Como a arte pública transforma as cidades em recreios da imaginação.
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0:01 - 0:05Vivemos num mundo cada vez
mais tiranizado por ecrãs, -
0:06 - 0:10pelos nossos telemóveis, "tablets",
televisões e computadores. -
0:10 - 0:12Podemos ter todas
as experiências que quisermos, -
0:12 - 0:14mas sem sentirmos nada.
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0:14 - 0:16Podemos ter quantos amigos quisermos,
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0:16 - 0:19mas não termos ninguém
a quem apertar a mão. -
0:20 - 0:22Quero levar-vos
para um mundo diferente, -
0:22 - 0:24o mundo da imaginação,
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0:24 - 0:28onde, usando a ferramenta
mais poderosa que temos, -
0:28 - 0:31podemos transformar
o nosso ambiente físico, -
0:31 - 0:35mas, ao fazê-lo, mudamos
para sempre como nos sentimos -
0:35 - 0:39e como nos sentimos em relação
às pessoas com quem partilhamos o planeta. -
0:40 - 0:44A Artichoke, a empresa
que ajudei a fundar em 2006, -
0:44 - 0:47foi fundada para criar momentos.
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0:47 - 0:49Todos temos momentos da nossa vida,
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0:49 - 0:51de que não nos lembraremos
quando estivermos a morrer. -
0:51 - 0:55Não nos vamos lembrar das viagens
para o trabalho no autocarro n.º 38, -
0:55 - 0:58nem da dificuldade em estacionar
quando vamos às compras. -
0:58 - 1:01Vamos lembrar-nos do momento
em que o nosso filho deu o primeiro passo -
1:01 - 1:04ou quando nos escolheram
para a equipa de futebol -
1:04 - 1:06ou quando nos apaixonámos.
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1:06 - 1:10Então, a Artichoke existe para criar
momentos efémeros e comoventes -
1:10 - 1:14que transformam o mundo físico
usando a imaginação do artista -
1:14 - 1:17para nos mostrar o que é possível.
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1:18 - 1:20Criamos beleza entre as ruínas.
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1:20 - 1:23Reexaminamos a história.
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1:23 - 1:25Criamos momentos para os quais
todos são convidados, -
1:25 - 1:29quer para assistir quer para participar.
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1:29 - 1:32Para mim, tudo começou nos anos 90,
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1:32 - 1:34quando me nomearam
como diretora de um festival -
1:34 - 1:37na pequena cidade britânica de Salisbury,
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1:37 - 1:39Já devem ter ouvido falar dela.
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1:39 - 1:40Esta é a catedral de Salisbury
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1:40 - 1:43e este é o monumento
de Stonehenge, ali perto, -
1:43 - 1:44que é mundialmente famoso.
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1:44 - 1:48Salisbury é uma cidade que foi dominada,
durante centenas de anos, pela Igreja, -
1:48 - 1:50pelo Partido Conservador
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1:50 - 1:52e pelo exército.
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1:52 - 1:56É um lugar onde as pessoas
gostam de obedecer a regras. -
1:56 - 1:59Por isso, imaginem-me no meu primeiro
ano naquela cidade, -
1:59 - 2:02a andar de bicicleta em contramão,
atrasada. -
2:02 - 2:03Eu estou sempre atrasada.
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2:03 - 2:05É um milagre eu ter aparecido
a tempo hoje. -
2:05 - 2:07(Risos)
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2:07 - 2:10Uma velhinha muito prestável
gritou-me do passeio: -
2:10 - 2:12"Minha querida, estás a ir
no sentido errado!" -
2:12 - 2:15Amavelmente — julguei eu — disse:
"Sim, eu sei." -
2:15 - 2:17"Espero que morras!" gritou ela.
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2:17 - 2:18(Risos)
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2:18 - 2:21Eu percebi que naquele lugar
estaria em apuros. -
2:21 - 2:24Mesmo assim, um ano depois,
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2:24 - 2:28com persuasão, negociação,
com tudo o que pude usar, -
2:28 - 2:30consegui produzir o meu trabalho.
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2:30 - 2:32Não um concerto clássico numa igreja
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2:32 - 2:34ou uma sessão de declamação de poesia,
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2:34 - 2:36mas uma peça de uma companhia
de teatro de rua francesa -
2:36 - 2:38que contava a história de Fausto,
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2:38 - 2:42"Mephistomania", em andas,
completado com pirotecnia de mão. -
2:42 - 2:46No dia seguinte, a mesma velhinha
fez-me parar na rua e disse-me: -
2:46 - 2:49"Foi você a responsável
por ontem à noite?" -
2:50 - 2:51Eu recuei.
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2:51 - 2:52(Risos)
-
2:53 - 2:54"Fui."
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2:55 - 2:58"Quando ouvi falar disso — disse ela —
sabia que não seria para mim, -
2:58 - 3:01"mas Helen, minha querida, foi."
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3:01 - 3:03Então, o que é que se passara?
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3:03 - 3:05A curiosidade triunfou sobre a suspeita,
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3:05 - 3:08o prazer baniu a ansiedade.
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3:09 - 3:14Por isso, pensei em como poderia
transferir estas ideias -
3:14 - 3:15para um palco maior
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3:15 - 3:19e comecei num percurso para fazer
mais ou menos o mesmo em Londres. -
3:20 - 3:22Imaginem: é uma cidade cosmopolita.
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3:22 - 3:24Como todas as nossas cidades,
está dedicada ao trabalho, -
3:24 - 3:26ao comércio e ao trânsito.
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3:26 - 3:29É uma máquina para nos fazer chegar
ao trabalho a tempo e voltar, -
3:29 - 3:33e todos somos cúmplices
ao querer rotinas fixas -
3:33 - 3:37e todos querem saber
o que vai acontecer a seguir -
3:37 - 3:41Mas, e se esta fantástica cidade
se pudesse tornar num palco, -
3:41 - 3:44numa plataforma para algo tão inimaginável
-
3:44 - 3:47que de alguma forma
transformasse a vida das pessoas? -
3:47 - 3:50Fazemos isto muitas vezes
no Reino Unido. -
3:50 - 3:52Tenho a certeza que o fazem
na vossa cidade. -
3:52 - 3:53Esta é a Horse Guards Parade.
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3:53 - 3:57É uma coisa que fazemos frequentemente
e é sempre sobre ganhar algo. -
3:57 - 3:59É uma questão duma maratona
ou de ganhar uma guerra -
3:59 - 4:02ou uma equipa de "cricket" vencedora
que volta a casa. -
4:02 - 4:04Fechamos as ruas.
Toda a gente aplaude. -
4:04 - 4:06Mas para teatro? É impossível.
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4:06 - 4:10Exceto para uma história contada
por uma companhia francesa: -
4:11 - 4:14a saga de uma rapariguinha
e de um elefante gigante -
4:14 - 4:17que vieram de visita por quatro dias.
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4:17 - 4:21Tudo o que precisei de fazer foi
persuadir as autoridades públicas -
4:21 - 4:23de que fechar a cidade por quatro dias
-
4:23 - 4:25era algo completamente normal.
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4:25 - 4:26(Risos)
-
4:26 - 4:29Sem trânsito, apenas pessoas
a desfrutarem do momento, -
4:29 - 4:31que vieram para se maravilharem
-
4:31 - 4:34e testemunharem este
extraordinário esforço artístico -
4:34 - 4:36da companhia francesa Royal de Luxe.
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4:36 - 4:39Foi um percurso de sete anos,
-
4:39 - 4:42comigo a dizer a um grupo de homens
— quase sempre homens — -
4:42 - 4:43sentada numa sala:
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4:44 - 4:48"Isto é como um conto de fadas com
uma rapariguinha e um elefante gigante, -
4:48 - 4:51"que vêm à cidade por quatro dias
-
4:51 - 4:54"e toda a gente vem e se diverte."
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4:54 - 4:56E aí eles diziam:
-
4:57 - 4:59"Porque é que havemos de fazer isso?
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4:59 - 5:02"Serve para alguma coisa?
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5:02 - 5:04"É para celebrar uma visita presidencial?
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5:04 - 5:06"É algum tratado entre a França
e a Inglaterra? -
5:06 - 5:08"É para beneficência?
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5:08 - 5:10"Está a tentar angariar fundos?"
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5:10 - 5:11E eu dizia:
-
5:12 - 5:14"Para nenhuma dessas coisas."
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5:14 - 5:17E eles respondiam:
"Porque é que havemos de fazer isso?" -
5:17 - 5:19Mas passados quatro anos,
-
5:19 - 5:21aconteceu um truque de magia,
uma coisa extraordinária. -
5:21 - 5:24Eu estava na mesma reunião
onde estivera durante quatro anos -
5:24 - 5:26a dizer: "Por favor, posso?"
-
5:26 - 5:28Só que daquela vez,
eu não disse: "Por favor", -
5:28 - 5:32eu disse: "Isto de que eu vos tenho
vindo a falar há tanto tempo, -
5:32 - 5:34"vai acontecer nestas datas,
-
5:34 - 5:36"e preciso muito da vossa ajuda."
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5:37 - 5:38Então aconteceu una coisa mágica.
-
5:38 - 5:41Não sei como, toda a gente naquela sala
-
5:41 - 5:43concluiu que alguém já tinha autorizado.
-
5:43 - 5:45(Risos)
-
5:45 - 5:48(Aplausos)
-
5:50 - 5:53Concluíram que não lhes estavam a pedir
-
5:53 - 5:54para assumirem a responsabilidade
-
5:54 - 5:57devíamos estar a pedir ao encarregado
do planeamento dos autocarros -
5:58 - 6:00para planear os desvios dos autocarros,
-
6:00 - 6:04a pedir ao conselho municipal
para fechar as estradas, -
6:04 - 6:06e aos responsáveis pelos
transportes de Londres -
6:06 - 6:08para organizarem o metro.
-
6:08 - 6:10Só estávamos a pedir
a toda essa gente -
6:10 - 6:12que fizessem o que lhes
competia para nos ajudarem. -
6:12 - 6:15Ninguém lhes estava a pedir
que assumissem a responsabilidade. -
6:15 - 6:19E eu, na minha inocência, pensei:
"Bem, eu assumo a responsabilidade" -
6:19 - 6:23por aquilo que acabou por ser
um milhão de pessoas na rua. -
6:23 - 6:25Foi o nosso primeiro espetáculo.
-
6:25 - 6:28(Aplausos)
-
6:29 - 6:34Foi o nosso primeiro espetáculo,
e mudou a natureza da apreciação cultural, -
6:34 - 6:37não numa galeria, não num teatro,
não numa sala de ópera -
6:37 - 6:40mas ao vivo e nas ruas,
-
6:40 - 6:41transformando o espaço público
-
6:41 - 6:43para chegar ao maior número
de pessoas possível, -
6:43 - 6:46pessoas que nunca comprariam
um bilhete para um espetáculo. -
6:46 - 6:48E lá estávamos nós.
-
6:48 - 6:51Terminámos e continuámos
a produzir trabalhos deste tipo. -
6:53 - 6:56Como podem ver, o trabalho
da companhia é surpreendente, -
6:56 - 7:00mas é também surpreendente o facto
de nos terem dado autorização. -
7:03 - 7:05E vocês não veem nenhuma segurança.
-
7:05 - 7:09Isto foi nove meses depois
dos terríveis atentados bombistas -
7:09 - 7:11que dilaceraram Londres.
-
7:11 - 7:13Por isso, comecei a pensar
se seria possível -
7:13 - 7:17fazer este género de coisas
em circunstâncias ainda mais complicadas. -
7:17 - 7:19Virámos a nossa atenção
para a Irlanda do Norte, -
7:19 - 7:21ou o norte da Irlanda,
-
7:21 - 7:23dependendo do vosso ponto de vista.
-
7:23 - 7:27Isto é um mapa da Inglaterra,
da Escócia, do País de Gales, -
7:27 - 7:29e Irlanda, a ilha à esquerda.
-
7:29 - 7:32Durante gerações, foi um local de conflito
-
7:32 - 7:35a república de maioria católica, no sul
-
7:35 - 7:38e a comunidade lealista
de maioria protestante, -
7:38 - 7:41centenas de anos de conflito,
-
7:42 - 7:44tropas britânicas nas ruas
durante mais de 30 anos. -
7:44 - 7:48E mesmo agora, apesar de haver
um processo de paz, -
7:48 - 7:50isto passa-se hoje nesta cidade,
-
7:50 - 7:52que se chama Londonderry
se forem lealistas -
7:52 - 7:54ou Derry se forem católicos .
-
7:56 - 7:58Mas todos lhe chamam "lar".
-
7:58 - 7:59Então eu comecei a ponderar
-
7:59 - 8:04se haveria alguma forma de abordar
este tribalismo comunitário -
8:04 - 8:06através da arte e da imaginação.
-
8:07 - 8:09Isto é o que cada comunidade
faz todos os verões. -
8:09 - 8:11Ambas as comunidades.
-
8:11 - 8:14Uma fogueira preenchida
com efígies e insígnias -
8:14 - 8:16das pessoas que eles odeiam
do outro lado. -
8:16 - 8:19Na comunidade lealista
fazem o mesmo. -
8:22 - 8:24E todos os verões, eles queimam-nas.
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8:24 - 8:26Elas estão mesmo no centro da cidade.
-
8:26 - 8:28Então virámo-nos para aqui,
-
8:28 - 8:30para o deserto do Nevada,
para o "Burning Man", -
8:30 - 8:32onde também se fazem fogueiras,
-
8:32 - 8:35mas com intenções e valores
completamente diferentes. -
8:35 - 8:39Vemos aqui o trabalho de David Best
e os seus extraordinários templos, -
8:39 - 8:42que são construídos durante
o evento do "Burning Man" -
8:42 - 8:45e incinerados no domingo.
-
8:45 - 8:48Por isso, convidámo-lo a ele
e à sua comunidade para virem -
8:48 - 8:52e recrutámos pessoas de ambos
os lados da divisão política e religiosa: -
8:52 - 8:54jovens, desempregados,
-
8:54 - 8:57pessoas que normalmente
nunca se cruzariam -
8:57 - 8:59nem falariam uns com os outros.
-
8:59 - 9:03E, do extraordinário trabalho deles,
ergueu-se um templo -
9:03 - 9:06para rivalizar com as duas catedrais
existentes na cidade, -
9:06 - 9:08uma católica e uma protestante.
-
9:08 - 9:11Mas este templo não tinha religião,
-
9:11 - 9:13era para todos,
-
9:13 - 9:15não para uma comunidade,
mas para todas. -
9:15 - 9:19E construímo-lo neste local onde
todos me disseram que ninguém viria. -
9:19 - 9:20Era demasiado perigoso.
-
9:20 - 9:22Ficava entre as duas comunidades.
-
9:22 - 9:24E eu só dizia:
"Mas tem uma vista tão bonita." -
9:24 - 9:26(Risos)
-
9:26 - 9:28E novamente, a velha questão:
-
9:28 - 9:30"Porque é que nós não faríamos isto?"
-
9:30 - 9:32Nesta fotografia vemos
as primeiras das 426 crianças -
9:32 - 9:34de uma escola primária
-
9:34 - 9:36que subiram a colina
guiadas pelo diretor da escola -
9:36 - 9:39que não queria que elas
perdessem esta oportunidade. -
9:39 - 9:42Tal como aconteceu no deserto do Nevada,
-
9:42 - 9:44embora com temperaturas
ligeiramente diferentes, -
9:44 - 9:48as 65 mil pessoas desta comunidade
-
9:48 - 9:52vieram escrever o seu luto, a sua dor,
-
9:52 - 9:55as suas esperanças para o futuro,
-
9:55 - 9:56o seu amor.
-
9:56 - 9:59Porque no final, tudo isto é sobre amor.
-
9:59 - 10:02Estas pessoas vivem numa
sociedade de pós-conflito: -
10:02 - 10:04com muito "stress" pós-traumático,
-
10:04 - 10:05altas taxas de suicídio.
-
10:05 - 10:07Apesar disso, por um breve momento,
-
10:07 - 10:10— e seria ridículo achar
que seria por mais do que isso — -
10:10 - 10:12alguém como Kevin,
-
10:12 - 10:15um católico cujo pai tinha sido baleado
quando ele tinha nove anos, -
10:15 - 10:17enquanto estava na cama no andar de cima.
-
10:17 - 10:20O Kevin veio trabalhar como voluntário.
-
10:20 - 10:23Foi a primeira pessoa a abraçar
uma senhora idosa protestante -
10:23 - 10:27que passou pela porta no dia
em que abrimos o templo ao público. -
10:28 - 10:31Foi erguido e ficou lá durante cinco dias.
-
10:31 - 10:33E então escolhemos,
-
10:33 - 10:37de entre o pequeno grupo
de construtores não sectários, -
10:37 - 10:43que dedicaram meses da sua vida
para fazer esta coisa extraordinária, -
10:44 - 10:48escolhemos de entre eles
as pessoas que iriam incinerar o templo. -
10:48 - 10:50Podem ver aqui o momento,
-
10:50 - 10:53testemunhado por 15 000 pessoas,
-
10:53 - 10:58que se juntaram naquela escura
e fria noite de março, -
10:58 - 11:03o momento em que decidiram deixar
a sua inimizade para trás, -
11:03 - 11:07para habitar este espaço partilhado,
-
11:07 - 11:11onde todos tiveram a oportunidade
de dizer as coisas indizíveis, -
11:12 - 11:13para dizer em voz alta:
-
11:14 - 11:17"Tu magoaste-me a mim e à minha
família mas eu perdoo-te." -
11:17 - 11:20E juntos, eles assistiram,
-
11:20 - 11:25como membros da sua comunidade
à destruição desta coisa tão bela, -
11:25 - 11:28mas foi igualmente difícil libertarem-se
-
11:28 - 11:31daqueles pensamentos e emoções
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11:31 - 11:33usados para a construir.
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11:34 - 11:37(Música)
-
11:45 - 11:47Obrigada.
-
11:47 - 11:49(Aplausos)
- Title:
- Como a arte pública transforma as cidades em recreios da imaginação.
- Speaker:
- Helen Marriage
- Description:
-
A artista plástica Helen Marriage encena surpreendentes eventos de arte pública em larga escala que expandem os limites do que é possível. Neste percurso visual pelos seus trabalhos, ela conta a história de três cidades que ela transformou num recreio para a imaginação — imaginem Londres com um elefante mecânico gigante a marchar pelas ruas — e explica o que acontece quando as pessoas param para se maravilharem e experienciarem estes momentos juntas.
- Video Language:
- English
- Team:
- closed TED
- Project:
- TEDTalks
- Duration:
- 12:08
Margarida Ferreira approved Portuguese subtitles for Public art that turns cities into playgrounds of the imagination | ||
Margarida Ferreira edited Portuguese subtitles for Public art that turns cities into playgrounds of the imagination | ||
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Sofia Prates edited Portuguese subtitles for Public art that turns cities into playgrounds of the imagination | ||
Inês Freire edited Portuguese subtitles for Public art that turns cities into playgrounds of the imagination |