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O Kabuki: A arte dramática do povo - Amanda Mattes

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    Muitos elementos
    da cultura japonesa tradicional,
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    como a comida
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    e as artes marciais,
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    são famosos em todo o mundo.
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    O Kabuki, um tipo de apresentação
    teatral clássica,
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    talvez não seja tão bem
    compreendido no Ocidente,
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    mas evoluiu ao longo de 400 anos,
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    a ponto de ainda manter sua influência
    e popularidade nos dias atuais.
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    A palavra Kabuki é derivada
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    do verbo japonês kabuku,
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    que significa "fora do comum" ou "bizarro".
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    Sua história começou em Quioto,
    no início do século XVII,
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    onde uma jovem serviçal de santuário,
    chamada Izumo no Okuni,
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    usava como palco o leito seco
    do rio Kamo, na cidade,
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    para apresentar danças incomuns
    aos transeuntes,
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    que achavam suas ousadas
    paródias de orações budistas
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    divertidas e fascinantes.
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    Logo, outros grupos começaram
    a se apresentar
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    usando o mesmo estilo,
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    e o Kabuki fez história
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    como a primeira forma
    de apresentação dramática do Japão
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    que atendia ao povo comum.
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    Com o auxílio de maquiagem, ou keshou,
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    e expressões faciais em vez de máscaras,
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    enfocando eventos históricos
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    e a vida cotidiana, em vez
    de fábulas populares,
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    o Kabuki se distinguiu
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    da forma de dança teatral
    de alta classe,
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    conhecida como Noh,
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    e possibilitou um comentário
    singular na sociedade
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    durante o período Edo.
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    A princípio, a dança era realizada
    apenas por mulheres
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    e era comumente chamada
    de Onna-Kabuki.
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    Ela logo evoluiu para
    uma apresentação em grupo
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    e tornou-se uma atração comum
    em casas de chá,
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    atraindo públicos de todas
    as classes sociais.
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    A essa altura, o Onna-Kabuki
    era uma apresentação sensual,
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    já que as gueixas se apresentavam
    não apenas para mostrar
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    suas habilidades de canto e dança,
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    mas também para exibir seus corpos
    a possíveis clientes.
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    Uma proibição da conservadora
    ditadura militar Tokugawa,
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    em 1629,
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    levou ao surgimento
    do Wakashu-Kabuki,
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    com jovens rapazes como atores.
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    Mas quando isso também
    foi proibido por razões similares,
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    houve uma transição
    para o Yaro-Kabuki,
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    apresentado por homens,
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    sendo necessários trajes
    e maquiagem elaborados
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    para os que atuavam
    em papeis femininos,
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    os onnagata.
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    As tentativas do governo
    de controlar o Kabuki
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    não parou nas proibições
    quanto ao gênero
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    ou à idade dos atores.
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    O grupo militar Tokugawa,
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    ou Bakufu,
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    foi alimentado pelos ideais de Confúcio
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    e, com frequência, decretava sanções
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    sobre os tecidos desses trajes,
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    as armas usadas em cena
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    e o tema da apresentação.
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    Ao mesmo tempo,
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    o Kabuki tornou-se
    intimamente associado
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    e influenciado pelo Bunraku,
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    um forma elaborada
    de teatro de bonecos.
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    Devido a essas influências,
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    a dança antes espontânea
    e em ato único,
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    evoluiu para uma peça estruturada
    de cinco atos,
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    geralmente baseada nos princípios
    da filosofia de Confúcio.
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    Antes de 1868, quando
    a ditadura militar de Tokugawa caiu
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    e o imperador Meiji retomou o poder,
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    o Japão instaurou o isolamento
    de outros países,
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    ou Sakoku.
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    E assim, o desenvolvimento do Kabuki
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    foi moldado principalmente
    por influências internas.
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    Mas mesmo antes desse período,
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    artistas europeus, como Claude Monet,
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    ficaram interessados
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    e foram inspirados pela arte nipônica,
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    como a técnica de gravura japonesa,
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    bem como as apresentações ao vivo.
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    Depois de 1868, outros,
    como Vincent van Gogh
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    e o compositor Claude Debussy,
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    começaram a incorporar as influências
    do Kabuki em suas obras,
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    enquanto o próprio Kabuki passava
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    por muita mudança e experimentação
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    para se adaptar à era moderna.
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    Como outras formas tradicionais de arte,
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    o Kabuki perdeu popularidade
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    em decorrência
    da Segunda Guerra Mundial.
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    Mas inovações de artistas
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    como o diretor Tetsuji Takechi
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    levaram ao seu reaparecimento
    logo depois.
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    De fato, o Kabuki foi até considerado
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    uma forma popular de entretenimento
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    para as tropas americanas
    instaladas no Japão,
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    apesar da censura americana inicial
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    das tradições japonesas.
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    Hoje, o Kabuki ainda vive
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    como uma parte integrante
    da rica herança cultural japonesa,
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    expandindo sua influência além do palco,
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    para a televisão, os filmes, e as animes.
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    O tipo de arte precursora de Okuni
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    continua a encantar plateias
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    com a maquiagem elaborada dos atores,
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    os trajes delicada
    e extravagantemente bordados
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    e o inconfundível melodrama
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    das histórias contadas no palco.
Title:
O Kabuki: A arte dramática do povo - Amanda Mattes
Speaker:
Amanda Mattes
Description:

Veja a lição completa: http://ed.ted.com/lessons/kabuki-the-people-s-dramatic-art-amanda-mattes

<i>Kabuki</i>, arte japonesa de dança e teatro, termo que deriva da palavra <i>kabuku</i>, que significa "fora do comum", surgiu nas ruas de Quioto, no século XVII. O Kabuki tornou-se uma arte dramática para o povo comum, com uso de maquiagem e expressões faciais em vez de máscaras, bem como uma abordagem divertida sobre os acontecimentos do momento. Amanda Mattes mostra a evolução do Kabuki e seu lugar na rica herança cultural do Japão.

Lição de Amanda Mattes, animação de Tom Gran.

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Video Language:
English
Team:
closed TED
Project:
TED-Ed
Duration:
04:16

Portuguese, Brazilian subtitles

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