Phyllida Barlow em "London" - Temporada 10 - "Arte no Século 21" | Art21
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0:00 - 0:01PHYLLIDA BARLOW EM
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0:02 - 0:04ARTE NO SÉCULO 21
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0:17 - 0:20FINSBURY PARK, LONDRES
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0:34 - 0:36[Phyllida] Aqui era o apartamento
da minha filha. -
0:36 - 0:41E é a primeira vez que tive um estúdio
com uma janela, sabe? -
0:42 - 0:45Eu adoro esse horizonte semi-industrial.
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0:47 - 0:51É perfeito para mim.
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0:55 - 1:00ACADEMIA REAL INGLESA
MAYFAIR, LONDRES -
1:12 - 1:16Tenho fascinação
por objetos industriais abandonados. -
1:20 - 1:24Nos fundos de casa,
onde vemos um pátio ferroviário, -
1:25 - 1:28é possível ver esses objetos
que tinham um uso muito específico -
1:28 - 1:31de repente tornando-se moribundos.
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1:32 - 1:39Para mim, refazer esses objetos
é uma outra forma de fossilização. -
1:40 - 1:43Sobretudo com materiais
como gesso e cimento. -
1:46 - 1:49Esculturas tem o poder de confrontar
o mundo em que estamos vivendo. -
1:50 - 1:54Podem absorver a cor
e aqueles processos industriais. -
1:59 - 2:03Muitos construtores usam essas cores
para marcar lugares -
2:03 - 2:06que precisam de reparo ou conserto.
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2:07 - 2:11Tornam-se cores que informam
dentro do ambiente urbano. -
2:13 - 2:17ESTÚDIO DE BARLOW
HORNSEY, LONDRES -
2:27 - 2:30Para muitas pessoas
que nasceram nos anos 1940, -
2:30 - 2:34a sombra projetada pela guerra
foi muito extensa. -
2:37 - 2:40Tenho memórias singulares de Londres
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2:40 - 2:45como uma cidade bastante
destruída pela guerra, em East End. -
2:46 - 2:49Toda a ideia de dano e reparo
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2:50 - 2:54é algo inerente ao processo
de criação das esculturas. -
3:00 - 3:03Estou com algumas tesouras cegas aqui.
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3:06 - 3:09A estética de uma coisa
que parece estar prestes a ruir -
3:09 - 3:12é algo que gosto bastante
no meu trabalho. -
3:12 - 3:15É bom trabalhar com outra artista
que conta com esse tipo -
3:15 - 3:16de acontecimento estético.
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3:17 - 3:17Ela é ótima.
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3:18 - 3:19Absolutamente adorável.
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3:19 - 3:21Eu pago ele para falar...
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3:21 - 3:23Isso é o que eu deveria dizer agora.
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3:23 - 3:25De verdade, é muito bom
trabalhar para ela. -
3:25 - 3:26Muito bem.
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3:26 - 3:28São mais 10 libras.
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3:28 - 3:29Posso ir para casa mais cedo?
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3:34 - 3:39[Phyllida] Durante os anos 1960,
houve três exposições muito significativas -
3:39 - 3:45em Londres, na Whitechapel Gallery,
que desafiaram a escultura de toda forma. -
3:47 - 3:49Todas as esculturas
foram pintadas. -
3:49 - 3:53Fibra de vidro e resina
foram usadas como matéria-prima. -
3:54 - 3:58As habilidades tradicionais da escultura
estavam sendo desafiadas. -
3:59 - 4:03Questionava-se a hierarquia
liderada pelo bronze e pela pedra. -
4:06 - 4:12Considero materiais terrosos,
como gesso e cimento, bastante atraentes. -
4:16 - 4:20Comecei a usar fibra de vidro e resina,
e também a pintar minhas esculturas. -
4:22 - 4:25Claro que havia visto
o que Eva Hesse fez. -
4:25 - 4:29Fiquei completamente hipnotizada
pelo trabalho dela. -
4:30 - 4:34Um pedaço de tecido pendurado podia mesmo
confrontar o espaço que consumia. -
4:34 - 4:37EXPANSÃO EXPANDIDA, 1969
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4:38 - 4:43Eu estava determinada a participar
dessa nova abordagem na escultura. -
5:01 - 5:04Existe um certo método na loucura.
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5:16 - 5:20Esse, em particular,
é mais focado na compressão, -
5:22 - 5:26no caráter compacto das coisas
sendo firmemente contidas. -
5:28 - 5:32É uma questão que gira
menos em torno da ideia e mais da ação. -
5:33 - 5:37Fazer trabalhos menores
é a iniciação dos maiores. -
5:40 - 5:46Sei que quero a cor como algo inerente,
não sendo aplicada apenas ao fim. -
5:50 - 5:55É por isso que estou colocando o tecido
na matriznesta etapa. -
5:56 - 5:59Assim a peça aparenta ser
quase uma rocha estratificada. -
6:02 - 6:03Opa.
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6:07 - 6:11Acho que estava mais interessada
em processos de produção -
6:12 - 6:16do que em ter uma ideia
e somente colocá-la em prática. -
6:17 - 6:22Gosto bastante do processo longo e lento
de desenhar, pensar sobre isso, -
6:23 - 6:24e só então passar para os materiais.
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6:26 - 6:30O que está em sua cabeça começa a diminuir
e o que está em sua frente -
6:30 - 6:33ganha uma energia própria.
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6:36 - 6:40Sempre me interesso
pelo deslizamento da memória -
6:40 - 6:47e a pintura é uma forma fantástica
de registrar isso, essa imprecisão. -
6:50 - 6:53Muito do trabalho mais rápido
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6:53 - 6:57tem a ver com o pouco tempo de estúdio,
quando os filhos eram menores. -
6:59 - 7:04Então, foi um trato que fiz comigo mesma.
Sendo apenas uma ou duas horas, -
7:04 - 7:07eu tinha de ter feito algo.
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7:11 - 7:15Com 16 anos, fui, como pintora,
para a escola de artes. -
7:16 - 7:20A pintura contaria com processos
bastante estritos em torno dela. -
7:21 - 7:25Eram tantos os certos e errados
acerca de técnicas e formas. -
7:26 - 7:29Tornou-se muito óbvio para mim
que as pinturas usam a parede. -
7:30 - 7:33E, para mim,
paredes são muito autoritárias. -
7:33 - 7:36Elas decidem o que é o espaço.
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7:38 - 7:42Uma escultura independente usa o espaço
que poderíamos ocupar, -
7:42 - 7:46ou o espaço de algo mais útil.
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7:47 - 7:52Sua espécie de possibilidade
de ser anárquica me estimula muito. -
7:52 - 7:55E talvez eu tenha encontrado nisso
uma forma de escapar -
7:55 - 7:58da obrigação de fazer algo
da forma correta. -
8:01 - 8:04A forma como trabalho agora,
que parte do "grande", -
8:06 - 8:09faz emergir a seguinte pergunta
da minha relação com a escultura: -
8:09 - 8:11Para onde escapa o espaço?
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8:12 - 8:16Qual é a ambição do espaço,
e de que forma se torna incluso? -
8:17 - 8:21E o que acontece se esse espaço
for explorado ao máximo? -
8:36 - 8:38Sim, está tudo
de ponta-cabeça. -
8:45 - 8:46Que chateação.
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8:48 - 8:50Devo ter colocado
de qualquer jeito. -
8:54 - 8:58Aqui vemos para onde
as esculturas acabam indo, -
8:58 - 9:02e o que acontece quando acabam indo
para lugares em que não deveriam estar. -
9:04 - 9:07Era a época em que eu não estava
conseguindo expor, e pensava, -
9:07 - 9:11"Bem, para mim é bom o suficiente
colocar minha escultura -
9:11 - 9:16nesse corredor por quatro horas
até que queiram o espaço de volta." -
9:17 - 9:23Isso mostra que há uma espécie de lacuna
quanto ao que é -
9:23 - 9:24e em que lugar
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9:25 - 9:27deve estar uma escultura.
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9:28 - 9:34E acho que sempre estive interessada
no objeto que parece se comportar mal. -
9:37 - 9:40Isso foi um trabalho cuja base
era uma tábua de passar. -
9:41 - 9:43Existe um sentimento
de nostalgia, do tipo: -
9:43 - 9:46"Ah, o trabalho foi ficando pior
com o passar do anos." -
9:47 - 9:49"Não melhorou."
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9:51 - 9:55NOVO ESTÚDIO DE BARLOW
CAMBERWELL, LONDRES -
9:59 - 10:01Começamos a trabalhar
na segunda mão, então? Sim. -
10:02 - 10:03Como faremos?
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10:04 - 10:07Escolha aleatoriamente uma cor
que não seja o vermelho. -
10:09 - 10:13Trabalhar com vários artistas mais jovens
é muito importante para mim. -
10:13 - 10:18Acho que estou presa
nas cores de de Kooning. -
10:20 - 10:24Sinto ter uma grande responsabilidade,
e uma certa ansiedade -
10:24 - 10:27de que o que for combinado
seja benéfico para eles. -
10:28 - 10:31Trabalham por meio período
e são autônomos. -
10:33 - 10:36Trabalho bem próxima
do administrador do meu estúdio, o Adam, -
10:36 - 10:40e estamos sempre pensando,
"O que podemos oferecê-los? -
10:40 - 10:44Por exemplo, um bloco de três meses,
com garantia." -
10:46 - 10:50Acho que o fato de ser mãe acaba
tornando a pessoa bastante sensível -
10:50 - 10:52diante do que o outro está passando.
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10:54 - 10:55Sim, está bom.
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10:56 - 10:58Está com um aspecto
bem desleixado. -
10:59 - 11:00Está ótimo.
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11:00 - 11:05Hoje temos muitos assistentes
pois estamos longe de terminar o trabalho -
11:05 - 11:07para uma exposição.
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11:09 - 11:14A orientação que dou a eles, considerando
certas qualidades estéticas que busco, -
11:15 - 11:22é que mantenham suas ações focadas em algo
que é mais funcional que artístico. -
11:23 - 11:27Como um gesto de limpeza, com um pincel
que, por acaso, está embebido de tinta. -
11:29 - 11:32É uma questão de informação e eficiência.
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11:42 - 11:46Alguns dos melhores momentos que tive
envolviam levar o trabalho a lugares -
11:47 - 11:51em que pudesse ter uma relação diferente
com ele enquanto fruto do estúdio. -
11:52 - 11:56JUPITER ARTLAND
EDIMBURGO, ESCÓCIA -
11:57 - 12:01Percebi que estava olhando muito
para o topo das árvores, e pensei em algo -
12:01 - 12:06que possuísse um caráter industrial,
em que o gesto de olhar para cima -
12:06 - 12:10envolvesse olhar através de um molde
para as árvores e para o céu. -
12:10 - 12:15Daí surgiu a ideia da estrutura metálica
no topo de uma coluna. -
12:18 - 12:22E então ter contato com uma coisa
que possivelmente foi deixada -
12:22 - 12:26em um estado de entropia,
que foi o caso desses degraus fatigantes. -
12:29 - 12:34Há você, o trabalho e o lugar.
É uma relação muito particular -
12:35 - 12:39em que nada além disso entrará
entre você e essa intenção. -
12:42 - 12:46Ir sozinho é uma experiência
muito poderosa. -
12:50 - 12:55Adoraria fazer um trabalho que pudesse
talvez chegar bem perto do mar, -
12:55 - 12:59ou de alguma paisagem
extremamente remota -
13:00 - 13:03em que o público não seja
um agente da peça. -
13:06 - 13:10Como pensar na hipótese de uma árvore
que cai na floresta, mas não saber de fato -
13:10 - 13:13se aconteceu, já que você não viu.
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