Por que estão fazendo você perguntar isso?
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2:43 - 2:45Eles estão deportando pessoas?"
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2:45 - 2:47(Risos)
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2:47 - 2:49Mas então, tive que ligar meu outro lado,
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2:49 - 2:52o meu lado mais poeta profissional.
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2:52 - 2:56Aquele que entendia que havia
senhoritas Margaret por todo canto. -
2:57 - 3:00Pessoas que eram gente boa,
talvez até bons funcionários, -
3:00 - 3:03mas faltava a elas a habilidade
de fazer perguntas corretamente -
3:03 - 3:05e, infelizmente, isso passou
uma má impressão dela, -
3:05 - 3:08mas o pior, passou uma impressão
ainda mais negativa do negócio -
3:08 - 3:10do que a impressão dela mesma,
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3:10 - 3:12pois ela não tinha ideia de quem eu era.
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3:12 - 3:16Eu literalmente poderia ter sido
uma mulher que daria uma palestra no TED -
3:16 - 3:18e a usaria como um exemplo.
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3:18 - 3:19Imaginem só!
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3:19 - 3:21(Aplausos) (Risos)
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3:23 - 3:27E infelizmente, as pessoas
recusariam responder às perguntas, -
3:27 - 3:30pois sentiriam que você usaria
a informação para discriminá-las, -
3:30 - 3:34tudo por causa do modo
como você apresentou a informação. -
3:34 - 3:35E é assim que conseguimos dados ruins.
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3:35 - 3:38E todos sabem o que dados ruins fazem.
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3:38 - 3:42Eles custam seu tempo,
dinheiro e recursos. -
3:42 - 3:45Infelizmente, quando temos dados ruins,
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3:45 - 3:48isso também custa muito mais,
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3:48 - 3:50pois temos disparidades na saúde,
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3:51 - 3:53temos determinantes sociais da saúde,
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3:53 - 3:54e temos a mortalidade infantil,
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3:54 - 3:57e tudo depende dos dados que coletamos,
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3:57 - 4:00e se tivermos dados ruins,
ainda temos esses problemas. -
4:00 - 4:02E temos populações desprivilegiadas
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4:02 - 4:05que permanecem infelizes
e desprivilegiadas, -
4:05 - 4:09porque os dados que usamos
estão desatualizados, -
4:09 - 4:12não são nada bons ou não temos nada.
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4:13 - 4:16Não seria incrível se pessoas
como a Srta. Margaret -
4:16 - 4:19e o representante do atendimento
ao cliente no local de remessa de dinheiro -
4:19 - 4:23fossem agraciados por coletar dados
com cuidado compassivo? -
4:24 - 4:26Posso lhes explicar o que
quero dizer com "agraciados"? -
4:26 - 4:28Escrevi um poema acróstico.
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4:28 - 4:33G: Garantir que o especialista em recepção
esteja envolvido e ciente da -
4:33 - 4:37R: Relevância de seu papel
quando ele se torna -
4:37 - 4:41A: Agente responsável pela precisão
dos dados durante a implementação do -
4:41 - 4:45C: Cuidado compassivo dentro
de todos os conflitos, tornando-se -
4:45 - 4:49E: Equipado com a educação necessária
para informar as pessoas sobre por que -
4:49 - 4:52D: Dados coletados são tão importantes.
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4:52 - 4:55(Aplausos)
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4:55 - 4:57Eu sou artista.
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4:57 - 5:03Então quando crio algo artisticamente,
o treinador em mim também se desperta. -
5:03 - 5:07Comecei a desenvolver esse poema acróstico
em um treinamento completo -
5:07 - 5:09intitulado "Eu sou G.R.A.C.E.D."
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5:09 - 5:12Porque me lembro de quando
era especialista em recepção, -
5:12 - 5:14e fui ao escritório de equidade
para começar a trabalhar, -
5:14 - 5:18e disse: "É por isso que nos pediram
pra perguntar isso?" -
5:18 - 5:20Tudo ficou totalmente claro pra mim
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5:20 - 5:23e percebi que perguntava
às pessoas e falava com elas... -
5:24 - 5:27eu as chamava pelo sexo errado,
pela raça errada, -
5:27 - 5:29e pela etnia errada,
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5:29 - 5:31e o ambiente se tornava hostil,
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5:31 - 5:35as pessoas se ofendiam e eu me frustrava
porque não era agraciada. -
5:35 - 5:38E me lembro do meu
treinamento computadorizado -
5:38 - 5:43e, infelizmente, esse treinamento
não me preparou pra aliviar uma situação. -
5:43 - 5:47Não me preparou pra ter momentos
de ensinamento quando tinha perguntas -
5:47 - 5:48sobre como fazer perguntas.
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5:48 - 5:52Eu olhava pro computador e dizia:
"E aí, o que faço quando isso acontece?" -
5:52 - 5:54E o computador dizia...
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5:54 - 5:57nada, porque um computador
não consegue falar contigo. -
5:57 - 5:59(Risos)
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6:00 - 6:03Então, essa é a importância
de ter alguém lá -
6:03 - 6:06que foi treinado pra te ensinar
e dizer o que você faz -
6:06 - 6:07em situações assim.
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6:08 - 6:11Então, quando criei o treinamento
"Eu sou G.R.A.C.E.D.", -
6:11 - 6:14foi com a experiência
que eu tinha em mente, -
6:14 - 6:16mas também uma convicção
que eu tinha em mente. -
6:16 - 6:18Porque eu queria
que o design instrucional dele -
6:19 - 6:21fosse um espaço seguro
pro diálogo aberto para as pessoas. -
6:21 - 6:23Eu queria falar sobre preconceitos,
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6:23 - 6:26os inconscientes e os conscientes,
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6:26 - 6:27e o que fazemos.
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6:27 - 6:31Pois agora sei que quando
você envolve as pessoas no porquê, -
6:31 - 6:34isso desafia a perspectiva
e muda as atitudes delas. -
6:34 - 6:37Agora sei que os dados
que temos na recepção -
6:37 - 6:42se traduzem em pesquisa que eliminam
disparidades e encontram curas. -
6:42 - 6:46Agora sei que ensinar às pessoas
a mudança transitória -
6:46 - 6:49em vez de forçá-las a mudar
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6:49 - 6:52é sempre um modo melhor
de implementar a mudança. -
6:52 - 6:55Agora sei que é mais provável
que as pessoas compartilhem informações -
6:55 - 6:59quando são tratadas com respeito
por funcionários experientes. -
6:59 - 7:02Agora sei que não é
preciso ser estatístico -
7:02 - 7:05pra entender o poder
e o propósito dos dados, -
7:05 - 7:10mas precisa tratar as pessoas com respeito
e demonstrar cuidado compassivo. -
7:10 - 7:12Agora sei que quando você foi agraciado,
-
7:12 - 7:16passou a ser responsabilidade sua
capacitar outra pessoa. -
7:16 - 7:18Mas o mais importante é que agora sei
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7:18 - 7:21que ao ensinar seres humanos
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7:21 - 7:24a se comunicarem com outros seres humanos,
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7:24 - 7:28isso deve ser feito por um ser humano.
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7:28 - 7:31(Aplausos)
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7:35 - 7:37Então, quando forem trabalhar
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7:37 - 7:40e tiverem que participar
daquela reunião de "mudar tudo", -
7:40 - 7:42(Risos)
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7:42 - 7:44lembrem-se da Srta. Margaret.
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7:44 - 7:48E não se esqueçam da comida,
comida, comida, comida... -
7:48 - 7:49Obrigada.
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7:49 - 7:52(Aplausos) (Vivas)
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7:55 - 7:56Obrigada.
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7:56 - 7:58(Aplausos)
- Title:
- Como treinar funcionários a ter conversas difíceis
- Speaker:
- Tamekia MizLadi Smith
- Description:
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É hora de investir em treinamentos presenciais que capacitam os funcionários a terem conversas difíceis, diz Tamekia MizLadi Smith. Numa palestra espirituosa e provocativa, Smith compartilha um programa de treinamento no local de trabalho chamado "Eu sou G.R.A.C.E.D." que inspirará chefes e funcionários a se comunicar com compaixão e respeito. Resumindo: sempre diga às pessoas por que o trabalho delas é importante.
- Video Language:
- English
- Team:
- closed TED
- Project:
- TEDTalks
- Duration:
- 08:10
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