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Allora & Calzadilla em "Paradoxo" - 4ª Temporada - "Arte no Século Vinte e Um" | Art21

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    (Allora e Calzadilla em)
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    (Arte no Século Vinte e Um)
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    (música tranquila)
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    (Allora) Me passa
    o aspirador de novo.
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    Esse é definitivamente
    o local pro trombone.
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    Vai ser assim com
    aquela coisa, com a mão aqui.
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    (Calzadilla) É.
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    (Allora) E depois vamos
    ter de expandir o bocal
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    pra que dê para sentar e tocar.
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    (Calzadilla) Está perfeito. Pratos.
    (Allora) E um trompete ali.
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    (Allora) Tem que subir e sair assim.
    – Seis metros de diâmetro.
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    (rindo) Isso é ótimo!
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    (trompete tocando)
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    (Calzadilla) Parece uma arma.
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    (Allora) Vamos cortar essa parte para
    você chegar mais perto, mas por ora...
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    Toque, toque pra ver.
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    (Calzadilla) É a tuba ali...
    (Allora) Sim.
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    (Allora) E temos essa daqui,
    uma tuba premiada...
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    (Calzadilla) Como você chama isso?
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    (bate palmas)
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    Pratos. Isso é bom também.
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    (Allora) Deixa eu ver se consigo...
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    Baixar.
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    O que a gente faz muito
    com os nossos projetos
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    é meio que uma desculpa
    para pesquisar algo.
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    Isso aqui, é a mesma coisa,
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    - tá vendo os canhões saindo...
    - Sim.
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    É para isso que as aberturas servem.
    Para as armas.
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    (Allora) É a chance de aprender mais
    sobre alguma coisa no mundo
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    e poder formular alguma resposta.
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    Certo, e isso foi essa sobre os...
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    Foi legal, foi sobre os...
    (muxoxo)
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    sons para os noticiários.
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    E o que eles usam para representar
    a cobertura deles da guerra.
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    Agora estamos fazendo basicamente
    um arquivo das músicas da guerra
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    de lugares e eras diferentes
    no mundo.
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    Se chama "Clamor"
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    É sobre música de guerra,
    música como uma...
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    como uma arma de som.
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    (trombone tocando)
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    Então, por exemplo, você tem
    o trombone da Guera Civil americana
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    misturado com a tuba japonesa,
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    Basicamente são sons de todas
    as eras diferentes até hoje
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    compondo essa montagem
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    que vai ser parte de duas coisas.
    Uma vai ser parte de uma escultura,
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    que basicamente vai ser
    um concerto
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    mas a banda, vai ser
    músicos ao vivo,
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    que vão estar dentro desse objeto,
    dessa escultura.
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    (Allora) Desde o começo do
    nosso trabalho juntos,
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    estamos interessados
    em materiais.
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    Quais são os significados
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    conotados pelo uso
    de certos materiais.
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    (Calzadilla) Certos materiais
    dizem ou falam do seu uso
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    e tem uma função prática.
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    Mas, sabe, tem também essa dimensão
    simbólica que um material tem.
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    (Allora) No caso de "Chalk" estavamos
    interessandos na objetividade
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    do que o giz é.
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    É ao mesmo tempo uma ferramenta...
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    (ambos) Ideológica.
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    (Allora) Que há numa sala de aula.
    (Calzadilla) Que é ideológico.
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    (Allora) Mas é também
    uma substancia geológica.
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    O giz é algo encontrado
    naturalmente na terra,
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    e por causa da sua natureza
    ele é efêmero e frágil.
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    (Calzadilla) Essa ideia de fazer
    esses gizes gigantes,
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    você pode escrever palavras grandes,
    fisica, mas talvez também simbolicamente.
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    (Allora) A nossa ideia
    era colocar os gizes
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    onde os prédios do governo
    do Peru estão localizados.
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    Todo dia eles permitiam aos
    os manifestantes irem
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    e fazer meio que
    uma volta na praça,
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    e essa é a sua chance
    de tornar pública
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    qualquer demandas que tiver.
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    (mulher falando em espanhol)
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    (Allora) Os manifestantes,
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    eles percebem que é
    outro jeito de vocalizar
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    e tornar visível
    as demandas deles.
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    Pessoas estavam escrevendo que
    eram a favor desse partido político,
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    e então alguém riscava
    e escrevia outra coisa.
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    (Calzadilla) Pessoas escrevendo
    declarações de amor.
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    (Allora) E virou mesmo essa
    espécie de fórum complexo
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    que estava sendo todo
    registrado nesse chão.
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    Não é que nem uma escultura
    que tem um único fim
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    ou só é usada de uma certa forma.
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    Você tem toda essa
    multiplicidade de posições
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    (Allora) Essa obra tem o potencial
    de perturbar ativamente
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    quais as normas de um
    lugar em particular.
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    (Calzadilla) Um esquadrão de polícia,
    eles prenderam a escultura.
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    Levaram todo o giz,
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    colocaram num caminhão militar...
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    e levaram embora.
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    Isso demonstra os limites
    da liberdade de expressão
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    nessa suposta sociedade democrática,
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    mas também fala sobre escultura
    e sobre referências históricas,
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    sobre a dimensão poética.
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    (Allora) Engraçado, é
    essa coisa que vem da...
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    da música Otomana.
    É tipo essa...
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    Nos discutimos,
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    isso é provavelmente o que mais
    fez a gente ficar mais próximos
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    e realmente define
    o nosso relacionamento
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    como colaboradores e como...
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    Pessoalmente, é a nossa briga.
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    Tipo, nós...
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    fazemos disso uma arte de discutir
    um com o outro, sobre tudo.
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    Mas de certa forma,
    isso é bom porque
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    é como ir para a guerra
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    porque, finalmente, ao fim do dia,
    quando nós dois,
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    sabe, demos o nosso melhor
    um pro outro, tomamos uma decisão
  • 5:10 - 5:13
    o que sobre é o que nós dois
    realmente concordamos
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    e realmente temos em comum.
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    - Ah, mas é mais questionamento.
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    É esse questionamento... sem fim
    sobre qualquer coisa,
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    Por que isso e não aquilo.
    (Allora) Exatamente.
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    Quero dizer, não é...
    não é trivial ou infantil.
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    Mas é uma discussão contínua.
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    - Ok, vamos testar agora.
    (Calzadilla) Tá bom.
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    Esse é o ponto.
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    (Allora) No fim das contas,
    essas coisas que nós dois
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    não conseguimos discutir
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    são as coisas que nós
    tendemos então a, sabe,
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    usar como ponto de partida para
    seguir em frente nos nossos projetos.
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    O humor pode ser belo,
    pode ser aterrorizante, ser político...
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    - pode ser poético,
    - Pode ser transformativo.
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    Pode ser crítico.
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    Mas o que eu
    gosto é que fisicamente,
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    é uma transformação psicológica
    dessa coisa que te afetou.
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    A gente se pegar
    rindo das mesmas coisas
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    foi o reconhecimento de que nós
    dois nos identificamos com essa coisa.
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    E isso virou uma forma da gente
    achar coisas em comum
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    e se identificar um com o outro.
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    (Corno soprando)
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    (Allora) Mas, às vezes, vemos
    coisas que não são uma piada,
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    mas, sim, essa justaposição
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    incrível, absurda e incomum
    de algo que simplesmente parece
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    completamente fora do lugar mas
    ao mesmo tempo é ponderado e certo.
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    (corno soprando, motor zumbindo)
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    (Allora) Estávamos interessados
    na movimentação
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    que estava acontecendo
    na Ilha de Vieques
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    que fica fora da principal
    em Porto Rico.
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    Utilizada como campo
    de teste de bombas.
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    (Calzadilla) Isso foi filmado na semana
    em que abriram o local
  • 6:47 - 6:51
    que anteriormente foi ocupado
    por 60 anos dos militares à população
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    Há pessoas que em toda
    sua vida nunca puderam
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    dar uma volta na ilha toda.
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    Então essa é a primeira vez
    que o local todo está aberto.
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    (corno soprando, motor zumbindo)
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    (Allora) E parecia que um som
    comemorativo deveria acompanhar,
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    ser emblemático dessa luta popular
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    que, em termos leigos, é geralmente
    entendido como um hino.
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    (Calzadilla) Então procuramos
    a etimologia da palavra "hino"
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    e descobrimos algo
    que gostamos muito mais,
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    que é a sonoridade em resposta.
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    E nós chamamos isso
    de "Returning a Sound".
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    (corno soprando, motor zumbindo)
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    (Calzadilla) A aceleração da moto
    e todos os acidentes nas estradas,
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    as lombadas, geraram uma trilha,
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    uma composição musical que
    é completamente acidental.
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    (corno soprando, motor zumbindo)
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    (Allora) Foi muito interessante
    ver as reações à essa obra,
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    e eu lembro que teve
    uma pessoa que,
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    ela tava tipo gritando
    quando o local foi aberto
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    e ele gostava do fato de que
    o trompete de certa forma era um grito.
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    (corno soprando, motor zumbindo)
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    (barulho afina gradualmente)
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    (água balançando)
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    (Allora) Na verdade, em Vieques,
    apesar de terem tantas pessoas
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    que tinham algo em comum,
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    tirar o exercito de Vieques,
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    a maioria estava
    em completo desacordo
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    sobre todo e qualquer
    aspecto da ilha.
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    (Calzadilla) Nós queríamos mobilizar
    essa discussão de algum jeito.
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    (Allora) Através da metáfora
    da mesa de discussão
  • 8:42 - 8:45
    chegamos nessa obra que
    chamamos de "Under Discussion"
  • 8:45 - 8:48
    (motor de popa zumbindo)
  • 8:52 - 8:54
    (barulho continua)
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    (Allora) Usamos essa pessoa
    para levar a mesa de discussão
  • 9:02 - 9:05
    em áreas de futuro incerto.
  • 9:08 - 9:10
    (motor zumbindo)
  • 9:11 - 9:13
    (barulho continua)
  • 9:14 - 9:16
    Tem algo nesse antagonismo
    ou nessa tensão
  • 9:16 - 9:19
    que pode ser compreendido
    em qualquer lugar no mundo.
  • 9:20 - 9:22
    Apesar das ações dela
    serem absurdas,
  • 9:22 - 9:25
    como levar a mesa de discussão
    para a ilha e fazer dela um barco,
  • 9:25 - 9:28
    é uma forma de confrontar algo que
  • 9:28 - 9:30
    pode ser geralmente avassalador
  • 9:30 - 9:34
    e encontrar uma forma de controlá-lo
    e então contribuir com alguma coisa.
  • 9:34 - 9:36
    (motor zumbindo)
  • 9:37 - 9:39
    Sabe, essa é meio que
    a natureza de fazer arte,
  • 9:39 - 9:42
    e fazer isso, é meio que
    virar algo de ponta-cabeça
  • 9:42 - 9:43
    e quando você vê ele
    de ponta-cabeça,
  • 9:43 - 9:46
    é quando você começa a ver
    de forma completamente diferente
  • 9:46 - 9:48
    e novos significados surgem daí.
  • 9:58 - 10:02
    (Allora) As nossas experiências são
    informadas em estudos nas ciências.
  • 10:04 - 10:08
    Formas como geologia,
    biologia, luz...
  • 10:09 - 10:11
    nós as vemos pelas
    lentes de um artista.
  • 10:14 - 10:17
    (Calzadilla) O nosso interesse
    científico vem
  • 10:17 - 10:20
    por um filtro, eu acho,
    de absurdidade ou puro nonsense.
  • 10:39 - 10:41
    (Allora) "Sweat Glands,
    Sweat Glands" foi...
  • 10:41 - 10:44
    um dos projetos em vídeo
    mais complicados.
  • 10:44 - 10:47
    (homem falando em espanhol)
  • 10:48 - 10:51
    (Calzadilla) Chega a época natalina,
    todos assam o porco,
  • 10:51 - 10:54
    você tem que assar o porco
    por horas, com as suas mãos.
  • 10:55 - 10:57
    (homem falando em espanhol)
  • 10:57 - 11:00
    (Calzadilla) Essa peça de metal
    em que o porco é assado,
  • 11:00 - 11:03
    nos soldamos ela
    ao pneu traseiro de um carro
  • 11:03 - 11:06
    quando você acelera
    e o o porco gira.
  • 11:07 - 11:11
    (Allora) E entender a lógica do cuspe
    como um tipo de conexão
  • 11:11 - 11:13
    entre esses dois sistemas...
  • 11:13 - 11:15
    (Calzadilla) tem
    uma dimensão simbólica.
  • 11:16 - 11:18
    (homem falando em espanhol)
  • 11:21 - 11:23
    (Allora) O cara,
    ele não está fazendo nada,
  • 11:23 - 11:25
    ele tá só sentado lá,
    meio que supervisionando essa...
  • 11:25 - 11:27
    essa atividade.
  • 11:27 - 11:28
    Ele está fumando,
  • 11:28 - 11:31
    ele está sendo fumando
    enquanto o porco é defumado.
  • 11:31 - 11:33
    (homem falando em espanhol)
  • 11:33 - 11:35
    (Calzadilla) Essa é...
    uma imagem muito violenta.
  • 11:36 - 11:38
    (Allora) Estou interessada
    nessa violência dela.
  • 11:38 - 11:42
    Interessada no grotesco
    e na vulgaridade dela,
  • 11:42 - 11:46
    porque eu acho que se comunica a
    um sobreaquecimento excessivo
  • 11:46 - 11:49
    da sociedade e da violência.
  • 11:49 - 11:52
    (homem falando em espanhol)
  • 12:00 - 12:03
    (Allora) Então só para reiterar,
    a primeira coisa foi
  • 12:03 - 12:07
    usar os seus instrumentos para
    fazer esses sons abstratos
  • 12:07 - 12:09
    que são muito fortes e altos,
  • 12:09 - 12:11
    como uma sirene ou uma ambulância
  • 12:11 - 12:14
    ou qualquer outro tipo de referência
    em que quiser pensar.
  • 12:14 - 12:17
    (Calzadilla) Para nós, é muito
    importante, a ideia de ter uma obra
  • 12:18 - 12:22
    que têm todas essas
    contradições em si mesma.
  • 12:22 - 12:26
    Como você pode unir todas
    essas coisas que não tem nada a ver?
  • 12:26 - 12:27
    Bom, você usa cola.
  • 12:27 - 12:29
    Você usa uma cola ideológica.
  • 12:29 - 12:32
    (música ao vivo)
  • 12:35 - 12:37
    (música continua)
  • 12:44 - 12:46
    (Calzadilla) Essa frustração,
    absurdidade,
  • 12:46 - 12:47
    esse nonsense, esse paradoxo,
  • 12:47 - 12:50
    todas essas coisas constituem
    parte do significado da obra.
  • 12:50 - 12:52
    (música ao vivo)
  • 12:55 - 12:57
    (música animada)
  • 13:04 - 13:06
    (música continua)
  • 13:13 - 13:17
    (narrador) Para saber mais
    sobre Art21, arte no século XXI
  • 13:17 - 13:18
    e seus recursos educacionais,
  • 13:18 - 13:22
    por favor nos visite online
    em PBS.org
  • 13:22 - 13:25
    (música continua)
  • 13:27 - 13:31
    "Art21, arte no Século Vinte e Um"
    está disponível em DVD.
  • 13:32 - 13:35
    O livro de acompanhamento
    do programa também está disponível.
  • 13:35 - 13:40
    Para adquiri-lo, ligue para PSB
    Homevideo em 1-800-PLAY-PBS
  • 13:41 - 13:43
    (obrigado)
  • 13:44 - 13:45
    (música continua)
  • 13:50 - 13:54
    (Este programa é produção da Art21, Inc
    a qual é responsável por seu conteúdo)
Title:
Allora & Calzadilla em "Paradoxo" - 4ª Temporada - "Arte no Século Vinte e Um" | Art21
Description:

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Video Language:
English
Team:
Art21
Project:
"Art in the Twenty-First Century" broadcast series
Duration:
14:01

Portuguese, Brazilian subtitles

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