Como a ficção científica nos levou à Lua
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0:01 - 0:04Vou contar-vos uma história
sobre histórias. -
0:06 - 0:09Quero contar esta história
porque acho que temos de nos lembrar -
0:09 - 0:12que, por vezes, as histórias
que contamos uns aos outros -
0:12 - 0:16são mais do que simples contos
ou narrativas para entreter. -
0:16 - 0:18Também são veículos
-
0:18 - 0:22para semear inspiração e ideias
pelas nossas sociedades -
0:22 - 0:24e através dos tempos.
-
0:25 - 0:26A história que vou contar
-
0:26 - 0:29trata de uma das façanhas
tecnológicas mais avançadas -
0:29 - 0:30da era moderna,
-
0:30 - 0:32tem as suas raízes em histórias
-
0:33 - 0:36e também como algumas
das transformações mais importantes -
0:36 - 0:38ainda poderão estar para chegar.
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0:39 - 0:41A história começa há mais de 300 anos,
-
0:41 - 0:45quando Galileu Galilei teve conhecimento
da recente invenção holandesa -
0:46 - 0:48que agarrou em dois pedaços
de vidro polido -
0:48 - 0:50e os colocou num tubo comprido
-
0:50 - 0:53conseguindo assim aumentar
a visão humana mais do que até aí. -
0:54 - 0:58Quando Galileu apontou o telescópio
para os céus -
0:58 - 1:00e, em especial, para a Lua,
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1:00 - 1:03descobriu uma coisa incrível.
-
1:03 - 1:08Estas são as páginas do livro de Galileo
"Sidereus Nuncius", publicado em 1610. -
1:09 - 1:12Nelas, revelava ao mundo
o que tinha descoberto. -
1:12 - 1:15Tinha descoberto que a Lua
não era apenas um objeto celeste -
1:15 - 1:17a vaguear pelo céu noturno,
-
1:17 - 1:20mas, pelo contrário, era um mundo,
-
1:20 - 1:24um mundo com montanhas altas,
iluminadas pelo Sol, -
1:24 - 1:27com "mare" escuros
— a palavra latina para mares. -
1:28 - 1:32Depois de ter sido descoberto
este novo mundo, e a Lua, -
1:32 - 1:35as pessoas começaram logo a pensar
como chegar até lá. -
1:35 - 1:37E, igualmente importante,
-
1:37 - 1:39começaram a escrever histórias
-
1:39 - 1:41sobre como isso poderia acontecer
-
1:41 - 1:43e como seriam essas viagens.
-
1:44 - 1:47Uma das primeiras pessoas
a fazer isso foi o Bispo de Hereford, -
1:47 - 1:49um homem chamado Francis Godwin.
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1:49 - 1:51Godwin relata a história
de um explorador espanhol, -
1:51 - 1:53Domingo Gonsales,
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1:53 - 1:56que acabou isolado
na ilha de Santa Helena -
1:56 - 1:57no meio do Atlântico
-
1:57 - 2:00e aí, numa tentativa de voltar para casa,
-
2:00 - 2:02construiu uma máquina, uma invenção,
-
2:02 - 2:05para utilizar o poder
dos gansos selvagens locais -
2:05 - 2:07que lhe permitisse voar
-
2:07 - 2:10e acabou por embarcar
numa viagem até à Lua. -
2:10 - 2:14O livro de Goodwin, "The Man in the Moone,
or a Discourse of a Voyage Thither," -
2:14 - 2:18só foi publicado póstuma
e anonimamente em 1638, -
2:18 - 2:22provavelmente, por causa do número
de ideias controversas que continha, -
2:22 - 2:25incluindo a aprovação da visão
do universo de Copérnico -
2:25 - 2:28que colocava o Sol
no centro do sistema solar, -
2:28 - 2:31assim como do conceito
de gravidade pré-newtoniano -
2:31 - 2:34que tinha a ideia de que
o peso de um objeto -
2:34 - 2:36diminuiria com a distância
crescente da Terra. -
2:37 - 2:40Isto para não falar da sua ideia
de uma máquina de gansos -
2:40 - 2:41que podia chegar até à Lua.
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2:41 - 2:43(Risos)
-
2:43 - 2:46Embora esta ideia de uma viagem
até à Lua, numa máquina com gansos -
2:46 - 2:50possa não parecer hoje especialmente
perspicaz nem tecnicamente criativa, -
2:50 - 2:53o que é importante é que Godwin
descreveu a ida à Lua, -
2:53 - 2:57não como um sonho ou por magia,
como Johannes Kepler escrevera, -
2:58 - 3:00mas através da invenção humana.
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3:00 - 3:04Foi essa sua ideia de que podíamos
construir máquinas -
3:04 - 3:06que podiam viajar pelos céus,
-
3:06 - 3:10que plantaria a semente
nas cabeças durante gerações. -
3:10 - 3:13Essa ideia foi agarrada
pelo seu contemporâneo, John Wilkins, -
3:13 - 3:15na altura um jovem estudante em Oxford
-
3:15 - 3:18e, mais tarde, um dos fundadores
da Royal Society. -
3:18 - 3:22John Wilkins levou a sério a ideia
da viagem espacial no texto de Godwin -
3:22 - 3:24e escreveu, não uma outra história,
-
3:24 - 3:27mas um tratado filosófico
não fictício, intitulado -
3:27 - 3:30"Descoberta do Novo Mundo na Lua
-
3:30 - 3:32"ou um Discurso Tendente a Provar
-
3:32 - 3:36"que Provavelmente Pode Haver
Outro Mundo Habitável nesse Planeta". -
3:37 - 3:39A propósito, reparem
na palavra "habitável". -
3:39 - 3:42A ideia em si teria sido
um poderoso incentivo -
3:42 - 3:44para as pessoas pensarem
em como construir máquinas -
3:44 - 3:46para lá chegarem.
-
3:46 - 3:48Nos seus livros, Williams
considerou seriamente -
3:48 - 3:51uns quantos métodos técnicos
para o voo espacial. -
3:51 - 3:54Até hoje, isto mantém-se o relato
mais antigo de não ficção conhecido -
3:54 - 3:56sobre como podíamos viajar até à Lua.
-
3:56 - 3:59Seguir-se-iam outras histórias,
como as de Cyrano de Bergerac, -
3:59 - 4:01com os seus "Contos Lunares".
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4:01 - 4:04Em meados do século XVII, a ideia
de as pessoas construírem máquinas -
4:04 - 4:06que pudessem viajar pelos céus
-
4:06 - 4:09estava a aumentar de complexidade
e de variáveis técnicas. -
4:10 - 4:13Contudo, nos finais do século XVII,
-
4:13 - 4:16este avanço intelectual
desapareceu efetivamente. -
4:16 - 4:19As pessoas ainda contavam
histórias de chegar à Lua, -
4:19 - 4:21mas agarravam-se às ideias antigas
-
4:21 - 4:24ou, mais uma vez, aos sonhos e à magia.
-
4:24 - 4:26Porquê?
-
4:26 - 4:29Porque a descoberta de Newton
das leis da gravidade -
4:29 - 4:34e a invenção da bomba de vácuo
por Robert Hooke e Robert Boyle -
4:34 - 4:36significaram que as pessoas perceberam
-
4:36 - 4:39que existia uma situação de vácuo
entre os planetas, -
4:39 - 4:41e, por consequência,
entre a Terra e a Lua. -
4:42 - 4:44Não tinham forma de ultrapassar isso,
-
4:44 - 4:46nem forma de pensar em ultrapassar isso.
-
4:46 - 4:48Assim, durante mais de cem anos,
-
4:48 - 4:52a ideia duma viagem à Lua,
poucos progressos intelectuais fez -
4:53 - 4:55até à chegada da Revolução Industrial
-
4:55 - 4:58e ao desenvolvimento das máquinas
a vapor e das caldeiras -
4:58 - 5:01e, mais importante ainda,
dos recipientes sob pressão. -
5:01 - 5:05Isso permitiu que as pessoas pensassem
como podiam construir uma cápsula -
5:05 - 5:08que resistisse ao vácuo do espaço.
-
5:08 - 5:11Foi nesse contexto que, em 1835,
-
5:12 - 5:14foi escrita a história seguinte
do voo espacial, -
5:15 - 5:16por Edgar Allan Poe.
-
5:17 - 5:20Hoje, pensamos em Poe
como um escritor de poemas góticos -
5:20 - 5:22de corações reveladores e de corvos.
-
5:22 - 5:24Mas ele considerava-se
um pensador técnico. -
5:25 - 5:26Cresceu em Baltimore,
-
5:26 - 5:29a primeira cidade americana
com iluminação a gás nas ruas, -
5:29 - 5:31e sentia-se fascinado
pela revolução tecnológica -
5:31 - 5:33que via a alastrar à sua volta.
-
5:33 - 5:37Considerava que a sua principal obra
não era dos seus contos góticos -
5:37 - 5:39mas do seu poema "Eureka",
em prosa poética, -
5:40 - 5:42em que expunha a sua opinião pessoal
-
5:42 - 5:45sobre a natureza cosmográfica do universo.
-
5:45 - 5:49Nas suas histórias, descrevia
com um pormenor técnico fantástico, -
5:49 - 5:51máquinas e engenhocas.
-
5:51 - 5:54Foi sobretudo influente com o seu conto
-
5:55 - 5:58"A Aventura sem Paralelo
de One Hans Pfaall." -
5:59 - 6:02É a história de um fabricante de foles,
desempregado, de Roterdão, -
6:02 - 6:05que, deprimido e cansado da vida
— ou seja, o próprio Poe — -
6:05 - 6:07e profundamente endividado,
-
6:07 - 6:09decide construir uma viatura
hermeticamente fechada, -
6:09 - 6:11transportada por um balão,
-
6:11 - 6:13que é lançada pelo ar com dinamite
-
6:13 - 6:16e flutua pelo vácuo do espaço
-
6:16 - 6:18até chegar à superfície lunar.
-
6:19 - 6:22Mais importante, não desenvolveu
sozinho esta história, -
6:22 - 6:23porque no apêndice deste conto,
-
6:23 - 6:27ele reconhece explicitamente
"Um Homem na Lua" de Godwin, -
6:27 - 6:30com mais de 200 anos,
-
6:30 - 6:31como a sua influência,
-
6:31 - 6:35chamando-lhe "um livrinho singular
e um tanto engenhoso". -
6:36 - 6:40Embora esta ideia duma viagem
até à Lua, transportada por balão, -
6:40 - 6:43não pareça mais sofisticada tecnicamente,
do que a máquina dos gansos, -
6:44 - 6:47Poe pormenorizou de tal modo
-
6:47 - 6:50a sua descrição da construção
do aparelho -
6:50 - 6:54e em termos da dinâmica orbital da viagem,
-
6:54 - 6:58que esta pôde ser esquematizada
na primeira enciclopédia do voo espacial -
6:58 - 7:01como uma missão dos anos 20.
-
7:01 - 7:06Foi essa sua atenção aos pormenores
ou à "verosimilhança", como lhe chamou, -
7:06 - 7:08que influenciaria a história seguinte:
-
7:09 - 7:12"Da Terra à Lua", de Júlio Verne,
escrita em 1865. -
7:13 - 7:15É uma história que tem uma herança notável
-
7:15 - 7:18e uma semelhança notável
com as viagens reais à Lua -
7:18 - 7:21que ocorreriam cem anos depois.
-
7:21 - 7:25Porque, na história, a primeira viagem
à Lua parte da Flórida, -
7:26 - 7:28com três pessoas a bordo.
-
7:28 - 7:30numa viagem que demora três dias
-
7:30 - 7:35— exatamente os parâmetros que
dominariam durante o programa Apollo. -
7:35 - 7:38Num tributo explícito
à influência que sofreu de Poe, -
7:38 - 7:43Júlio Verne situou o grupo responsável
pela sua façanha no livro em Baltimore, -
7:43 - 7:44no Gun Club de Baltimore,
-
7:44 - 7:47com os seus membros a gritar,
"Viva Edgar Poe!" -
7:47 - 7:50quando começaram a traçar planos
para a conquista da Lua. -
7:50 - 7:53Tal como Júlio Verne
foi influenciado por Poe, -
7:53 - 7:56a história de Júlio Verne
iria influenciar e inspirar -
7:56 - 7:58a primeira geração
dos cientistas espaciais. -
7:58 - 8:01Os dois grandes pioneiros
de foguetões de combustível líquido -
8:01 - 8:03na Rússia e na Alemanha,
-
8:03 - 8:05Konstantin Tsiolkovsky e Hermann Oberth,
-
8:05 - 8:07empenharam-se na área dos voos espaciais
-
8:07 - 8:10desde a leitura "Da Terra à Lua",
quando adolescentes -
8:10 - 8:12e depois, subsequentemente,
empenhando-se -
8:12 - 8:15em tentar fazer da história uma realidade.
-
8:16 - 8:19A história de Júlio Verne não foi
a única do século XIX, -
8:19 - 8:20com uma profunda influência.
-
8:21 - 8:22Do outro lado do Atlântico,
-
8:22 - 8:25"A Guerra dos Mundos", de H.G. Wells,
inspirou diretamente -
8:25 - 8:28um jovem de Massachusetts,
Robert Goddard. -
8:28 - 8:30Foi depois de ler "A Guerra dos Mundos"
-
8:30 - 8:32que Goddard escreveu no seu diário,
-
8:32 - 8:34um dia, nos finais da década de 1890,
-
8:34 - 8:38ao descansar depois de podar
uma cerejeira na sua quinta, -
8:38 - 8:43que tivera uma visão duma nave espacial
a levantar voo do vale lá em baixo -
8:43 - 8:45e a subir aos céus.
-
8:45 - 8:49Foi nessa altura e ali que decidiu
que ia dedicar o resto da sua vida -
8:49 - 8:52ao desenvolvimento da nave espacial
que vira na sua imaginação. -
8:53 - 8:55Foi isso mesmo que fez.
-
8:55 - 8:58Durante toda a sua carreira,
festejaria esse dia, -
8:58 - 9:00como o dia do seu aniversário,
o dia do seu renascimento. -
9:00 - 9:04Lia e relia regularmente
as obras de Júlio Verne e de Wells -
9:04 - 9:07para renovar a sua inspiração
e o seu empenho -
9:07 - 9:11nas décadas de trabalho e esforço
que seriam necessárias -
9:11 - 9:14para realizar a primeira parte
do seu sonho: -
9:14 - 9:16um foguetão alimentado
a combustível líquido, -
9:16 - 9:19o que finalmente conseguiu em 1926.
-
9:19 - 9:22Foi assim que, ao ler "Da Terra à Lua"
e "A Guerra dos Mundos", -
9:22 - 9:26os primeiros pioneiros da astronáutica
se inspiraram a dedicar as suas vidas -
9:26 - 9:28a resolver os problemas do voo espacial.
-
9:28 - 9:31Por sua vez, foram
os seus tratados e a sua obra -
9:31 - 9:33que inspiraram as primeiras
comunidades técnicas -
9:33 - 9:36e os primeiros projetos de voos espaciais,
-
9:36 - 9:38criando assim uma cadeia
direta de influência -
9:38 - 9:41que parte de Godwin,
de Poe e de Júlio Verne -
9:41 - 9:42até ao programa Apollo
-
9:42 - 9:45e até às comunidades
do voo espacial dos dias de hoje. -
9:46 - 9:48Porque é que vos conto tudo isto?
-
9:49 - 9:51Será porque acho que é interessante
-
9:51 - 9:55ou porque me sinto fascinado
estranhamente, pelas histórias -
9:55 - 9:58da ficção científica
dos séculos XVII e XIX? -
9:59 - 10:01Confesso que, em parte, é isso.
-
10:02 - 10:05Mas também penso
que estas histórias nos recordam -
10:05 - 10:08os processos culturais
que motivaram os voos espaciais -
10:08 - 10:10e até a inovação tecnológica
mais genericamente. -
10:10 - 10:12Enquanto economista
a trabalhar na NASA, -
10:12 - 10:15passo muito tempo a pensar
nas origens económicas -
10:15 - 10:17do nosso movimento pelo cosmos.
-
10:17 - 10:22Quando olhamos antes dos investimentos
dos empresários multimilionários -
10:22 - 10:24e antes da corrida ao espaço
da Guerra Fria, -
10:24 - 10:28e antes mesmo dos investimentos militares
nos foguetões de combustível líquido, -
10:28 - 10:33as origens económicas do voo espacial
encontram-se em histórias e em ideias. -
10:34 - 10:38Foi nessas histórias que se articularam
os primeiros conceitos do voo espacial. -
10:38 - 10:40Foi através dessas histórias
-
10:40 - 10:44que a narrativa de um futuro
no espaço para a humanidade -
10:44 - 10:47começou a propagar-se entre as pessoas,
-
10:47 - 10:51acabando por criar uma comunidade
intelectual intergerações -
10:51 - 10:54que iria reafirmar as ideias
para as naves espaciais -
10:54 - 10:57até à altura em que
finalmente foram construídas. -
10:57 - 11:01Este processo começou
há mais de 300 anos -
11:01 - 11:05e o resultado é uma cultura
de voo espacial. -
11:06 - 11:08É uma cultura que envolve
milhares de pessoas -
11:08 - 11:10ao longo de centenas de anos.
-
11:10 - 11:13Porque, durante centenas de anos,
houve quem olhasse para as estrelas -
11:13 - 11:14e ansiasse por lá ir.
-
11:15 - 11:16E, como, durante centenas de anos,
-
11:16 - 11:18houve quem dedicasse o seu trabalho
-
11:18 - 11:20ao desenvolvimento
dos conceitos e dos sistemas -
11:20 - 11:23necessários para tornar possíveis
essas viagens. -
11:24 - 11:27Também queria falar-vos
de Godwin, Poe e Júlio Verne, -
11:27 - 11:30porque penso que as histórias deles
também nos falam da importância -
11:30 - 11:34das histórias que contamos uns aos outros
sobre o futuro, mais genericamente. -
11:34 - 11:37Essas histórias não nos transmitem
apenas informações ou ideias. -
11:37 - 11:40Também podem alimentar paixões,
-
11:40 - 11:42paixões que nos levam
a dedicar a nossa vida -
11:42 - 11:45à realização de projetos importantes.
-
11:45 - 11:48Ou seja, essas histórias
podem influenciar, e influenciam, -
11:48 - 11:50forças sociais e tecnológicas
-
11:50 - 11:53centenas de anos depois, no futuro.
-
11:53 - 11:57Penso que precisamos de perceber isso
e recordá-lo quando contamos histórias. -
11:57 - 11:59Precisamos de escrever histórias
-
11:59 - 12:02que não nos mostrem só as vias
distópicas possíveis que podemos tomar. -
12:02 - 12:05Quantas mais histórias
distópicas contarmos, -
12:05 - 12:09mais sementes plantamos
para possíveis futuros distópicos. -
12:09 - 12:12Precisamos de contar histórias
que plantem as sementes, -
12:12 - 12:14mesmo que não sejam para utopias,
-
12:14 - 12:16mas, pelo menos,
para grandes novos projetos -
12:16 - 12:19de transformação tecnológica,
social e institucional. -
12:19 - 12:23Se pensarmos na ideia
de que as histórias que contamos -
12:23 - 12:24podem transformar o futuro
-
12:24 - 12:27é fantasiosa ou impossível,
-
12:27 - 12:29penso que precisamos
de nos lembrar deste exemplo, -
12:29 - 12:31a nossa viagem à Lua,
-
12:31 - 12:33uma ideia do século XVII
-
12:33 - 12:37que se propagou culturalmente
durante 300 anos -
12:37 - 12:39até, finalmente, se concretizar.
-
12:40 - 12:43Precisamos de escrever novas histórias,
-
12:44 - 12:46histórias que, daqui a 300 anos,
-
12:46 - 12:49as pessoas possam recordar e verificar
como foram inspiradas por elas, -
12:49 - 12:52elevando-as a novas alturas
e a novos horizontes, -
12:52 - 12:55como nos mostraram novas vias
e novas possibilidades, -
12:55 - 12:58e como modelaram
o nosso mundo para melhor. -
12:58 - 12:59Obrigado.
-
12:59 - 13:03(Aplausos)
- Title:
- Como a ficção científica nos levou à Lua
- Speaker:
- Alexander MacDonald
- Description:
-
Muito antes de termos cientistas espaciais, a ideia dos voos espaciais viajou de cabeça em cabeça, ao longo de gerações. Com ótimas imagens, Alexander MacDonald, TED Fellow e economista da NASA, mostra-nos como 300 anos de histórias de ficção científica — de Edgar Allan Poe a Júlio Verne e a H.G. Wells e não só — deram origem a uma cultura de exploração espacial. Uma visão fascinante sobre como as histórias se tornam realidade, exemplificada por uma máquina de gansos enviada para a Lua.
- Video Language:
- English
- Team:
- closed TED
- Project:
- TEDTalks
- Duration:
- 13:15
Margarida Ferreira approved Portuguese subtitles for How centuries of sci-fi sparked spaceflight | ||
Margarida Ferreira edited Portuguese subtitles for How centuries of sci-fi sparked spaceflight | ||
Isabel Vaz Belchior accepted Portuguese subtitles for How centuries of sci-fi sparked spaceflight | ||
Isabel Vaz Belchior edited Portuguese subtitles for How centuries of sci-fi sparked spaceflight | ||
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Margarida Ferreira edited Portuguese subtitles for How centuries of sci-fi sparked spaceflight | ||
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