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Como a arte pública transforma as cidades em recreios da imaginação.

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    Vivemos num mundo cada vez
    mais tiranizado por ecrãs,
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    pelos nossos telemóveis, "tablets",
    televisões e computadores.
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    Podemos ter todas
    as experiências que quisermos,
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    mas sem sentirmos nada.
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    Podemos ter quantos amigos quisermos,
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    mas não termos ninguém
    a quem apertar a mão.
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    Quero levar-vos
    para um mundo diferente,
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    o mundo da imaginação,
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    onde, usando a ferramenta
    mais poderosa que temos,
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    podemos transformar
    o nosso ambiente físico,
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    mas, ao fazê-lo, mudamos
    para sempre como nos sentimos
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    e como nos sentimos em relação
    às pessoas com quem partilhamos o planeta.
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    A Artichoke, a empresa
    que ajudei a fundar em 2006,
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    foi fundada para criar momentos.
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    Todos temos momentos da nossa vida,
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    de que não nos lembraremos
    quando estivermos a morrer.
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    Não nos vamos lembrar das viagens
    para o trabalho no autocarro n.º 38,
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    nem da dificuldade em estacionar
    quando vamos às compras.
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    Vamos lembrar-nos do momento
    em que o nosso filho deu o primeiro passo
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    ou quando nos escolheram
    para a equipa de futebol
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    ou quando nos apaixonámos.
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    Então, a Artichoke existe para criar
    momentos efémeros e comoventes
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    que transformam o mundo físico
    usando a imaginação do artista
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    para nos mostrar o que é possível.
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    Criamos beleza entre as ruínas.
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    Reexaminamos a história.
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    Criamos momentos para os quais
    todos são convidados,
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    quer para assistir quer para participar.
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    Para mim, tudo começou nos anos 90,
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    quando me nomearam
    como diretora de um festival
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    na pequena cidade britânica de Salisbury,
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    Já devem ter ouvido falar dela.
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    Esta é a catedral de Salisbury
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    e este é o monumento
    de Stonehenge, ali perto,
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    que é mundialmente famoso.
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    Salisbury é uma cidade que foi dominada,
    durante centenas de anos, pela Igreja,
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    pelo Partido Conservador
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    e pelo exército.
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    É um lugar onde as pessoas
    gostam de obedecer a regras.
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    Por isso, imaginem-me no meu primeiro
    ano naquela cidade,
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    a andar de bicicleta em contramão,
    atrasada.
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    Eu estou sempre atrasada.
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    É um milagre eu ter aparecido
    a tempo hoje.
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    (Risos)
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    Uma velhinha muito prestável
    gritou-me do passeio:
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    "Minha querida, estás a ir
    no sentido errado!"
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    Amavelmente — julguei eu — disse:
    "Sim, eu sei."
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    "Espero que morras!" gritou ela.
  • 2:17 - 2:18
    (Risos)
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    Eu percebi que naquele lugar
    estaria em apuros.
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    Mesmo assim, um ano depois,
  • 2:24 - 2:28
    com persuasão, negociação,
    com tudo o que pude usar,
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    consegui produzir o meu trabalho.
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    Não um concerto clássico numa igreja
  • 2:32 - 2:34
    ou uma sessão de declamação de poesia,
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    mas uma peça de uma companhia
    de teatro de rua francesa
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    que contava a história de Fausto,
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    "Mephistomania", em andas,
    completado com pirotecnia de mão.
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    No dia seguinte, a mesma velhinha
    fez-me parar na rua e disse-me:
  • 2:46 - 2:49
    "Foi você a responsável
    por ontem à noite?"
  • 2:50 - 2:51
    Eu recuei.
  • 2:51 - 2:52
    (Risos)
  • 2:53 - 2:54
    "Fui."
  • 2:55 - 2:58
    "Quando ouvi falar disso — disse ela —
    sabia que não seria para mim,
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    "mas Helen, minha querida, foi."
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    Então, o que é que se passara?
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    A curiosidade triunfou sobre a suspeita,
  • 3:05 - 3:08
    o prazer baniu a ansiedade.
  • 3:09 - 3:14
    Por isso, pensei em como poderia
    transferir estas ideias
  • 3:14 - 3:15
    para um palco maior
  • 3:15 - 3:19
    e comecei num percurso para fazer
    mais ou menos o mesmo em Londres.
  • 3:20 - 3:22
    Imaginem: é uma cidade cosmopolita.
  • 3:22 - 3:24
    Como todas as nossas cidades,
    está dedicada ao trabalho,
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    ao comércio e ao trânsito.
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    É uma máquina para nos fazer chegar
    ao trabalho a tempo e voltar,
  • 3:29 - 3:33
    e todos somos cúmplices
    ao querer rotinas fixas
  • 3:33 - 3:37
    e todos querem saber
    o que vai acontecer a seguir
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    Mas, e se esta fantástica cidade
    se pudesse tornar num palco,
  • 3:41 - 3:44
    numa plataforma para algo tão inimaginável
  • 3:44 - 3:47
    que de alguma forma
    transformasse a vida das pessoas?
  • 3:47 - 3:50
    Fazemos isto muitas vezes
    no Reino Unido.
  • 3:50 - 3:52
    Tenho a certeza que o fazem
    na vossa cidade.
  • 3:52 - 3:53
    Esta é a Horse Guards Parade.
  • 3:53 - 3:57
    É uma coisa que fazemos frequentemente
    e é sempre sobre ganhar algo.
  • 3:57 - 3:59
    É uma questão duma maratona
    ou de ganhar uma guerra
  • 3:59 - 4:02
    ou uma equipa de "cricket" vencedora
    que volta a casa.
  • 4:02 - 4:04
    Fechamos as ruas.
    Toda a gente aplaude.
  • 4:04 - 4:06
    Mas para teatro? É impossível.
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    Exceto para uma história contada
    por uma companhia francesa:
  • 4:11 - 4:14
    a saga de uma rapariguinha
    e de um elefante gigante
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    que vieram de visita por quatro dias.
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    Tudo o que precisei de fazer foi
    persuadir as autoridades públicas
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    de que fechar a cidade por quatro dias
  • 4:23 - 4:25
    era algo completamente normal.
  • 4:25 - 4:26
    (Risos)
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    Sem trânsito, apenas pessoas
    a desfrutarem do momento,
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    que vieram para se maravilharem
  • 4:31 - 4:34
    e testemunharem este
    extraordinário esforço artístico
  • 4:34 - 4:36
    da companhia francesa Royal de Luxe.
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    Foi um percurso de sete anos,
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    comigo a dizer a um grupo de homens
    — quase sempre homens —
  • 4:42 - 4:43
    sentada numa sala:
  • 4:44 - 4:48
    "Isto é como um conto de fadas com
    uma rapariguinha e um elefante gigante,
  • 4:48 - 4:51
    "que vêm à cidade por quatro dias
  • 4:51 - 4:54
    "e toda a gente vem e se diverte."
  • 4:54 - 4:56
    E aí eles diziam:
  • 4:57 - 4:59
    "Porque é que havemos de fazer isso?
  • 4:59 - 5:02
    "Serve para alguma coisa?
  • 5:02 - 5:04
    "É para celebrar uma visita presidencial?
  • 5:04 - 5:06
    "É algum tratado entre a França
    e a Inglaterra?
  • 5:06 - 5:08
    "É para beneficência?
  • 5:08 - 5:10
    "Está a tentar angariar fundos?"
  • 5:10 - 5:11
    E eu dizia:
  • 5:12 - 5:14
    "Para nenhuma dessas coisas."
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    E eles respondiam:
    "Porque é que havemos de fazer isso?"
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    Mas passados quatro anos,
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    aconteceu um truque de magia,
    uma coisa extraordinária.
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    Eu estava na mesma reunião
    onde estivera durante quatro anos
  • 5:24 - 5:26
    a dizer: "Por favor, posso?"
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    Só que daquela vez,
    eu não disse: "Por favor",
  • 5:28 - 5:32
    eu disse: "Isto de que eu vos tenho
    vindo a falar há tanto tempo,
  • 5:32 - 5:34
    "vai acontecer nestas datas,
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    "e preciso muito da vossa ajuda."
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    Então aconteceu una coisa mágica.
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    Não sei como, toda a gente naquela sala
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    concluiu que alguém já tinha autorizado.
  • 5:43 - 5:45
    (Risos)
  • 5:45 - 5:48
    (Aplausos)
  • 5:50 - 5:53
    Concluíram que não lhes estavam a pedir
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    para assumirem a responsabilidade
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    devíamos estar a pedir ao encarregado
    do planeamento dos autocarros
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    para planear os desvios dos autocarros,
  • 6:00 - 6:04
    a pedir ao conselho municipal
    para fechar as estradas,
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    e aos responsáveis pelos
    transportes de Londres
  • 6:06 - 6:08
    para organizarem o metro.
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    Só estávamos a pedir
    a toda essa gente
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    que fizessem o que lhes
    competia para nos ajudarem.
  • 6:12 - 6:15
    Ninguém lhes estava a pedir
    que assumissem a responsabilidade.
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    E eu, na minha inocência, pensei:
    "Bem, eu assumo a responsabilidade"
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    por aquilo que acabou por ser
    um milhão de pessoas na rua.
  • 6:23 - 6:25
    Foi o nosso primeiro espetáculo.
  • 6:25 - 6:28
    (Aplausos)
  • 6:29 - 6:34
    Foi o nosso primeiro espetáculo,
    e mudou a natureza da apreciação cultural,
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    não numa galeria, não num teatro,
    não numa sala de ópera
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    mas ao vivo e nas ruas,
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    transformando o espaço público
  • 6:41 - 6:43
    para chegar ao maior número
    de pessoas possível,
  • 6:43 - 6:46
    pessoas que nunca comprariam
    um bilhete para um espetáculo.
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    E lá estávamos nós.
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    Terminámos e continuámos
    a produzir trabalhos deste tipo.
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    Como podem ver, o trabalho
    da companhia é surpreendente,
  • 6:56 - 7:00
    mas é também surpreendente o facto
    de nos terem dado autorização.
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    E vocês não veem nenhuma segurança.
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    Isto foi nove meses depois
    dos terríveis atentados bombistas
  • 7:09 - 7:11
    que dilaceraram Londres.
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    Por isso, comecei a pensar
    se seria possível
  • 7:13 - 7:17
    fazer este género de coisas
    em circunstâncias ainda mais complicadas.
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    Virámos a nossa atenção
    para a Irlanda do Norte,
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    ou o norte da Irlanda,
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    dependendo do vosso ponto de vista.
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    Isto é um mapa da Inglaterra,
    da Escócia, do País de Gales,
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    e Irlanda, a ilha à esquerda.
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    Durante gerações, foi um local de conflito
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    a república de maioria católica, no sul
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    e a comunidade lealista
    de maioria protestante,
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    centenas de anos de conflito,
  • 7:42 - 7:44
    tropas britânicas nas ruas
    durante mais de 30 anos.
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    E mesmo agora, apesar de haver
    um processo de paz,
  • 7:48 - 7:50
    isto passa-se hoje nesta cidade,
  • 7:50 - 7:52
    que se chama Londonderry
    se forem lealistas
  • 7:52 - 7:54
    ou Derry se forem católicos .
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    Mas todos lhe chamam "lar".
  • 7:58 - 7:59
    Então eu comecei a ponderar
  • 7:59 - 8:04
    se haveria alguma forma de abordar
    este tribalismo comunitário
  • 8:04 - 8:06
    através da arte e da imaginação.
  • 8:07 - 8:09
    Isto é o que cada comunidade
    faz todos os verões.
  • 8:09 - 8:11
    Ambas as comunidades.
  • 8:11 - 8:14
    Uma fogueira preenchida
    com efígies e insígnias
  • 8:14 - 8:16
    das pessoas que eles odeiam
    do outro lado.
  • 8:16 - 8:19
    Na comunidade lealista
    fazem o mesmo.
  • 8:22 - 8:24
    E todos os verões, eles queimam-nas.
  • 8:24 - 8:26
    Elas estão mesmo no centro da cidade.
  • 8:26 - 8:28
    Então virámo-nos para aqui,
  • 8:28 - 8:30
    para o deserto do Nevada,
    para o "Burning Man",
  • 8:30 - 8:32
    onde também se fazem fogueiras,
  • 8:32 - 8:35
    mas com intenções e valores
    completamente diferentes.
  • 8:35 - 8:39
    Vemos aqui o trabalho de David Best
    e os seus extraordinários templos,
  • 8:39 - 8:42
    que são construídos durante
    o evento do "Burning Man"
  • 8:42 - 8:45
    e incinerados no domingo.
  • 8:45 - 8:48
    Por isso, convidámo-lo a ele
    e à sua comunidade para virem
  • 8:48 - 8:52
    e recrutámos pessoas de ambos
    os lados da divisão política e religiosa:
  • 8:52 - 8:54
    jovens, desempregados,
  • 8:54 - 8:57
    pessoas que normalmente
    nunca se cruzariam
  • 8:57 - 8:59
    nem falariam uns com os outros.
  • 8:59 - 9:03
    E, do extraordinário trabalho deles,
    ergueu-se um templo
  • 9:03 - 9:06
    para rivalizar com as duas catedrais
    existentes na cidade,
  • 9:06 - 9:08
    uma católica e uma protestante.
  • 9:08 - 9:11
    Mas este templo não tinha religião,
  • 9:11 - 9:13
    era para todos,
  • 9:13 - 9:15
    não para uma comunidade,
    mas para todas.
  • 9:15 - 9:19
    E construímo-lo neste local onde
    todos me disseram que ninguém viria.
  • 9:19 - 9:20
    Era demasiado perigoso.
  • 9:20 - 9:22
    Ficava entre as duas comunidades.
  • 9:22 - 9:24
    E eu só dizia:
    "Mas tem uma vista tão bonita."
  • 9:24 - 9:26
    (Risos)
  • 9:26 - 9:28
    E novamente, a velha questão:
  • 9:28 - 9:30
    "Porque é que nós não faríamos isto?"
  • 9:30 - 9:32
    Nesta fotografia vemos
    as primeiras das 426 crianças
  • 9:32 - 9:34
    de uma escola primária
  • 9:34 - 9:36
    que subiram a colina
    guiadas pelo diretor da escola
  • 9:36 - 9:39
    que não queria que elas
    perdessem esta oportunidade.
  • 9:39 - 9:42
    Tal como aconteceu no deserto do Nevada,
  • 9:42 - 9:44
    embora com temperaturas
    ligeiramente diferentes,
  • 9:44 - 9:48
    as 65 mil pessoas desta comunidade
  • 9:48 - 9:52
    vieram escrever o seu luto, a sua dor,
  • 9:52 - 9:55
    as suas esperanças para o futuro,
  • 9:55 - 9:56
    o seu amor.
  • 9:56 - 9:59
    Porque no final, tudo isto é sobre amor.
  • 9:59 - 10:02
    Estas pessoas vivem numa
    sociedade de pós-conflito:
  • 10:02 - 10:04
    com muito "stress" pós-traumático,
  • 10:04 - 10:05
    altas taxas de suicídio.
  • 10:05 - 10:07
    Apesar disso, por um breve momento,
  • 10:07 - 10:10
    — e seria ridículo achar
    que seria por mais do que isso —
  • 10:10 - 10:12
    alguém como Kevin,
  • 10:12 - 10:15
    um católico cujo pai tinha sido baleado
    quando ele tinha nove anos,
  • 10:15 - 10:17
    enquanto estava na cama no andar de cima.
  • 10:17 - 10:20
    O Kevin veio trabalhar como voluntário.
  • 10:20 - 10:23
    Foi a primeira pessoa a abraçar
    uma senhora idosa protestante
  • 10:23 - 10:27
    que passou pela porta no dia
    em que abrimos o templo ao público.
  • 10:28 - 10:31
    Foi erguido e ficou lá durante cinco dias.
  • 10:31 - 10:33
    E então escolhemos,
  • 10:33 - 10:37
    de entre o pequeno grupo
    de construtores não sectários,
  • 10:37 - 10:43
    que dedicaram meses da sua vida
    para fazer esta coisa extraordinária,
  • 10:44 - 10:48
    escolhemos de entre eles
    as pessoas que iriam incinerar o templo.
  • 10:48 - 10:50
    Podem ver aqui o momento,
  • 10:50 - 10:53
    testemunhado por 15 000 pessoas,
  • 10:53 - 10:58
    que se juntaram naquela escura
    e fria noite de março,
  • 10:58 - 11:03
    o momento em que decidiram deixar
    a sua inimizade para trás,
  • 11:03 - 11:07
    para habitar este espaço partilhado,
  • 11:07 - 11:11
    onde todos tiveram a oportunidade
    de dizer as coisas indizíveis,
  • 11:12 - 11:13
    para dizer em voz alta:
  • 11:14 - 11:17
    "Tu magoaste-me a mim e à minha
    família mas eu perdoo-te."
  • 11:17 - 11:20
    E juntos, eles assistiram,
  • 11:20 - 11:25
    como membros da sua comunidade
    à destruição desta coisa tão bela,
  • 11:25 - 11:28
    mas foi igualmente difícil libertarem-se
  • 11:28 - 11:31
    daqueles pensamentos e emoções
  • 11:31 - 11:33
    usados para a construir.
  • 11:34 - 11:37
    (Música)
  • 11:45 - 11:47
    Obrigada.
  • 11:47 - 11:49
    (Aplausos)
Title:
Como a arte pública transforma as cidades em recreios da imaginação.
Speaker:
Helen Marriage
Description:

A artista plástica Helen Marriage encena surpreendentes eventos de arte pública em larga escala que expandem os limites do que é possível. Neste percurso visual pelos seus trabalhos, ela conta a história de três cidades que ela transformou num recreio para a imaginação — imaginem Londres com um elefante mecânico gigante a marchar pelas ruas — e explica o que acontece quando as pessoas param para se maravilharem e experienciarem estes momentos juntas.

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Video Language:
English
Team:
closed TED
Project:
TEDTalks
Duration:
12:08

Portuguese subtitles

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