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Minha missão: desafiar a gravidade e voar

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    Vamos lá…
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    Alguém aqui nunca sonhou
    que estava voando?
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    Então por que os humanos não voaram ainda?
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    Estive obcecada por aprender a voar
    durante toda a minha vida.
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    Cresci como uma criança adotiva e feroz
    na costa norte do lago Ontário,
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    seguindo meu pai, um pedreiro
    e pescador, por onde ele andava.
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    Sempre fui fascinada
    por coisas que se moviam,
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    pegando pequenos animais,
    segurando-os em minhas mãos,
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    sentindo a magia de seus movimentos;
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    brincando com fogo,
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    emocionada e aterrorizada
    com sua força implacável,
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    queimando acidentalmente
    o celeiro do meu pai...
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    somente uma vez.
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    (Risos)
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    Essa foi a primeira vez
    que brinquei com o perigo.
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    O fogo e meu pai.
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    Quando tinha entre oito e nove anos,
    prendi uma mosca em um pote de vidro.
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    Estudando aquela mosca, pensei: "Nossa,
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    ela muda drasticamente
    de direção em pleno ar,
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    ela é tão rápida, um borrão.
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    Por que não podemos
    fazer isso? Ou podemos?"
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    Para todo lugar que eu olhava,
    havia coisas em movimento.
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    E essas coisas se moviam
    em seus próprios ritmos causais,
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    com suas próprias anatomias mecanicistas.
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    Ficou claro para mim, e para Newton,
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    que as coisas se movem com base
    nas partes que as compõem:
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    vermes se contorcem,
    pássaros voam, cangurus pulam.
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    E a primeira tentativa de voo de um humano
    foi caindo acidentalmente, tropeçando,
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    ou escorregando na famosa casca de banana.
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    Quando o chão não está mais
    embaixo de nós,
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    um mundo de maravilhas surge.
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    Eu tinha encontrado minha praia.
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    Fui tomada por uma compulsão,
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    um desejo primordial de aprender a voar,
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    como um humano.
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    Nos próximos dez anos,
    fiz meus experimentos sozinha,
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    no meu próprio corpo.
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    Eu pilotava minha Honda 350
    pelos Estados Unidos
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    tipo "Sem Destino".
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    Me formei em dança moderna
    e imitei aquela mosca no pote.
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    Mergulhei horizontalmente
    através do vidro;
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    no caminho, fiz um buraco nele.
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    Eu estava tentando
    descobrir algo sobre voo.
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    Quando tinha 27 anos,
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    me vi em Nova York,
    num sótão infestado de ratos,
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    me preparando para
    me atirar de uma escada.
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    Subi cada vez mais alto,
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    e então pulei.
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    Bam! Aterrissei.
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    Aquilo doeu.
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    (Risos)
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    E me ocorreu que as pessoas
    não gostavam muito de se machucar,
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    e talvez o motivo pelo qual
    ainda não estivéssemos voando
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    é que ainda estávamos
    ligados a essa falsa ideia
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    de que voaríamos como os pássaros
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    ou as borboletas.
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    Talvez precisássemos de outras suposições,
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    fazer outro tipo de pergunta;
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    sobre a duração, por exemplo.
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    Humanos no ar? Alguns segundos.
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    Pássaros e borboletas?
    Minutos, talvez horas.
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    E quanto ao medo?
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    Acho que o medo é complexo e pessoal.
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    Eu realmente acho que tem
    a ver com curiosidade
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    e com não se levar tão a sério.
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    Talvez seja preciso se machucar um pouco,
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    apenas não se machucar muito,
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    E dor: redefina isso.
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    Em vez de "dor", digamos
    "sensação interessante e estrangeira".
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    Ou algo parecido.
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    Então percebi que, para aprender a voar,
    teríamos que aprender a pousar.
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    Um de meus heróis, Evel Knievel, disse:
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    "Qualquer um pode empinar uma moto.
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    O problema começa
    quando você tenta parar".
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    (Risos)
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    Aterrissar machuca.
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    Mas eu estava curiosa.
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    Eu pensei: "Por que não inventamos
    uma técnica de impacto?
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    Por que não expandimos
    nossa base de apoio, simplesmente?"
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    Vi pedaços de madeira caírem,
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    e eles não recuaram no caminho.
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    Então mantive meu corpo
    em uma linha perfeita
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    e me inclinei para trás.
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    Plaft!
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    Foi um som totalmente diferente.
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    Corri pelas ruas de Nova York,
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    cheguei em completos estranhos
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    e disse, quer dizer, pensei:
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    "Eu caí de costas hoje, e você?"
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    Em 1985, começamos
    uma turnê ao redor do mundo,
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    e criei minha empresa,
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    chamada "Streb Extreme Action".
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    Em 2003, fomos convidados
    para ir a Kitty Hawk
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    para celebrar o centésimo aniversário
    de voo dos irmãos Wright.
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    Tínhamos ficado muito bons em pousar;
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    agora precisávamos nos levantar no ar.
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    E, como eles, queríamos
    ficar lá mais tempo.
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    Me deparei com esta citação de Wilbur:
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    "Se está procurando por segurança,
    é melhor sentar em uma cerca
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    e observar os pássaros;
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    mas se realmente quiser aprender,
    deve montar uma máquina
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    e se familiarizar com suas funcionalidades
    através de tentativas reais".
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    Oh, máquinas.
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    Isso incitou a louca por máquinas
    que vive em mim.
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    Se quiséssemos ir ou viajar
    para lugares não habituais no espaço,
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    para o ponto da casca de banana
    que nos confunde;
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    para aquele lugar fora
    de nossa zona de conforto vertical,
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    onde nos deparamos
    com uma turbulência inesperada
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    e aceleramos de forma estranha,
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    onde o chão muda e sai de debaixo de nós,
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    como o compositor
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    que quer atingir uma nota mais alta
    do que a voz humana pode cantar
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    e inventa um flautim ou flauta,
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    comecei a inventar minhas máquinas.
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    E se quiséssemos ir mais alto,
    mais rápido, mais cedo, mais difícil
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    era necessário criar nossas
    próprias naves espaciais.
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    E nós o fizemos.
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    Nós viajamos para territórios
    desconhecidos, invisíveis e perigosos,
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    e isso nos mudou.
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    Se algum de vocês quiser
    tentar isso, me avise.
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    (Risos)
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    Em 2012, trouxemos nossas
    melhores máquinas para Londres
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    e as colocamos nos lugares
    mais emblemáticos.
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    Subimos na London Eye.
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    Estávamos a 135 metros de altura.
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    E quando chegamos ao ponto mais alto
    soltamos o freio e caímos...
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    foram 61 metros de alcance
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    no raio a que estávamos ligados.
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    Subimos tão alto quanto o céu naquele dia,
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    tenho certeza disso.
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    E então eu e duas das minhas dançarinas
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    descemos pelo lado de fora
    da prefeitura de Londres.
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    Quando eu estava lá em cima,
    92 metros acima do solo,
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    e olhei para baixo,
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    vi 2 mil olhos olhando para mim,
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    eles viam o que costumam ver, o céu,
    um pássaro, um avião e então nós.
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    Éramos apenas um pequeno ponto lá no alto.
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    E percebi que ação é para todos.
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    Agora temos nosso próprio
    pote de vidro em Williamsburg, Brooklyn.
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    Chama-se SLAM: Laboratório Streb
    para Mecânica de Ação.
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    Era uma antiga fábrica
    de sementes de mostarda.
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    Eu a projetei como uma placa de Petri,
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    e nessa placa de Petri,
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    coloquei "Kid Action",
    "Streb Extreme Action"
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    e artes circenses.
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    Todos nós aprendemos a voar, cair,
    pousar e inventar ações extremas juntos.
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    Sabe o que descobrimos?
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    Todos gostam.
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    Pessoas de todos os tamanhos,
    formatos, idades, capacidades;
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    de todas as nacionalidades,
    raças, classes, gêneros;
  • 7:23 - 7:26
    o tímido e o ousado, o chato e o legal
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    os que evitam risco
    e os obcecados por ele.
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    E esses edifícios existem no mundo todo,
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    cada um deles pode ser
    um centro de treinamento de voo.
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    Você sabe, no fim,
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    as pessoas não querem
    apenas sonhar com voar,
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    nem querem só nos ver voar.
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    Elas também querem
    fazer isso, e elas podem.
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    E, com um pouco de treino,
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    elas aprendem a saborear
    a batida e o impacto,
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    ainda mais depois que se levantam.
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    Descobri que o efeito de voar faz
    com que os sorrisos fiquem mais comuns,
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    a autoestima floresça
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    e as pessoas fiquem
    um pouco mais corajosas.
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    E as pessoas aprendem a voar,
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    como só os humanos podem.
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    Você também pode.
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    Venha voar conosco.
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    (Aplausos)
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    (Música)
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    Obrigada.
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    (Aplausos)
Title:
Minha missão: desafiar a gravidade e voar
Speaker:
Elizabeth Streb
Description:

Ao longo de sua carreira destemida, a especialista em ação extrema Elizabeth Streb empurrou os limites do corpo humano. Ela pulou através de vidros quebrados, caiu de grandes alturas e construiu engenhocas para fornecer um impulso ao longo do caminho. Apoiada por imagens de seu trabalho, Streb reflete sobre sua busca ao longo da vida para desafiar a gravidade e voar da única maneira que um ser humano pode: dominando o pouso.

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Video Language:
English
Team:
closed TED
Project:
TEDTalks
Duration:
09:13

Portuguese, Brazilian subtitles

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