O que aprendi com 100 dias de rejeição
-
0:01 - 0:03Quando tinha seis anos,
eu recebi meus presentes. -
0:04 - 0:07Minha professora do primeiro ano
teve uma brilhante ideia. -
0:08 - 0:11Ela queria que sentíssemos
como era ganhar presentes, -
0:11 - 0:15mas que também aprendêssemos
a virtude de nos felicitarmos. -
0:16 - 0:19Então ela pediu que todos
fôssemos à frente da sala, -
0:19 - 0:21e ela comprou presentes para todos
e os deixou num canto. -
0:21 - 0:25E ela disse: "Vamos ficar aqui
e felicitar uns aos outros? -
0:25 - 0:29Quando ouvirem seus nomes,
peguem seu presente e sentem-se". -
0:31 - 0:32Que ideia maravilhosa, não é?
-
0:33 - 0:35O que poderia dar errado?
-
0:35 - 0:36(Risos)
-
0:37 - 0:38Bem, pra começar, éramos 40 alunos,
-
0:38 - 0:43e, toda vez que eu ouvia o nome de alguém,
aplaudia e celebrava entusiasmado. -
0:43 - 0:46E então sobraram 20 pessoas,
-
0:46 - 0:47e depois dez,
-
0:48 - 0:49e cinco,
-
0:50 - 0:51e então três.
-
0:51 - 0:52E eu era uma delas.
-
0:53 - 0:54E os aplausos pararam.
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0:56 - 0:58Bem, nessa altura, eu estava chorando.
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0:59 - 1:00E a professora estava ficando nervosa.
-
1:01 - 1:04Dizia: "Ei, alguém poderia dizer
uma coisa legal sobre essas pessoas?" -
1:04 - 1:05(Risos)
-
1:05 - 1:09"Ninguém? Tudo bem, peguem
seus presentes e sentem-se. -
1:09 - 1:12Comportem-se no ano que vem, talvez
alguém diga algo legal sobre vocês." -
1:12 - 1:13(Risos)
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1:14 - 1:16Como estou dizendo isso para vocês
-
1:16 - 1:18podem perceber que lembro muito bem disso.
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1:18 - 1:20(Risos)
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1:21 - 1:23Mas não sei quem se sentiu
pior naquele dia: -
1:23 - 1:25eu ou a professora.
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1:25 - 1:28Ela deve ter percebido que transformou
uma atividade de equipe -
1:28 - 1:31em ridicularização para três crianças.
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1:32 - 1:34E sem a parte do humor.
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1:34 - 1:37Quando vemos pessoas sendo
ridicularizadas na TV, é engraçado. -
1:37 - 1:39Aquele dia não foi nada engraçado.
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1:40 - 1:42Essa era uma versão minha,
-
1:42 - 1:46e eu faria tudo para evitar
uma situação daquelas de novo, -
1:46 - 1:48de ser rejeitado em público.
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1:48 - 1:50Essa é uma versão.
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1:50 - 1:52Então, passaram-se oito anos.
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1:52 - 1:55Bill Gates veio à minha
cidade, Pequim, China, -
1:55 - 1:57para palestrar,
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1:57 - 1:58e eu entendi sua mensagem.
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1:59 - 2:01Eu me apaixonei por aquele cara.
-
2:01 - 2:03Pensei: "Nossa, agora sei
o que quero fazer". -
2:04 - 2:07Naquele dia, escrevi uma carta
para minha família dizendo: -
2:07 - 2:11"Até os 25 anos, vou construir
a maior empresa do mundo, -
2:11 - 2:13e essa empresa vai comprar a Microsoft".
-
2:13 - 2:14(Risos)
-
2:15 - 2:18Aderi completamente à ideia de conquistar
o mundo, de dominação, certo? -
2:19 - 2:22E não estou mentindo,
eu escrevi mesmo a carta. -
2:22 - 2:23Aqui está.
-
2:23 - 2:25(Risos)
-
2:25 - 2:27Não precisam ler inteira.
-
2:27 - 2:28(Risos)
-
2:29 - 2:32A caligrafia está terrível,
mas destaquei algumas palavras. -
2:32 - 2:34[Básico - Windows - Microsoft]
-
2:34 - 2:36Dá para ter uma ideia.
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2:36 - 2:37(Risos)
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2:39 - 2:41Essa era outra versão minha:
-
2:41 - 2:43alguém que conquistaria o mundo.
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2:44 - 2:46Bem, dois anos depois,
-
2:46 - 2:49tive a oportunidade
de vir aos Estados Unidos. -
2:49 - 2:51Aproveitei-a,
-
2:51 - 2:53porque era onde Bill Gates morava, certo?
-
2:53 - 2:54(Risos)
-
2:54 - 2:57Achava que era o início
da minha jornada empreendedora. -
2:58 - 3:00Então, passaram-se mais 14 anos.
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3:00 - 3:01Eu tinha 30.
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3:01 - 3:04Não, não montei aquela empresa.
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3:04 - 3:05Nem comecei.
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3:05 - 3:09Na verdade, eu era gerente de marketing
em uma das empresas na Fortune 500. -
3:09 - 3:12Eu me sentia preso, estagnado.
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3:13 - 3:17Por que isso? Onde estava o adolescente
que escreveu aquela carta? -
3:18 - 3:20Não foi porque ele não tentou.
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3:20 - 3:23É porque, toda vez
que eu tinha uma ideia nova, -
3:23 - 3:25que eu queria tentar algo novo,
-
3:25 - 3:27até mesmo no trabalho,
quando queria propor algo -
3:27 - 3:31ou me manifestar para um grupo de pessoas,
-
3:31 - 3:33sentia que havia uma batalha constante
-
3:33 - 3:36entre o adolescente
e a criança de seis anos. -
3:36 - 3:39Um queria conquistar
o mundo, fazer a diferença, -
3:39 - 3:41o outro tinha medo de rejeição.
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3:42 - 3:45E, toda vez, a criança ganhava.
-
3:46 - 3:49E esse medo persistiu até depois
que abri minha própria empresa. -
3:50 - 3:53Abri minha empresa aos 30 anos,
-
3:53 - 3:56se queremos ser Bill Gates, temos
que começar cedo ou tarde, certo? -
3:57 - 4:00Quando eu era empresário,
-
4:00 - 4:03tive uma oportunidade de investimento,
-
4:03 - 4:05mas ela foi recusada.
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4:05 - 4:07E a rejeição doeu em mim.
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4:07 - 4:10Doeu tanto que eu queria desistir ali.
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4:11 - 4:12Mas então pensei:
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4:12 - 4:16"Será que Bill Gates desistiria com uma
simples rejeição a um investimento? -
4:17 - 4:20Será que qualquer empresário
bem-sucedido desistiria assim?" -
4:20 - 4:21De jeito nenhum.
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4:21 - 4:23E foi aí que pensei:
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4:23 - 4:25"Bem, posso criar uma empresa melhor.
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4:25 - 4:27Posso criar um time ou um produto melhor.
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4:27 - 4:29Mas uma coisa é certa:
-
4:29 - 4:32tenho que ser um líder melhor,
uma pessoa melhor. -
4:33 - 4:36Não posso mais deixar uma criança
de seis anos controlar minha vida. -
4:36 - 4:38Tenho que colocá-la em seu lugar".
-
4:39 - 4:41Então procurei por ajuda na internet.
-
4:41 - 4:43O Google era meu amigo.
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4:43 - 4:46Procurei "Como superar
o medo de rejeição?" -
4:47 - 4:52Encontrei vários de artigos de psicologia
falando de onde vêm o medo e a dor. -
4:53 - 4:56Depois, encontrei vários
artigos motivacionais otimistas -
4:56 - 4:59como "Não leve para o lado
pessoal, apenas supere". -
4:59 - 5:01Quem não sabe disso?
-
5:01 - 5:02(Risos)
-
5:02 - 5:05Mas por que eu ainda tinha tanto medo?
-
5:05 - 5:09Então, encontrei um website, por acaso,
chamado rejectiontherapy.com. -
5:09 - 5:10(Risos)
-
5:12 - 5:16"Rejection Therapy" é um jogo
criado por um empresário canadense. -
5:16 - 5:17O nome dele é Jason Comely.
-
5:17 - 5:22Basicamente, a ideia é procurarmos
por rejeição durante 30 dias, -
5:23 - 5:28sermos rejeitados por algo todo dia e,
no final, nos dessensibilizamos da dor. -
5:29 - 5:31E eu adorei a ideia.
-
5:31 - 5:32(Risos)
-
5:32 - 5:35Pensei: "Quer saber? Vou fazer isso.
-
5:35 - 5:38E vou me filmar sendo
rejeitado por 100 dias". -
5:38 - 5:40Elaborei minhas próprias
ideias de rejeição -
5:40 - 5:43e fiz um videoblog com elas.
-
5:44 - 5:46Então, foi isso o que fiz.
-
5:46 - 5:48Essa é a cara do blog.
-
5:48 - 5:49Primeiro dia:
-
5:50 - 5:51(Risos)
-
5:51 - 5:55Empreste US$ 100 de um estranho.
-
5:56 - 5:59Esse é o lugar aonde fui, onde trabalhava.
-
5:59 - 6:03Desci ao térreo e vi um cara grande
sentado atrás da mesa. -
6:03 - 6:04Parecia um segurança.
-
6:04 - 6:06Então o abordei.
-
6:06 - 6:07E eu estava andando
-
6:07 - 6:10e essa foi a maior
caminhada da minha vida, -
6:10 - 6:12os pelos na minha nuca todos arrepiados,
-
6:12 - 6:15eu estava suando,
e meu coração palpitando. -
6:15 - 6:16Cheguei até ele e disse:
-
6:16 - 6:19"Senhor, pode me emprestar US$ 100?"
-
6:19 - 6:20(Risos)
-
6:20 - 6:22Ele olhou para mim e disse: "Não.
-
6:23 - 6:24Por quê?"
-
6:24 - 6:27E eu disse: "Não? Me desculpe".
-
6:27 - 6:28Então me virei e fugi.
-
6:28 - 6:29(Risos)
-
6:31 - 6:33Fiquei tão envergonhado!
-
6:33 - 6:34Mas, como eu filmei,
-
6:34 - 6:37naquela noite, eu estava assistindo
a mim mesmo sendo rejeitado, -
6:37 - 6:39e vi como eu estava com medo.
-
6:39 - 6:43Parecia o garoto de "O Sexto Sentido":
"Eu vejo gente morta." -
6:43 - 6:44(Risos)
-
6:45 - 6:47Mas eu vi aquele cara.
-
6:47 - 6:49Sabem, ele não era tão ameaçador.
-
6:49 - 6:51Era um cara gorducho e simpático
-
6:52 - 6:54e até me perguntou: "Por quê?"
-
6:54 - 6:57Na verdade, ele pediu
que eu me explicasse. -
6:57 - 6:58Eu podia ter dito muitas coisas.
-
6:58 - 7:01Podia ter explicado, negociado.
-
7:01 - 7:02Não fiz nada disso.
-
7:03 - 7:04Apenas fugi.
-
7:05 - 7:08Senti que aquilo era
um microcosmo da minha vida. -
7:09 - 7:14Toda vez que eu sentia uma leve rejeição,
fugia o mais rápido que podia. -
7:14 - 7:15"E sabe do que mais?
-
7:15 - 7:18No dia seguinte, o que quer
que aconteça, não vou fugir. -
7:18 - 7:20Vou me empenhar."
-
7:20 - 7:23Segundo dia: pedir
um "refil de hambúrguer". -
7:23 - 7:24(Risos)
-
7:24 - 7:27Fui a uma lanchonete,
-
7:27 - 7:29terminei de comer,
fui até o balconista e disse: -
7:29 - 7:31"Oi, pode me dar
um refil de hambúrguer?" -
7:31 - 7:32(Risos)
-
7:33 - 7:36Ele ficou confuso: "O que é
um refil de hambúrguer?" -
7:36 - 7:39Eu disse: "É como um refil de bebida,
mas com o hambúrguer". -
7:39 - 7:40(Risos)
-
7:40 - 7:43Ele disse: "Desculpe, não temos
refil de hambúrguer". -
7:43 - 7:44(Risos)
-
7:44 - 7:48Foi então que houve rejeição
e eu podia ter fugido, mas eu fiquei. -
7:48 - 7:52Eu disse: "Eu adoro seus hambúrgueres,
adoro essa lanchonete, -
7:52 - 7:55e, se vocês tiverem refil de hambúrguer,
vou adorar ainda mais". -
7:55 - 7:56(Risos)
-
7:56 - 7:59E ele disse: "Tudo bem,
vou falar com o gerente, -
7:59 - 8:02e talvez façamos isso mas
hoje não podemos fazer". -
8:02 - 8:04Então fui embora.
-
8:04 - 8:08E, a propósito, acho
que eles não fizeram o refil. -
8:08 - 8:09(Risos)
-
8:09 - 8:11Acho que estão do mesmo jeito.
-
8:11 - 8:15Mas o sentimento de vida ou morte
que tive na primeira vez -
8:15 - 8:16não estava mais lá,
-
8:16 - 8:19apenas porque me empenhei, não fugi.
-
8:19 - 8:22Pensei: "Nossa, legal,
já estou aprendendo algo". -
8:23 - 8:26Então, o terceiro dia:
comprar donuts olímpicos. -
8:27 - 8:30Foi então que minha vida
virou de cabeça para baixo. -
8:30 - 8:32Fui até uma Krispy Kreme.
-
8:32 - 8:35Eles vendem donuts principalmente
na região sudeste dos Estados Unidos. -
8:36 - 8:38Deve haver alguma aqui, também.
-
8:38 - 8:39Eu entrei e disse:
-
8:39 - 8:42"Vocês podem fazer donuts
no formato dos símbolos olímpicos? -
8:42 - 8:44Você só precisa interligar cinco donuts".
-
8:45 - 8:47Não tinha como eles concordarem, certo?
-
8:48 - 8:50A atendente me levou tão a sério!
-
8:50 - 8:51(Risos)
-
8:51 - 8:55Pegou um pedaço de papel, começou
a esboçar as cores e os anéis -
8:55 - 8:57e perguntou: "Como vou fazer isso?"
-
8:57 - 8:59E, 15 minutos depois,
-
8:59 - 9:02ela veio com uma caixa de donuts
que pareciam com os aros olímpicos. -
9:02 - 9:05E fiquei muito comovido,
não conseguia acreditar. -
9:06 - 9:10E o vídeo teve mais de 5 milhões
de visualizações no YouTube. -
9:11 - 9:13O mundo também não conseguia
acreditar naquilo. -
9:13 - 9:15(Risos)
-
9:16 - 9:20Por causa disso, apareci em jornais,
em talk shows, em todo lugar. -
9:20 - 9:22E fiquei famoso.
-
9:22 - 9:24Muitas pessoas começaram
a me mandar e-mails -
9:24 - 9:26e me dizer: "É fantástico
o que está fazendo". -
9:26 - 9:30Mas fama e notoriedade
não significavam nada para mim. -
9:30 - 9:33O que eu realmente queria era
aprender e mudar quem eu era. -
9:33 - 9:36Então transformei o restante
dos 100 dias de rejeição -
9:36 - 9:40em um playground,
em um projeto de pesquisa. -
9:40 - 9:42Queria ver o que conseguiria aprender.
-
9:42 - 9:46E aprendi muitas coisas,
descobri muitos segredos. -
9:46 - 9:50Por exemplo, descobri que se eu
não fugir quando for rejeitado, -
9:50 - 9:53posso transformar um "não" em um "sim",
e a palavra mágica é "por quê". -
9:54 - 9:57Então, um dia, fui à casa
de um estranho com uma flor na mão, -
9:57 - 10:00bati à porta e perguntei:
"Posso plantar essa flor no seu quintal?" -
10:00 - 10:02(Risos)
-
10:03 - 10:05E ele disse: "Não".
-
10:06 - 10:09Mas, antes de ir embora, perguntei:
"Posso saber por quê?" -
10:09 - 10:12E ele disse: "Bem, eu tenho um cão
-
10:12 - 10:16que desenterra tudo que planto
e não quero desperdiçar sua flor. -
10:16 - 10:19Se quiser, vá até o outro lado
da rua e fale com a Connie. -
10:19 - 10:20Ela adora flores".
-
10:20 - 10:21(Risos)
-
10:21 - 10:24Foi o que fiz: fui até lá
e bati à porta da Connie. -
10:24 - 10:26E ela ficou muito feliz em me ver.
-
10:26 - 10:27(Risos)
-
10:28 - 10:31Meia hora depois, lá estava
a flor no quintal da Connie. -
10:31 - 10:32Deve estar mais bonita agora.
-
10:32 - 10:34(Risos)
-
10:34 - 10:38Mas, seu eu tivesse ido embora
após a rejeição, teria pensado: -
10:38 - 10:41"Bem, foi porque o rapaz não confiou
em mim, porque fui louco, -
10:41 - 10:43não estava bem vestido,
tinha má aparência". -
10:43 - 10:45Não foi nada disso.
-
10:45 - 10:48Foi porque o que ofereci
não era o que ele queria. -
10:48 - 10:50E ele confiou em mim
e me deu uma indicação, -
10:50 - 10:52usando um termo dos negócios.
-
10:52 - 10:54Eu adaptei a indicação.
-
10:55 - 10:59Também aprendi que posso
dizer certas coisas -
10:59 - 11:01e maximizar a chance de ouvir um "sim".
-
11:01 - 11:03Por exemplo, um dia fui à Starbucks
-
11:03 - 11:06e perguntei ao gerente:
"Posso ser um saudador da Starbucks?" -
11:06 - 11:09Ele perguntou: "O que é
um saudador da Starbucks?" -
11:09 - 11:11Eu disse: "Sabe aqueles
saudadores do Walmart? -
11:11 - 11:14Aquelas pessoas que nos dizem
'oi' antes de entrarmos na loja -
11:14 - 11:16e se certificam de que não roubemos nada?
-
11:17 - 11:20Quero passar a experiência do Walmart
para os clientes Starbucks". -
11:20 - 11:22(Risos)
-
11:23 - 11:25Não acho que isso seja bom.
-
11:26 - 11:28Na verdade, tenho certeza
de que é muito ruim. -
11:28 - 11:30E ele disse: "Ah."
-
11:30 - 11:32Sim, esse aqui é ele, se chama Eric.
-
11:32 - 11:34Ele disse: "Não sei".
-
11:34 - 11:36Ele estava me escutando. "Não sei."
-
11:36 - 11:38E perguntei a ele: "É estranho?"
-
11:38 - 11:40E ele: "Sim, é bem estranho, cara".
-
11:40 - 11:41(Risos)
-
11:41 - 11:44Mas, assim que ele disse isso,
sua atitude mudou. -
11:44 - 11:47Foi como se ele colocasse
todo seu receio de lado. -
11:47 - 11:49E ele disse: "Sim, pode ser,
só não seja muito esquisito". -
11:49 - 11:51(Risos)
-
11:51 - 11:54Então, na hora seguinte,
fui um saudador da Starbucks. -
11:54 - 11:56Dizia "oi" a todo cliente que entrava
-
11:56 - 11:57e lhes desejava boas festas.
-
11:57 - 12:00Aliás, não conheço
sua trajetória profissional, -
12:00 - 12:02mas não seja um saudador.
-
12:02 - 12:03(Risos)
-
12:03 - 12:04Foi muito chato.
-
12:05 - 12:10Mas descobri que podia fazer isso
porque perguntei se era estranho. -
12:10 - 12:12Mencionei a dúvida que ele estava tendo.
-
12:12 - 12:16E, porque perguntei se era estranho,
significa que eu não era estranho. -
12:16 - 12:19Significa que eu estava pensando
exatamente como ele, -
12:19 - 12:20enxergando a situação como estranha.
-
12:20 - 12:22E, repetidas vezes,
-
12:22 - 12:25aprendi que, se eu mencionar
uma dúvida que as pessoas possam ter -
12:25 - 12:27antes de fazer a pergunta,
-
12:27 - 12:30ganho a confiança delas,
é mais provável que elas me digam "sim". -
12:31 - 12:34E aprendi que posso realizar meu sonho
-
12:34 - 12:35perguntando.
-
12:36 - 12:38Sabem, venho de quatro
gerações de professores, -
12:38 - 12:42e minha avó sempre me disse:
-
12:42 - 12:44"Jia, você pode fazer o que quiser,
-
12:44 - 12:46mas seria ótimo se fosse professor".
-
12:46 - 12:47(Risos)
-
12:47 - 12:50Mas eu queria ser
empresário, então não fui. -
12:50 - 12:53Mas sempre tive o sonho de ensinar algo.
-
12:53 - 12:57Então pensei: "E se eu apenas perguntar
se posso dar uma aula de faculdade?" -
12:57 - 13:01Morando em Austin naquela época,
fui à Universidade do Texas em Austin, -
13:01 - 13:04bater à porta dos professores
perguntando: "Posso dar sua aula?" -
13:04 - 13:07Não obtive resultados
nas primeiras tentativas. -
13:07 - 13:10Mas eu não fugi, continuei tentando,
-
13:10 - 13:13e, na terceira tentativa,
o professor ficou impressionado. -
13:13 - 13:15Ele disse: "Ninguém fez isso antes".
-
13:15 - 13:19E eu cheguei preparado,
com slides e minha aula. -
13:19 - 13:21Ele disse: "Nossa, posso usar isso.
-
13:21 - 13:24Volte em dois meses.
Posso encaixá-lo na programação". -
13:24 - 13:26E, dois meses depois,
estava dando uma aula. -
13:26 - 13:30Esse sou eu. Não devem estar
vendo bem, é uma foto ruim. -
13:30 - 13:32Sabem, às vezes somos rejeitados pela luz.
-
13:32 - 13:33(Risos)
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13:35 - 13:38Mas, nossa, quando terminei
a aula, saí de lá chorando, -
13:38 - 13:43porque vi que podia realizar meu sonho
simplesmente perguntando. -
13:43 - 13:46Eu pensava que tinha
que conquistar muitas coisas, -
13:46 - 13:50ser um grande empresário
ou ter um doutorado para lecionar. -
13:50 - 13:53Mas não: apenas perguntei
e consegui dar aula. -
13:53 - 13:56E, nessa foto, que não conseguem enxergar,
-
13:56 - 13:59citei Martin Luther King Jr.
-
13:59 - 14:00Por quê?
-
14:00 - 14:04Na minha pesquisa, descobri
que pessoas que realmente mudam o mundo, -
14:04 - 14:06que mudam a forma como vivemos e pensamos,
-
14:06 - 14:11são pessoas que previamente enfrentaram
rejeições até mesmo violentas. -
14:11 - 14:13Pessoas como Martin Luther King Jr.,
-
14:13 - 14:15como Mahatma Gandhi, Nelson Mandela,
-
14:15 - 14:17ou até mesmo Jesus Cristo.
-
14:17 - 14:20Essas pessoas não deixaram
que a rejeição as definisse. -
14:20 - 14:24Deixaram que seu próprio reflexo
à rejeição as definisse. -
14:25 - 14:27E aceitaram a rejeição.
-
14:27 - 14:31E não precisamos ser essas pessoas
para aprender sobre rejeição. -
14:31 - 14:34No meu caso, a rejeição
era minha maldição, -
14:34 - 14:35era meu bicho-papão.
-
14:35 - 14:39Ela me incomodou a vida toda
porque eu estava fugindo dela. -
14:39 - 14:42Então, comecei a aceitá-la.
-
14:42 - 14:44Transformei-a no maior
presente da minha vida. -
14:45 - 14:50Comecei a ensinar as pessoas
a transformar rejeições em oportunidades. -
14:50 - 14:54Uso meu blog, minhas palestras,
o livro que acabei de publicar, -
14:54 - 14:58e estou desenvolvendo tecnologia que ajuda
as pessoas com o medo da rejeição. -
15:00 - 15:02Quando forem rejeitados na vida,
-
15:02 - 15:04quando estiverem encarando
o próximo obstáculo -
15:04 - 15:06ou o próximo fracasso,
-
15:06 - 15:08considerem as possibilidades.
-
15:08 - 15:09Não fujam.
-
15:09 - 15:11Se vocês as aceitarem,
-
15:11 - 15:13elas podem se tornar
seus presentes também. -
15:13 - 15:14Obrigado.
-
15:14 - 15:16(Aplausos)
- Title:
- O que aprendi com 100 dias de rejeição
- Speaker:
- Jia Jiang
- Description:
-
Jia Jiang aventura-se corajosamente em um território que muitos de nós tememos: rejeição. Buscando rejeição por 100 dias -- desde pedir US$ 100 emprestados a um estranho, até solicitar um "refil de hambúrguer" em um restaurante -- Jiang dessensibilizou-se da dor e da vergonha que a rejeição costuma trazer e, no processo, descobriu que simplesmente perguntar por aquilo que queremos pode gerar possibilidades onde não esperamos encontrar saída.
- Video Language:
- English
- Team:
- closed TED
- Project:
- TEDTalks
- Duration:
- 15:31
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