O que as criaturas marinhas nos podem ensinar sobre o fabrico de colas | Jonathan Wilker | TEDxPurdueU
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0:13 - 0:16Gostava que me acompanhassem
numa visita de estudo. -
0:16 - 0:19Gostava de ir à praia
e levar-vos todos à praia, -
0:19 - 0:21para apreciarem o ar do mar
e a maresia. -
0:21 - 0:23Vamos descer até à borda da água.
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0:23 - 0:26Hão de reparar que somos sacudidos
pelas ondas do mar -
0:26 - 0:29e temos dificuldade
em nos mantermos no mesmo sítio. -
0:29 - 0:31Mas olhemos para baixo.
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0:31 - 0:34Veremos que as rochas estão cobertas
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0:34 - 0:35por todo o tipo de criaturas marinhas
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0:35 - 0:38que se mantêm,
no mesmo lugar, sem problemas. -
0:38 - 0:42Acontece que, para sobreviver
neste ambiente deveras exigente, -
0:42 - 0:46a nossa existência depende
da capacidade de fabricar cola. -
0:47 - 0:50E assim, apresento-vos alguns
dos heróis da nossa história, -
0:50 - 0:52apenas alguns deles.
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0:52 - 0:55Estes são os mexilhões,
reparem que cobrem as rochas. -
0:55 - 0:59Fabricam cola, para se agarrarem às rochas
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0:59 - 1:01e se agarrarem também uns aos outros.
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1:01 - 1:04Estão agarrados uns aos outros
como um grupo. -
1:04 - 1:07Esta é uma fotografia em grande plano
de um recife de ostras. -
1:07 - 1:09As ostras são espantosas.
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1:09 - 1:11Colam-se umas às outras
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1:12 - 1:15e constroem estes enormes
sistemas de recifes. -
1:15 - 1:18Podem ter quilómetros de comprimento,
podem ter metros de profundidade. -
1:18 - 1:21Podemos dizer que são
a influência mais dominante -
1:21 - 1:24para um saudável ecossistema marinho,
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1:24 - 1:27porque estão constantemente
a filtrar a água, -
1:27 - 1:29estão a manter no seu lugar
a areia e a sujidade. -
1:29 - 1:32Há outras espécies
que vivem nestes recifes. -
1:32 - 1:35Depois, se pensarmos no que acontece
quando há uma tempestade, -
1:35 - 1:39se a tempestade atingir primeiro
estes quilómetros de recifes, -
1:39 - 1:41eles mantêm a costa protegida.
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1:41 - 1:44São, de facto, muito influentes.
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1:44 - 1:47Se já estiveram numa praia rochosa
em qualquer parte do mundo, -
1:47 - 1:49provavelmente conhecem
o aspeto das cracas. -
1:50 - 1:51Estes animais
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1:51 - 1:53— e há muitos outros,
estes são apenas três deles — -
1:53 - 1:55fabricam colas,
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1:55 - 1:58colam-se uns aos outros
colam-se às rochas e criam comunidades. -
1:58 - 2:02Ao fazerem isso, obtêm
muitas vantagens de sobrevivência. -
2:02 - 2:08Uma delas é que qualquer indivíduo
está menos sujeito à turbulência -
2:08 - 2:11e a todos os aspetos prejudiciais
que podem ocorrer nesse ambiente. -
2:11 - 2:13Portanto, estão ali todos agrupados.
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2:13 - 2:16Também há uma certa segurança no número
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2:16 - 2:20porque ajuda-os
a afastar os predadores. -
2:20 - 2:22Se uma gaivota
quiser apanhar um e comê-lo, -
2:22 - 2:25tem mais dificuldade,
se eles estiverem agrupados. -
2:25 - 2:29Também há outra coisa que ajuda
na eficácia da reprodução. -
2:29 - 2:32Podemos imaginar que, quando
o sr. e a sra. craca decidem: -
2:32 - 2:34"Ok, chegou a altura de termos
cracas bebés" -
2:34 - 2:37— não vos vou dizer o que é
que eles fazem — -
2:37 - 2:39mas, quando decidem que é altura
de o fazerem, -
2:39 - 2:41é muito mais fácil
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2:41 - 2:45e a eficácia reprodutiva é mais alta
se viverem todos juntinhos. -
2:45 - 2:49Queremos perceber
como é que eles fazem isso: -
2:49 - 2:50Como é que se colam?
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2:50 - 2:52Não posso falar de todos os pormenores
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2:52 - 2:54porque ainda estamos
a tentar descobri-los, -
2:54 - 2:56mas vou dar-vos um cheirinho
-
2:56 - 2:58de algumas das coisas
que estamos a tentar fazer. -
2:59 - 3:02Isto é uma foto de um dos sistemas
de aquários que temos em laboratório. -
3:02 - 3:05Tudo o que se vê na imagem
faz parte do sistema. -
3:06 - 3:09Nós mantemos — vemos
no fundo daquele aquário de vidro -
3:09 - 3:11um grupo de mexilhões.
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3:11 - 3:14Temos água refrigerada,
temos ciclos de iluminação, -
3:14 - 3:16temos turbulência no sistema,
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3:16 - 3:18porque os animais fabricam mais cola
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3:18 - 3:20quando a água está turbulenta.
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3:20 - 3:21Levamo-los a fabricar a cola,
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3:21 - 3:23recolhemo-la e estudamo-la.
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3:23 - 3:25Estão aqui em Indiana.
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3:25 - 3:28Tanto quanto sabemos,
estão no Maine, em fevereiro -
3:28 - 3:31e parecem estar muito felizes,
tanto quanto podemos avaliar. -
3:31 - 3:33Também trabalhamos com ostras.
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3:33 - 3:38Em cima, é uma foto
de um pequeno recife na Carolina do Sul, -
3:38 - 3:41Estamos muito interessados em ver
como se agarram umas às outras, -
3:41 - 3:43como se interligam.
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3:43 - 3:47O que vemos na imagem, em baixo,
são duas ostras a colar-se uma à outra. -
3:47 - 3:49Queremos saber o que está entre elas,
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3:49 - 3:51por isso, cortamo-las e observamos.
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3:51 - 3:54Na próxima série de imagens
que temos aqui -
3:54 - 3:56vemos, em baixo, que temos duas conchas,
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3:56 - 3:59a concha de um animal
e a concha de outro animal. -
3:59 - 4:00A cola está entre as duas.
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4:00 - 4:03Se olharem para a imagem da direita
talvez consigam ver -
4:03 - 4:07que há uma estrutura
na concha de cada animal -
4:07 - 4:09mas a cola tem um aspeto diferente.
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4:09 - 4:13Estamos a usar todo o tipo
de instrumentos da biologia e da química -
4:13 - 4:15para perceber o que se passa ali.
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4:15 - 4:18Descobrimos
que as estruturas são diferentes -
4:18 - 4:21e a química é diferente,
o que é muito interessante. -
4:23 - 4:24Nesta imagem
-
4:24 - 4:27— vou voltar um pouco atrás,
antes de dizer o que é isto. -
4:28 - 4:32Conhecem os desenhos animados
"O autocarro mágico"? -
4:32 - 4:35Ou, se são um pouco mais velhos,
"Viagem fantástica"? -
4:36 - 4:38Lembram-se que havia umas personagens
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4:38 - 4:40que encolhiam até níveis microscópicos,
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4:40 - 4:42e depois andavam num turbilhão,
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4:42 - 4:45nadavam e voavam em volta
de todas aquelas estruturas biológicas? -
4:45 - 4:49Penso nisto da mesma maneira,
exceto que, neste caso, é real. -
4:49 - 4:54Temos duas ostras
coladas uma à outra, -
4:54 - 4:57e esta área estava
totalmente cheia de cola. -
4:57 - 5:01Descobrimos que a cola
tem imensos componentes diferentes, -
5:01 - 5:04mas, falando em termos gerais,
há partes duras, não são pegajosas -
5:04 - 5:06e há partes moles, pegajosas.
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5:06 - 5:09Retirámos as partes não pegajosas,
seletivamente, -
5:09 - 5:11para ver o que sobrava
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5:11 - 5:13— aquilo que ligava os animais —
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5:13 - 5:14e ficámos com isto.
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5:14 - 5:17Vemos que é uma cola pegajosa
que os mantém unidos. -
5:18 - 5:19Acho que é uma imagem muito gira
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5:19 - 5:22porque podemos imaginar-nos
a voar e a andar por ali. -
5:23 - 5:26Adiante, este é o tipo de coisas
que fazemos para compreender -
5:26 - 5:29como a biologia marinha
está a fazer estes materiais. -
5:29 - 5:32Duma perspetiva fundamental,
é muito excitante aprender. -
5:32 - 5:35Mas o que é que queremos fazer
com estas informações? -
5:35 - 5:37Há muitas aplicações tecnológicas,
-
5:37 - 5:40se conseguirmos dominar
o que os animais estão a fazer. -
5:40 - 5:41Vou dar-vos um exemplo.
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5:41 - 5:43Imaginem que estão em casa
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5:43 - 5:47e partem a vossa estatueta preferida
ou uma caneca, ou outra coisa qualquer. -
5:47 - 5:48Querem colá-la.
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5:49 - 5:50Onde vão?
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5:50 - 5:52Vão ao meu local preferido na cidade
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5:52 - 5:55que é o corredor das colas
da loja de ferramentas. -
5:55 - 5:57Eu sei onde vocês passam as noites
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5:57 - 6:00porque são pessoas fixes,
porque estão aqui. -
6:00 - 6:02Vão a bares e a concertos
-
6:02 - 6:04— é onde eu passo todas as noites.
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6:04 - 6:05Adiante,
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6:05 - 6:08gostava que tirassem da prateleira
uma embalagem de todas as colas -
6:08 - 6:10e as levassem para casa.
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6:10 - 6:13Mas, antes de tentarem colar as coisas,
-
6:13 - 6:16tentem fazê-lo dentro
de um balde com água. -
6:16 - 6:18Não funciona, pois não?
Todos sabemos isso. -
6:18 - 6:20Obviamente, a biologia marinha
resolveu esse problema. -
6:20 - 6:25Por isso precisamos de perceber
a forma de copiar isso. -
6:25 - 6:26Um dos problemas
-
6:26 - 6:29é que não podemos ir buscar
os materiais à praia, -
6:29 - 6:31porque se formos buscar
uns quantos mexilhões -
6:31 - 6:33e tentarmos retirar-lhes a cola,
-
6:33 - 6:34ficamos com um pouco de material,
-
6:34 - 6:37mas esse material não chega
para fazer o que quer que seja, -
6:37 - 6:39é só o suficiente para ver.
-
6:39 - 6:42Precisamos de aumentar a quantidade,
idealmente do tamanho de um comboio. -
6:42 - 6:46Em cima, temos uma imagem
de um dos tipos de moléculas -
6:46 - 6:48que os animais usam para fazer a sua cola.
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6:48 - 6:51São moléculas muito longas,
chamadas proteínas. -
6:51 - 6:55Estas proteínas contêm
umas partes muito especiais -
6:55 - 6:58que contribuem
para as propriedades adesivas. -
6:58 - 7:01Queremos retirar
essas partículas dessa química -
7:01 - 7:04e colocá-las noutras moléculas
longas que conseguirmos obter, -
7:04 - 7:07mas coisas que possamos fazer
em grande escala, -
7:07 - 7:09como os plásticos ou os polímeros.
-
7:09 - 7:11Estamos assim a simplificar
o que eles fazem -
7:11 - 7:14pondo essa química adesiva
nestas grandes moléculas, -
7:14 - 7:17Desenvolvemos muitos sistemas
adesivos diferentes fazendo isto. -
7:18 - 7:21Quando fazemos uma nova cola
que parece boa, o que fazemos? -
7:21 - 7:24Começamos a correr
pelo laboratório, a colar coisas. -
7:24 - 7:27Neste caso, agarrámos num pouco de cola
e colámos duas peças de metal. -
7:28 - 7:30Pendurámos nelas uma coisa
para ver o que é que acontecia. -
7:30 - 7:34Usámos um balde de mexilhões vivos
e pensámos que éramos muito espertos. -
7:34 - 7:35(Risos)
-
7:35 - 7:37Obviamente, somos
muito mais quantitativos -
7:38 - 7:40e comparamos com colas comerciais.
-
7:40 - 7:44Na verdade, temos agora materiais
muito mais fortes do que a supercola. -
7:44 - 7:46Para mim, é fantástico.
-
7:46 - 7:49É um bom dia, no laboratório:
é mais forte que a supercola. -
7:49 - 7:51Há uma outra coisa que podemos fazer.
-
7:51 - 7:53Isto é um tanque com água do mar.
-
7:53 - 7:57Naquela seringa, está uma
das nossas fórmulas adesivas. -
7:57 - 8:00Estamos a aplicá-la
totalmente debaixo de água, -
8:00 - 8:02num bocado de metal.
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8:02 - 8:04Depois, queremos fazer uma colagem.
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8:04 - 8:07Por isso, agarramos noutro bocado de metal
-
8:07 - 8:09e colocamo-lo aqui, nesta posição.
-
8:10 - 8:13Esperamos um bocado,
para dar-lhe uma hipótese, -
8:13 - 8:16depois colocamos um peso nele,
nada de especial. -
8:16 - 8:19Isto é um tubo com chumbo lá dentro,
nada de especial. -
8:19 - 8:21Esperamos mais um bocado.
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8:21 - 8:23Isto nunca viu ar, está totalmente
debaixo de água. -
8:23 - 8:25Agora retiramo-lo de lá.
-
8:25 - 8:28Nunca sei o que vai acontecer.
Nesta altura, estou sempre nervoso. -
8:28 - 8:30Retiramo-lo de lá...
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8:30 - 8:31e está colado.
-
8:31 - 8:33Para mim, é mesmo fantástico.
-
8:33 - 8:37Portanto, conseguimos obter
uma adesão muito forte, debaixo de água. -
8:37 - 8:40Possivelmente, é a cola
debaixo de água mais forte -
8:40 - 8:42ou uma das mais fortes que já vimos.
-
8:42 - 8:45Ainda é mais forte do que os materiais
que os animais produzem. -
8:45 - 8:47Por isso, para nós,
é muito animador, é fantástico. -
8:48 - 8:50O que é que pretendemos
fazer com estas coisas? -
8:50 - 8:53Estes são alguns produtos que,
provavelmente, já conhecem bem. -
8:53 - 8:58Pensem no vosso telemóvel, no portátil,
no contraplacado de muitas estruturas, -
8:58 - 9:02no interior do vosso carro, nos sapatos,
listas telefónicas, coisas dessas. -
9:02 - 9:04Todas elas estão coladas com colas
-
9:04 - 9:06e há dois problemas principais
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9:06 - 9:08com as colas usadas nestes materiais.
-
9:08 - 9:10O primeiro é que são tóxicas.
-
9:10 - 9:12O mais preocupante aqui
é o contraplacado. -
9:12 - 9:17O contraplacado, ou muitos dos móveis,
ou a madeira laminada no chão -
9:17 - 9:21— um componente principal da cola
aqui é o formaldeído. -
9:21 - 9:23Talvez já tenham ouvido
falar deste composto, -
9:23 - 9:26é um gás, e também é cancerígeno.
-
9:26 - 9:29Assim, estamos a construir
muitas estruturas com estas colas -
9:29 - 9:32e também respiramos
muito deste cancerígeno. -
9:32 - 9:34Não é nada bom, pois não?
-
9:34 - 9:36O outro problema é que estas colas
são todas permanentes. -
9:36 - 9:40O que é que fazemos com os sapatos
ou com o carro ou com o portátil -
9:40 - 9:42no fim da vida deles,
quando já não os usamos mais? -
9:42 - 9:44Na maior parte, acabam nos aterros.
-
9:44 - 9:46Há ali muitos materiais preciosos
-
9:46 - 9:48que gostaríamos
de recuperar e de reciclar, -
9:48 - 9:49mas não é fácil fazer isso
-
9:49 - 9:52porque estão todos colados
permanentemente. -
9:52 - 9:56Portanto, esta é uma abordagem
para tentar resolver estes problemas. -
9:56 - 10:01O que fizemos aqui foi arranjar
outra molécula longa -
10:01 - 10:03que podemos obter a partir do milho.
-
10:03 - 10:04Nessa molécula
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10:04 - 10:07pusemos parte da química
de adesão dos mexilhões. -
10:07 - 10:09Como obtivemos o milho
e obtivemos os mexilhões -
10:09 - 10:12chamamos a isto
um polímero "surf-and-turf". -
10:12 - 10:15E cola, cola mesmo muito bem,
é muito forte -
10:15 - 10:17Também tem uma base biológica. É ótimo.
-
10:17 - 10:20Mas mais importante ainda,
também é degradável -
10:20 - 10:23e podemos degradá-lo
em condições muito simples, -
10:23 - 10:24só com água.
-
10:24 - 10:26O que podemos fazer é arranjar as coisas
-
10:26 - 10:28podemos ligá-las fortemente
quando quisermos, -
10:28 - 10:30mas depois também as podemos desligar.
-
10:30 - 10:32É uma coisa em que estamos a pensar.
-
10:32 - 10:35Este é um local onde muitos de nós vamos.
-
10:35 - 10:39Na verdade, neste caso específico,
é um local onde não queremos ir, -
10:39 - 10:41mas gostávamos
de substituir estas coisas. -
10:41 - 10:43As suturas, os agrafos, os parafusos:
-
10:43 - 10:47é assim que consertamos as coisas
se fazemos uma cirurgia ou um ferimento. -
10:47 - 10:48É terrível, dói.
-
10:48 - 10:50No caso das suturas,
-
10:50 - 10:55reparem como se fazem,
uma tensão concentrada, mecânica, -
10:55 - 10:57quando juntamos as coisas.
-
10:57 - 10:59Estamos a criar sítios para infeções,
-
10:59 - 11:02a fazer furos em tecido saudável,
não é nada bom. -
11:02 - 11:05Se necessitarmos de uma placa
para unir os ossos, -
11:05 - 11:08é preciso perfurar osso saudável
só para manter a placa no seu lugar. -
11:08 - 11:09É terrível.
-
11:09 - 11:13Para mim, estas coisas parecem concebidas
numa câmara de tortura medieval -
11:13 - 11:15mas é a nossa forma cirúrgica moderna.
-
11:15 - 11:17Eu gostaria de poder ir a um sítio
-
11:17 - 11:20onde pudéssemos substituir sistemas
como estes por colas. -
11:20 - 11:22Não é fácil.
-
11:22 - 11:24Estamos a trabalhar nisso,
mas não é fácil. -
11:24 - 11:27Pensem no que seria preciso
para estas colas, nestes casos. -
11:27 - 11:31Primeiro, precisaríamos de uma cola
que se aguente num ambiente húmido. -
11:31 - 11:33Esta imagem tosca,
-
11:33 - 11:38é só para ilustrar que o nosso corpo
é formado por uns 60% de água, -
11:38 - 11:40portanto, é um ambiente húmido.
-
11:40 - 11:44Também ilustra que é por isso que eu sou
um cientista e não um artista. -
11:44 - 11:46Eu não me enganei na minha vocação.
-
11:47 - 11:50As outras exigências
para uma boa cola biomédica: -
11:50 - 11:53precisa de colar fortemente, claro,
-
11:53 - 11:55e não pode ser tóxica.
-
11:55 - 11:56Não queremos prejudicar os doentes.
-
11:56 - 12:00Obter estas duas exigências
num material é bastante fácil, -
12:00 - 12:02já tem sido feito muitas vezes.
-
12:02 - 12:04Mas obter as três,
ainda não foi feito, é muito difícil. -
12:04 - 12:07Se falarem com cirurgiões,
eles são intransigentes: -
12:07 - 12:11"Eu quero aplicar a cola
na mesma altura que a cirurgia". -
12:11 - 12:12Oh, ok.
-
12:12 - 12:14ou "Eu quero que a cola se degrade
-
12:14 - 12:17"para os tecidos do doente
se poderem refazer no local". -
12:17 - 12:20Portanto, é muito difícil.
Mas estamos a trabalhar nisso. -
12:20 - 12:22Isto é uma imagem do que temos.
-
12:22 - 12:26Estamos a experimentar todo o tipo
de ossos, de pele, de tecido macio e duro -
12:26 - 12:28e, por vezes, até lhe batemos
com um martelo. -
12:28 - 12:31Habitualmente, cortamo-los
em formas precisas. -
12:31 - 12:32Depois, voltamos a colá-las.
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12:32 - 12:35Temos obtido resultados animadores,
materiais bastante fortes, -
12:35 - 12:37coisas que não têm aspeto de tóxicas,
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12:37 - 12:39aguentam a humidade, têm bom aspeto,
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12:39 - 12:42mas não digo que resolvemos
o problema da adesão em humidade, -
12:42 - 12:43porque não resolvemos.
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12:43 - 12:45Mas claro que está
à nossa vista para o futuro. -
12:45 - 12:50Esta é uma área em que gostaríamos
de ver as coisas evoluírem mais. -
12:50 - 12:52Há muitas outras áreas,
como podem imaginar, -
12:52 - 12:55em que podemos melhorar
se conseguirmos obter mais colas. -
12:55 - 12:57Até na cosmética.
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12:57 - 13:01Se pensarem nas pessoas que usam
unhas falsas ou pestanas postiças, -
13:01 - 13:02— como isto —
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13:02 - 13:04o que é que elas usam?
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13:04 - 13:06Usam colas muito tóxicas, neste momento.
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13:06 - 13:08Está na altura de serem substituídas.
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13:08 - 13:09É uma coisa que gostaríamos de fazer.
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13:09 - 13:11Também há outras áreas.
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13:11 - 13:13Pensem nos carros e nos aviões.
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13:13 - 13:14Quanto mais leves eles forem,
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13:14 - 13:16mais eficientes em energia serão.
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13:16 - 13:19Por isso, se pudermos abandonar
os rebites e as soldaduras -
13:19 - 13:20e usar mais as colas,
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13:20 - 13:22eles podem melhorar
-
13:22 - 13:24a futura geração dos transportes.
-
13:26 - 13:29Tudo isto nos leva de novo à praia.
-
13:29 - 13:32Olhamos à nossa volta e pensamos:
"Como é que estas criaturas se colam? -
13:32 - 13:35"O que é que podemos fazer
com esta tecnologia?" -
13:35 - 13:39Eu argumentaria que temos muitas coisas
que ainda podemos aprender -
13:39 - 13:40com a biologia e com a Natureza.
-
13:40 - 13:43O que eu gostaria de vos encorajar
a fazerem no futuro é: -
13:44 - 13:48Ponham de lado os vossos portáteis
e telemóveis não recicláveis, -
13:48 - 13:50saiam a explorar o mundo natural
-
13:50 - 13:53e depois comecem a fazer
algumas perguntas. -
13:53 - 13:54Muito obrigado.
-
13:54 - 13:57(Aplausos)
- Title:
- O que as criaturas marinhas nos podem ensinar sobre o fabrico de colas | Jonathan Wilker | TEDxPurdueU
- Description:
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E se dominássemos os poderes adesivos das criaturas marinhas como os mexilhões, as ostras e as cracas, que se recusam a mover-se, mesmo em zonas costeiras, tempestuosas? Mergulhem no mundo maravilhoso dos animais costeiros que fabricam a sua cola com o cientista Jonathan Wilker e obervem algumas das coisas maravilhosas que podemos aprender sobre a forma como o fazem.
Esta palestra foi feita num evento TEDx usando o formato de palestras TED, mas organizado independentemente por uma comunidade local. Saiba mais em http://ted.com/tedx
- Video Language:
- English
- Team:
- closed TED
- Project:
- TEDxTalks
- Duration:
- 14:00