Um homem negro infiltrado no movimento alt-right| Theo E.J. Wilson | TEDxMileHigh
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0:00 - 0:15Peguei um celular
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0:16 - 0:19e, acidentalmente, me tornei famoso.
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0:20 - 0:21(Risos)
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0:21 - 0:24E tudo que fiz foi falar
de coisas com que me importava, -
0:24 - 0:29mas que, com o aperto de um botão
e um vídeo viral incendiário, -
0:29 - 0:32me lançaram ao estrelato
da noite para o dia. -
0:33 - 0:36Digo isso porque, literalmente
na manhã seguinte, acordei -
0:36 - 0:38com tantas notificações no celular
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0:38 - 0:42que pensei ter perdido alguma
tragédia nacional enquanto dormia. -
0:42 - 0:44(Risos)
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0:45 - 0:48Foi a coisa mais louca, gente,
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0:48 - 0:53e a minha influência e exposição
deram um verdadeiro salto quântico. -
0:54 - 0:55Daí, gravei mais vídeos.
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0:57 - 0:59E o tema deles
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0:59 - 1:02sempre foi o assunto mais polêmico
na vida norte-americana. -
1:03 - 1:05Mas foi a forma como articulei
a questão racial -
1:05 - 1:08que fez de mim, de algum modo,
um para-raios digital. -
1:08 - 1:11Sendo eu próprio um sobrevivente
da brutalidade policial, -
1:11 - 1:17tendo perdido um amigo de infância,
Alonzo Ashley, nas mãos da polícia, -
1:17 - 1:20eu tinha umas coisinhas
pra falar sobre o tema. -
1:20 - 1:23Vejam, isso foi no pico do furor
do "Black Lives Matter", -
1:23 - 1:27e acho que as pessoas me procuravam
pra articular seus pontos de vista. -
1:27 - 1:29E, honestamente, foi uma sobrecarga,
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1:30 - 1:34porque é uma loucura virar
uma estrela política na internet. -
1:35 - 1:37Não há curso que te ensine
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1:37 - 1:42a lidar com pessoas que te tratam
como uma figura messiânica, um profeta, -
1:42 - 1:46não existe escola para formar
líder carismático para a era digital. -
1:46 - 1:51As pessoas te tratarem como T'Challa,
o Pantera Negra do Universo Marvel, -
1:51 - 1:52e é lisonjeiro...
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1:52 - 1:54(Risos)
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1:56 - 1:57no início.
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1:58 - 2:00Mas, depois de um tempo,
fica um pouco problemático. -
2:00 - 2:03Vejam, a internet tem
uma qualidade interessante: -
2:03 - 2:06ela, de certa forma, uniu o mundo.
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2:06 - 2:10Lembro-me, quando criança,
de toda essa propaganda utópica -
2:10 - 2:14jogada na gente
sobre como a World Wide Web -
2:14 - 2:17ia alcançar as pessoas
nos rincões do mundo todo. -
2:17 - 2:21Mas, como costuma ocorrer,
pessoas são pessoas, -
2:21 - 2:22(Risos)
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2:22 - 2:27e essa super-rodovia mágica
também transporta demônios, -
2:27 - 2:29e eles andam de Ferraris.
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2:29 - 2:31(Risos)
-
2:33 - 2:36A tecnologia se parece
muito com o dinheiro: -
2:36 - 2:41ela traz à tona o que já estava
dentro de nós e amplifica isso. -
2:41 - 2:46Daí, logo me familiarizei
com o fenômeno de "troll" da internet. -
2:46 - 2:48(Risos)
-
2:48 - 2:51Esses caras parecem viver debaixo
das pontes dessas super-rodovias. -
2:51 - 2:54(Risos)
-
2:54 - 2:59Eles também não receberam o memorando
sobre o Iluminismo da era da internet. -
2:59 - 3:05Me lembro de receber
insultos tremendamente raciais -
3:05 - 3:09daqueles que usam o anonimato
da internet como um capuz da "Klan". -
3:10 - 3:13E, para falar a verdade,
alguns eram bem criativos, -
3:13 - 3:16mas outros eram bem ferinos,
-
3:16 - 3:21especialmente no mundo pós-traumático
de um sobrevivente da brutalidade policial -
3:21 - 3:23no auge do Black Lives Matter,
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3:23 - 3:27com todas essas mortes
na minha linha do tempo. -
3:27 - 3:30Para esses trolls, eu não era humano,
-
3:30 - 3:33eu era uma ideia,
um objeto, uma caricatura. -
3:33 - 3:36Admito que essas questões raciais
podem ser meio facciosas. -
3:36 - 3:39Vejam bem, sou uma pessoa
naturalmente curiosa. -
3:40 - 3:43Enquanto desembainhava minha espada
para participar de batalhes épicas -
3:43 - 3:44na seção dos comentários,
-
3:44 - 3:47(Risos)
-
3:47 - 3:52também comecei a notar que alguns
dos meus trolls eram inteligentes, -
3:52 - 3:56o que me deixou ainda mais curioso
para querer entendê-los melhor. -
3:56 - 4:03Apesar desses supostos idiotas se ocuparem
de ideias que pareciam originais, -
4:03 - 4:07eu dizia a mim mesmo:
"Esses caras estão muito mal-informados, -
4:07 - 4:09pelo menos segundo meu conhecimento".
-
4:09 - 4:12De onde aqueles caras tiravam
aqueles argumentos? -
4:12 - 4:15Seria de algum universo alternativo
com fatos alternativos? -
4:15 - 4:18(Risos)
-
4:19 - 4:22(Aplausos) (Vivas)
-
4:26 - 4:31Será que a história e a gravidade
eram opcionais lá? Vai saber... -
4:31 - 4:33(Risos)
-
4:33 - 4:35Mas eu precisava saber, eu queria saber.
-
4:35 - 4:41Ocorre que eu não tinha nem ideia
sobre câmaras de eco ideológicas digitais: -
4:41 - 4:43aquele mesmo algoritmo de marketing
-
4:43 - 4:45que nos alimenta de mais produtos
que gostamos de comprar -
4:45 - 4:48também nos alimenta
de mais notícias que queremos ouvir. -
4:49 - 4:50Eu estava vivendo
-
4:50 - 4:54num universo on-line que reverberava
de volta minha visão de mundo. -
4:54 - 4:56Daí, minha linha do tempo era bem liberal:
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4:56 - 5:00eu não tinha Breitbart,
InfoWars ou a Fox News. -
5:00 - 5:03Não... eu era todo MSNBC e o Daily Show,
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5:03 - 5:05(Risos)
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5:05 - 5:07CNN e theGrio, certo?
-
5:07 - 5:11Mas esses trolls estavam
atravessando o portal dimensional, -
5:11 - 5:13e eu precisava descobrir como.
-
5:13 - 5:16(Risos)
-
5:18 - 5:22Assim, decidi enganar
o algoritmo do Facebook, -
5:22 - 5:26de modo a receber mais notícias com
as quais não concordava necessariamente. -
5:26 - 5:29E funcionou bem por um tempo,
mas não era o suficiente, -
5:29 - 5:31porque minhas pegadas on-line
já tinham estabelecido -
5:31 - 5:33os padrões do que eu gostava de ouvir.
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5:33 - 5:37Assim, sob o anonimato
da internet, eu me disfarcei. -
5:37 - 5:39(Risos)
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5:40 - 5:44Criei um perfil-fantasma e me joguei.
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5:45 - 5:48Bem, no nível prático, foi bem simples,
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5:49 - 5:52mas, no nível emocional, foi assustador,
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5:52 - 5:55especialmente com as ofensas
racistas que eu tinha sofrido. -
5:55 - 5:59Mas o que não percebi foi que
meus trolls estavam me inoculando, -
5:59 - 6:01engrossando minha pele,
-
6:01 - 6:05me imunizando contra pontos de vista com
os quais necessariamente não concordava. -
6:05 - 6:10Assim, parei de reagir às mesmas coisas
como tinha feito meses antes. -
6:10 - 6:12Então, fui em frente.
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6:12 - 6:15Quando notei que aquilo
também funcionava no YouTube, -
6:15 - 6:20me tornei Lucious25,
um "lurker" branco supremacista. -
6:20 - 6:23(Risos)
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6:27 - 6:32Digitalmente, comecei a me infiltrar
no famigerado movimento "alt-right". -
6:33 - 6:37Meu pseudônimo era Edgar Rice Burroughs,
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6:37 - 6:39o personagem de John Carter,
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6:39 - 6:40(Risos)
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6:41 - 6:44um herói de ficção científica
que tinha sido um soldado confederado. -
6:44 - 6:48E pensei: há alguns anos, eu teria
precisado de um curso de teatro, -
6:48 - 6:51maquiagem e uma identidade falsa.
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6:51 - 6:53Hoje, só preciso me esconder.
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6:53 - 6:55(Risos)
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6:55 - 7:01Então, comecei com InfoWars,
passei para American Renaissance, -
7:02 - 7:04National Vanguard Alliance.
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7:05 - 7:07Comecei a comentar todos os vídeos,
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7:07 - 7:10falando mal de Al Sharpton
e Black Lives Matter. -
7:10 - 7:16Comecei condenando defensores raciais
como Eric Holder e Barack Obama, -
7:17 - 7:21imitando o sentimento
antinegro dirigido a mim. -
7:21 - 7:24E, para ser honesto, foi até estimulante.
-
7:24 - 7:27(Risos)
-
7:29 - 7:33Eu literalmente passava dias
clicando no meu novo perfil racista. -
7:33 - 7:35(Risos)
-
7:36 - 7:40Passear na "Arianolândia"
foi uma experiência e tanto. -
7:40 - 7:42(Risos)
-
7:42 - 7:48Então comecei a visitar algumas
das páginas dos meus antigos trolls. -
7:49 - 7:54Muitos eram apenas caras normais:
muita vida ao ar livre, -
7:54 - 7:56caçadores, nerds de computador,
-
7:56 - 7:59alguns eram caras de família,
postando vídeos de sua família... -
7:59 - 8:02Pelo que percebi, todos eles poderiam
estar nesta plateia aqui hoje, tá? -
8:02 - 8:05(Sussurros) Aqui não! Aqui não! Aqui não!
-
8:05 - 8:06(Risos)
-
8:06 - 8:11Mas, quando me infiltrei, descobri
uma adorável infinidade de figuras, -
8:11 - 8:17eruditos como Milo Yiannopoulos,
Richard Spencer e David Duke. -
8:17 - 8:21Todos esses caras eram,
cada um a seu modo, formadores de opinião, -
8:21 - 8:25mas, com o tempo, o movimento alt-right
acabou usando as ideias deles -
8:25 - 8:27para fomentar seu crescimento.
-
8:27 - 8:30E vou lhes dizer o que mais levou
ao crescimento do alt-right: -
8:30 - 8:36a demonização indiscriminada da esquerda
de tudo que fosse branco e masculino. -
8:36 - 8:40Todo detentor de um pênis claro
tinha parte com o diabo! -
8:40 - 8:43(Risos)
-
8:44 - 8:47Vocês acreditam que tem gente
que se sente ofendida com isso? -
8:47 - 8:50(Risos)
-
8:50 - 8:56O fato é que a geração do milênio
tinha uma versão "diet" da história. -
8:56 - 8:59Quero dizer, os EUA parecem obcecados
-
8:59 - 9:04em encher os livros didáticos com versões
resumidas de seu passado sombrio. -
9:04 - 9:10Isso descontextualiza seriamente a questão
racial e a raiva associada a ela, -
9:10 - 9:13e é um solo fértil
para os fatos alternativos. -
9:13 - 9:16Somem a isso a terra sem lei da internet,
-
9:16 - 9:21e é fácil vender ideias do "Mein kampf"
em nova embalagem -
9:21 - 9:24para uma geração que as escolas
públicas deixaram na mão. -
9:24 - 9:27Muitas dessas ideias
são facilmente desbancadas. -
9:27 - 9:29Fatos alternativos têm essa qualidade.
-
9:29 - 9:34No entanto, uma coisa era gritante
no subtexto dessas discussões, -
9:34 - 9:39que era: "Por que sou odiado
por algo que não posso deixar de ser?" -
9:40 - 9:43Foi "A Black Man in America"
que reverberou isso em mim. -
9:43 - 9:48Passei muito tempo me defendendo
contra tentativas de me demonizar -
9:48 - 9:52e me fazer me desculpar
por quem eu sou, tentando me mostrar -
9:52 - 9:56algo que não sou, um tipo de bandido
ou gângster, uma ameaça para a sociedade. -
9:56 - 9:58Compaixão inesperada.
-
9:59 - 10:00Nossa!
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10:00 - 10:05Mas ouçam bem: a fonte histórica
da demonização dos homens negros -
10:05 - 10:07e dos homens brancos é bem diferente.
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10:07 - 10:12E a diferença nesse debate, infelizmente,
tende a ser um acidente de nascimento. -
10:14 - 10:17Vocês devem estar surpresos
com essa perspectiva. -
10:17 - 10:19Eu também fiquei.
-
10:19 - 10:23Nunca achei que pudesse ter
algum tipo de compaixão -
10:23 - 10:25por pessoas que me odiavam tanto.
-
10:25 - 10:28Mas não compaixão suficiente
para dizer: "Vamos ser amigos". -
10:28 - 10:31Não tenho infinitos ramos de oliveira
para distribuir a pessoas -
10:31 - 10:35que não querem me ver
neste planeta, certo? -
10:35 - 10:40Mas o suficiente para entender
como eles chegaram àquele ponto. -
10:40 - 10:43E, para ser honesto,
havia alguns pontos justos. -
10:43 - 10:49Um deles é como os liberais
têm essa enorme aceitação de todos, -
10:49 - 10:52exceto aqueles com pontos de vista
honestamente conservadores. -
10:52 - 10:54(Risos)
-
10:55 - 10:59Deus nos livre, amamos Deus,
e este país de verdade, certo? -
11:00 - 11:03Outra coisa que falavam
foi do medo que tinham -
11:03 - 11:06de algo que rotularam
como "genocídio branco", -
11:06 - 11:10e como a diversidade seria
uma força para destruí-los. -
11:10 - 11:15E escutem bem: sei o que é temer
pelo destino do seu povo. -
11:15 - 11:21Entre crack, AIDS, violência de gangues,
encarceração em massa, gentrificação, -
11:21 - 11:22tiroteio policial,
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11:22 - 11:26as pessoas negras têm mil razões
para perderem o sono. -
11:26 - 11:29Mas, se a natureza gosta
de diversidade, e você não, -
11:29 - 11:31você vai perder essa batalha, parceiro.
-
11:31 - 11:34(Risos) (Aplausos)
-
11:36 - 11:40Vejam, a natureza não liga pra sua raça,
isso é coisa do ser humano. -
11:40 - 11:42A natureza só se importa
com organismos saudáveis, -
11:42 - 11:46e seus preciosos traços étnicos
são desenhados para isso. -
11:46 - 11:50Assim, no momento em que abandonar
aquela identidade racista -
11:50 - 11:54e se integrar à humanidade,
todos seus problemas vão sumir. -
11:54 - 11:57(Aplausos)
-
12:01 - 12:06Vou lhes contar qual raça não vai
desaparecer: a raça humana. -
12:06 - 12:08Bem-vindo a bordo, a água é ótima...
-
12:08 - 12:09(Risos)
-
12:09 - 12:13até ela ficar quente demais,
mas isso é assunto pra outra palestra. -
12:13 - 12:14(Risos)
-
12:15 - 12:20Para chegar a essa compreensão,
temos de abandonar esse medo -
12:20 - 12:22e abraçar nossa curiosidade.
-
12:22 - 12:26E, infelizmente, muitas pessoas
não vão fazer essa jornada -
12:26 - 12:29para ver o outro lado do mundo.
-
12:29 - 12:32Vamos ser honestos, isso não serve
apenas para os progressistas, -
12:32 - 12:35mas também para a direita
e os conservadores. -
12:35 - 12:38Não importa quão justas nossas causas,
ainda estamos presos -
12:38 - 12:42em nossas câmaras de eco, reciclando
pontos de vista ultrapassados, -
12:42 - 12:44nunca assumindo
a perspectiva da diversidade, -
12:44 - 12:48nem tornando-as coerentes
com nossa visão de mundo. -
12:48 - 12:52Assim, eles não estavam ouvindo certas
vozes antirracistas e políticas, -
12:52 - 12:58como Tim Wise, Michelle
Alexander, Dr. Joy DeGruy, -
12:58 - 13:00Boyce Watkins e Tariq Nasheed.
-
13:00 - 13:04Todas essas vozes têm
as respostas para suas perguntas, -
13:04 - 13:09mas infelizmente não vão ouvi-las,
devido ao poder dessas câmaras de eco. -
13:09 - 13:12Temos de quebrar esses muros digitais,
-
13:12 - 13:15pois, à medida que a tecnologia avança,
-
13:15 - 13:18as consequências de nosso tribalismo
se tornam mais perigosas. -
13:18 - 13:22Toda essa experiência
me ensinou o seguinte: -
13:22 - 13:24nossos aparelhos não vão nos salvar.
-
13:24 - 13:30Todos esses dispositivos tecnológicos
dominam apenas o universo aí fora, -
13:30 - 13:32não este aqui dentro.
-
13:32 - 13:35Então, é tudo QI,
não inteligência emocional. -
13:35 - 13:37E esse é um desequilíbrio perigoso.
-
13:37 - 13:40Como fazer com que
nossa inteligência emocional, -
13:40 - 13:44o desenvolvimento do caráter,
as virtudes da paciência, da tolerância, -
13:44 - 13:49compaixão, as coisas que garantem
que esses aparelhos, apesar de avançados, -
13:49 - 13:52se tornem uma bênção, e não uma praga?
-
13:52 - 13:55Me parece que a própria humanidade
precisa de um "upgrade". -
13:55 - 13:58(Aplausos)
-
13:59 - 14:02Obviamente, essa é uma tarefa gigantesca.
-
14:02 - 14:05Mas não acredito em nenhum tipo
de monstro imbatível. -
14:05 - 14:09Não existe nenhum gigante
sem um calcanhar de Aquiles. -
14:09 - 14:14E se eu lhes disser que uma das melhores
maneiras de superarmos isso -
14:14 - 14:19é ter conversas corajosas
com pessoas difíceis, -
14:19 - 14:23pessoas que não vêm o mundo
da mesma forma como vemos? -
14:23 - 14:28Sim, pessoal, conversar pode ser
o segredo para esse upgrade, -
14:28 - 14:32porque, lembrem-se, a língua foi
a primeira forma de realidade virtual. -
14:32 - 14:37É literalmente uma representação
simbólica do mundo físico -
14:37 - 14:40e, por meio desse dispositivo,
mudamos o mundo físico. -
14:40 - 14:45Lembrem-se de que conversar pode impedir
a violência, pode começar países; -
14:45 - 14:48conversas constroem pontes
e, quando as fichas estão na mesa, -
14:48 - 14:50conversar é a última cartada
que os homens dão -
14:50 - 14:53antes de pegarem em armas.
-
14:53 - 14:55E não estou falando
sobre conversas seguras on-line, -
14:55 - 14:58no conforto do seu laptop. Não!
-
14:59 - 15:03Estou falando de conversa olho no olho
com pessoas reais, de carne e osso. -
15:03 - 15:08E, para mim, isso funciona administrando
o fórum da comunidade Shop Talk Live. -
15:08 - 15:13No Shop Talk Live, temos
as conversas que transformam vidas. -
15:13 - 15:16Vamos aonde a comunidade está.
-
15:16 - 15:20Fizemos de tudo, desde impedir
violência de gangues em tempo real -
15:20 - 15:24até ajudar pessoas a encontrar emprego,
a aconselhar jovens sem-teto. -
15:24 - 15:29E precisamos fazer isso porque
havia uma grave falta de confiança -
15:29 - 15:33na comunidade negra
devido à violência da era do crack. -
15:33 - 15:38Acabamos tomando isso em nossas mãos,
resolvendo nossos próprios problemas, -
15:38 - 15:40sem esperar por mais ninguém.
-
15:40 - 15:43A verdade é que, do prefeito ao criminoso,
-
15:43 - 15:46podemos encontrá-los naquela barbearia.
-
15:46 - 15:49O que fizemos foi organizar
o que já estava acontecendo. -
15:49 - 15:52O que fiz foi minar esses pontos
de vista alternativos -
15:52 - 15:57desses universos alternativos digitais,
dissecando-os, esmiuçando-os -
15:57 - 15:59em diálogos controversos.
-
15:59 - 16:04Então, com meu celular,
virei a internet contra si mesma -
16:04 - 16:06e comecei a transmitir
essas conversas ao vivo -
16:06 - 16:08para os meus seguidores on-line.
-
16:08 - 16:11Isso os fez querer deixar
a segurança do seus laptops -
16:11 - 16:14e nos encontrar pessoalmente
para ter conversas reais -
16:14 - 16:16com pessoas reais, na vida real.
-
16:16 - 16:18E assim fizemos. Obrigado.
-
16:18 - 16:21(Aplausos)
-
16:22 - 16:26Construímos pontes para tantas
comunidades: desde a comunidade LGBTQ -
16:26 - 16:29até a comunidade de imigrantes árabes,
e chegamos a nos sentar -
16:29 - 16:32com alguém com um chapéu
confederado na cabeça, -
16:32 - 16:34e conversamos sobre as coisas
que realmente importam. -
16:34 - 16:39Pois é hora de parar de passar
ao largo da experiência humana. -
16:40 - 16:44Não há solução sem o outro;
vamos parar de tentar encontrar uma. -
16:44 - 16:46Temos de entender uma coisa:
-
16:46 - 16:48todos os seres humanos
queremos a mesma coisa, -
16:48 - 16:51e todos precisamos do outro
para conseguir essas coisas. -
16:51 - 16:55Essas conversas corajosas são
o modo de construir essas pontes. -
16:55 - 16:57É hora de começarmos
a ver pessoas como gente, -
16:57 - 17:01e não como ideias que projetamos
nelas ou às quais reagimos. -
17:01 - 17:04Os seres humanos não são o problema,
-
17:04 - 17:07mas a solução para as coisas que queremos.
-
17:07 - 17:11Isso é uma evolução coletiva e consciente.
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17:12 - 17:16Minha jornada começou com um vídeo
de celular superpopular... -
17:17 - 17:19e um amigo morto.
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17:19 - 17:22A de vocês começa agora.
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17:22 - 17:24Venham para o renascimento
da conexão humana. -
17:24 - 17:27Ele vai acontecer, queiram ou não.
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17:27 - 17:33Minha sugestão: escolham um tema e comecem
um diálogo comunitário na sua região, -
17:33 - 17:35encontrem as pessoas na vida real.
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17:35 - 17:39E vou lhes dizer uma coisa: quando
enganarem o algoritmo de sua existência, -
17:39 - 17:42vocês vão ter experiências diversificadas.
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17:42 - 17:44É hora de crescer, galera.
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17:44 - 17:46E, quando fizermos isso, não "se",
-
17:46 - 17:49vai ficar claro que o segredo
para esse upgrade -
17:49 - 17:53sempre foi nosso mundo interior,
não algum aparelho que criamos, -
17:53 - 17:59e as portas dessa experiência são,
e sempre serão, os outros. -
17:59 - 18:00Obrigado.
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18:00 - 18:04(Aplausos) (Vivas)
- Title:
- Um homem negro infiltrado no movimento alt-right| Theo E.J. Wilson | TEDxMileHigh
- Description:
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Basta dar uma olhada abaixo de qualquer vídeo viral para encontrarmos usuários travando uma guerra na seção dos comentários, lançando ofensas raciais e os maiores impropérios. Curioso para conhecer aqueles que o odiavam, Theo E.J. Wilson fez a única coisa razoável: ele se disfarçou e se juntou àquelas fileiras. Nesta palestra cheia de insights e absolutamente hilária, Theo compartilha algumas descobertas surpreendentes sobre ambos os lados da moeda.
Theo E.J. Wilson, poeta Slam, também conhecido como Lucifury, é um dos fundadores da equipe Denver’s SlamNUBA, que venceu o National Poetry Slam in 2011 (concurso nacional de poesia Slam nos EUA em 2011). Ele começou sua carreira de palestrante com a NAACP, National Association for the Advancement of Colored People (associação nacional para o avanço das pessoas de cor), com a idade de 15 anos e sempre foi apaixonado pela justiça social. Atualmente, Theo é o diretor executivo de Shop Talk Live, uma organização que usa uma barbearia como cenário para o diálogo e a cura dos membros da comunidade.
Esta palestra foi dada em um evento TEDx, que usa o formato de conferência TED, mas é organizado de forma independente por uma comunidade local. Para saber mais, visite http://ted.com/tedx
- Video Language:
- English
- Team:
- closed TED
- Project:
- TEDxTalks
- Duration:
- 18:21