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O que criaturas marinhas pegajosas podem nos ensinar sobre como fazer cola

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    Gostaria que viessem comigo
    numa excursão de estudos
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    quero ir à praia e levar todos vocês
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    curtir a brisa do mar e a neblina salina.
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    Vamos até a beira do mar,
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    e perceberão que as ondas do mar
    batem na gente,
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    e é muito difícil ficar num lugar só.
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    Mas, olhemos para baixo,
    e veremos que as rochas
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    são cobertas por todo tipo
    de criaturas marinhas
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    que ficam ali no seu lugar, sem problemas.
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    E acontece que se você quiser sobreviver
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    nesse ambiente tão exigente,
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    a sua existência dependerá
    da sua capacidade de fazer cola.
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    Permitam-me, portanto, apresentar
    alguns dos heróis da nossa história.
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    Estes são os mexilhões,
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    e vocês perceberão
    que eles cobrem as rochas.
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    Eles fabricam adesivos naturais
    e ficam colados nas rochas,
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    e também estão colados uns aos outros.
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    Ficam aninhados juntos como um grupo.
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    Esta é uma foto de perto
    de um recife de ostras,
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    e elas são maravilhosas.
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    Elas se cimentam umas às outras,
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    e constroem extensos sistemas de recifes
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    de quilômetros de comprimento
    e metros de profundidade;
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    possivelmente são a maior influência
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    sobre a saúde de um ecossistema
    marinho costeiro,
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    porque elas filtram a água constantemente,
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    e mantêm areia e sujeira num lugar só.
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    De fato, outras espécies
    moram dentro desses recifes.
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    Depois, se pensarmos no que acontece
    quando uma tempestade vem,
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    se a maré da tempestade atingir
    primeiro esses recifes,
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    a costa atrás estará protegida.
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    Elas são mesmo muito influentes.
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    Se já estiveram em alguma praia rochosa
    em algum lugar do mundo,
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    provavelmente já estão
    familiarizados com as cracas.
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    Esses animais, e há muitos outros,
    estes são apenas três deles, fazem cola.
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    Eles se colam um ao outro e nas rochas
    e constroem comunidades,
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    e, com isso, obtêm vantagens
    em termos de sobrevivência.
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    Uma delas é que qualquer indivíduo
    está sujeito a menos turbulência
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    e qualquer incidência negativa
    que pudesse acontecer nesse ambiente.
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    Eles ficam ali juntos,
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    e esse grande número cria segurança,
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    pois também ajuda a afastar os predadores:
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    se uma gaivota quiser pegá-los e comê-los,
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    será mais difícil para ela
    se eles estiverem todos colados.
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    E outra coisa é que também ajuda
    com a eficiência reprodutiva.
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    Podem imaginar que quando
    o Sr. e a Sra. Craca decidem:
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    "Certo, é hora de fazer craquinhas"...
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    Não vou dizer a vocês
    como fazem isso ainda,
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    mas quando eles decidem
    que é hora de se reproduzir,
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    fica muito mais fácil e a eficiência
    reprodutiva deles é maior
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    se estiverem vivendo todos juntos.
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    Então, nós queremos entender
    como fazem isso, como se grudam.
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    Não tenho todos os detalhes, pois é algo
    que ainda estamos tentando descobrir,
  • 2:42 - 2:46
    mas vou dar uma pista de algumas coisas
    que estamos tentando fazer.
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    Este é um dos sistemas de aquários
    que temos em nosso laboratório,
  • 2:50 - 2:54
    e tudo o que está na imagem
    faz parte do sistema.
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    Podem ver no fundo do tanque de vidro
    que há vários mexilhões,
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    a água é gelada e temos ciclos de luz,
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    de fato, aplicamos turbulência no sistema
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    pois os animais fazem mais cola para nós
    quando a água é turbulenta.
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    Nós os induzimos a fazer cola,
    nós a coletamos e estudamos.
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    Eles estão aqui em Indiana,
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    mas acham que estão
    em Maine, em fevereiro.
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    E até onde sabemos, eles
    parecem estar muito felizes.
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    Nós também trabalhamos com ostras.
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    Lá em cima temos uma foto
    de um pequeno recife na Carolina do Sul,
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    e estamos mais interessados
    em como eles se juntam e se conectam.
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    Na imagem inferior podem ver
    duas ostras grudadas uma à outra.
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    Queremos saber o que está no meio,
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    e muitas vezes, as separamos e observamos,
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    e, na próxima série
    de imagens que temos aqui,
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    podem ver que na parte inferior
    temos duas conchas,
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    a concha de um animal e a de outro,
    com a cola no meio.
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    E se observarem a imagem à direita,
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    talvez consigam ver que há uma estrutura
    na concha de cada animal,
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    porém, a cola tem um aspeto diferente.
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    Estamos usando todas as ferramentas
    biológicas e químicas possíveis
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    para entender o que está acontecendo ali,
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    e estamos descobrindo
    que as estruturas são diferentes
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    e a química é diferente,
    e é bem interessante.
  • 4:11 - 4:12
    E então, esta imagem...
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    vou voltar antes que diga o que é isso.
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    Vocês conhecem o desenho animado
    "O Ônibus Mágico"?
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    Ou se forem um pouco mais velhos,
    "Viagem Fantástica"?
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    Lembram-se de que eles tinham personagens
    que encolhiam a níveis microscópicos,
  • 4:28 - 4:30
    e eles meio que se viravam
  • 4:30 - 4:33
    e nadavam e voavam por todas
    essas estruturas biológicas?
  • 4:33 - 4:37
    Eu penso nesses termos,
    exceto que é real, neste caso.
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    Nós colocamos duas ostras grudadas juntas,
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    e esta área costumava estar cheia de cola,
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    e descobrimos que a cola
    tem muitos compostos diferentes,
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    em termos gerais,
    há partes duras e antiaderentes
  • 4:52 - 4:54
    e há partes moles e pegajosas.
  • 4:54 - 4:57
    Então, removemos seletivamente
    as partes antiaderentes
  • 4:57 - 5:01
    para ver o que de fato estava
    grudando os animais,
  • 5:01 - 5:06
    e conseguimos isso, e podemos ver que há
    um adesivo pegajoso que os mantém juntos.
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    É uma imagem muito legal, pois podemos
    nos imaginar voando ali e voltando.
  • 5:11 - 5:14
    Essas são algumas das coisas
    que estamos fazendo para entender
  • 5:14 - 5:17
    como a biologia marinha
    está fazendo esses materiais.
  • 5:17 - 5:20
    E de uma perspectiva fundamental,
    é muito emocionante de aprender.
  • 5:20 - 5:23
    Mas o que nós queremos
    fazer com essa informação?
  • 5:23 - 5:25
    Bem, há muitas aplicações tecnológicas
  • 5:25 - 5:27
    se podemos aproveitar
    o que os animais estão fazendo.
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    Vou lhes dar um exemplo.
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    Imaginem que estão em casa
  • 5:31 - 5:35
    e quebram seu estatueta
    ou caneca favorita ou algo assim.
  • 5:35 - 5:37
    Vocês vão querer consertá-la.
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    Para onde vão?
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    Vocês vão ao meu lugar favorito na cidade,
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    que é o corredor na loja de ferragens
    onde ficam as colas.
  • 5:43 - 5:45
    Eu sei o que vocês fazem à noite,
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    porque são pessoas bacanas,
    por isso estão aqui,
  • 5:48 - 5:50
    e vão aos bares e concertos.
  • 5:50 - 5:52
    É ali onde passo todas minhas noites.
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    Então, continuando,
  • 5:54 - 5:57
    quero que peguem um tubo
    de cada adesivo da prateleira,
  • 5:57 - 5:58
    tragam-nos para casa,
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    mas antes de tentar
    consertar alguma coisa,
  • 6:01 - 6:03
    quero que tentem fazer isso
    em um balde com água.
  • 6:03 - 6:06
    Não vai funcionar, certo?
    Todos sabemos disso.
  • 6:06 - 6:08
    Obviamente, a biologia marinha
    resolveu isso.
  • 6:08 - 6:13
    Então, precisamos descobrir
    a maneira de copiar isso nós mesmos.
  • 6:13 - 6:14
    E uma das questões aqui é
  • 6:14 - 6:17
    que não podemos apenas
    pegar os materiais da praia;
  • 6:17 - 6:21
    se pegarmos um monte de mexilhões
    e tentarmos retirar o adesivo deles,
  • 6:21 - 6:24
    vamos ter muito pouco do material;
    insuficiente para fazer algo com isso,
  • 6:24 - 6:26
    é só para observar.
  • 6:26 - 6:30
    Precisamos aumentar a escala,
    o bom seria na escala de um vagão.
  • 6:30 - 6:34
    Então, a imagem acima mostra
    um dos tipos de moléculas
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    que os animais usam para fazer sua cola,
  • 6:36 - 6:39
    e são moléculas muito longas,
    chamadas de proteínas,
  • 6:39 - 6:43
    e elas têm partes bem singulares nelas
  • 6:43 - 6:46
    que trazem as propriedades adesivas.
  • 6:46 - 6:51
    Nós pegamos aquelas partes dessa química,
    e as juntamos com outras moléculas longas
  • 6:51 - 6:57
    que possamos fazer em grande escala,
    como os plásticos ou os polímeros.
  • 6:57 - 6:59
    Assim, simplificamos o que elas fazem,
  • 6:59 - 7:02
    pondo essa química de adesão
    nestas grandes moléculas.
  • 7:02 - 7:06
    Fazendo isto, nós desenvolvemos
    diferentes sistemas adesivos,
  • 7:06 - 7:09
    e quando criamos uma nova cola
    que parece muito boa, o que fazemos?
  • 7:09 - 7:12
    Começamos a correr pelo laboratório,
    colando coisas.
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    Pegamos um pouquinho de cola
    e colamos dois pedaços de metal
  • 7:16 - 7:18
    e penduramos algo neles,
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    usamos uma panela com mexilhões vivos
    e achamos que éramos muito espertos.
  • 7:21 - 7:23
    (Risos)
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    Obviamente somos mais quantitativos,
  • 7:26 - 7:28
    então comparamos nossa cola
    com adesivos comerciais.
  • 7:28 - 7:32
    Na verdade, agora temos alguns materiais
    que são mais fortes do que a supercola.
  • 7:32 - 7:34
    Para mim, isso é muito legal.
  • 7:34 - 7:37
    Esse é um dia bom no laboratório:
    "Mais forte do que a supercola".
  • 7:37 - 7:39
    E aqui temos outra coisa
    que podemos fazer.
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    Isto é um tanque de água do mar,
  • 7:41 - 7:45
    e naquela seringa temos uma
    das nossas formulações adesivas,
  • 7:45 - 7:48
    que estamos submergindo
    completamente na água,
  • 7:48 - 7:50
    em um pedaço de metal.
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    Depois, queremos colar
    ou fazer uma junção de algo,
  • 7:52 - 7:55
    então, pegamos outro pedaço de metal
  • 7:55 - 7:58
    e o posicionamos lá.
  • 7:58 - 8:01
    Esperamos até que a cola atue,
    damos-lhe um tempo,
  • 8:01 - 8:04
    então colocamos um peso nele,
    nada de especial.
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    esse é um tubo com chumbo dentro.
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    Esperamos mais um pouco.
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    Isto nunca viu ar,
    está completamente submerso.
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    E agora vou pegá-lo,
    e nunca sei o que vai acontecer.
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    Fico muito nervoso neste momento.
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    Eu o retiro daqui.
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    Eles estão colados.
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    Isto é muito legal para mim.
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    Conseguimos obter uma adesão
    muito forte, debaixo da água.
  • 8:25 - 8:27
    Possivelmente, o adesivo
    a prova d'água mais forte,
  • 8:27 - 8:30
    ou um dos mais fortes já visto.
  • 8:30 - 8:33
    É ainda mais forte que os materiais
    que os animais produzem.
  • 8:33 - 8:35
    Para nós, é muito empolgante, muito legal.
  • 8:35 - 8:38
    Então, o que queremos
    fazer com essas coisas?
  • 8:38 - 8:41
    Aqui temos alguns produtos
    que provavelmente já conhecem.
  • 8:41 - 8:46
    Então pensem no seu celular, seu laptop,
    no compensado na maioria das estruturas,
  • 8:46 - 8:50
    o interior do seu carro, seus sapatos,
    listas telefônicas, coisas assim.
  • 8:50 - 8:52
    Todas elas estão coladas com adesivos,
  • 8:52 - 8:56
    e há dois problemas principais
    com os adesivos usados nesses materiais.
  • 8:56 - 8:57
    Primeiro: eles são tóxicos,
  • 8:57 - 9:00
    sendo a madeira compensada
    a pior infratora.
  • 9:00 - 9:04
    Na madeira compensada, ou muitos móveis
    ou nos laminados de madeira nos pisos,
  • 9:04 - 9:08
    um dos principais componentes
    dos adesivos aqui é o formaldeído,
  • 9:09 - 9:11
    talvez tenham ouvido falar deste composto.
  • 9:11 - 9:13
    É um gás e também é cancerígeno.
  • 9:13 - 9:17
    Estamos construindo muitas estruturas
    com esses adesivos,
  • 9:17 - 9:19
    e respirando muito desse carcinógeno.
  • 9:19 - 9:21
    Isso não é bom, obviamente, não é?
  • 9:21 - 9:24
    A outra questão é que esses adesivos
    são todos permanentes.
  • 9:24 - 9:28
    E o que fazemos com nossos sapatos,
    com os carros ou com os laptops,
  • 9:28 - 9:30
    no final da vida útil deles?
  • 9:30 - 9:32
    Na maioria das vezes, acabam nos aterros.
  • 9:32 - 9:36
    E há muitos materiais preciosos ali
    que gostaríamos de poder reciclar.
  • 9:36 - 9:40
    Porém, não é tão fácil,
    porque estão colados permanentemente.
  • 9:40 - 9:44
    Por isso, criamos uma abordagem
    para resolver alguns desses problemas:
  • 9:44 - 9:49
    nós pegamos outra molécula comprida
  • 9:49 - 9:51
    que podemos obter a partir do milho,
  • 9:51 - 9:55
    e nessa molécula colocamos um pouco
    da química de adesão dos mexilhões.
  • 9:55 - 10:00
    Como temos o milho e os mexilhões,
    chamamos nosso polímero de "terra e mar".
  • 10:00 - 10:02
    E ele cola mesmo.
  • 10:02 - 10:03
    É muito forte.
  • 10:03 - 10:05
    Também é de base biológica, o que é bom.
  • 10:05 - 10:08
    Mas o mais importante é
    que também é degradável,
  • 10:08 - 10:11
    e podemos degradá-lo sob condições
    muito simples, com água.
  • 10:11 - 10:16
    Então, podemos montar as coisas
    e colá-las fortemente quando quisermos,
  • 10:16 - 10:18
    mas também podemos separá-las.
  • 10:18 - 10:20
    É algo que estamos pensando.
  • 10:20 - 10:23
    Este é um lugar onde
    muitos de nós queremos estar.
  • 10:23 - 10:27
    Na verdade, neste caso específico,
    este é um lugar onde não queremos estar,
  • 10:27 - 10:29
    mas gostaríamos de substituir isso.
  • 10:29 - 10:31
    Com suturas, grampos e parafusos;
  • 10:31 - 10:34
    é assim que consertamos alguém
    que sofreu uma cirurgia ou lesão.
  • 10:34 - 10:36
    É horrível. Dói.
  • 10:36 - 10:41
    No caso das suturas,
    vejam o quanto está envolvido,
  • 10:42 - 10:44
    as tensões mecânicas
    à medida que se junta tudo,
  • 10:44 - 10:46
    a propensão à infeções é maior,
  • 10:46 - 10:50
    fazer punções em tecidos saudáveis,
    não é nada bom.
  • 10:50 - 10:52
    Ou se precisar de uma placa
    para unir seus ossos,
  • 10:52 - 10:56
    veja quanto osso saudável precisa
    ser perfurado pra manter a placa no lugar.
  • 10:56 - 10:57
    Que horror.
  • 10:57 - 11:01
    Para mim, essas coisas parecem concebidas
    em uma câmara de tortura medieval,
  • 11:01 - 11:03
    mas é nossa cirurgia moderna atual.
  • 11:03 - 11:08
    Gostaria que pudéssemos substituir
    sistemas como esses por colas.
  • 11:08 - 11:11
    Estamos trabalhando nisso,
    mas não é fácil.
  • 11:11 - 11:14
    Pensem em qual tipo de cola
    você precisaria nesses casos.
  • 11:15 - 11:18
    Primeiro de tudo,
    precisaríamos de uma cola
  • 11:18 - 11:19
    que atue em um ambiente úmido.
  • 11:19 - 11:21
    A imagem engraçada
  • 11:21 - 11:26
    é só para ilustrar que o nosso corpo
    é formado por 60% de água,
  • 11:26 - 11:28
    é um ambiente úmido.
  • 11:28 - 11:32
    É também para ilustrar que é
    por isso que sou cientista e não artista.
  • 11:32 - 11:35
    Eu não escolhi a profissão errada.
  • 11:35 - 11:38
    Os outros requisitos que precisamos
    para uma boa cola biomédica:
  • 11:38 - 11:42
    precisa colar firmemente e ser atóxica.
  • 11:42 - 11:45
    Não queremos prejudicar os pacientes.
  • 11:45 - 11:48
    E cumprir dois desses requisitos
    em um material é bem fácil.
  • 11:48 - 11:51
    Já foi feito muitas vezes,
    mas cumprir os três, ainda não.
  • 11:51 - 11:52
    É muito difícil.
  • 11:52 - 11:55
    E se conversarem com cirurgiões,
    eles são exigentes:
  • 11:55 - 11:59
    "Na verdade eu quero que a cola
    solidifique na hora da cirurgia".
  • 12:00 - 12:05
    "Quero que o adesivo se degrade para que
    os tecidos do paciente remodelem o local."
  • 12:05 - 12:08
    É realmente difícil,
    mas estamos trabalhando nisso.
  • 12:08 - 12:10
    Esta é uma imagem do que temos.
  • 12:10 - 12:14
    Pegamos todo tipo de ossos,
    pele e de tecido macio e duro,
  • 12:14 - 12:16
    e, às vezes, batemos neles com um martelo.
  • 12:16 - 12:19
    Geralmente, os cortamos
    em formas precisas.
  • 12:19 - 12:20
    E depois os colamos de volta.
  • 12:20 - 12:23
    Temos obtido resultados interessantes,
    materiais bem fortes,
  • 12:23 - 12:26
    que parecem ser atóxicas,
    resistem à umidade,
  • 12:26 - 12:30
    mas não vou dizer que já resolvemos
    o problema da adesão em umidade,
  • 12:30 - 12:33
    pois ainda não resolvemos, mas certamente
    está na nossa mira para o futuro.
  • 12:33 - 12:38
    Essa é uma área na que gostaríamos
    de ver as coisas avançarem mais.
  • 12:38 - 12:43
    E também há muitas outras áreas
    que podemos aprimorar se usarmos colas.
  • 12:43 - 12:45
    Até nos cosméticos.
  • 12:45 - 12:51
    Se pensarmos em unhas ou cílios postiços,
    o que esses produtos usam?
  • 12:51 - 12:54
    Usam colas muito tóxicas atualmente.
  • 12:54 - 12:57
    Está na hora de serem mudados,
    e é algo que gostaríamos de fazer.
  • 12:57 - 12:59
    Também há outras áreas.
  • 12:59 - 13:00
    Pensem nos carros e nos aviões.
  • 13:00 - 13:04
    Quanto mais leves eles forem,
    mais eficientes em energia serão.
  • 13:04 - 13:08
    Se pudermos fugir dos rebites
    e da soldagem e usar mais colas,
  • 13:08 - 13:12
    poderíamos melhorar a nossa
    futura geração de transportes.
  • 13:13 - 13:17
    Tudo isto nos leva para a praia de novo.
  • 13:17 - 13:20
    Olhamos ao redor e pensamos:
    "Como essas criaturas marinhas se grudam,
  • 13:21 - 13:23
    e o que podemos fazer
    com esta tecnologia?"
  • 13:23 - 13:27
    Eu diria que temos muitas coisas
    que ainda podemos aprender
  • 13:27 - 13:28
    da biologia e da natureza.
  • 13:28 - 13:32
    O que eu gostaria de encorajar
    todos vocês a fazer no futuro é:
  • 13:32 - 13:36
    guardem seus laptops
    e telefones celulares não-recicláveis,
  • 13:36 - 13:38
    saiam para explorar o mundo natural,
  • 13:38 - 13:41
    e depois comecem a fazer perguntas.
  • 13:41 - 13:42
    Muito obrigado.
  • 13:42 - 13:45
    (Aplausos)
Title:
O que criaturas marinhas pegajosas podem nos ensinar sobre como fazer cola
Speaker:
Jonathan Wilker
Description:

E se pudéssemos aproveitar os poderes adesivos das criaturas marinhas como os mexilhões, ostras e as cracas, que se recusam a se mover, mesmo morando nos litorais úmidos e tempestuosos? Mergulhe no maravilhoso mundo dos animais que fazem sua própria cola e cimento com o cientista Jonathan Wilker, e observe algumas das coisas incríveis que podemos aprender com a forma como fazem isso.

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Video Language:
English
Team:
closed TED
Project:
TEDTalks
Duration:
13:59

Portuguese, Brazilian subtitles

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