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É possível regenerar o músculo cardíaco com células-tronco?

  • 0:01 - 0:04
    Gostaria de falar a vocês
    sobre uma paciente chamada Donna.
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    Nesta foto, Donna tinha 70 e poucos anos,
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    uma mulher ativa e saudável,
    matriarca de um grande clã.
  • 0:11 - 0:13
    Porém, tinha um histórico familiar
    de doenças cardíacas
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    e, um dia, teve o início repentino
    de uma esmagadora dor no peito.
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    Infelizmente, em vez
    de procurar um médico,
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    Donna ficou na cama por cerca
    de 12 horas até a dor passar.
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    Na consulta seguinte com o médico,
  • 0:25 - 0:27
    ele realizou um eletrocardiograma
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    que mostrou que ela havia tido
    um forte ataque cardíaco,
  • 0:30 - 0:33
    ou um infarto agudo do miocárdio,
    no jargão médico.
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    Depois disso, Donna
    nunca mais foi a mesma.
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    Seus níveis de energia
    diminuíram progressivamente,
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    não conseguia fazer muitas das atividades
    físicas de que antes gostava.
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    Chegou ao ponto em que não conseguia
    acompanhar seus netos,
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    e até tinha dificuldade
    em ir à entrada de casa
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    para pegar a correspondência.
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    Um dia, a neta foi visitá-la
    para passear com o cão,
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    e encontrou a avó morta na cadeira.
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    Os médicos disseram que foi uma arritmia
    secundária à insuficiência cardíaca.
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    Mas a última coisa que devo dizer
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    é que Donna não era apenas
    uma paciente comum.
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    Donna era minha mãe.
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    Histórias como as nossas são,
    infelizmente, muito comuns.
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    Doenças cardiovasculares são a causa
    principal de morte em todo o mundo.
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    Nos EUA, é o motivo mais comum
    de internação hospitalar,
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    e nossa maior despesa médica.
  • 1:22 - 1:25
    Gastamos mais de US$ 100 bilhões,
    bilhões com a letra "b",
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    neste país, todos os anos, com tratamento
    de doenças cardiovasculares.
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    Só para referência,
  • 1:29 - 1:33
    é mais do que o dobro do orçamento
    anual do estado de Washington.
  • 1:33 - 1:36
    O que torna essa doença tão mortal?
  • 1:36 - 1:37
    Tudo começa com o fato
  • 1:37 - 1:41
    de o coração ser o órgão
    menos regenerativo do corpo humano.
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    Um ataque cardíaco acontece
    quando se forma um coágulo sanguíneo
  • 1:44 - 1:48
    em uma artéria coronária que leva
    sangue às paredes cardíacas.
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    Isso bloqueia a circulação sanguínea,
  • 1:50 - 1:53
    e o músculo cardíaco
    fica muito ativo metabolicamente
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    e, por isso, morre muito rápido,
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    em apenas algumas horas após
    a interrupção da circulação sanguínea.
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    Como o coração não é capaz
    de recriar músculo novo,
  • 2:01 - 2:04
    ele sara formando uma cicatriz.
  • 2:04 - 2:06
    Isso deixa os pacientes
    com uma insuficiência
  • 2:06 - 2:08
    na quantidade de músculo cardíaco.
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    Em muitas pessoas, a insuficiência
    progride até ao ponto
  • 2:11 - 2:15
    em que o coração já não consegue manter
    a circulação sanguínea necessária.
  • 2:15 - 2:18
    Esse desequilíbrio
    entre capacidade e necessidade
  • 2:18 - 2:21
    é o cerne da insuficiência cardíaca.
  • 2:23 - 2:26
    Quando falo com as pessoas
    sobre esse problema,
  • 2:26 - 2:30
    muitas vezes elas dão de ombros e afirmam:
  • 2:30 - 2:33
    "Sabe, Chuck, temos que morrer de algo".
  • 2:33 - 2:35
    (Risos)
  • 2:36 - 2:40
    Sim, mas isso também me diz
  • 2:40 - 2:45
    que nos conformamos com isso
    porque precisamos.
  • 2:47 - 2:48
    Ou será que não?
  • 2:48 - 2:50
    Acho que há uma maneira melhor,
  • 2:50 - 2:54
    que envolve a utilização
    de células-tronco como medicamentos.
  • 2:54 - 2:56
    O que são, exatamente, as células-tronco?
  • 2:57 - 3:00
    Se as observarmos num microscópio,
    não acontece muita coisa.
  • 3:00 - 3:02
    São apenas pequenos glóbulos simples.
  • 3:02 - 3:05
    Mas isso contradiz
    dois atributos notáveis.
  • 3:05 - 3:07
    Primeiro: podem se dividir
    em grande velocidade.
  • 3:07 - 3:09
    Assim, posso pegar uma única célula
  • 3:09 - 3:12
    e, no período de um mês, consigo
    multiplicá-la até bilhões de células.
  • 3:13 - 3:17
    Segundo: conseguem se diferenciar
    ou se tornar mais especializados.
  • 3:17 - 3:21
    Esses pequenos glóbulos simples
    podem se transformar em pele,
  • 3:21 - 3:24
    cérebro, rim e assim por diante.
  • 3:24 - 3:27
    Alguns tecidos de nosso corpo
    estão repletos de células-tronco.
  • 3:27 - 3:31
    Nossa medula óssea, por exemplo, produz
    bilhões de células sanguíneas todo dia.
  • 3:32 - 3:34
    Outros tecidos, como o cardíaco,
    são bem estáveis,
  • 3:34 - 3:38
    e, até onde sabemos, há falta total
    de células-tronco no coração.
  • 3:38 - 3:42
    Para ele, temos de trazer
    essas células de fora.
  • 3:42 - 3:45
    Para isso, recorremos
    às células-tronco mais potentes,
  • 3:45 - 3:47
    as pluripotentes.
  • 3:47 - 3:49
    Elas têm esse nome
  • 3:49 - 3:53
    porque podem se transformar em qualquer um
    dos cerca de 240 tipos de células
  • 3:53 - 3:54
    que compõem o corpo humano.
  • 3:55 - 3:57
    Então, esta é minha grande ideia:
  • 3:57 - 3:59
    quero pegar células-tronco
    humanas pluripotentes,
  • 3:59 - 4:02
    multiplicá-las em grandes quantidades,
  • 4:02 - 4:04
    diferenciá-las em células miocárdicas,
  • 4:04 - 4:07
    e depois pegá-las e transplantá-las
  • 4:07 - 4:10
    no coração de pacientes
    que tiveram ataques cardíacos.
  • 4:10 - 4:14
    Creio que elas irão reocupar a parede
    com novo tecido muscular,
  • 4:14 - 4:17
    que irá restaurar a função
    contrátil do coração.
  • 4:17 - 4:20
    (Aplausos)
  • 4:24 - 4:28
    Antes de aplaudirem demais,
    essa era minha ideia há 20 anos.
  • 4:28 - 4:30
    (Risos)
  • 4:30 - 4:35
    E eu era jovem, presunçoso, e achava
    que, em cinco anos no laboratório,
  • 4:35 - 4:39
    nós a implementaríamos
    e a teríamos na clínica.
  • 4:39 - 4:41
    Deixem-me contar
    o que aconteceu realmente.
  • 4:41 - 4:42
    (Risos)
  • 4:42 - 4:45
    Começamos procurando transformar
    as células-tronco pluripotentes
  • 4:45 - 4:47
    em músculo cardíaco.
  • 4:47 - 4:49
    Nossas primeiras experiências
    deram mais ou menos certo.
  • 4:49 - 4:52
    Conseguimos pequenas massas
    de músculo cardíaco humano,
  • 4:52 - 4:53
    com batimento,
  • 4:53 - 4:57
    o que era legal porque dizia, a princípio,
    que isso poderia ser feito.
  • 4:58 - 5:00
    Mas, quando chegamos
    à contagem das células,
  • 5:00 - 5:03
    descobrimos que apenas uma
    das mil células-tronco
  • 5:03 - 5:06
    estava, na verdade, se transformando
    em músculo cardíaco.
  • 5:06 - 5:11
    O restante era só uma mistura
    de cérebro, pele, cartilagem
  • 5:11 - 5:13
    e intestino.
  • 5:14 - 5:17
    Então, como persuadir uma célula,
    que pode se tornar qualquer coisa,
  • 5:17 - 5:20
    a se transformar apenas
    em uma célula miocárdica?
  • 5:20 - 5:23
    Para isso, recorremos
    ao mundo da embriologia.
  • 5:23 - 5:24
    Por mais de um século,
  • 5:24 - 5:27
    os embriologistas estudavam os mistérios
    do desenvolvimento do coração.
  • 5:27 - 5:31
    E haviam nos dado o que era
    basicamente um mapa
  • 5:31 - 5:33
    de como passar
    de um simples ovo fertilizado
  • 5:33 - 5:36
    para um sistema cardiovascular humano.
  • 5:37 - 5:40
    Ocultamos descaradamente
    toda essa informação
  • 5:40 - 5:43
    e tentamos obter desenvolvimento
    cardiovascular humano
  • 5:43 - 5:45
    em uma placa de Petri.
  • 5:45 - 5:48
    Levamos cerca de cinco anos
    mas, hoje em dia,
  • 5:48 - 5:51
    conseguimos que 90% das células-tronco
    se transformassem em músculo cardíaco,
  • 5:51 - 5:54
    900 vezes melhor do que antes.
  • 5:54 - 5:56
    Isso foi bastante animador.
  • 5:56 - 5:59
    Este slide mostra
    nosso produto celular atual.
  • 5:59 - 6:03
    Cultivamos as células miocárdicas
    em pequenas massas tridimensionais
  • 6:03 - 6:04
    chamadas organoides cardíacos.
  • 6:04 - 6:08
    Cada um deles contém de 500 a mil
    células miocárdicas.
  • 6:08 - 6:12
    Se observarem atentamente, poderão ver
    os pequenos organoides se contraindo;
  • 6:12 - 6:14
    cada um deles batendo
    de modo independente.
  • 6:14 - 6:17
    Mas eles têm outro truque na manga.
  • 6:17 - 6:20
    Tiramos um gene de uma água-viva
    que vive no noroeste do Pacífico
  • 6:20 - 6:22
    e usamos uma técnica chamada
    edição do genoma
  • 6:22 - 6:25
    para unir esse gene às células-tronco.
  • 6:25 - 6:30
    Isso faz nossas células miocárdicas
    reluzirem a cor verde a cada batimento.
  • 6:30 - 6:34
    Estávamos finalmente prontos
    para começar as experiências em animais.
  • 6:34 - 6:36
    Pegamos nossas células miocárdicas
  • 6:36 - 6:38
    e as transplantamos
    para o coração de ratos,
  • 6:38 - 6:40
    que receberam ataques
    cardíacos experimentais.
  • 6:40 - 6:44
    Um mês mais tarde, examinei
    ansiosamente em meu microscópio
  • 6:44 - 6:46
    para ver o que havíamos cultivado,
  • 6:46 - 6:47
    e vi...
  • 6:48 - 6:49
    nada.
  • 6:50 - 6:51
    Tudo havia morrido.
  • 6:51 - 6:55
    Mas persistimos e produzimos
    uma mistura bioquímica
  • 6:55 - 6:58
    que chamamos de nosso
    "coquetel de sobrevivência".
  • 6:58 - 7:00
    Isso permitiu que nossas
    células sobrevivessem
  • 7:00 - 7:03
    ao processo desgastante do transplante.
  • 7:03 - 7:06
    Agora, quando olhava pelo microscópio,
  • 7:06 - 7:08
    eu podia ver um músculo cardíaco
    humano novo e jovem,
  • 7:08 - 7:11
    voltando a crescer na parede lesionada
    do coração desse rato.
  • 7:12 - 7:14
    Isso estava ficando muito interessante.
  • 7:14 - 7:15
    A questão seguinte era:
  • 7:15 - 7:19
    esse músculo novo baterá
    em sincronia com o resto do coração?
  • 7:19 - 7:21
    Para responder a isso,
  • 7:21 - 7:25
    retornamos às células
    que continham o gene da água-viva.
  • 7:25 - 7:28
    Usamos essas células basicamente
    como uma sonda espacial
  • 7:28 - 7:31
    que podíamos lançar
    em um ambiente estranho
  • 7:31 - 7:35
    e depois ter a resposta reluzente
    sobre sua atividade biológica.
  • 7:35 - 7:38
    O que vemos aqui é uma imagem
    ampliada, em preto e branco,
  • 7:38 - 7:40
    do coração lesionado de uma cobaia
  • 7:40 - 7:43
    que recebeu três enxertos
    de nosso músculo cardíaco humano.
  • 7:43 - 7:45
    Veem essa espécie
    de linhas brancas diagonais?
  • 7:45 - 7:47
    Cada uma delas é uma marca de agulha
  • 7:47 - 7:51
    que contém alguns milhões
    de células miocárdicas humanas.
  • 7:52 - 7:56
    Quando eu começar o vídeo, vocês podem
    observar o que vimos pelo microscópio.
  • 7:57 - 7:59
    Nossas células estão reluzindo,
  • 7:59 - 8:01
    em sincronia,
  • 8:01 - 8:03
    nas paredes do coração lesionado.
  • 8:03 - 8:04
    O que significa isso?
  • 8:04 - 8:06
    Significa que as células estão vivas,
  • 8:06 - 8:08
    estão bem, estão batendo,
  • 8:08 - 8:10
    conseguiram se relacionar entre si
  • 8:10 - 8:12
    e estão batendo em sincronia.
  • 8:12 - 8:14
    Mas isso fica ainda mais interessante.
  • 8:14 - 8:17
    Se examinarmos o registro,
    na parte inferior,
  • 8:17 - 8:20
    veremos o eletrocardiograma
    do coração da cobaia.
  • 8:20 - 8:23
    E, se alinharmos o reluzir
    com o batimento cardíaco,
  • 8:23 - 8:25
    na parte mais baixa,
  • 8:25 - 8:28
    podemos ver uma correspondência
    perfeita entre eles.
  • 8:28 - 8:32
    Em outras palavras, o marca-passo
    natural da cobaia está no comando,
  • 8:32 - 8:35
    e as células miocárdicas humanas
    seguem o mesmo passo,
  • 8:36 - 8:37
    como bons soldados.
  • 8:38 - 8:41
    (Aplausos)
  • 8:44 - 8:47
    Nossos estudos atuais avançaram
    para o que acho que vai ser
  • 8:47 - 8:50
    o melhor indicador possível
    de um paciente humano,
  • 8:50 - 8:52
    e está em macacos do gênero Macaca.
  • 8:53 - 8:56
    O próximo slide mostra
    uma imagem microscópica
  • 8:56 - 9:01
    do coração de um Macaca que teve
    um ataque cardíaco experimental
  • 9:01 - 9:03
    e depois foi tratado
    com uma injeção salina.
  • 9:03 - 9:05
    Isso é basicamente
    como um tratamento placebo
  • 9:05 - 9:07
    para mostrar a história natural da doença.
  • 9:08 - 9:10
    O músculo cardíaco do Macaca
    está em vermelho;
  • 9:10 - 9:13
    em azul, o tecido cicatrizado
    resultante do ataque cardíaco.
  • 9:13 - 9:17
    Podemos ver que há uma grande
    deficiência no músculo
  • 9:17 - 9:19
    em uma parte da parede cardíaca.
  • 9:19 - 9:24
    Não é difícil imaginar como esse coração
    teria dificuldades em gerar muita força.
  • 9:25 - 9:29
    Em contraste, este é um coração
    tratado com células-tronco.
  • 9:29 - 9:33
    Novamente, podemos ver o músculo
    cardíaco do macaco em vermelho,
  • 9:33 - 9:36
    mas é muito difícil ver
    o tecido cicatrizado azul,
  • 9:36 - 9:39
    porque conseguimos voltar a preenchê-lo
  • 9:39 - 9:41
    com músculo cardíaco humano.
  • 9:41 - 9:43
    Por isso, temos esta bela e ampla parede.
  • 9:43 - 9:45
    Vamos parar um momento para recapitular.
  • 9:46 - 9:48
    Mostrei a vocês que podemos pegar
    nossas células-tronco
  • 9:48 - 9:50
    e diferenciá-las em músculo cardíaco.
  • 9:51 - 9:54
    Descobrimos como mantê-las vivas
    após o transplante,
  • 9:54 - 9:57
    mostramos que elas batem em sincronia
    com o restante do coração,
  • 9:57 - 9:59
    e que podemos aumentá-las
  • 9:59 - 10:04
    dentro de um animal que é o melhor
    indicador de uma resposta humana.
  • 10:05 - 10:10
    Vocês achavam que já havíamos encontrado
    todos os obstáculos possíveis, não é?
  • 10:11 - 10:13
    Acontece que não.
  • 10:13 - 10:15
    Esses estudos com Macaca
    também nos ensinaram
  • 10:15 - 10:20
    que as células miocárdicas humanas criavam
    um período de instabilidade elétrica.
  • 10:20 - 10:24
    Causavam arritmias ventriculares,
    ou batimentos cardíacos irregulares,
  • 10:24 - 10:26
    durante várias semanas após o transplante.
  • 10:27 - 10:30
    Isso foi inesperado, porque não havíamos
    visto isso em animais menores.
  • 10:31 - 10:33
    Estudamos isso amplamente,
  • 10:33 - 10:37
    e resulta do fato de nossos
    esquemas das células
  • 10:37 - 10:39
    serem bastante imaturos,
  • 10:39 - 10:42
    e células miocárdicas imaturas
    agem todas como marca-passos.
  • 10:42 - 10:45
    Então, nós as introduzimos no coração,
  • 10:45 - 10:48
    onde começa uma competição
    com o marca-passo natural do coração
  • 10:48 - 10:50
    para ver quem está no comando.
  • 10:50 - 10:54
    É quase como se você levasse
    um grupo de adolescentes
  • 10:54 - 10:56
    para sua casa todos de uma vez.
  • 10:56 - 11:00
    Eles não querem cumprir as regras
    e o ritmo que você impõe,
  • 11:00 - 11:02
    e leva algum tempo para controlar todos
  • 11:02 - 11:05
    e colocá-los para trabalhar
    de modo coordenado.
  • 11:05 - 11:07
    Por isso, nosso plano no momento
  • 11:07 - 11:10
    é fazer as células passarem por esse
    período conturbado da adolescência,
  • 11:10 - 11:12
    enquanto ainda estão em laboratório,
  • 11:12 - 11:16
    e depois transplantá-las
    na fase pós-adolescente,
  • 11:16 - 11:20
    em que deverão estar muito mais em ordem
    e prontas para obedecerem às ordens.
  • 11:21 - 11:26
    Enquanto isso, podemos agir tratando
    também com medicamentos antiarritmia.
  • 11:27 - 11:30
    Ainda permanece uma questão importante,
  • 11:30 - 11:33
    que é, claro, o propósito
    que planejamos para fazer isso:
  • 11:33 - 11:36
    "Podemos realmente recuperar
    a função para o coração lesionado?"
  • 11:37 - 11:39
    Para responder a essa pergunta,
  • 11:39 - 11:42
    começamos algo chamado
    "fração de ejeção do ventrículo esquerdo".
  • 11:42 - 11:45
    A fração de ejeção é simplesmente
    a quantidade de sangue
  • 11:45 - 11:47
    bombeada para fora da cavidade cardíaca
  • 11:47 - 11:48
    a cada batimento.
  • 11:48 - 11:53
    Em macacos e pessoas saudáveis,
    as frações de ejeção são de cerca de 65%.
  • 11:54 - 11:58
    Após um ataque cardíaco,
    a fração cai para cerca de 40%.
  • 11:58 - 12:01
    Então, esses animais estão prestes
    a ter insuficiência cardíaca.
  • 12:01 - 12:03
    Nos animais que recebem
    uma injeção placebo,
  • 12:03 - 12:07
    quando os examinamos um mês depois,
    vemos que a fração de ejeção não mudou,
  • 12:07 - 12:10
    porque o coração, é claro,
    não se recupera espontaneamente.
  • 12:10 - 12:12
    Mas, em todos os animais
  • 12:12 - 12:15
    que receberam um enxerto
    de células miocárdicas humanas,
  • 12:15 - 12:18
    vemos uma melhora considerável
    na função cardíaca.
  • 12:18 - 12:22
    Foi, em média, de 8 pontos,
    ou seja, de 40 para 48%.
  • 12:22 - 12:25
    Posso dizer que oito pontos
    é um resultado melhor
  • 12:25 - 12:27
    do que qualquer outro
    no mercado neste momento
  • 12:27 - 12:29
    para tratar pacientes
    com ataques cardíacos.
  • 12:29 - 12:32
    É melhor do que tudo
    o que temos conseguido fazer.
  • 12:32 - 12:35
    Por isso, se alcançássemos
    oito pontos na clínica,
  • 12:35 - 12:36
    acho que seria algo importante,
  • 12:36 - 12:38
    que teria um enorme impacto
    na saúde humana.
  • 12:39 - 12:43
    Mas as coisas ficam ainda melhores.
  • 12:43 - 12:45
    Foram apenas quatro semanas
    após o transplante.
  • 12:45 - 12:48
    Se estendermos esse estudo
    até três meses,
  • 12:48 - 12:52
    atingiremos um ganho total de 22 pontos
    na fração de ejeção.
  • 12:52 - 12:55
    (Aplausos)
  • 13:00 - 13:02
    A função no coração
    em tratamento é tão boa
  • 13:02 - 13:05
    que, se não soubéssemos antecipadamente
  • 13:05 - 13:07
    que esses animais tiveram
    um ataque cardíaco,
  • 13:07 - 13:11
    nunca poderíamos dizer
    a partir de seus estudos funcionais.
  • 13:13 - 13:16
    Avançando, nosso plano
    é iniciar a primeira fase,
  • 13:16 - 13:20
    dos primeiros testes com humanos, aqui
    na Universidade de Washington, em 2020,
  • 13:20 - 13:22
    em breve.
  • 13:23 - 13:26
    Presumindo que esses estudos
    sejam seguros e eficazes,
  • 13:26 - 13:28
    o que acredito que venham a ser,
  • 13:28 - 13:32
    nosso plano é aumentar isso
    e levar essas células pelo mundo afora
  • 13:32 - 13:34
    para tratar pacientes
    com insuficiência cardíaca.
  • 13:35 - 13:37
    Dado o alcance mundial dessa doença,
  • 13:37 - 13:41
    eu facilmente imagino isso tratando
    1 milhão ou mais de pacientes por ano.
  • 13:41 - 13:44
    Por isso, prevejo uma época,
    talvez daqui a uma década,
  • 13:44 - 13:46
    em que pacientes como minha mãe
  • 13:46 - 13:49
    tenham tratamentos reais
    para a raiz do problema,
  • 13:49 - 13:51
    em vez de apenas controlar os sintomas.
  • 13:51 - 13:56
    Tudo isso vem do fato de as células-tronco
    possibilitarem a reparação do corpo humano
  • 13:56 - 13:58
    a partir de seus componentes.
  • 13:59 - 14:01
    Num futuro não muito distante,
  • 14:01 - 14:07
    reparar seres humanos passará
    de pura ficção científica
  • 14:07 - 14:10
    para uma prática médica comum.
  • 14:10 - 14:11
    Quando isso acontecer,
  • 14:11 - 14:13
    terá um efeito transformador
  • 14:13 - 14:17
    que competirá com o desenvolvimento
    de vacinas e antibióticos.
  • 14:18 - 14:20
    Obrigado por sua atenção.
  • 14:20 - 14:22
    (Aplausos)
Title:
É possível regenerar o músculo cardíaco com células-tronco?
Speaker:
Chuck Murry
Description:

O coração é um dos órgãos menos regenerativos do corpo humano - um fator importante para tornar a insuficiência cardíaca a causa principal de morte em todo o mundo. E se fosse possível ajudar o músculo cardíaco a se regenerar após uma lesão? O médico e cientista Chuck Murry compartilha sua pesquisa inovadora sobre o uso de células-tronco para o crescimento de novas células cardíacas - um passo notável rumo à realização da incrível promessa de células-tronco como medicamento.

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Video Language:
English
Team:
closed TED
Project:
TEDTalks
Duration:
14:35

Portuguese, Brazilian subtitles

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