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Por que as mulheres permanecem em silêncio depois de uma violência sexual

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    Neste lugar,
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    somos aproximadamente 5 mil mulheres.
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    Mil duzentas e cinquenta de nós
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    sofreram ou sofrerão,
    em algum momento de sua vida,
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    uma violência sexual.
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    Uma em cada quatro.
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    Só 10% fará a denúncia.
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    Os 90% restantes se refugiam no silêncio,
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    metade porque o fato acontece
    no próprio seio da família
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    ou com alguém conhecido.
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    E isso torna muito mais difícil
    de viver e de contar.
  • 0:50 - 0:57
    A outra metade não fala porque teme
    que não acreditarão nelas.
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    E têm razão,
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    porque não acreditamos nelas.
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    Hoje quero contar a vocês por que penso
    que não acreditamos nelas.
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    Não acreditamos porque, quando uma mulher
    conta o que aconteceu com ela,
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    diz coisas que não imaginamos,
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    que nos perturbam,
    que não esperamos ouvir,
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    que nos surpreendem.
  • 1:23 - 1:27
    Esperamos ouvir histórias como esta:
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    "Jovem estuprada nos trilhos
    do metrô de Mitre.
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    Aconteceu à meia-noite
    quando voltava para casa.
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    A jovem contou que um indivíduo
    a atacou pelas costas,
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    disse a ela para não gritar,
    que tinha uma arma,
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    que ficasse quieta.
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    Estuprou-a e depois fugiu".
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    Quando ouvimos ou lemos
    uma notícia como essa,
  • 1:54 - 1:57
    imediatamente imaginamos a cena:
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    o violador, um depravado de classe baixa;
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    a vítima, uma mulher jovem, atraente.
  • 2:10 - 2:13
    A imagem não dura
    mais de 10 ou 20 segundos
  • 2:13 - 2:16
    e é escura, é plana.
  • 2:16 - 2:18
    Não tem movimentos, não tem sons;
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    é como se não tivesse pessoas.
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    Mas quando uma mulher
    conta o que aconteceu com ela,
  • 2:24 - 2:27
    sua história não cabe
    em 10 ou 20 segundos.
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    Este é o depoimento de uma mulher
    a quem vamos chamar "Ana",
  • 2:34 - 2:38
    uma das 85 mulheres que entrevistei
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    no transcorrer de uma investigação
    que fiz sobre a violência sexual.
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    Disse Ana:
  • 2:49 - 2:54
    "Fomos com as garotas do escritório
    ao mesmo bar a que vamos sempre.
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    Conhecemos uns caras e me enganchei
    com um cara superlegal.
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    Conversamos muito.
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    Próximo das quatro, disse
    a minhas amigas que fossemos;
  • 3:05 - 3:07
    elas quiseram ficar.
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    Então o cara me perguntou onde eu morava
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    e me disse que, se eu
    quisesse, ele me levava.
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    Aceitei e fomos.
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    Em um semáforo me disse
    que gostava de mim e tocou minha perna.
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    Não gosto que um cara avance assim,
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    mas tinha sido amoroso toda a noite.
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    Pensei: 'Não posso ser tão paranoica,
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    digo algo a ele e não tem
    nada a ver e eu o ofendo'.
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    Quando tinha que virar, continuou.
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    Pensei que tinha se enganado
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    e disse a ele: 'Você passou!',
    mas senti algo ruim.
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    Agora penso, por que não
    prestei atenção no que senti?
  • 3:52 - 3:55
    Quando parou o carro próximo da rodovia,
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    aí sim tive medo.
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    Mas me disse para ficar tranquila,
    que ele gostava de mim,
  • 4:01 - 4:03
    que não aconteceria
    nada se eu não quisesse;
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    conversava gentilmente.
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    Eu não falava nada porque tinha medo
    que se aborrecesse e tudo ficasse pior.
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    Pensei que podia ter
    uma arma no porta-luvas.
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    De repente se atirou
    em cima de mim e quis me beijar.
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    Disse a ele: "Não!". Queria empurrá-lo,
    mas ele me segurava em seus braços.
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    Quando me soltei, tentei abrir a porta,
    mas estava trancada.
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    De qualquer forma,
    se saísse do carro, para onde iria?
  • 4:34 - 4:36
    Disse a ele que não era do tipo de pessoa
  • 4:36 - 4:39
    que precisava fazer aquilo
    para estar com uma menina;
  • 4:39 - 4:42
    que eu também gostava dele,
    mas não dessa maneira.
  • 4:42 - 4:44
    Tentava acalmá-lo,
  • 4:45 - 4:47
    dizia coisas agradáveis sobre ele.
  • 4:47 - 4:50
    Falava como se fosse sua irmã mais velha.
  • 4:51 - 4:55
    De repente, tampou minha boca com uma mão
  • 4:55 - 4:58
    e com a outra desabotoou o cinto.
  • 4:59 - 5:04
    Nesse momento pensei que podia
    me matar, enforcar, sabe?
  • 5:06 - 5:08
    Nunca me senti tão sozinha,
  • 5:08 - 5:10
    como sequestrada.
  • 5:11 - 5:14
    Pedi que acabasse rápido
    e me levasse à minha casa".
  • 5:16 - 5:19
    O que aconteceu com vocês
    ao ouvir esta história?
  • 5:20 - 5:25
    Seguramente, surgiram várias perguntas.
  • 5:25 - 5:31
    Por exemplo, por que não abriu
    a janela e pediu ajuda
  • 5:32 - 5:37
    Por que não saiu do carro quando
    pressentiu que algo ruim podia acontecer?
  • 5:37 - 5:41
    Como pôde pedir a ele
    que a levasse para casa?
  • 5:43 - 5:47
    Agora, quando não estamos
    diante de uma notícia na mídia,
  • 5:48 - 5:51
    ou diante de uma história
    que uma pessoa como eu conta a vocês
  • 5:51 - 5:53
    a partir de uma cena como esta,
  • 5:54 - 5:57
    quando estamos diante
    de alguém que conhecemos
  • 5:58 - 6:04
    e que nos escolheu para confiar
    sua história, o que lhe aconteceu,
  • 6:05 - 6:08
    vamos ter que escutá-la.
  • 6:09 - 6:11
    E vamos ouvir coisas
  • 6:12 - 6:16
    que não entenderemos nem aceitaremos.
  • 6:17 - 6:23
    Então nos aparecerão
    dúvidas, perguntas, suspeitas,
  • 6:24 - 6:29
    e isso nos fará sentir
    muito mal, culpados.
  • 6:30 - 6:33
    Então, para nos defendermos desse incômodo
  • 6:33 - 6:35
    temos um recurso.
  • 6:36 - 6:38
    Aumentamos o volume
  • 6:39 - 6:44
    para todas essas coisas
    da história que esperávamos ouvir:
  • 6:44 - 6:48
    o revólver no porta-luvas,
    as portas trancadas,
  • 6:48 - 6:50
    o isolamento do lugar.
  • 6:52 - 6:56
    E baixamos o volume
    para todas essas coisas
  • 6:56 - 7:00
    que não esperávamos e não queremos ouvir;
  • 7:01 - 7:06
    como por exemplo, quando ela
    disse que também gostava dele,
  • 7:06 - 7:10
    ou quando nos conta que falava
    como se fosse sua irmã mais velha,
  • 7:11 - 7:13
    ou que pediu a ele
    que a levasse para casa.
  • 7:15 - 7:17
    Para que serve isso?
  • 7:18 - 7:20
    Para acreditar nisso,
  • 7:21 - 7:25
    para poder confiar que ela
    realmente foi uma vítima.
  • 7:28 - 7:32
    Eu chamo isso de vitimização das vítimas.
  • 7:32 - 7:37
    "Vitimização", porque para poder
    acreditar que é inocente,
  • 7:37 - 7:39
    que é uma vítima,
  • 7:39 - 7:46
    precisamos pensar que elas são
    indefesas, paralisadas, mudas.
  • 7:47 - 7:51
    Mas há outra maneira
    para nos livrarmos do desconforto,
  • 7:52 - 7:54
    e que é exatamente o inverso:
  • 7:55 - 8:00
    aumentamos o volume para as coisas
    que não esperávamos ouvir, como:
  • 8:00 - 8:04
    "conversei gentilmente com ele",
    "pedi que me levasse à minha casa",
  • 8:04 - 8:06
    "pedi a ele que acabasse rápido",
  • 8:07 - 8:10
    e baixamos para as coisas
    que esperávamos escutar,
  • 8:11 - 8:15
    o revólver no porta-luvas, o isolamento.
  • 8:18 - 8:20
    Para que serve isso?
  • 8:21 - 8:25
    Serve para que possamos
    nos agarrar nas dúvidas,
  • 8:26 - 8:28
    e nos sentirmos mais cômodos com elas.
  • 8:28 - 8:34
    Então aparecem novas
    perguntas, por exemplo:
  • 8:36 - 8:38
    Quem a mandou ir a esses bares?
  • 8:39 - 8:43
    Viram como ela e suas amigas se vestem?
  • 8:43 - 8:45
    As minissaias, os decotes?
  • 8:46 - 8:48
    O que espera?
  • 8:49 - 8:52
    Perguntas que não são
    certamente perguntas,
  • 8:52 - 8:54
    são mais julgamentos,
  • 8:55 - 8:58
    e julgamentos que terminam em uma frase:
  • 8:59 - 9:01
    "Ela procurou por isso".
  • 9:03 - 9:06
    A sentença seria reforçada
  • 9:06 - 9:09
    pelo fato de que ela não conta
  • 9:09 - 9:12
    que lutou para evitar a violação.
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    Então significa que não resistiu;
  • 9:18 - 9:21
    significa que consentiu.
  • 9:21 - 9:24
    Se procurou a violação e a consentiu,
  • 9:25 - 9:27
    de qual violação me falam?
  • 9:28 - 9:31
    Chamo isso "culpabilização das vítimas".
  • 9:34 - 9:38
    Tanto os argumentos
    que nos servem para culpabilizar
  • 9:38 - 9:40
    como para vitimizar,
  • 9:40 - 9:45
    temos todos eles na cabeça, muito à mão,
  • 9:46 - 9:49
    incluindo vítimas e vitimadores.
  • 9:50 - 9:54
    Tanto é assim que quando Ana veio até mim,
  • 9:55 - 9:58
    me disse que não sabia
  • 9:58 - 10:00
    se o testemunho dela me serviria,
  • 10:02 - 10:06
    porque não estava segura
    se o que aconteceu com ela
  • 10:06 - 10:09
    era uma violação.
  • 10:10 - 10:13
    Ana, como a maioria de nós,
  • 10:13 - 10:17
    também acreditava que uma violação
    parece mais um assalto à mão armada,
  • 10:17 - 10:22
    um processo violento que dura
    quatro ou cinco minutos,
  • 10:22 - 10:26
    e não o tagarelar de um jovem agradável
  • 10:26 - 10:31
    que dura uma noite inteira
    e que termina em um sequestro.
  • 10:34 - 10:37
    Quando sentiu medo de ser morta,
  • 10:37 - 10:40
    sentiu medo que ele lhe deixasse marcas
  • 10:40 - 10:44
    e teve que entregar
    seu corpo para evitá-lo,
  • 10:44 - 10:47
    ali soube que a violação era outra coisa.
  • 10:50 - 10:54
    Ana nunca falou disso com ninguém.
  • 10:55 - 10:58
    Podería ter recorrido à família,
  • 10:59 - 11:00
    mas não o fez.
  • 11:01 - 11:03
    Não o fez porque teve medo.
  • 11:04 - 11:05
    Teve medo
  • 11:06 - 11:10
    de que acontecesse à pessoa
    que ela escolhesse para contar
  • 11:10 - 11:14
    o mesmo que acontece com todos nós,
  • 11:14 - 11:17
    que são as dúvidas e suspeitas,
  • 11:18 - 11:20
    essas perguntas,
  • 11:20 - 11:23
    toda vez que se fala de um tema como este.
  • 11:23 - 11:25
    E se isso tivesse acontecido,
  • 11:25 - 11:29
    seria talvez pior que a própria violação.
  • 11:30 - 11:34
    Poderia falar com uma amiga, com uma irmã,
  • 11:35 - 11:38
    muito dificilmente com o parceiro,
  • 11:39 - 11:43
    o menor vislumbre de dúvida
    em seu rosto ou em sua voz
  • 11:43 - 11:49
    sería devastador para ela,
    e provavelmente o final da relação.
  • 11:51 - 11:56
    Ana se manteve em silêncio
    porque intimamente sabe
  • 11:56 - 12:02
    que ninguém, nem todos nós,
    nem sua família, nem os terapeutas,
  • 12:02 - 12:06
    muito menos a polícia ou os magistrados,
  • 12:06 - 12:11
    estão dispostos a ouvir o que Ana fez
  • 12:11 - 12:13
    nesse momento.
  • 12:15 - 12:18
    Primeira e principalmente,
    Ana disse "não".
  • 12:20 - 12:23
    Quando viu que seu não era inútil,
  • 12:23 - 12:25
    conversou gentilmente;
  • 12:25 - 12:30
    tratou de não exacerbar sua violência,
    de não lhe dar ideias.
  • 12:32 - 12:37
    Falou como se tudo que acontecia
    naquele momento fosse normal,
  • 12:38 - 12:43
    para não despertar nele o medo
    de que ela depois pudesse denunciá-lo.
  • 12:48 - 12:52
    Agora, eu me pergunto e pergunto a vocês:
  • 12:54 - 12:58
    tudo que ela fez não é resistir?
  • 13:01 - 13:02
    Não.
  • 13:02 - 13:05
    Não é para todos ou quase todos nós,
  • 13:06 - 13:08
    provavelmente porque não é para a lei.
  • 13:11 - 13:15
    Na maioria dos países,
    as leis continuam pedindo
  • 13:15 - 13:18
    que a vítima, para provar sua inocência,
  • 13:18 - 13:23
    repito: a vítima,
    para provar sua inocência,
  • 13:23 - 13:26
    apresente marcas no corpo
  • 13:26 - 13:31
    que atestem que ela manteve
    uma luta "tenaz e constante"
  • 13:31 - 13:32
    com seu agressor.
  • 13:34 - 13:38
    Posso assegurar-lhes que a maioria
    dos processos judiciais
  • 13:38 - 13:40
    não têm tantas marcas.
  • 13:44 - 13:46
    Eu ouvi muitas mulheres.
  • 13:48 - 13:54
    E não ouvi nenhuma falar de si mesma
  • 13:54 - 13:58
    como se ficasse reduzida a uma coisa,
  • 13:58 - 14:00
    submetida totalmente à vontade do outro.
  • 14:03 - 14:06
    Em vez disso, eu as ouvi surpreendidas
  • 14:06 - 14:10
    e até um pouco orgulhosas de reconhecer
  • 14:12 - 14:15
    quão lúcidas estavam nesse momento,
  • 14:16 - 14:19
    quão atentas a cada detalhe,
  • 14:19 - 14:22
    como se isso lhes permitisse
    ter algum controle
  • 14:22 - 14:24
    sobre o que acontecia.
  • 14:27 - 14:29
    Então eu pensei:
  • 14:30 - 14:34
    "Claro, o que as mulheres
    fazem nessas situações
  • 14:36 - 14:38
    é negociar".
  • 14:39 - 14:42
    Negociam sexo pela vida.
  • 14:46 - 14:50
    Pedem ao agressor que termine rápido,
  • 14:50 - 14:55
    para que tudo termine o mais rápido
    possível e com o menor custo.
  • 14:56 - 14:58
    Se submetem
  • 14:59 - 15:01
    à penetração,
  • 15:02 - 15:04
    porque, embora não possam acreditar nisso,
  • 15:05 - 15:09
    a penetração é o que as mantém mais longe
  • 15:10 - 15:12
    de uma cena sexual ou afetiva.
  • 15:14 - 15:17
    Se submetem à penetração,
  • 15:17 - 15:21
    porque a penetração dói menos
  • 15:22 - 15:27
    que os beijos, as carícias,
    as palavras suaves.
  • 15:30 - 15:34
    Agora, se continuarmos esperando
  • 15:35 - 15:39
    que as violações sejam
    o que raramente são:
  • 15:41 - 15:44
    um violador depravado de classe baixa,
  • 15:45 - 15:48
    e não um jovem universitário
    ou um empresário
  • 15:48 - 15:51
    que saem na sexta ou no sábado...
  • 15:53 - 15:54
    se continuarmos esperando
  • 15:54 - 15:58
    que as vítimas sejam mulheres
    educadas, recatadas,
  • 15:58 - 16:01
    que desmaiam na cena,
  • 16:01 - 16:03
    e não mulheres autoconfiantes,
  • 16:06 - 16:09
    continuaremos incapazes de ouvir.
  • 16:10 - 16:15
    As mulheres seguirão sem poder falar.
  • 16:15 - 16:20
    E continuaremos responsáveis
  • 16:20 - 16:23
    por esse silêncio e por sua solidão.
  • 16:25 - 16:28
    (Aplausos)
Title:
Por que as mulheres permanecem em silêncio depois de uma violência sexual
Speaker:
Inés Hercovich
Description:

Por que as mulheres que sofrem uma violência sexual raramente contam suas experiências? "Porque temem que não vão acreditar nelas", disse Inés Hercovich.
"Porque quando uma mulher nos conta o que passou, diz coisas que não imaginamos, que nos perturbam, que não esperamos escutar, que nos surpreendem." Nesta conversa comovente, Inés relata uma violência sexual para nos dar uma ideia mais clara de como são estas situações, e as decisões difíceis que as mulheres tomam para sobreviver.

Esta palestra foi dada em um evento TEDx, que usa o formato de conferência TED, mas é organizado de forma independente por uma comunidade local. Para saber mais visite http://ted.com/tedx

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Video Language:
Spanish
Team:
closed TED
Project:
TEDTalks
Duration:
16:46

Portuguese, Brazilian subtitles

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