O poder de pensar no futuro numa época desenfreada
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0:02 - 0:04No inverno de 2012,
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0:04 - 0:06fui visitar a casa da minha avó
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0:06 - 0:08na Índia do Sul,
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0:08 - 0:10aliás, um lugar onde os mosquitos
têm um gosto especial -
0:11 - 0:13pelo sangue dos americanos.
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0:13 - 0:14(Risos)
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0:14 - 0:15A sério.
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0:16 - 0:19Quando lá estava,
recebi um presente inesperado. -
0:20 - 0:22Era este instrumento antigo
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0:22 - 0:24feito há mais de um século,
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0:24 - 0:27talhado à mão numa madeira rara,
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0:27 - 0:28incrustado com pérolas
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0:28 - 0:31e com dezenas de cordas de metal.
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0:32 - 0:34É uma herança de família,
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0:34 - 0:36um elo entre o meu passado,
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0:36 - 0:38o país onde os meus pais nasceram,
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0:38 - 0:40e o futuro,
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0:40 - 0:43os lugares desconhecidos
onde o hei de levar. -
0:43 - 0:46Quando o recebi, não percebi de imediato,
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0:46 - 0:50mas ele ia tornar-se numa metáfora
poderosa para o meu trabalho. -
0:51 - 0:53Todos conhecemos o ditado:
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0:53 - 0:55"Não deixes para amanhã
o que podes fazer hoje." -
0:56 - 1:00Mas hoje em dia, parece que
não há tempo senão o presente. -
1:01 - 1:06O imediato e o efémero
parecem dominar a nossa vida, -
1:06 - 1:08a nossa economia e a nossa política.
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1:10 - 1:14É tão fácil preocuparmo-nos com
o número de passos que demos hoje -
1:14 - 1:17ou com o último "tweet"
de alguém famoso. -
1:19 - 1:24É fácil para as empresas preocuparem-se
em obter lucro imediato -
1:24 - 1:27e negligenciar o que é bom
para futuras invenções. -
1:28 - 1:32E é demasiado fácil
para os governos serem passivos -
1:32 - 1:35enquanto as pescas e os terrenos agrícolas
são delapidados -
1:36 - 1:39em vez de conservados
para alimentar gerações futuras. -
1:40 - 1:43Tenho a sensação de que, a este ritmo,
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1:43 - 1:48vai ser difícil a nossa geração
ser lembrada como bons antepassados. -
1:49 - 1:53Se pensarem nisso, a nossa espécie
evoluiu para pensar no futuro, -
1:53 - 1:55para mapear as estrelas,
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1:55 - 1:57para sonhar com a vida depois da morte,
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1:58 - 2:00para plantar sementes e depois colher.
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2:01 - 2:05Alguns cientistas chamam a este nosso
super poder "viagem mental no tempo", -
2:06 - 2:10e é responsável praticamente por tudo
a que chamamos civilização humana, -
2:10 - 2:12da agricultura à Magna Carta,
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2:12 - 2:14à Internet.
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2:14 - 2:17Tudo idealizado pela mente
dos seres humanos. -
2:18 - 2:20Mas vamos ser realistas:
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2:20 - 2:22se olharmos à nossa volta hoje em dia,
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2:22 - 2:26parece que não utilizamos
este super poder o suficiente, -
2:28 - 2:31o que me faz perguntar: Porque não?
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2:33 - 2:35O que está errado é a forma
como são concebidas -
2:35 - 2:38as nossas comunidades,
os negócios e as instituições. -
2:38 - 2:41São concebidas de uma forma
que prejudica a nossa visão do futuro. -
2:42 - 2:45Quero falar-vos dos três principais erros
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2:45 - 2:47que eu acho que estamos a cometer.
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2:48 - 2:50O primeiro erro é aquilo que medimos.
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2:52 - 2:55Quando olhamos para
os lucros trimestrais de uma empresa -
2:55 - 2:58ou para o preço das suas ações
a curto prazo, -
2:58 - 3:00muitas vezes essa não é a melhor maneira
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3:00 - 3:02de avaliar se a quota de mercado
da empresa vai crescer -
3:02 - 3:04ou se vai ser inventiva a longo prazo.
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3:04 - 3:09Quando nos concentramos nas notas
que as crianças trazem da escola, -
3:09 - 3:12isso não é necessariamente
o melhor para a sua aprendizagem -
3:12 - 3:15para a sua curiosidade a longo prazo.
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3:15 - 3:19Não estamos a medir
o que realmente é importante no futuro. -
3:20 - 3:23O segundo erro que nos impede
de visualizarmos o futuro -
3:23 - 3:25é o que nós recompensamos.
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3:26 - 3:29Quando elogiamos
um líder político ou empresarial -
3:29 - 3:32pelo desastre que resolveu
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3:32 - 3:35ou pelo anúncio que acabou de fazer,
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3:35 - 3:36não estamos a motivar esse líder
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3:36 - 3:40a investir na prevenção
desses desastres, -
3:40 - 3:42ou a fazer um seguro para o futuro
-
3:42 - 3:45para proteger as comunidades
de inundações -
3:45 - 3:47ou para combater as desigualdades
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3:47 - 3:50ou investir em pesquisa e educação.
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3:51 - 3:55O terceiro erro que nos impede
de visualizarmos o futuro -
3:55 - 3:57é o que não imaginamos.
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3:58 - 4:00Quando pensamos no futuro,
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4:00 - 4:03tentamos prever exatamente
o que vem a seguir, -
4:03 - 4:07quer utilizemos horóscopos
ou algarismos para fazê-lo. -
4:08 - 4:13Mas passamos muito menos tempo
imaginando as possibilidades do futuro. -
4:14 - 4:18Quando o surto de Ébola surgiu
na África Ocidental em 2014, -
4:19 - 4:22os trabalhadores de saúde pública
em todo o mundo -
4:22 - 4:23receberam sinais de alerta prévios
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4:23 - 4:25e instrumentos de prognóstico
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4:25 - 4:28que demonstraram como
o surto se poderia espalhar, -
4:28 - 4:32mas não imaginaram que isso acontecesse
-
4:32 - 4:35e não agiram a tempo de intervir,
-
4:35 - 4:38e a epidemia cresceu
e matou mais de 11 mil pessoas. -
4:39 - 4:42Quando as pessoas com muitos recursos
e boas previsões -
4:42 - 4:45não se preparam para furacões fatais,
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4:45 - 4:49frequentemente não imaginam
o quanto eles podem ser perigosos. -
4:51 - 4:54Todos os erros que descrevi,
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4:54 - 4:56por mais sombrios que pareçam,
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4:56 - 4:58não são inevitáveis.
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4:58 - 5:00Na verdade, são todos evitáveis.
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5:01 - 5:03Para melhorar as decisões sobre o futuro
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5:03 - 5:06precisamos de instrumentos
que ajudem as previsões, -
5:06 - 5:08instrumentos que nos ajudem
a pensar no futuro. -
5:08 - 5:11Pensem nisso como algo
parecido com os telescópios -
5:11 - 5:15que os capitães dos navios de outrora
usavam para varrer o horizonte. -
5:15 - 5:19Em vez de ficar a olhar apenas
para o oceano à distância -
5:19 - 5:23esses instrumentos servem para olhar
para o futuro através do tempo. -
5:24 - 5:26Eu quero partilhar com vocês
uns instrumentos -
5:26 - 5:28que encontrei na minha pesquisa
-
5:28 - 5:31que eu creio podem
ajudar-nos nas previsões. -
5:32 - 5:34Penso no primeiro instrumento
de que vou falar -
5:34 - 5:37como a maior aposta atual.
-
5:37 - 5:41Este é Wes Jackson, um agricultor
com quem passei um tempo no Kansas. -
5:41 - 5:43Jackson sabe
-
5:43 - 5:47que a forma como quase todos os cultivos
são feitos hoje em todo o mundo -
5:47 - 5:50é esgotando a camada superior
do solo mais fértil -
5:50 - 5:52de que precisamos
para alimentar as gerações futuras. -
5:53 - 5:55Ele juntou-se a um grupo de cientistas
-
5:55 - 5:59e criaram sementes de grãos perenes
que têm raízes profundas -
5:59 - 6:01que fixam o solo fértil da quinta,
-
6:01 - 6:05evitando a erosão e protegendo
as lavouras futuras. -
6:05 - 6:07Mas também sabem
-
6:07 - 6:11que para os fazendeiros plantarem
essas sementes a curto prazo -
6:11 - 6:14eles têm de aumentar a produtividade
anual dessas sementes -
6:14 - 6:18e encontrar empresas que queiram
fazer cereais e cervejas com esses grãos -
6:18 - 6:22para os fazendeiros poderem ter lucros
hoje fazendo algo que será bom amanhã. -
6:23 - 6:26Esta é uma estratégia testada e aprovada.
-
6:26 - 6:28De facto, ela foi usada
por George Washington Carver -
6:28 - 6:32no Sul dos EUA,
depois da Guerra Civil, -
6:32 - 6:34no início do século XX.
-
6:34 - 6:39Muitas pessoas provavelmente já ouviram
falar dos 300 usos do amendoim de Carver, -
6:39 - 6:42dos produtos e das receitas que ele criou
-
6:42 - 6:44e tornaram o amendoim tão popular.
-
6:44 - 6:47Mas nem todos sabem
porque é que Carver fez isso. -
6:48 - 6:51Ele estava a tentar ajudar
arrendatários pobres do Alabama -
6:51 - 6:53onde a produção de algodão
estava a diminuir -
6:53 - 6:56e ele sabia que a plantação
de amendoim nos campos -
6:56 - 6:57podia recuperar os solos
-
6:57 - 7:00e a sua produção de algodão
iria melhorar em poucos anos. -
7:00 - 7:04Mas também sabia que precisava
de ser lucrativa a curto prazo. -
7:04 - 7:07Agora vamos falar
de outro instrumento de previsão. -
7:08 - 7:12Gosto de pensar nele como
mantendo viva a memória do passado -
7:12 - 7:15para nos ajudar a imaginar o futuro
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7:15 - 7:17Então eu fui a Fukushima, no Japão,
-
7:17 - 7:20no sexto aniversário
do desastre com o reator nuclear -
7:20 - 7:24que se seguiu ao terramoto Tohoku
e a um tsunami em 2011. -
7:25 - 7:30Quando lá estava, ouvi falar da
Estação de Energia Nuclear de Onagawa -
7:30 - 7:33que ainda estava mais próxima
do epicentro daquele terramoto -
7:33 - 7:36do que a famigerada Fukishima Daiichi
que nós conhecemos. -
7:36 - 7:41Em Onagawa, a população da cidade
fugiu para a central nuclear -
7:41 - 7:43em busca de refúgio,
-
7:43 - 7:45tal era a sua segurança.
-
7:45 - 7:48Ela foi poupada pelos tsunamis.
-
7:48 - 7:51Isso graças à visão de um único engenheiro
-
7:51 - 7:53Yanosuke Hira,
-
7:53 - 7:55que tornou isso possível.
-
7:55 - 7:59Nos anos 60, ele lutou para contruir
aquela central energética -
7:59 - 8:00mais afastada da costa
-
8:00 - 8:03num local mais elevado
e com um dique mais alto. -
8:04 - 8:08Ele conhecia a história do santuário
da sua cidade natal -
8:08 - 8:12que fora inundado por um tsunami
no ano de 869. -
8:13 - 8:16Foi o seu conhecimento da história
que lhe permitiu imaginar -
8:16 - 8:18o que os outros não imaginaram.
-
8:20 - 8:22Ok, mais um instrumento de previsão.
-
8:23 - 8:26Creio que este foi criado
por heranças partilhadas. -
8:27 - 8:30Estes são pescadores de lagostas
da costa do México no Pacífico -
8:30 - 8:32e foram eles que me ensinaram isto.
-
8:32 - 8:35Eles têm protegido aqui
a pesca da lagosta -
8:35 - 8:37há quase um século,
-
8:37 - 8:41e fazem-no tratando-as
como um recurso partilhado -
8:41 - 8:44que eles passam
para os filhos e netos. -
8:44 - 8:46Calculam cuidadosamente
o que apanham -
8:46 - 8:50para não acabarem
com as lagostas do oceano. -
8:51 - 8:54Ao longo da América do Norte
há mais de 30 pesqueiros -
8:54 - 8:56que vêm fazendo uma coisa
vagamente parecida com isso. -
8:57 - 8:59Estão a criar participações
a longo prazo, nos pesqueiros, -
8:59 - 9:01conhecidas como ações de pesca
-
9:01 - 9:03em que os pescadores são motivados
-
9:03 - 9:07a não pescar tudo o que podem,
presentemente, no oceano -
9:07 - 9:10mas a pensar na sua sobrevivência
a longo prazo. -
9:11 - 9:14Há muitos mais instrumentos de previsão
-
9:14 - 9:16que eu gostava de partilhar com vocês.
-
9:16 - 9:18Eles provêm de todo o tipo de locais:
-
9:18 - 9:21empresas de investimento que veem
para além de ações a curto prazo, -
9:21 - 9:23estados que libertaram as eleições
-
9:23 - 9:26dos interesses imediatos dos
financiadores de campanha. -
9:27 - 9:31Nós vamos precisar de tantos
desses instrumentos quantos pudermos -
9:31 - 9:34se quisermos pensar melhor
no que medimos, -
9:34 - 9:35mudar aquilo que recompensamos
-
9:35 - 9:39e ser corajosos o bastante
para imaginar o que há no futuro. -
9:40 - 9:44Nada disso será fácil,
como vocês podem imaginar. -
9:45 - 9:48Podemos procurar na nossa vida
alguns desses instrumentos, -
9:48 - 9:53teremos de fazer outros
nas empresas ou nas comunidades -
9:53 - 9:56e teremos de fazer outros
enquanto sociedade. -
9:58 - 10:00O futuro vale esse esforço.
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10:03 - 10:06A minha inspiração para este esforço
-
10:06 - 10:08é o instrumento que vos mostrei.
-
10:08 - 10:10Chama-se "dilruba"
-
10:10 - 10:13e foi construído pelo meu bisavô.
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10:14 - 10:17Ele era um músico e crítico de arte
muito conhecido na Índia. -
10:17 - 10:19no início do século XX.
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10:20 - 10:25O meu bisavô teve a visão
de proteger este instrumento -
10:26 - 10:30numa altura em que a minha bisavó
estava a penhorar os seus pertences, -
10:30 - 10:32mas isso é uma outra história.
-
10:34 - 10:37Ele protegeu-o, dando-o
à geração seguinte, -
10:37 - 10:38dando-o à minha avó,
-
10:38 - 10:41e ela deu-mo a mim.
-
10:43 - 10:46Quando eu ouvi pela primeira vez
o som deste instrumento, -
10:46 - 10:48fiquei assombrada.
-
10:48 - 10:52Parecia-me estar a ouvir um caminhante
na neblina dos Himalaias. -
10:53 - 10:56Era como estar a ouvir
uma voz do passado. -
10:57 - 10:58(Música)
-
11:32 - 11:33(Fim da música)
-
11:37 - 11:40Isto foi o meu amigo Simran Singh
a tocar o "dilruba". -
11:41 - 11:44Quando eu toco, parece um gato
a morrer nalgum lugar. -
11:44 - 11:46por isso, não agradeçam.
-
11:46 - 11:48(Risos)
-
11:48 - 11:51Este instrumento está hoje
na minha casa, -
11:51 - 11:54mas, na verdade, não me pertence.
-
11:55 - 11:58A mim compete-me guardá-lo
ao longo do tempo. -
11:58 - 12:02Tem mais significado para mim
do que simplesmente tê-lo hoje. -
12:04 - 12:10Este instrumento coloca-me tanto como
descendente, como uma antepassada. -
12:11 - 12:15Faz-me sentir parte de uma história
maior que a minha própria história. -
12:17 - 12:20E acredito que isso
é a forma mais poderosa -
12:20 - 12:23com que podemos recuperar
a visão do futuro: -
12:24 - 12:26Vendo-nos a nós mesmos
-
12:26 - 12:28como os bons antepassados
que podemos ser, -
12:30 - 12:32antepassados não só
para os nossos filhos, -
12:34 - 12:36mas para toda a humanidade.
-
12:37 - 12:39Seja qual for a vossa herança,
-
12:40 - 12:43não interessa se grande ou pequena,
-
12:44 - 12:46protejam-na
-
12:47 - 12:50e saibam que a sua música
pode ressoar por gerações. -
12:51 - 12:52Obrigada.
-
12:52 - 12:55(Aplausos)
- Title:
- O poder de pensar no futuro numa época desenfreada
- Speaker:
- Bina Venkataraman
- Description:
-
Numa palestra visionária, a autora Bina Venkataraman responde a uma questão primordial do nosso tempo. Como podemos assegurar o nosso futuro e o futuro das futuras gerações? Ela analisa os erros que nós cometemos quando imaginamos o futuro da nossa vida, os trabalhos e as comunidades, mostrando como podemos recuperar a nossa capacidade inata de pensar no futuro. O que surge é um surpreendente caso de esperança — e um caminho para nos tornarmos os "bons antepassados" que devemos ser.
- Video Language:
- English
- Team:
- closed TED
- Project:
- TEDTalks
- Duration:
- 12:31
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