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O que precisamos saber sobre vigilância facial

  • 0:01 - 0:04
    Quantos de vocês já ouviram dizer
    que a privacidade morreu?
  • 0:04 - 0:05
    Levantem a mão.
  • 0:06 - 0:08
    Quantos de vocês já ouviram alguém dizer
  • 0:08 - 0:12
    que não se preocupam com a sua privacidade
    pois não têm nada a esconder?
  • 0:13 - 0:14
    Continuem.
  • 0:14 - 0:15
    (Risos)
  • 0:15 - 0:18
    Agora, quantos de vocês usam
  • 0:18 - 0:20
    qualquer tipo
    de "software" de criptografia?
  • 0:20 - 0:22
    Levantem a mão.
  • 0:22 - 0:25
    Ou uma senha, para
    proteger uma conta "online"?
  • 0:26 - 0:29
    Ou cortinas ou estores
    nas vossas janelas de casa?
  • 0:29 - 0:31
    (Risos)
  • 0:31 - 0:33
    OK, isso é toda a gente, acho eu.
  • 0:33 - 0:34
    (Risos)
  • 0:35 - 0:37
    Porque é que fazemos isso?
  • 0:37 - 0:38
    O meu palpite
  • 0:38 - 0:41
    é porque estamos preocupamos
    com a nossa privacidade.
  • 0:41 - 0:44
    A ideia de que a privacidade morreu
    é um mito.
  • 0:44 - 0:45
    A ideia de que as pessoas
  • 0:45 - 0:47
    não estão preocupadas
    com a privacidade
  • 0:47 - 0:49
    porque "não têm nada a esconder"
  • 0:49 - 0:50
    ou não fizeram nada de errado
  • 0:50 - 0:53
    é um mito também.
  • 0:52 - 0:56
    Suponho que não queiram ter toda a vossa
    informação clínica disponível na Internet
  • 0:57 - 1:00
    para o mundo ver
    todos os vossos dados médicos.
  • 1:00 - 1:04
    Ou o vosso histórico de pesquisas
    no telemóvel ou no computador.
  • 1:04 - 1:06
    Eu aposto mesmo
  • 1:06 - 1:09
    que, se o governo quisesse colocar
    um "chip" no vosso cérebro
  • 1:09 - 1:13
    para transmitir os vossos pensamentos
    a um computador central do governo,
  • 1:13 - 1:14
    vocês iriam opor-se a isso.
  • 1:15 - 1:16
    (Risos)
  • 1:17 - 1:19
    Isso é porque se preocupam
    com a vossa privacidade
  • 1:19 - 1:21
    como qualquer ser humano.
  • 1:21 - 1:24
    Então, o mundo está em rápida mudança.
  • 1:24 - 1:28
    e hoje, compreensivelmente,
    há muita confusão
  • 1:28 - 1:32
    sobre o que é a privacidade
    e porque é que é importante.
  • 1:32 - 1:34
    A privacidade não é secretismo.
  • 1:34 - 1:36
    É controlo.
  • 1:37 - 1:40
    Eu partilho informação com a minha médica
    sobre o meu corpo e saúde,
  • 1:41 - 1:43
    esperando que ela não dê meia volta
  • 1:43 - 1:46
    e partilhe essa informação
    com os meus pais,
  • 1:46 - 1:49
    ou com o meu patrão,
    ou com os meus filhos.
  • 1:50 - 1:52
    Essas informações são privadas,
    não são secretas.
  • 1:53 - 1:57
    Sou eu quem controla a forma
    como as informações são partilhadas.
  • 1:58 - 2:01
    Provavelmente, têm ouvido pessoas
    dizer que há uma tensão fundamental
  • 2:01 - 2:03
    entre a privacidade, por um lado,
  • 2:03 - 2:05
    e a segurança, por outro.
  • 2:06 - 2:08
    Mas as tecnologias que promovem
    a nossa privacidade
  • 2:08 - 2:10
    também promovem a
    nossa segurança.
  • 2:10 - 2:13
    Pensem, por exemplo, em cercas, cadeados,
  • 2:13 - 2:15
    cortinas nas janelas, palavras-passe,
  • 2:15 - 2:17
    "software" de encriptação.
  • 2:18 - 2:19
    Todas estas tecnologias
  • 2:19 - 2:23
    protegem simultaneamente a nossa
    privacidade e a nossa segurança.
  • 2:25 - 2:29
    Já uma vigilância em rede
    não protege nenhuma das duas.
  • 2:29 - 2:31
    Nos últimos anos,
  • 2:31 - 2:34
    o governo federal encarregou
    um grupo de especialistas
  • 2:34 - 2:37
    chamado Conselho de Vigilância
    da Privacidade e das Liberdades Civis
  • 2:37 - 2:41
    de examinar programas governamentais
    de vigilância após o 11 de Setembro,
  • 2:41 - 2:43
    programas de vigilância em rede.
  • 2:43 - 2:46
    Esses especialistas não conseguiram
    encontrar um único exemplo
  • 2:46 - 2:50
    de como esses programas de vigilância
    em rede beneficiam a segurança
  • 2:50 - 2:53
    — não identificaram nem evitaram
    um único ataque terrorista.
  • 2:53 - 2:56
    Sabem para o que é
    que essa informação foi útil?
  • 2:56 - 3:00
    Para ajudar os empregados da NSA
    a espiar os seus interesses românticos.
  • 3:00 - 3:01
    (Risos)
  • 3:03 - 3:05
    Outro exemplo está ainda mais perto.
  • 3:05 - 3:08
    Milhões de pessoas, nos EUA e no mundo,
  • 3:08 - 3:10
    estão a adotar os dispositivos
    conhecidos por "smart-home",
  • 3:10 - 3:14
    por exemplo, sistemas de câmaras
    de vigilância conectados à Internet.
  • 3:14 - 3:16
    Mas todos sabemos que qualquer
    sistema conectado à Internet
  • 3:16 - 3:18
    pode ser pirateado.
  • 3:19 - 3:20
    Então, se um pirata
  • 3:20 - 3:24
    entrar no nosso sistema de vigilância
    da casa com ligação à Internet,
  • 3:24 - 3:27
    eles podem ver-nos
    e à nossa família a sair e a voltar,
  • 3:27 - 3:29
    e encontrar o momento certo
    para atacar.
  • 3:30 - 3:32
    Sabem o que pode ser pirateado
    remotamente?
  • 3:32 - 3:34
    Cortinas.
  • 3:34 - 3:35
    (Risos)
  • 3:35 - 3:36
    Vedações.
  • 3:36 - 3:37
    Fechaduras de portas.
  • 3:37 - 3:38
    (Risos)
  • 3:38 - 3:41
    A privacidade não é inimiga da segurança.
  • 3:41 - 3:43
    É o que a garante.
  • 3:44 - 3:48
    Não obstante, enfrentamos diariamente
    uma propaganda agressiva
  • 3:48 - 3:52
    que nos diz que temos de trocar
    alguma privacidade por segurança,
  • 3:52 - 3:56
    feita por intermédio
    de programas de vigilância.
  • 3:55 - 3:59
    A vigilância facial
    é a tecnologia mais perigosa.
  • 4:00 - 4:05
    Os governos estão a utilizar
    estas tecnologias de duas formas.
  • 4:05 - 4:07
    Uma é o reconhecimento facial.
  • 4:07 - 4:10
    Que é a identificação
    de alguém numa imagem.
  • 4:10 - 4:12
    A segunda é a vigilância facial,
  • 4:12 - 4:14
    que pode ser usada em combinação
  • 4:14 - 4:17
    com redes de câmaras de vigilância
    e bases de dados
  • 4:17 - 4:21
    para criar registos de todos
    os movimentos públicos das pessoas,
  • 4:21 - 4:23
    dos seus hábitos e associações,
  • 4:23 - 4:26
    criando na prática um pan-ótico digital.
  • 4:27 - 4:29
    Isto é um pan-ótico.
  • 4:29 - 4:33
    Uma prisão concebida para permitir
    que alguns guardas no centro
  • 4:33 - 4:37
    monitorizem tudo o que acontece
    nas celas à volta do perímetro.
  • 4:37 - 4:40
    As pessoas nas celas desta prisão
    não conseguem ver o interior
  • 4:40 - 4:42
    da torre dos guardas,
  • 4:42 - 4:46
    mas os guardas conseguem ver
    cada centímetro dessas celas.
  • 4:47 - 4:49
    A ideia aqui
  • 4:49 - 4:52
    é que, se as pessoas
    nestas celas souberem
  • 4:52 - 4:54
    que estão a ser observadas todo o tempo,
  • 4:54 - 4:56
    ou que podem estar,
  • 4:56 - 4:57
    vão comportar-se de acordo com isso.
  • 4:57 - 5:01
    igualmente, a vigilância facial
    permite que uma autoridade centralizada
  • 5:01 - 5:03
    neste caso, o estado
  • 5:03 - 5:06
    monitorize a totalidade
    do movimento e associações humanas
  • 5:06 - 5:08
    no espaço público.
  • 5:08 - 5:10
    E é assim que se passa na vida real.
  • 5:11 - 5:14
    Neste caso, não é um guarda numa torre,
  • 5:14 - 5:16
    mas antes um polícia analista
  • 5:16 - 5:18
    num centro de espionagem.
  • 5:18 - 5:21
    A prisão expande-se para além das
    suas paredes,
  • 5:21 - 5:23
    envolvendo todos,
  • 5:23 - 5:25
    em qualquer lugar em
    todos os momentos.
  • 5:26 - 5:28
    Numa sociedade livre,
  • 5:28 - 5:31
    isto devia aterrorizar-nos a todos.
  • 5:32 - 5:34
    Durante décadas, temos visto
    programas policiais
  • 5:34 - 5:36
    que apresentam a narrativa
  • 5:36 - 5:38
    de que tecnologias
    como a vigilância facial
  • 5:38 - 5:40
    em última análise, servem o bem público.
  • 5:40 - 5:43
    Mas a vida real não é
    nenhum drama policial.
  • 5:44 - 5:46
    O mau da fita nem sempre age,
  • 5:46 - 5:49
    os policias definitivamente
    não são sempre os bons da fita
  • 5:49 - 5:52
    e a tecnologia nem sempre funciona.
  • 5:53 - 5:55
    Tomem como exemplo o
    caso de Steve Talley,
  • 5:55 - 5:57
    um analista financeiro
    numa empresa no Colorado.
  • 5:57 - 6:01
    Em 2015, Talley foi detido
    e foi acusado de roubo bancário
  • 6:01 - 6:05
    com base num erro
    no sistema de reconhecimento facial.
  • 6:05 - 6:06
    Talley contestou o caso,
  • 6:06 - 6:09
    e essas acusações acabaram
    por ser esclarecidas.
  • 6:09 - 6:11
    Mas enquanto estava a ser
    acusado pelo estado,
  • 6:11 - 6:15
    perdeu a casa, o trabalho e os filhos.
  • 6:16 - 6:18
    O caso do Steve Talle é um exemplo
  • 6:18 - 6:20
    do que pode acontecer
    quando a tecnologia falha.
  • 6:21 - 6:24
    Mas a vigilância facial
    é igualmente perigosa
  • 6:24 - 6:26
    quando funciona como anunciado.
  • 6:27 - 6:30
    Considerem apenas
    como poderá ser insignificante
  • 6:30 - 6:32
    para o governo
    colocar uma câmara de vigilância
  • 6:32 - 6:36
    no exterior de um edifício usado para
    encontros dos Alcoólicos Anónimos.
  • 6:37 - 6:39
    Eles podem conectar essa câmara
  • 6:39 - 6:42
    a um algoritmo de reconhecimento
    facial e a uma base de dados,
  • 6:42 - 6:44
    carregar num botão e aguardar
  • 6:44 - 6:46
    enquanto recolhem registos de cada pessoa
  • 6:46 - 6:48
    que recebe tratamento para o alcoolismo.
  • 6:48 - 6:50
    Seria fácil para uma agência do governo
  • 6:50 - 6:53
    usar esta tecnologia para
    identificar automaticamente
  • 6:53 - 6:56
    cada pessoa que compareceu
    na Women's March
  • 6:56 - 6:58
    ou no protesto de Black Lives Matter.
  • 6:59 - 7:03
    Até a indústria tecnológica está ciente
    da gravidade deste problema.
  • 7:04 - 7:08
    O presidente da Microsoft, Brad Smith,
    pediu ao Congresso que interviesse.
  • 7:09 - 7:11
    Quanto à Google, recusou publicamente
  • 7:11 - 7:14
    o envio de produtos
    de reconhecimento facial,
  • 7:14 - 7:18
    em parte devido a estas graves
    preocupações humanas e de direitos civis.
  • 7:19 - 7:20
    E isto é algo positivo.
  • 7:21 - 7:23
    Porque, em última instância,
  • 7:23 - 7:26
    proteger a nossa sociedade aberta
    é muito mais importante
  • 7:26 - 7:28
    que o lucro corporativo.
  • 7:29 - 7:31
    A campanha nacional da ACLU
  • 7:31 - 7:33
    para levar o governo a recuar
  • 7:33 - 7:36
    na adoção destas tecnologias perigosas
  • 7:36 - 7:40
    levou a um questionamento sensato
    por parte de alguns pensadores.
  • 7:40 - 7:43
    O que é que faz com que esta tecnologia
    em particular seja tão perigosa?
  • 7:44 - 7:46
    Porque é que não podemos apenas regulá-la?
  • 7:46 - 7:49
    Abreviando, porquê o alarme?
  • 7:49 - 7:54
    A vigilância facial é especialmente
    perigosa por duas razões relacionadas.
  • 7:54 - 7:57
    Uma é a natureza da tecnologia em si.
  • 7:57 - 8:00
    E a segunda é que o nosso sistema
  • 8:00 - 8:04
    carece fundamentalmente de supervisão
    e de mecanismos de responsabilidade
  • 8:04 - 8:06
    que seriam necessários
  • 8:06 - 8:09
    para garantir que não haveria abusos
    nas mãos do governo.
  • 8:11 - 8:15
    Primeiro, a vigilância facial permite
    uma forma total de vigilância
  • 8:16 - 8:18
    nunca antes possível.
  • 8:18 - 8:22
    Cada pessoa, cada visita
    a casa de um amigo,
  • 8:22 - 8:24
    ao escritório do governo,
  • 8:24 - 8:26
    a uma casa de culto,
  • 8:26 - 8:27
    a uma Paternidade Planeada,
  • 8:27 - 8:29
    a uma loja de canábis,
  • 8:29 - 8:30
    a um bar de "strip";
  • 8:31 - 8:34
    todos e quaisquer movimentos
    hábitos e associações
  • 8:34 - 8:35
    de uma pessoa no espaço público,
  • 8:36 - 8:37
    documentadas e catalogadas,
  • 8:37 - 8:39
    não num dia só, mas todos os dias,
  • 8:39 - 8:42
    apenas pressionando um botão.
  • 8:42 - 8:45
    Este tipo de vigilância
    totalitária em massa
  • 8:45 - 8:49
    ameaça fundamentalmente aquilo
    que significa viver numa sociedade livre.
  • 8:49 - 8:51
    A liberdade de expressão,
    a liberdade de associação,
  • 8:51 - 8:53
    a liberdade religiosa,
  • 8:53 - 8:54
    a liberdade de imprensa,
  • 8:54 - 8:55
    a nossa privacidade,
  • 8:55 - 8:58
    o nosso direito de sermos deixados
    em paz.
  • 8:58 - 9:00
    Talvez estejam a pensar:
  • 9:00 - 9:03
    "OK, mas há muitas formas
    de o governo nos espiar."
  • 9:03 - 9:05
    E sim, é verdade,
  • 9:05 - 9:07
    o governo pode rastrear-nos
    a partir dos telemóveis,
  • 9:07 - 9:10
    mas, se eu for fazer um aborto,
  • 9:10 - 9:13
    ou comparecer num encontro politico,
  • 9:13 - 9:16
    ou mesmo se telefonar para o trabalho
    a dizer que estou doente
  • 9:16 - 9:17
    mas depois vou para a praia ...
  • 9:17 - 9:18
    (Risos)
  • 9:18 - 9:20
    eu posso deixar o meu telemóvel em casa.
  • 9:21 - 9:24
    Eu não posso deixar a minha cara em casa.
  • 9:25 - 9:28
    E isto leva-me
    à minha segunda preocupação:
  • 9:28 - 9:31
    Como é que podemos regular
    significativamente esta tecnologia.
  • 9:32 - 9:36
    Hoje, se o governo quiser saber
    onde estive a semana passada,
  • 9:36 - 9:38
    não consegue entrar
    numa máquina do tempo
  • 9:38 - 9:40
    e andar para trás no tempo
  • 9:40 - 9:42
    para me perseguirem.
  • 9:42 - 9:44
    E neste momento, a policia local
  • 9:44 - 9:47
    também não mantém qualquer
    sistema centralizado de rastreamento,
  • 9:48 - 9:51
    onde catalogam todas as pessoas,
    e os seus movimentos no espaço público,
  • 9:51 - 9:54
    para o caso de a informação
    vier a tornar-se útil um dia.
  • 9:55 - 9:58
    Hoje, se o governo quer saber onde é
    que eu estive a semana passada,
  • 9:58 - 10:00
    ou o mês passado, ou o ano passado,
  • 10:00 - 10:02
    têm de ir ter com um juiz,
    obter um mandado
  • 10:02 - 10:05
    e depois apresentar esse mandado
    na companhia de telecomunicações,
  • 10:05 - 10:09
    que, a propósito, tem interesse financeiro
    em proteger a minha privacidade.
  • 10:09 - 10:11
    Com a vigilância facial,
  • 10:11 - 10:13
    essas limitações deixam de existir.
  • 10:13 - 10:18
    Isto é uma tecnologia
    100% controlada pelo governo.
  • 10:19 - 10:24
    Então, como poderia funcionar
    o pedido de um mandado neste contexto?
  • 10:24 - 10:27
    É o governo que vai a um juiz
    e requer um mandado
  • 10:27 - 10:30
    e depois aplica o mandado a si mesmo?
  • 10:30 - 10:32
    Isso seria como oferecer-vos
    o meu diário e dizer:
  • 10:32 - 10:35
    "Toma lá, podes guardá-lo para sempre,
  • 10:35 - 10:38
    "mas só podes lê-lo quando eu disser OK."
  • 10:38 - 10:40
    Então o que é que podemos fazer?
  • 10:41 - 10:45
    A única resposta a esta ameaça
    feita pelo governo
  • 10:45 - 10:47
    quanto ao uso da vigilância facial
  • 10:47 - 10:52
    é rejeitar a capacidade do governo
    em violar a confiança pública
  • 10:52 - 10:54
    negando a capacidade do governo
  • 10:54 - 10:58
    de construir estes espaços internos
    de redes de vigilância facial.
  • 10:58 - 11:00
    É isso exatamente o que estamos a fazer.
  • 11:01 - 11:04
    A campanha nacional
    de que a ACLU faz parte
  • 11:04 - 11:08
    serve para desacelerar o uso
    destas tecnologias perigosas pelo Governo.
  • 11:08 - 11:10
    Já fomos bem sucedidos,
  • 11:10 - 11:13
    de São Francisco
    a Somerville, em Massachusetts.
  • 11:13 - 11:15
    Temos aprovado proibições municipais
  • 11:15 - 11:17
    ao uso dessas tecnologias
    por parte dos municípios.
  • 11:17 - 11:21
    E muitas outras comunidades
    aqui em Massachussetts e por todo o país
  • 11:21 - 11:23
    estão a debater medidas similares.
  • 11:23 - 11:27
    Algumas pessoas têm-me dito que
    este movimento está destinado a falhar.
  • 11:27 - 11:30
    Porque, em última análise,
    a tecnologia já existe,
  • 11:30 - 11:33
    e será implementada em qualquer contexto
  • 11:33 - 11:36
    por qualquer governo em qualquer lado.
  • 11:38 - 11:40
    A privacidade morreu, não é?
  • 11:40 - 11:42
    Assim se desenrola a narrativa.
  • 11:43 - 11:45
    Bem, eu recuso-me a aceitar
    essa narrativa.
  • 11:46 - 11:47
    E vocês também deviam recusar.
  • 11:48 - 11:52
    Não podemos deixar o Jeff Bezos ou o FBI
  • 11:52 - 11:56
    determinar as fronteiras
    da nossa liberdade no século XXI.
  • 11:57 - 12:00
    Se nós vivemos numa democracia,
  • 12:00 - 12:02
    estamos no lugar do condutor,
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    modelando o nosso futuro coletivo.
  • 12:05 - 12:07
    Estamos numa bifurcação
    da estrada, neste momento.
  • 12:07 - 12:10
    Podemos continuar com os negócios,
    como normalmente,
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    permitindo que os governos
    adotem e implementem
  • 12:12 - 12:14
    estas tecnologias sem verificação
  • 12:14 - 12:17
    nas nossas comunidades,
    nas ruas e nas escolas,
  • 12:17 - 12:22
    ou podemos tomar uma ação corajosa agora
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    e pressionar o governo a deixar
    de usar a vigilância facial
  • 12:27 - 12:28
    e proteger a nossa privacidade
  • 12:28 - 12:31
    e construir um futuro mais seguro e livre
  • 12:31 - 12:33
    para todos nós.
  • 12:33 - 12:34
    Muito obrigada.
  • 12:34 - 12:36
    (Aplausos)
Title:
O que precisamos saber sobre vigilância facial
Speaker:
Kade Crockford
Description:

A privacidade não morreu, mas a vigilância facial pode acabar com ela, diz a defensora de direitos civis Kade Crockford. Numa palestra reveladora, Kade sublinha as razões surpreendentes desta tecnologia invasiva — alimentada por bases de dados para reconhecimento facial que rastreiam as pessoas sem o seu conhecimento e que muitas vezes têm falhas — apresenta ameaças sem precedentes aos nossos direitos fundamentais. Conheçam o que pode ser feito para proibir o seu uso pelos governos antes que seja tarde demais.

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Video Language:
English
Team:
closed TED
Project:
TEDTalks
Duration:
12:49

Portuguese subtitles

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