A promessa do clima da Amazon de atingir zero emissões até 2040

Em 2019, a Amazon assinou a Promessa do Clima, um compromisso para se tornar uma empresa com zero emissões de carbono até 2040. Dave Clark, o diretor executivo dos consumidores e Kara Hurst, chefe dos esforços de sustentabilidade da empresa, sentam-se com a empresária e ativista Lindsay Levin para conversar sobre como a empresa planeia reduzir a sua pegada de carbono em todas as vertentes da empresa enquanto, ao mesmo tempo, convidam outras empresas a juntar-se a eles nesta transformação.

Lindsay Levin: Dave,
em apenas alguns meses

você mudou, na Amazon,
para diretor executivo dos consumidores.

Esse é um papel importante.

Em que nível de prioridade
está para si o clima,

tendo em conta todas as coisas
que tem para fazer?

Dave Clark: Nós passámos
a maior parte do final do verão

em Seattle, que estava cheia de fumo,

incapazes de gozar o noroeste do Pacífico
devido a todos os incêndios

que, este verão, atingiram
toda a costa oeste dos EUA.

O clima é um problema bem real
para todos nós, não só na Amazon,

mas também nas nossas vidas,
neste momento.

Eu tenho andado focado nisto com a equipa
e com a Kara há já vários anos.

Aliás, nós aglutinámos
as equipas de sustentabilidade

com as nossas equipas de operações,

em vez de elas serem
uma parte distinta da empresa,

porque queríamos que essas equipas
conectassem com os grupos

que podem realmente fazer a diferença.

LL: Kara, pode-me descrever
algumas das barreiras que enfrenta

quando procura reduzir
a pegada de carbono

de uma empresa como a Amazon?

Kara Hurst: Uma das coisas mais excitantes
mas também complexas sobre a Amazon

é a diversidade de negócios
em que estamos envolvidos,

a extensa gama de serviços e produtos,

de indústrias, de diferentes
tipos de edifícios e lojas

e centros de atendimento

e, claro, toda a nossa infraestrutura
e negócio "online".

E nós estamos empenhados a alcançar
as emissões livres de carbono.

Eu acho que a nossa dimensão
consegue ser uma vantagem enorme.

Força-nos a pensar
na nossa pegada de carbono

em todos os nossos negócios,

operações, tecnologias,
serviços e produtos.

E, por um lado,

nós queremos gerir as nossas operações
com energia 100% renovável até 2025,

mas também estamos a garantir
que, quando se recebe uma encomenda,

também estamos a operar
a zero emissões.

E queremos fazer isto
de uma forma "amazónica".

Portanto, durante uns anos, construímos
"um registo do sistema de carbono".

Estas são ferramentas que nos permitem
pensar integralmente sobre isto

pela companhia toda.

LL: Dave, a Amazon fez uma promessa,

que você chama "a Promessa do Clima",

de atingir zero emissões
na sua empresa até 2040.

Isso são 10 anos antes do Acordo de Paris.

Ajude-nos a entender a escala
que uma transformação destas requer

nas suas operações.

DC: É bastante assustador.

Quando começámos este processo,

começámos com base na ciência,

com pesquisa para percebermos
as contribuições da nossa empresa,

que secções da nossa empresa
criam e colocam carbono no ambiente,

quais são os elementos,
cada parte desse processo

e como é que as melhoramos.

Quando começámos a analisar isso,

perguntámos: "Como é que
vamos atingir estas metas?"

Verdadeiramente, isso requer inovação
em quase cada aspeto da empresa,

seja isso na nossa área renovável,

na eletrificação dos nossos veículos,

seja na nossa embalagem e processamento

ou como trabalhamos
com os fabricantes.

Essencialmente, temos de mudar
toda a cadeia de fornecimento

para atingirmos estas metas,

daí a Promessa do Clima
ser tão importante.

LL: Kara, a Promessa do Clima
não é só sobre a Amazon.

Vocês estão a convidar
mais empresas a aderir.

KH: Nós sabemos que não podemos
fazer isto sozinhos.

Vai requerer empresas,

mas também colaboração com governos,
comunidades e indivíduos

que irão criar as soluções
e as novas tecnologias.

Nós queremos envolver toda
a nossa cadeia de fornecimento

e também outras empresas

e estamos bastante contentes
que 11 empresas importantes

se tenham associado a nós
na Promessa do Clima.

Nós queremos acelerar a inovação

e criámos um fundo da Promessa do Clima
de dois mil milhões de dólares

para investirmos nestas empresas

em que os seus produtos e soluções
vão facilitar a transição

para uma economia
de baixa emissão de carbono.

Nós sabemos que isto
é um desafio ambicioso,

mas queremos criar o maior efeito
no menos tempo possível

e é excitante partilhar a complexidade
de como, na Amazon, pensamos nisto

com outras empresas

e convidá-las a fazerem isto connosco.

LL: Dave, quando uma empresa
como a Amazon se mexe,

isso pode ter muito efeito
nas cadeias de fornecimento.

Dê-nos uns exemplos de
como uma decisão que tomou

está a estimular inovação
através de setor.

DC: Eu posso-lhe dar o exemplo da Rivian.

A Rivian é o fabricante
de veículos elétricos

que vai criar os 100 000
veículos elétricos de entregas

para a nossa frota.

Quando fizemos este investimento,

o número de novas empresas
que começaram a aparecer

relativamente ao apoio à Rivian,

a novos veículos de entrega elétricos,

até a combustíveis alternativos,

nós começámos a receber chamadas
sobre turborreatores alternativos

no próprio dia em que anunciámos
a parceria com a Rivian.

Portanto, logo que as pessoas viram
que íamos investir capital de verdade

numa parte substancial
das nossas operações

— que não eram passatempos,

mas que era dinheiro a sério
em grande parte das operações —

foi fantástico, devido à quantidade
de empresas que apareceram

que tinham uma nova tecnologia

ou tinham uma grande ideia
e precisavam de ajuda

para começar a fabricá-la.

Era uma situação assim a seguir à outra.

LL: Dave, Kara, muito obrigada
por terem estado connosco.

Desejamos muito sucesso
com a Promessa do Clima

e mal podemos esperar para ver
o progresso que irão ter.

DC: Obrigado, foi uma honra participar
num evento tão fantástico como este.

KH: Obrigada.