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Um homem negro infiltrado no movimento alt-right| Theo E.J. Wilson | TEDxMileHigh

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    Peguei um celular
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    e, acidentalmente, me tornei famoso.
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    (Risos)
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    E tudo que fiz foi falar
    de coisas com que me importava,
  • 0:24 - 0:29
    mas que, com o aperto de um botão
    e um vídeo viral incendiário,
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    me lançaram ao estrelato
    da noite para o dia.
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    Digo isso porque, literalmente
    na manhã seguinte, acordei
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    com tantas notificações no celular
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    que pensei ter perdido alguma
    tragédia nacional enquanto dormia.
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    (Risos)
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    Foi a coisa mais louca, gente,
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    e a minha influência e exposição
    deram um verdadeiro salto quântico.
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    Daí, gravei mais vídeos.
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    E o tema deles
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    sempre foi o assunto mais polêmico
    na vida norte-americana.
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    Mas foi a forma como articulei
    a questão racial
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    que fez de mim, de algum modo,
    um para-raios digital.
  • 1:08 - 1:11
    Sendo eu próprio um sobrevivente
    da brutalidade policial,
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    tendo perdido um amigo de infância,
    Alonzo Ashley, nas mãos da polícia,
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    eu tinha umas coisinhas
    pra falar sobre o tema.
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    Vejam, isso foi no pico do furor
    do "Black Lives Matter",
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    e acho que as pessoas me procuravam
    pra articular seus pontos de vista.
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    E, honestamente, foi uma sobrecarga,
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    porque é uma loucura virar
    uma estrela política na internet.
  • 1:35 - 1:37
    Não há curso que te ensine
  • 1:37 - 1:42
    a lidar com pessoas que te tratam
    como uma figura messiânica, um profeta,
  • 1:42 - 1:46
    não existe escola para formar
    líder carismático para a era digital.
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    As pessoas te tratarem como T'Challa,
    o Pantera Negra do Universo Marvel,
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    e é lisonjeiro...
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    (Risos)
  • 1:56 - 1:57
    no início.
  • 1:58 - 2:00
    Mas, depois de um tempo,
    fica um pouco problemático.
  • 2:00 - 2:03
    Vejam, a internet tem
    uma qualidade interessante:
  • 2:03 - 2:06
    ela, de certa forma, uniu o mundo.
  • 2:06 - 2:10
    Lembro-me, quando criança,
    de toda essa propaganda utópica
  • 2:10 - 2:14
    jogada na gente
    sobre como a World Wide Web
  • 2:14 - 2:17
    ia alcançar as pessoas
    nos rincões do mundo todo.
  • 2:17 - 2:21
    Mas, como costuma ocorrer,
    pessoas são pessoas,
  • 2:21 - 2:22
    (Risos)
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    e essa super-rodovia mágica
    também transporta demônios,
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    e eles andam de Ferraris.
  • 2:29 - 2:31
    (Risos)
  • 2:33 - 2:36
    A tecnologia se parece
    muito com o dinheiro:
  • 2:36 - 2:41
    ela traz à tona o que já estava
    dentro de nós e amplifica isso.
  • 2:41 - 2:46
    Daí, logo me familiarizei
    com o fenômeno de "troll" da internet.
  • 2:46 - 2:48
    (Risos)
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    Esses caras parecem viver debaixo
    das pontes dessas super-rodovias.
  • 2:51 - 2:54
    (Risos)
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    Eles também não receberam o memorando
    sobre o Iluminismo da era da internet.
  • 2:59 - 3:05
    Me lembro de receber
    insultos tremendamente raciais
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    daqueles que usam o anonimato
    da internet como um capuz da "Klan".
  • 3:10 - 3:13
    E, para falar a verdade,
    alguns eram bem criativos,
  • 3:13 - 3:16
    mas outros eram bem ferinos,
  • 3:16 - 3:21
    especialmente no mundo pós-traumático
    de um sobrevivente da brutalidade policial
  • 3:21 - 3:23
    no auge do Black Lives Matter,
  • 3:23 - 3:27
    com todas essas mortes
    na minha linha do tempo.
  • 3:27 - 3:30
    Para esses trolls, eu não era humano,
  • 3:30 - 3:33
    eu era uma ideia,
    um objeto, uma caricatura.
  • 3:33 - 3:36
    Admito que essas questões raciais
    podem ser meio facciosas.
  • 3:36 - 3:39
    Vejam bem, sou uma pessoa
    naturalmente curiosa.
  • 3:40 - 3:43
    Enquanto desembainhava minha espada
    para participar de batalhes épicas
  • 3:43 - 3:44
    na seção dos comentários,
  • 3:44 - 3:47
    (Risos)
  • 3:47 - 3:52
    também comecei a notar que alguns
    dos meus trolls eram inteligentes,
  • 3:52 - 3:56
    o que me deixou ainda mais curioso
    para querer entendê-los melhor.
  • 3:56 - 4:03
    Apesar desses supostos idiotas se ocuparem
    de ideias que pareciam originais,
  • 4:03 - 4:07
    eu dizia a mim mesmo:
    "Esses caras estão muito mal-informados,
  • 4:07 - 4:09
    pelo menos segundo meu conhecimento".
  • 4:09 - 4:12
    De onde aqueles caras tiravam
    aqueles argumentos?
  • 4:12 - 4:15
    Seria de algum universo alternativo
    com fatos alternativos?
  • 4:15 - 4:18
    (Risos)
  • 4:19 - 4:22
    (Aplausos) (Vivas)
  • 4:26 - 4:31
    Será que a história e a gravidade
    eram opcionais lá? Vai saber...
  • 4:31 - 4:33
    (Risos)
  • 4:33 - 4:35
    Mas eu precisava saber, eu queria saber.
  • 4:35 - 4:41
    Ocorre que eu não tinha nem ideia
    sobre câmaras de eco ideológicas digitais:
  • 4:41 - 4:43
    aquele mesmo algoritmo de marketing
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    que nos alimenta de mais produtos
    que gostamos de comprar
  • 4:45 - 4:48
    também nos alimenta
    de mais notícias que queremos ouvir.
  • 4:49 - 4:50
    Eu estava vivendo
  • 4:50 - 4:54
    num universo on-line que reverberava
    de volta minha visão de mundo.
  • 4:54 - 4:56
    Daí, minha linha do tempo era bem liberal:
  • 4:56 - 5:00
    eu não tinha Breitbart,
    InfoWars ou a Fox News.
  • 5:00 - 5:03
    Não... eu era todo MSNBC e o Daily Show,
  • 5:03 - 5:05
    (Risos)
  • 5:05 - 5:07
    CNN e theGrio, certo?
  • 5:07 - 5:11
    Mas esses trolls estavam
    atravessando o portal dimensional,
  • 5:11 - 5:13
    e eu precisava descobrir como.
  • 5:13 - 5:16
    (Risos)
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    Assim, decidi enganar
    o algoritmo do Facebook,
  • 5:22 - 5:26
    de modo a receber mais notícias com
    as quais não concordava necessariamente.
  • 5:26 - 5:29
    E funcionou bem por um tempo,
    mas não era o suficiente,
  • 5:29 - 5:31
    porque minhas pegadas on-line
    já tinham estabelecido
  • 5:31 - 5:33
    os padrões do que eu gostava de ouvir.
  • 5:33 - 5:37
    Assim, sob o anonimato
    da internet, eu me disfarcei.
  • 5:37 - 5:39
    (Risos)
  • 5:40 - 5:44
    Criei um perfil-fantasma e me joguei.
  • 5:45 - 5:48
    Bem, no nível prático, foi bem simples,
  • 5:49 - 5:52
    mas, no nível emocional, foi assustador,
  • 5:52 - 5:55
    especialmente com as ofensas
    racistas que eu tinha sofrido.
  • 5:55 - 5:59
    Mas o que não percebi foi que
    meus trolls estavam me inoculando,
  • 5:59 - 6:01
    engrossando minha pele,
  • 6:01 - 6:05
    me imunizando contra pontos de vista com
    os quais necessariamente não concordava.
  • 6:05 - 6:10
    Assim, parei de reagir às mesmas coisas
    como tinha feito meses antes.
  • 6:10 - 6:12
    Então, fui em frente.
  • 6:12 - 6:15
    Quando notei que aquilo
    também funcionava no YouTube,
  • 6:15 - 6:20
    me tornei Lucious25,
    um "lurker" branco supremacista.
  • 6:20 - 6:23
    (Risos)
  • 6:27 - 6:32
    Digitalmente, comecei a me infiltrar
    no famigerado movimento "alt-right".
  • 6:33 - 6:37
    Meu pseudônimo era Edgar Rice Burroughs,
  • 6:37 - 6:39
    o personagem de John Carter,
  • 6:39 - 6:40
    (Risos)
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    um herói de ficção científica
    que tinha sido um soldado confederado.
  • 6:44 - 6:48
    E pensei: há alguns anos, eu teria
    precisado de um curso de teatro,
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    maquiagem e uma identidade falsa.
  • 6:51 - 6:53
    Hoje, só preciso me esconder.
  • 6:53 - 6:55
    (Risos)
  • 6:55 - 7:01
    Então, comecei com InfoWars,
    passei para American Renaissance,
  • 7:02 - 7:04
    National Vanguard Alliance.
  • 7:05 - 7:07
    Comecei a comentar todos os vídeos,
  • 7:07 - 7:10
    falando mal de Al Sharpton
    e Black Lives Matter.
  • 7:10 - 7:16
    Comecei condenando defensores raciais
    como Eric Holder e Barack Obama,
  • 7:17 - 7:21
    imitando o sentimento
    antinegro dirigido a mim.
  • 7:21 - 7:24
    E, para ser honesto, foi até estimulante.
  • 7:24 - 7:27
    (Risos)
  • 7:29 - 7:33
    Eu literalmente passava dias
    clicando no meu novo perfil racista.
  • 7:33 - 7:35
    (Risos)
  • 7:36 - 7:40
    Passear na "Arianolândia"
    foi uma experiência e tanto.
  • 7:40 - 7:42
    (Risos)
  • 7:42 - 7:48
    Então comecei a visitar algumas
    das páginas dos meus antigos trolls.
  • 7:49 - 7:54
    Muitos eram apenas caras normais:
    muita vida ao ar livre,
  • 7:54 - 7:56
    caçadores, nerds de computador,
  • 7:56 - 7:59
    alguns eram caras de família,
    postando vídeos de sua família...
  • 7:59 - 8:02
    Pelo que percebi, todos eles poderiam
    estar nesta plateia aqui hoje, tá?
  • 8:02 - 8:05
    (Sussurros) Aqui não! Aqui não! Aqui não!
  • 8:05 - 8:06
    (Risos)
  • 8:06 - 8:11
    Mas, quando me infiltrei, descobri
    uma adorável infinidade de figuras,
  • 8:11 - 8:17
    eruditos como Milo Yiannopoulos,
    Richard Spencer e David Duke.
  • 8:17 - 8:21
    Todos esses caras eram,
    cada um a seu modo, formadores de opinião,
  • 8:21 - 8:25
    mas, com o tempo, o movimento alt-right
    acabou usando as ideias deles
  • 8:25 - 8:27
    para fomentar seu crescimento.
  • 8:27 - 8:30
    E vou lhes dizer o que mais levou
    ao crescimento do alt-right:
  • 8:30 - 8:36
    a demonização indiscriminada da esquerda
    de tudo que fosse branco e masculino.
  • 8:36 - 8:40
    Todo detentor de um pênis claro
    tinha parte com o diabo!
  • 8:40 - 8:43
    (Risos)
  • 8:44 - 8:47
    Vocês acreditam que tem gente
    que se sente ofendida com isso?
  • 8:47 - 8:50
    (Risos)
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    O fato é que a geração do milênio
    tinha uma versão "diet" da história.
  • 8:56 - 8:59
    Quero dizer, os EUA parecem obcecados
  • 8:59 - 9:04
    em encher os livros didáticos com versões
    resumidas de seu passado sombrio.
  • 9:04 - 9:10
    Isso descontextualiza seriamente a questão
    racial e a raiva associada a ela,
  • 9:10 - 9:13
    e é um solo fértil
    para os fatos alternativos.
  • 9:13 - 9:16
    Somem a isso a terra sem lei da internet,
  • 9:16 - 9:21
    e é fácil vender ideias do "Mein kampf"
    em nova embalagem
  • 9:21 - 9:24
    para uma geração que as escolas
    públicas deixaram na mão.
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    Muitas dessas ideias
    são facilmente desbancadas.
  • 9:27 - 9:29
    Fatos alternativos têm essa qualidade.
  • 9:29 - 9:34
    No entanto, uma coisa era gritante
    no subtexto dessas discussões,
  • 9:34 - 9:39
    que era: "Por que sou odiado
    por algo que não posso deixar de ser?"
  • 9:40 - 9:43
    Foi "A Black Man in America"
    que reverberou isso em mim.
  • 9:43 - 9:48
    Passei muito tempo me defendendo
    contra tentativas de me demonizar
  • 9:48 - 9:52
    e me fazer me desculpar
    por quem eu sou, tentando me mostrar
  • 9:52 - 9:56
    algo que não sou, um tipo de bandido
    ou gângster, uma ameaça para a sociedade.
  • 9:56 - 9:58
    Compaixão inesperada.
  • 9:59 - 10:00
    Nossa!
  • 10:00 - 10:05
    Mas ouçam bem: a fonte histórica
    da demonização dos homens negros
  • 10:05 - 10:07
    e dos homens brancos é bem diferente.
  • 10:07 - 10:12
    E a diferença nesse debate, infelizmente,
    tende a ser um acidente de nascimento.
  • 10:14 - 10:17
    Vocês devem estar surpresos
    com essa perspectiva.
  • 10:17 - 10:19
    Eu também fiquei.
  • 10:19 - 10:23
    Nunca achei que pudesse ter
    algum tipo de compaixão
  • 10:23 - 10:25
    por pessoas que me odiavam tanto.
  • 10:25 - 10:28
    Mas não compaixão suficiente
    para dizer: "Vamos ser amigos".
  • 10:28 - 10:31
    Não tenho infinitos ramos de oliveira
    para distribuir a pessoas
  • 10:31 - 10:35
    que não querem me ver
    neste planeta, certo?
  • 10:35 - 10:40
    Mas o suficiente para entender
    como eles chegaram àquele ponto.
  • 10:40 - 10:43
    E, para ser honesto,
    havia alguns pontos justos.
  • 10:43 - 10:49
    Um deles é como os liberais
    têm essa enorme aceitação de todos,
  • 10:49 - 10:52
    exceto aqueles com pontos de vista
    honestamente conservadores.
  • 10:52 - 10:54
    (Risos)
  • 10:55 - 10:59
    Deus nos livre, amamos Deus,
    e este país de verdade, certo?
  • 11:00 - 11:03
    Outra coisa que falavam
    foi do medo que tinham
  • 11:03 - 11:06
    de algo que rotularam
    como "genocídio branco",
  • 11:06 - 11:10
    e como a diversidade seria
    uma força para destruí-los.
  • 11:10 - 11:15
    E escutem bem: sei o que é temer
    pelo destino do seu povo.
  • 11:15 - 11:21
    Entre crack, AIDS, violência de gangues,
    encarceração em massa, gentrificação,
  • 11:21 - 11:22
    tiroteio policial,
  • 11:22 - 11:26
    as pessoas negras têm mil razões
    para perderem o sono.
  • 11:26 - 11:29
    Mas, se a natureza gosta
    de diversidade, e você não,
  • 11:29 - 11:31
    você vai perder essa batalha, parceiro.
  • 11:31 - 11:34
    (Risos) (Aplausos)
  • 11:36 - 11:40
    Vejam, a natureza não liga pra sua raça,
    isso é coisa do ser humano.
  • 11:40 - 11:42
    A natureza só se importa
    com organismos saudáveis,
  • 11:42 - 11:46
    e seus preciosos traços étnicos
    são desenhados para isso.
  • 11:46 - 11:50
    Assim, no momento em que abandonar
    aquela identidade racista
  • 11:50 - 11:54
    e se integrar à humanidade,
    todos seus problemas vão sumir.
  • 11:54 - 11:57
    (Aplausos)
  • 12:01 - 12:06
    Vou lhes contar qual raça não vai
    desaparecer: a raça humana.
  • 12:06 - 12:08
    Bem-vindo a bordo, a água é ótima...
  • 12:08 - 12:09
    (Risos)
  • 12:09 - 12:13
    até ela ficar quente demais,
    mas isso é assunto pra outra palestra.
  • 12:13 - 12:14
    (Risos)
  • 12:15 - 12:20
    Para chegar a essa compreensão,
    temos de abandonar esse medo
  • 12:20 - 12:22
    e abraçar nossa curiosidade.
  • 12:22 - 12:26
    E, infelizmente, muitas pessoas
    não vão fazer essa jornada
  • 12:26 - 12:29
    para ver o outro lado do mundo.
  • 12:29 - 12:32
    Vamos ser honestos, isso não serve
    apenas para os progressistas,
  • 12:32 - 12:35
    mas também para a direita
    e os conservadores.
  • 12:35 - 12:38
    Não importa quão justas nossas causas,
    ainda estamos presos
  • 12:38 - 12:42
    em nossas câmaras de eco, reciclando
    pontos de vista ultrapassados,
  • 12:42 - 12:44
    nunca assumindo
    a perspectiva da diversidade,
  • 12:44 - 12:48
    nem tornando-as coerentes
    com nossa visão de mundo.
  • 12:48 - 12:52
    Assim, eles não estavam ouvindo certas
    vozes antirracistas e políticas,
  • 12:52 - 12:58
    como Tim Wise, Michelle
    Alexander, Dr. Joy DeGruy,
  • 12:58 - 13:00
    Boyce Watkins e Tariq Nasheed.
  • 13:00 - 13:04
    Todas essas vozes têm
    as respostas para suas perguntas,
  • 13:04 - 13:09
    mas infelizmente não vão ouvi-las,
    devido ao poder dessas câmaras de eco.
  • 13:09 - 13:12
    Temos de quebrar esses muros digitais,
  • 13:12 - 13:15
    pois, à medida que a tecnologia avança,
  • 13:15 - 13:18
    as consequências de nosso tribalismo
    se tornam mais perigosas.
  • 13:18 - 13:22
    Toda essa experiência
    me ensinou o seguinte:
  • 13:22 - 13:24
    nossos aparelhos não vão nos salvar.
  • 13:24 - 13:30
    Todos esses dispositivos tecnológicos
    dominam apenas o universo aí fora,
  • 13:30 - 13:32
    não este aqui dentro.
  • 13:32 - 13:35
    Então, é tudo QI,
    não inteligência emocional.
  • 13:35 - 13:37
    E esse é um desequilíbrio perigoso.
  • 13:37 - 13:40
    Como fazer com que
    nossa inteligência emocional,
  • 13:40 - 13:44
    o desenvolvimento do caráter,
    as virtudes da paciência, da tolerância,
  • 13:44 - 13:49
    compaixão, as coisas que garantem
    que esses aparelhos, apesar de avançados,
  • 13:49 - 13:52
    se tornem uma bênção, e não uma praga?
  • 13:52 - 13:55
    Me parece que a própria humanidade
    precisa de um "upgrade".
  • 13:55 - 13:58
    (Aplausos)
  • 13:59 - 14:02
    Obviamente, essa é uma tarefa gigantesca.
  • 14:02 - 14:05
    Mas não acredito em nenhum tipo
    de monstro imbatível.
  • 14:05 - 14:09
    Não existe nenhum gigante
    sem um calcanhar de Aquiles.
  • 14:09 - 14:14
    E se eu lhes disser que uma das melhores
    maneiras de superarmos isso
  • 14:14 - 14:19
    é ter conversas corajosas
    com pessoas difíceis,
  • 14:19 - 14:23
    pessoas que não vêm o mundo
    da mesma forma como vemos?
  • 14:23 - 14:28
    Sim, pessoal, conversar pode ser
    o segredo para esse upgrade,
  • 14:28 - 14:32
    porque, lembrem-se, a língua foi
    a primeira forma de realidade virtual.
  • 14:32 - 14:37
    É literalmente uma representação
    simbólica do mundo físico
  • 14:37 - 14:40
    e, por meio desse dispositivo,
    mudamos o mundo físico.
  • 14:40 - 14:45
    Lembrem-se de que conversar pode impedir
    a violência, pode começar países;
  • 14:45 - 14:48
    conversas constroem pontes
    e, quando as fichas estão na mesa,
  • 14:48 - 14:50
    conversar é a última cartada
    que os homens dão
  • 14:50 - 14:53
    antes de pegarem em armas.
  • 14:53 - 14:55
    E não estou falando
    sobre conversas seguras on-line,
  • 14:55 - 14:58
    no conforto do seu laptop. Não!
  • 14:59 - 15:03
    Estou falando de conversa olho no olho
    com pessoas reais, de carne e osso.
  • 15:03 - 15:08
    E, para mim, isso funciona administrando
    o fórum da comunidade Shop Talk Live.
  • 15:08 - 15:13
    No Shop Talk Live, temos
    as conversas que transformam vidas.
  • 15:13 - 15:16
    Vamos aonde a comunidade está.
  • 15:16 - 15:20
    Fizemos de tudo, desde impedir
    violência de gangues em tempo real
  • 15:20 - 15:24
    até ajudar pessoas a encontrar emprego,
    a aconselhar jovens sem-teto.
  • 15:24 - 15:29
    E precisamos fazer isso porque
    havia uma grave falta de confiança
  • 15:29 - 15:33
    na comunidade negra
    devido à violência da era do crack.
  • 15:33 - 15:38
    Acabamos tomando isso em nossas mãos,
    resolvendo nossos próprios problemas,
  • 15:38 - 15:40
    sem esperar por mais ninguém.
  • 15:40 - 15:43
    A verdade é que, do prefeito ao criminoso,
  • 15:43 - 15:46
    podemos encontrá-los naquela barbearia.
  • 15:46 - 15:49
    O que fizemos foi organizar
    o que já estava acontecendo.
  • 15:49 - 15:52
    O que fiz foi minar esses pontos
    de vista alternativos
  • 15:52 - 15:57
    desses universos alternativos digitais,
    dissecando-os, esmiuçando-os
  • 15:57 - 15:59
    em diálogos controversos.
  • 15:59 - 16:04
    Então, com meu celular,
    virei a internet contra si mesma
  • 16:04 - 16:06
    e comecei a transmitir
    essas conversas ao vivo
  • 16:06 - 16:08
    para os meus seguidores on-line.
  • 16:08 - 16:11
    Isso os fez querer deixar
    a segurança do seus laptops
  • 16:11 - 16:14
    e nos encontrar pessoalmente
    para ter conversas reais
  • 16:14 - 16:16
    com pessoas reais, na vida real.
  • 16:16 - 16:18
    E assim fizemos. Obrigado.
  • 16:18 - 16:21
    (Aplausos)
  • 16:22 - 16:26
    Construímos pontes para tantas
    comunidades: desde a comunidade LGBTQ
  • 16:26 - 16:29
    até a comunidade de imigrantes árabes,
    e chegamos a nos sentar
  • 16:29 - 16:32
    com alguém com um chapéu
    confederado na cabeça,
  • 16:32 - 16:34
    e conversamos sobre as coisas
    que realmente importam.
  • 16:34 - 16:39
    Pois é hora de parar de passar
    ao largo da experiência humana.
  • 16:40 - 16:44
    Não há solução sem o outro;
    vamos parar de tentar encontrar uma.
  • 16:44 - 16:46
    Temos de entender uma coisa:
  • 16:46 - 16:48
    todos os seres humanos
    queremos a mesma coisa,
  • 16:48 - 16:51
    e todos precisamos do outro
    para conseguir essas coisas.
  • 16:51 - 16:55
    Essas conversas corajosas são
    o modo de construir essas pontes.
  • 16:55 - 16:57
    É hora de começarmos
    a ver pessoas como gente,
  • 16:57 - 17:01
    e não como ideias que projetamos
    nelas ou às quais reagimos.
  • 17:01 - 17:04
    Os seres humanos não são o problema,
  • 17:04 - 17:07
    mas a solução para as coisas que queremos.
  • 17:07 - 17:11
    Isso é uma evolução coletiva e consciente.
  • 17:12 - 17:16
    Minha jornada começou com um vídeo
    de celular superpopular...
  • 17:17 - 17:19
    e um amigo morto.
  • 17:19 - 17:22
    A de vocês começa agora.
  • 17:22 - 17:24
    Venham para o renascimento
    da conexão humana.
  • 17:24 - 17:27
    Ele vai acontecer, queiram ou não.
  • 17:27 - 17:33
    Minha sugestão: escolham um tema e comecem
    um diálogo comunitário na sua região,
  • 17:33 - 17:35
    encontrem as pessoas na vida real.
  • 17:35 - 17:39
    E vou lhes dizer uma coisa: quando
    enganarem o algoritmo de sua existência,
  • 17:39 - 17:42
    vocês vão ter experiências diversificadas.
  • 17:42 - 17:44
    É hora de crescer, galera.
  • 17:44 - 17:46
    E, quando fizermos isso, não "se",
  • 17:46 - 17:49
    vai ficar claro que o segredo
    para esse upgrade
  • 17:49 - 17:53
    sempre foi nosso mundo interior,
    não algum aparelho que criamos,
  • 17:53 - 17:59
    e as portas dessa experiência são,
    e sempre serão, os outros.
  • 17:59 - 18:00
    Obrigado.
  • 18:00 - 18:04
    (Aplausos) (Vivas)
Title:
Um homem negro infiltrado no movimento alt-right| Theo E.J. Wilson | TEDxMileHigh
Description:

Basta dar uma olhada abaixo de qualquer vídeo viral para encontrarmos usuários travando uma guerra na seção dos comentários, lançando ofensas raciais e os maiores impropérios. Curioso para conhecer aqueles que o odiavam, Theo E.J. Wilson fez a única coisa razoável: ele se disfarçou e se juntou àquelas fileiras. Nesta palestra cheia de insights e absolutamente hilária, Theo compartilha algumas descobertas surpreendentes sobre ambos os lados da moeda.

Theo E.J. Wilson, poeta Slam, também conhecido como Lucifury, é um dos fundadores da equipe Denver’s SlamNUBA, que venceu o National Poetry Slam in 2011 (concurso nacional de poesia Slam nos EUA em 2011). Ele começou sua carreira de palestrante com a NAACP, National Association for the Advancement of Colored People (associação nacional para o avanço das pessoas de cor), com a idade de 15 anos e sempre foi apaixonado pela justiça social. Atualmente, Theo é o diretor executivo de Shop Talk Live, uma organização que usa uma barbearia como cenário para o diálogo e a cura dos membros da comunidade.

Esta palestra foi dada em um evento TEDx, que usa o formato de conferência TED, mas é organizado de forma independente por uma comunidade local. Para saber mais, visite http://ted.com/tedx

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Video Language:
English
Team:
closed TED
Project:
TEDxTalks
Duration:
18:21

Portuguese, Brazilian subtitles

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