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3 novas maneiras de matar mosquitos

  • 0:01 - 0:07
    (Zumbido de mosquito)
  • 0:10 - 0:13
    (Pancada)
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    Apanhei-te.
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    Mosquitos. Odeio-os.
  • 0:20 - 0:22
    Não odeiam?
  • 0:22 - 0:25
    Aquele zumbido horrível,
    de noite, nos vossos ouvidos
  • 0:25 - 0:27
    que vos enlouquece completamente.
  • 0:27 - 0:29
    Saber que ele quer espetar
    uma agulha, na vossa pele
  • 0:29 - 0:33
    e sugar o vosso sangue!
    É horrível, não é?
  • 0:33 - 0:37
    Na verdade,
    só me consigo lembrar de uma coisa boa
  • 0:37 - 0:39
    quando se fala de mosquitos.
  • 0:39 - 0:42
    Quando eles voam à noite,
    para o nosso quarto
  • 0:42 - 0:45
    preferem picar a minha mulher.
  • 0:45 - 0:46
    Isso é fascinante, não acham?
  • 0:46 - 0:51
    Porque razão
    ela é mais picada do que eu?
  • 0:51 - 0:55
    A resposta é o cheiro,
    o cheiro do seu corpo.
  • 0:55 - 0:58
    E como todos temos cheiros diferentes
    e produzimos químicos
  • 0:58 - 1:02
    na nossa pele que,
    ou atraem ou repelem mosquitos,
  • 1:02 - 1:05
    alguns de nós
    somos mais atractivos do que outros.
  • 1:05 - 1:09
    Por isso, a minha mulher
    cheira melhor do que eu, ou sou eu
  • 1:09 - 1:11
    que tresando mais do que ela.
  • 1:11 - 1:15
    De qualquer maneira, os mosquitos
    encontram-nos no escuro
  • 1:15 - 1:18
    farejando-nos. Eles cheiram-nos.
  • 1:18 - 1:20
    No meu doutoramento,
    quis saber exactamente
  • 1:20 - 1:23
    que químicos da nossa pele
    eram usados pelos mosquitos,
  • 1:23 - 1:27
    pelos mosquitos africanos da malária,
    para nos encontrarem à noite.
  • 1:27 - 1:31
    E há todo um leque de componentes
    que eles utilizam.
  • 1:31 - 1:34
    Não ia ser uma tarefa fácil.
  • 1:34 - 1:37
    Por isso, fizemos várias experiências.
  • 1:37 - 1:40
    E porque é que fizemos essas experiências?
  • 1:40 - 1:43
    Porque, metade da população mundial
    corre o risco
  • 1:43 - 1:46
    de contrair uma doença mortal
    como a malária,
  • 1:46 - 1:49
    através de uma simples picada de mosquito.
  • 1:49 - 1:51
    Em cada 30 segundos, algures neste planeta,
  • 1:51 - 1:55
    morre uma criança de malária.
    Esta manhã, Paul Levy
  • 1:55 - 1:59
    falou sobre a metáfora dos 727
    se despenharem sobre os Estados Unidos.
  • 1:59 - 2:04
    Bem, em África temos o equivalente
    à queda de sete Jumbos 747,
  • 2:04 - 2:07
    todos os dias.
  • 2:07 - 2:10
    Mas talvez, se conseguirmos
    atrair estes mosquitos para armadilhas,
  • 2:10 - 2:14
    com o nosso cheiro como isco,
    possamos travar a transmissão
  • 2:14 - 2:16
    da doença.
  • 2:16 - 2:18
    Resolver este "puzzle" não foi fácil
  • 2:18 - 2:21
    porque nós produzimos, na nossa pele,
    centenas de químicos diferentes
  • 2:21 - 2:24
    mas realizámos algumas experiências notáveis
  • 2:24 - 2:28
    que nos permitiram resolver este "puzzle"
    de uma maneira muito rápida.
  • 2:28 - 2:31
    Primeiro, verificámos que
    nem todas as espécies de mosquitos
  • 2:31 - 2:35
    picam na mesma parte do corpo. Estranho.
  • 2:35 - 2:36
    Por isso, fizemos uma experiência
  • 2:36 - 2:40
    onde colocámos um voluntário,
    nú, dentro de uma grande jaula,
  • 2:40 - 2:43
    e largámos mosquitos na jaula
  • 2:43 - 2:46
    para ver em que parte do corpo
    dessa pessoa eles picavam.
  • 2:46 - 2:49
    Descobrimos algumas diferenças notáveis.
  • 2:49 - 2:51
    À esquerda, podem ver as picadas
  • 2:51 - 2:54
    do mosquito holandês da malária,
    nessa pessoa.
  • 2:54 - 2:57
    Eles tinham uma grande preferência
    em picar na cara.
  • 2:57 - 3:00
    Em contrapartida,
    o mosquito africano da malária
  • 3:00 - 3:06
    tinham uma grande preferência
    em picar nos tornozelos e pés dessa pessoa.
  • 3:06 - 3:08
    Claro que deviamos ter sabido isso,
    desde o início
  • 3:08 - 3:13
    porque eles se chamam mosqui-toes
    (toes=dedos dos pés).
    (Risos)
  • 3:13 - 3:16
    É isso mesmo. (Aplausos)
  • 3:16 - 3:21
    Então começámos a focar-nos
    no cheiro dos pés,
  • 3:21 - 3:23
    no cheiro dos pés humanos,
  • 3:23 - 3:27
    até que deparámos
    com uma declaração espantosa,
  • 3:27 - 3:30
    que afirmava
    que o queijo cheira a pés,
  • 3:30 - 3:34
    e não o contrário. Pensem nisso.
  • 3:34 - 3:37
    E isto, levou-nos a fazer
    uma experiência espantosa.
  • 3:37 - 3:41
    Tentámos, com um pequeno pedaço
    de queijo Limburger,
  • 3:41 - 3:44
    que cheira muito mal,
    a pés,
  • 3:44 - 3:46
    atrair mosquitos africanos da malária.
  • 3:46 - 3:49
    E sabem que mais? Funcionou.
  • 3:49 - 3:54
    De facto, funcionou tão bem,
    que agora temos uma mistura sintética
  • 3:54 - 3:59
    do aroma do queijo Limburger,
    que estamos a utilizar na Tanzânia
  • 3:59 - 4:01
    e que aí demonstrou
    ser duas ou três vezes
  • 4:01 - 4:05
    mais atractivo para os mosquitos
    do que os humanos.
  • 4:05 - 4:08
    Limburg, tenham orgulho do vosso queijo
  • 4:08 - 4:11
    porque ele é agora usado,
    na luta contra a malária.
  • 4:11 - 4:18
    (Aplausos)
  • 4:18 - 4:21
    Este é o queijo,
    só para vos mostrar.
  • 4:21 - 4:24
    A minha segunda história
    é também extraordinária.
  • 4:24 - 4:28
    É sobre o melhor amigo do homem.
    É sobre cães.
  • 4:28 - 4:29
    Vou mostrar-vos
  • 4:29 - 4:32
    como podemos usar os cães
    na luta contra a malária.
  • 4:32 - 4:36
    Uma das melhores maneiras
    de matar mosquitos,
  • 4:36 - 4:39
    é não os deixar chegar a adultos
    para andarem por aí a voar
  • 4:39 - 4:42
    a picar pessoas e a transmitir doenças.
  • 4:42 - 4:46
    É matá-los enquanto ainda estão na água,
    como larvas.
  • 4:46 - 4:50
    Porquê? Porque eles são como a CIA.
  • 4:50 - 4:55
    Nessa poça de água,
    as larvas estão concentradas.
  • 4:55 - 4:57
    Estão lá todas juntas. Estão imóveis.
  • 4:57 - 5:00
    Não podem escapar da água.
    Não podem voar.
  • 5:00 - 5:04
    E estão acessíveis.
    Podemos ir mesmo lá,
  • 5:04 - 5:08
    àquela poça e matá-las, certo?
  • 5:08 - 5:12
    Então, o problema que
    enfrentamos com isto é que
  • 5:12 - 5:15
    ao longo da paisagem,
    todas estas poças de água,
  • 5:15 - 5:18
    com as larvas, estão espalhadas
    por todo o lado,
  • 5:18 - 5:21
    o que torna muito difícil
    para um destes inspectores
  • 5:21 - 5:25
    encontrar todos estes locais de reprodução
    e tratá-los com insecticidas.
  • 5:25 - 5:27
    E, no ano passado,
    pensámos muito, muito a sério
  • 5:27 - 5:31
    em como poderiamos resolver este problema.
    Até que nos apercebemos
  • 5:31 - 5:34
    que, tal como nós temos um cheiro único,
  • 5:34 - 5:38
    aquelas larvas de mosquito
    também têm um cheiro único.
  • 5:38 - 5:41
    Então, realizámos outra experiência louca,
  • 5:41 - 5:43
    porque recolhemos o cheiro dessas larvas,
  • 5:43 - 5:47
    colocámo-lo em peças de roupa
    e fizemos uma coisa mesmo extraordinária.
  • 5:47 - 5:49
    Aqui, temos uma barra com quatro buracos,
  • 5:49 - 5:52
    e pomos o cheiro dessas larvas
    no buraco da esquerda.
  • 5:52 - 5:53
    Oh, foi muito rápido.
  • 5:53 - 5:56
    Agora vêem o cão.
    Chama-se Tweed. É um border collie.
  • 5:56 - 5:59
    Ele está a examinar os buracos,
    e agora já encontrou.
  • 5:59 - 6:01
    Ele volta atrás,
    para verificar os buracos outra vez,
  • 6:01 - 6:03
    mas volta novamente ao primeiro,
  • 6:03 - 6:05
    e agora, está fixo naquele cheiro
  • 6:05 - 6:08
    o que significa
    que agora podemos usar cães
  • 6:08 - 6:10
    com esses inspectores,
    para melhor encontrar
  • 6:10 - 6:12
    os locais de reprodução
    dos mosquitos, no campo,
  • 6:12 - 6:15
    e ter, desse modo,
    um maior impacto na malária.
  • 6:15 - 6:19
    Esta senhora é Ellen van der Zweep.
    É uma das melhores treinadoras de cães do mundo,
  • 6:19 - 6:22
    e ela acredita que podemos fazer muito mais.
  • 6:22 - 6:25
    Como também sabemos que,
    as pessoas portadoras de parasitas da malária
  • 6:25 - 6:28
    têm um cheiro diferente
    das pessoas que não estão infectadas,
  • 6:28 - 6:31
    ela está convencida
    que podemos treinar cães
  • 6:31 - 6:34
    para encontrar pessoas
    portadoras do parasita.
  • 6:34 - 6:37
    Isso significa, que numa população
    em que a malária diminuiu,
  • 6:37 - 6:40
    e onde há poucas pessoas
    que ainda têm o parasita,
  • 6:40 - 6:42
    os cães podem encontrar essas pessoas,
  • 6:42 - 6:46
    podemos tratá-las com medicamentos
    anti-malária e erradicar a malária.
  • 6:46 - 6:50
    O melhor amigo do homem
    na luta contra a malária.
  • 6:50 - 6:53
    A minha terceira história é, talvez,
    ainda mais extraordinária
  • 6:53 - 6:58
    e, devo dizê-lo, nunca foi mostrada
    em público, até hoje.
  • 6:58 - 7:00
    Sim!
  • 7:00 - 7:03
    É uma história louca,
    mas acredito que talvez seja a melhor
  • 7:03 - 7:06
    e definitiva vingança contra os mosquitos,
    de todos os tempos.
  • 7:06 - 7:09
    De facto, as pessoas têm-me dito
    que agora vão gostar
  • 7:09 - 7:12
    de ser picadas pelos mosquitos.
  • 7:12 - 7:15
    E, claro que a questão é:
    o que é que faz alguém
  • 7:15 - 7:18
    gostar de ser picado por mosquitos?
  • 7:18 - 7:19
    E a resposta,
  • 7:19 - 7:23
    tenho-a mesmo aqui no meu bolso,
  • 7:23 - 7:26
    se a conseguir alcançar.
  • 7:26 - 7:29
    É um comprimido,
    um simples comprimido,
  • 7:29 - 7:32
    e quando o tomo com água,
  • 7:32 - 7:36
    faz milagres.
  • 7:36 - 7:38
    Obrigado.
  • 7:40 - 7:44
    (A beber)
  • 7:44 - 7:48
    Agora deixem-me mostrar-vos
    como é que funciona.
  • 7:48 - 7:51
    Aqui, nesta caixa tenho uma gaiola
  • 7:51 - 7:56
    com algumas centenas de esfomeados
  • 7:56 - 8:00
    mosquitos fêmea
  • 8:00 - 8:04
    que estou prestes a libertar.
    (Risos)
  • 8:04 - 8:07
    Estou a brincar, estou a brincar.
  • 8:07 - 8:10
    O que vos vou mostrar
    é que vou enfiar ali o meu braço
  • 8:10 - 8:13
    e vou-vos mostrar
    a rapidez com que eles mordem.
  • 8:13 - 8:15
    Aqui vai.
  • 8:15 - 8:18
    Não se preocupem,
    faço isto muitas vezes, no laboratório.
  • 8:18 - 8:22
    Aqui vamos. OK.
  • 8:22 - 8:27
    Agora, no vídeo, neste vídeo,
  • 8:27 - 8:29
    vou mostrar-vos
    exactamente a mesma coisa,
  • 8:29 - 8:31
    com a diferença de que,
    o que vos vou mostrar no vídeo
  • 8:31 - 8:35
    aconteceu uma hora depois de
    ter tomado o comprimido.
  • 8:35 - 8:40
    Vejam. Não funciona. OK. Desculpem lá.
  • 8:40 - 8:42
    Estou a pôr o meu braço, estou-lhes a oferecer
  • 8:42 - 8:44
    uma suculenta refeição de sangue,
    estou a enxotá-los e vamos ficar a acompanhar
  • 8:44 - 8:47
    para ver estes mosquitos ficarem muito,
    muito doentes,
  • 8:47 - 8:49
    aqui vemos em câmara lenta,
  • 8:49 - 8:53
    e três horas depois, o que vemos no fundo
  • 8:53 - 8:56
    da gaiola, são mosquitos mortos,
  • 8:56 - 9:00
    mosquitos muito mortos e,
    vou dizer-vos, senhoras e senhores,
  • 9:00 - 9:02
    invertemos os papéis com os mosquitos.
  • 9:02 - 9:07
    Eles não nos matam.
    Nós é que os matamos.
  • 9:07 - 9:15
    (Aplausos)
  • 9:15 - 9:21
    Agora – (risos) –
  • 9:21 - 9:23
    Maastricht, prepara-te.
  • 9:23 - 9:25
    Agora, pensem no que podemos fazer com isto.
  • 9:25 - 9:27
    Podemos, efectivamente,
    usar isto para conter surtos
  • 9:27 - 9:31
    de doenças transmitidas por mosquitos,
    de epidemias, certo?
  • 9:31 - 9:33
    E, melhor ainda,
    imaginem o que poderá acontecer se,
  • 9:33 - 9:36
    numa área muito vasta,
    toda a gente tomasse estes medicamentos,
  • 9:36 - 9:38
    este medicamento,
    apenas durante três semanas.
  • 9:38 - 9:40
    Isso iria dar-nos uma oportunidade
    para eliminar realmente
  • 9:40 - 9:42
    a malária como uma doença.
  • 9:42 - 9:46
    Por isso, queijo, cães
    e um comprimido para matar mosquitos.
  • 9:46 - 9:50
    Este é o tipo de ciência excepcional
    que adoro fazer,
  • 9:50 - 9:52
    para melhorar a humanidade,
  • 9:52 - 9:55
    mas especialmente por ela,
    para que ela possa crescer
  • 9:55 - 10:00
    num mundo sem malária. Obrigado.
    (Aplausos)
Title:
3 novas maneiras de matar mosquitos
Speaker:
Bart Knols
Description:

Podemos utilizar os instintos dos mosquitos contra eles próprios. Em TEDxMaastricht o orador Bart Knols mostra as soluções criativas que a sua equipa está a desenvolver para combater a malária — incluindo queijo Limburger e um comprimido mortal. (Filmado em TEDxMaastricht.)

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Video Language:
English
Team:
closed TED
Project:
TEDTalks
Duration:
10:20
Isabel Vaz Belchior edited Portuguese subtitles for 3 new ways to kill mosquitoes
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