Como minha mente voltou à vida e ninguém sabia | Martin Pistorius | TEDxKC
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0:19 - 0:24Imaginem não conseguir dizer:
"Estou com fome", "Estou sentindo dor", -
0:24 - 0:27"Obrigado", ou "Eu te amo";
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0:27 - 0:32estar preso em seu próprio corpo,
um corpo que não responde a seus comandos; -
0:32 - 0:35cercado de pessoas,
mas, ainda assim, sozinho, -
0:35 - 0:41desejando poder interagir,
relacionar-se, confortar, participar. -
0:41 - 0:45Durante longos 13 anos,
essa foi a minha realidade. -
0:45 - 0:51A maioria de nós jamais pensa duas vezes
em conversar, em se comunicar. -
0:51 - 0:56Já pensei muito nisso.
Tive muito tempo para pensar. -
0:56 - 1:01Nos primeiros 12 anos da minha vida,
fui um garoto normal, feliz e saudável. -
1:01 - 1:05Então, tudo mudou.
Tive uma infecção no cérebro. -
1:05 - 1:07Os médicos não sabiam ao certo o que era,
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1:07 - 1:10mas me trataram
da melhor forma que podiam. -
1:10 - 1:13Porém, fui piorando progressivamente.
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1:13 - 1:17Acabei perdendo a capacidade
de controlar meus movimentos, -
1:17 - 1:23de fazer contato visual
e, por fim, minha capacidade de falar. -
1:23 - 1:27Enquanto estava no hospital,
eu queria desesperadamente ir para casa. -
1:27 - 1:30Disse à minha mãe: "Quando casa?"
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1:30 - 1:35Foram as últimas palavras
que falei com minha própria voz. -
1:35 - 1:38Acabei tendo resultado negativo
em todos os testes de consciência. -
1:38 - 1:41Disseram aos meus pais
que eu não estava mais ali, -
1:41 - 1:46um vegetal, com a inteligência
de um bebê de três meses de idade. -
1:46 - 1:50Disseram que me levassem para casa
e tentassem me deixar confortável -
1:50 - 1:52até que eu morresse.
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1:52 - 1:55A vida dos meus pais e, na verdade,
a de toda a minha família -
1:55 - 2:00passou a ser tomar conta de mim
da melhor forma que podiam. -
2:00 - 2:02Os amigos deles se afastaram.
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2:02 - 2:06Um ano virou dois, dois viraram três.
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2:06 - 2:10Parecia que a pessoa que um dia
eu havia sido começava a desaparecer. -
2:10 - 2:13As peças de Lego
e os circuitos eletrônicos -
2:13 - 2:15que eu adorava na infância
foram guardados. -
2:15 - 2:20Mudaram-me do meu quarto
para um outro quarto mais prático. -
2:20 - 2:22Eu havia me tornado um fantasma,
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2:22 - 2:26uma memória vaga de um menino
que as pessoas um dia conheceram e amaram. -
2:26 - 2:30Enquanto isso, minha mente
começou a se recompor. -
2:30 - 2:33Gradualmente, minha consciência
começou a retornar, -
2:33 - 2:36mas ninguém havia percebido
que eu tinha voltado à vida. -
2:36 - 2:40Eu estava consciente de tudo,
como qualquer pessoa normal. -
2:40 - 2:43Eu conseguia ver e entender tudo,
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2:43 - 2:46mas não via uma forma
de contar isso aos outros. -
2:46 - 2:50Minha personalidade estava sepultada
num corpo aparentemente silencioso, -
2:50 - 2:55uma mente vibrante escondida,
em plena vista, dentro de uma crisálida. -
2:55 - 2:57Dei-me conta da dura realidade
de que eu ia passar -
2:57 - 3:00o resto da minha vida
preso dentro de mim mesmo, -
3:00 - 3:02totalmente sozinho.
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3:02 - 3:05Eu estava preso, acompanhado
apenas de meus pensamentos. -
3:05 - 3:08Jamais seria resgatado.
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3:08 - 3:11Ninguém jamais me mostraria ternura.
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3:11 - 3:13Jamais conversaria com um amigo.
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3:13 - 3:16Jamais alguém me amaria.
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3:16 - 3:20Eu não tinha sonhos,
esperança, nada a almejar. -
3:20 - 3:22Bem, nada agradável.
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3:22 - 3:25Eu vivia com medo e, sendo bem franco,
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3:25 - 3:28esperava que a morte
finalmente me libertasse, -
3:28 - 3:32esperando morrer totalmente sozinho
numa casa de repouso. -
3:32 - 3:36Não sei se é realmente possível
expressar em palavras -
3:36 - 3:39como é não poder se comunicar.
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3:39 - 3:42Sua personalidade parece desaparecer
em um névoa pesada -
3:42 - 3:45e todas as suas emoções
e desejos ficam presos, -
3:45 - 3:48sufocados e silenciados dentro de você.
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3:48 - 3:52Para mim, o pior era a sensação
de total impotência. -
3:52 - 3:54Eu apenas existia.
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3:54 - 4:01É um lugar bastante escuro de se estar
porque, de certa forma, você desaparece. -
4:01 - 4:04Outras pessoas controlavam
todos os aspectos da minha vida. -
4:04 - 4:06Decidiam o que e quando eu ia comer,
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4:06 - 4:10se eu ficaria deitado de lado
ou atado à minha cadeira de rodas. -
4:10 - 4:14Geralmente passava os meus dias
de frente para a TV, -
4:14 - 4:16assistindo a reprises de Barney.
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4:16 - 4:19Acho que pelo fato de Barney
ser tão feliz e alegre, -
4:19 - 4:23e eu com certeza não era,
isso deixava a coisa ainda pior. -
4:23 - 4:27Eu estava completamente incapaz
de mudar qualquer coisa em minha vida -
4:27 - 4:29ou a percepção das pessoas a meu respeito.
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4:29 - 4:33Eu era um silencioso e invisível
observador do comportamento alheio -
4:33 - 4:35enquanto achavam que ninguém os observava.
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4:35 - 4:39Infelizmente, eu não era
apenas um observador. -
4:39 - 4:43Sem conseguir me comunicar,
tornei-me a vítima perfeita: -
4:43 - 4:47um objeto indefeso,
aparentemente sem sentimentos, -
4:47 - 4:51que as pessoas usavam para realizar
seus desejos mais obscuros. -
4:51 - 4:55Durante mais de dez anos,
as pessoas incumbidas de cuidar de mim -
4:55 - 4:58maltrataram-me fisicamente,
verbalmente e sexualmente. -
4:58 - 5:02Eu sentia tudo, apesar de acharem que não.
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5:02 - 5:07Na primeira vez em que aconteceu,
fiquei chocado e não pude acreditar. -
5:07 - 5:09Como podiam fazer isso comigo?
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5:09 - 5:13Fiquei confuso. O que eu havia feito
para merecer isso? -
5:13 - 5:17Parte de mim queria chorar
e outra parte queria brigar. -
5:17 - 5:21Dor, tristeza e raiva me inundaram.
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5:21 - 5:26Eu me senti desprezível.
Não havia ninguém para me confortar. -
5:26 - 5:29Mas meus pais não sabiam
que isso estava acontecendo. -
5:29 - 5:33Eu vivia aterrorizado,
sabendo que aconteceria outras vezes. -
5:33 - 5:39Só não dava para saber quando.
Só sabia que eu jamais seria o mesmo. -
5:39 - 5:43Eu me lembro de, uma vez,
ouvir a Whitney Houston cantando: -
5:43 - 5:48"Não importa o que tirarem de mim,
não podem tirar minha dignidade". -
5:48 - 5:52E pensei comigo mesmo: "Será?"
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5:53 - 5:57Talvez meus pais pudessem
ter descoberto e ter ajudado, -
5:57 - 5:59mas os anos de constantes cuidados,
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5:59 - 6:02tendo de acordar de duas
em duas horas para me virar, -
6:02 - 6:05além de eles basicamente estarem
de luto pela perda do filho deles, -
6:05 - 6:09haviam desgastado minha mãe e meu pai.
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6:09 - 6:12Depois de uma das discussões
pesadas que eles tinham, -
6:12 - 6:15num momento de total desespero,
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6:15 - 6:18minha mãe virou-se para mim
e me disse que eu devia morrer. -
6:20 - 6:23Fiquei chocado, mas ao refletir
sobre o que ela havia dito, -
6:23 - 6:27fui tomado por enorme compaixão
e amor pela minha mãe, -
6:27 - 6:30embora eu não pudesse fazer nada.
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6:30 - 6:35Houve vários momentos em que desisti,
mergulhando em um abismo escuro. -
6:35 - 6:38Eu me lembro de um momento
triste, em particular. -
6:38 - 6:41Meu pai me deixou sozinho no carro
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6:41 - 6:44enquanto foi rapidamente
comprar algo numa loja. -
6:44 - 6:47Uma pessoa passou perto do carro,
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6:47 - 6:51olhou para mim e sorriu.
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6:51 - 6:54Nunca saberei o porquê,
mas aquele simples gesto, -
6:54 - 6:56um breve momento de conexão humana,
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6:56 - 7:01mudou o meu humor,
me fazendo querer continuar. -
7:01 - 7:04Minha existência
foi torturada pela monotonia, -
7:04 - 7:08realidade que normalmente
era pesada demais para eu suportar. -
7:08 - 7:12Sozinho com meus pensamentos,
criava fantasias complexas -
7:12 - 7:15de formigas andando pelo chão.
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7:15 - 7:20Aprendi a saber as horas
pela posição das sombras. -
7:20 - 7:24Ao aprender como as sombras mudavam
de lugar conforme as horas passavam, -
7:24 - 7:29eu sabia quanto tempo ia levar até alguém
me pegar e me levar para casa. -
7:29 - 7:35Ver meu pai entrar pela porta
para me levar era o melhor momento do dia. -
7:35 - 7:38Minha mente se tornou
uma ferramenta que eu podia usar -
7:38 - 7:41tanto para me fechar
e me abster da minha realidade -
7:41 - 7:45quanto para me expandir num espaço gigante
que eu podia preencher com fantasias. -
7:45 - 7:48Eu esperava que minha realidade mudasse
-
7:48 - 7:50e que alguém percebesse
que eu havia voltado à vida. -
7:50 - 7:53Mas eu havia sido apagado,
como um castelo de areia -
7:53 - 7:55construído perto demais das ondas,
-
7:55 - 7:59e no meu lugar estava uma pessoa
que os outros esperavam que eu fosse. -
7:59 - 8:03Para alguns, eu era o Martin,
uma concha vazia, um vegetal, -
8:03 - 8:08merecedor de xingamentos,
rejeição e até mesmo agressões. -
8:08 - 8:11Para outros, eu era o menino
que sofreu um trágico dano cerebral -
8:11 - 8:13e que tinha crescido
e se tornado um homem, -
8:13 - 8:16alguém com quem eles eram gentis
e de quem cuidavam. -
8:16 - 8:19Fosse como fosse,
eu era uma tela em branco -
8:19 - 8:23sobre a qual diferentes versões
de mim mesmo eram projetadas. -
8:23 - 8:26Foi necessário que uma nova pessoa
me visse de forma diferente. -
8:26 - 8:30Uma aromaterapeuta começou
a ir à casa de repouso uma vez por semana. -
8:30 - 8:33Não sei se por intuição
ou se por prestar atenção a detalhes -
8:33 - 8:36que outras pessoas não percebiam,
-
8:36 - 8:40ela se convenceu de que eu conseguia
entender o que os outros diziam. -
8:40 - 8:43Ela insistiu que meus pais me levassem
a especialistas para fazer testes -
8:43 - 8:46de comunicação aumentativa e alternativa.
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8:46 - 8:48Um ano depois,
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8:48 - 8:52eu estava usando um programa
de computador para me comunicar. -
8:52 - 8:56Era emocionante,
mas, às vezes, frustrante. -
8:56 - 8:58Eu tinha tanto em minha mente para dizer,
-
8:58 - 9:00que não conseguia esperar
para poder compartilhar. -
9:00 - 9:05Às vezes, eu dizia coisas para mim mesmo,
só porque podia fazer isso. -
9:05 - 9:08Dentro de mim mesmo,
eu tinha uma plateia pronta, -
9:08 - 9:11e eu acreditava que, expressando
meus pensamentos e desejos, -
9:11 - 9:13os outros também os ouviriam.
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9:13 - 9:15Mas, conforme fui me comunicando mais,
-
9:15 - 9:18percebi que, na verdade,
era apenas o começo -
9:18 - 9:21da criação de uma nova voz para mim.
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9:21 - 9:25Fui lançado em um mundo
com que eu ainda não sabia como lidar. -
9:25 - 9:27Parei de ir para a casa de repouso
-
9:27 - 9:31e consegui meu primeiro emprego
como fotocopiador. -
9:31 - 9:35Embora pareça simples, era incrível.
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9:35 - 9:37Meu novo mundo era realmente empolgante,
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9:37 - 9:39mas geralmente bastante
esmagador e assustador. -
9:39 - 9:41Eu era como um homem-criança
-
9:41 - 9:45e, embora essa experiência
fosse libertadora, era difícil para mim. -
9:45 - 9:49Também vi que muitos
dos que me conheciam havia muito tempo -
9:49 - 9:53achavam impossível abandonar a imagem
do Martin que tinham na mente. -
9:53 - 9:57Pessoas que eu conhecera havia pouco
tinham dificuldade em não notar -
9:57 - 10:00um homem calado numa cadeira de rodas.
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10:00 - 10:02Percebi que algumas pessoas só me ouviam
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10:02 - 10:06se o que eu dissesse estivesse
de acordo com o que esperavam. -
10:06 - 10:10Caso contrário, era desconsiderado
e faziam o que achavam melhor. -
10:10 - 10:12Descobri que a verdadeira comunicação
-
10:12 - 10:16é mais do que simplesmente
transmitir uma mensagem fisicamente. -
10:16 - 10:19É ter a mensagem ouvida e respeitada.
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10:21 - 10:23Mesmo assim, as coisas estavam indo bem.
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10:23 - 10:26Meu corpo estava
lentamente ficando mais forte. -
10:26 - 10:28Eu tinha um emprego
em computação que eu adorava -
10:28 - 10:33e já tinha até o Kojak, o cão
com que sonhei durante anos. -
10:33 - 10:37Porém, eu ansiava compartilhar
minha vida com alguém. -
10:37 - 10:41Eu me lembro de olhar pela janela do carro
enquanto meu pai me trazia do trabalho, -
10:41 - 10:46pensando que eu tinha muito amor
dentro de mim e ninguém a quem dedicá-lo. -
10:46 - 10:51Justamente quando eu tinha aceitado
ficar solteiro pelo resto da vida, -
10:51 - 10:52conheci a Joan.
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10:52 - 10:56Joan é não só a melhor coisa
que já me aconteceu, -
10:56 - 11:01mas me ajudou a desafiar minhas próprias
percepções equivocadas sobre mim mesmo. -
11:01 - 11:05Joan disse que foi por causa de minhas
palavras que ela se apaixonou por mim. -
11:05 - 11:08Porém, depois de tudo
por que eu havia passado, -
11:08 - 11:10ainda não conseguia deixar a crença
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11:10 - 11:13de que ninguém poderia realmente
ver além da minha deficiência -
11:13 - 11:16e me aceitar como sou.
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11:16 - 11:20Eu também tinha muita dificuldade
em entender que eu era um homem. -
11:20 - 11:23Na primeira vez em que alguém
se referiu a mim como um homem, -
11:23 - 11:25eu fiquei surpreso.
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11:25 - 11:30Quis olhar em volta
e perguntar: "Quem? Eu?" -
11:30 - 11:32Tudo isso mudou com Joan.
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11:32 - 11:34Temos uma ligação incrível
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11:34 - 11:38e aprendi o quanto é importante
comunicar-se de forma aberta e franca. -
11:38 - 11:43Eu me senti seguro e confiante
para dizer o que eu realmente pensava. -
11:43 - 11:47Comecei a me sentir inteiro de novo,
um homem merecedor de amor. -
11:47 - 11:50Comecei a redesenhar o meu destino.
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11:50 - 11:52Passei a me impor
um pouco mais no trabalho. -
11:52 - 11:56Deixava clara, às pessoas ao redor,
a minha necessidade de independência. -
11:56 - 12:01Ganhar um meio de me comunicar mudou tudo.
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12:01 - 12:05Eu usava o poder das palavras e da vontade
para mudar as preconcepções -
12:05 - 12:08das pessoas à minha volta,
e as minhas sobre mim mesmo. -
12:08 - 12:11A comunicação é o que nos torna humanos,
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12:11 - 12:14permitindo que nos conectemos,
no nível mais profundo, -
12:14 - 12:17àqueles à nossa volta,
contando nossas próprias histórias, -
12:17 - 12:21expressando vontades,
necessidades e desejos, -
12:21 - 12:24ou ouvindo atentamente as dos outros.
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12:24 - 12:27É assim que o mundo sabe quem nós somos.
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12:27 - 12:30Então, quem somos nós sem isso?
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12:30 - 12:33A comunicação verdadeira
aumenta a compreensão -
12:33 - 12:38e gera um mundo mais amável e compadecido.
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12:38 - 12:41Antes, eu era percebido
como um objeto inanimado, -
12:41 - 12:44um fantasma, sem consciência,
de um menino numa cadeira de rodas. -
12:44 - 12:46Hoje, sou muito mais que isso.
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12:46 - 12:49Sou marido, filho, amigo,
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12:49 - 12:53irmão, empresário, formado com honras,
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12:53 - 12:55fotógrafo amador dedicado.
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12:55 - 13:00Foi a minha capacidade de me comunicar
que me deu tudo isso. -
13:00 - 13:04Dizem que as atitudes
falam mais que palavras. -
13:04 - 13:06Mas eu me pergunto:
-
13:06 - 13:08"Será?"
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13:09 - 13:11Nossas palavras, independentemente
de como as comuniquemos, -
13:11 - 13:13também têm o mesmo poder.
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13:13 - 13:17Seja falando-as com nossa própria voz,
digitando-as com nossos olhos, -
13:17 - 13:22ou comunicando-as de forma não verbal
a alguém que as fale por nós, -
13:22 - 13:25as palavras são uma de nossas
mais poderosas ferramentas. -
13:26 - 13:29Estou aqui com vocês depois de passar
por uma escuridão terrível, -
13:29 - 13:33tirado dela por pessoas que se importaram
e pela própria linguagem. -
13:33 - 13:37O fato de estarem me ouvindo hoje
me traz ainda mais à luz. -
13:37 - 13:40Estamos brilhando juntos aqui.
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13:40 - 13:44O único obstáculo difícil
na minha forma de comunicação -
13:44 - 13:46é que, às vezes, eu quero gritar
-
13:46 - 13:50e, às vezes, só sussurrar
uma palavra de amor ou gratidão. -
13:50 - 13:53Todas saem com o mesmo tom.
-
13:53 - 13:54Mas, se me permitem,
-
13:54 - 13:59por favor recebam a próxima
palavra com o tom mais caloroso possível: -
14:00 - 14:02"obrigado".
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14:02 - 14:08(Aplausos)
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14:12 - 14:16Apresentador: Você é incrível, meu amigo.
- Title:
- Como minha mente voltou à vida e ninguém sabia | Martin Pistorius | TEDxKC
- Description:
-
Imagine não conseguir dizer: "Estou com fome", "Estou sentindo dor", "Obrigado" ou "Eu te amo"; perder a capacidade de se comunicar; ficar preso dentro de seu próprio corpo; cercado de pessoas, mas totalmente sozinho. Durante 13 anos, essa foi a realidade de Martin Pistorius. Após contrair um infecção no cérebro aos 12 anos de idade, Pistorius perdeu a capacidade de controlar seus movimentos e a capacidade de falar. Ele acabou tendo resultado negativo em todos os testes de consciência a que fora submetido. Ele havia se tornado um fantasma. Então, algo estranho aconteceu: sua mente começou a se recompor. Nesta palestra tocante, Pistorius conta como ele se libertou após viver trancado em seu próprio corpo.
Esta palestra foi dada em um evento TEDx local, produzido independentemente das conferências TED.
- Video Language:
- English
- Team:
- closed TED
- Project:
- TEDxTalks
- Duration:
- 14:32