Robôs, estética e religião | Gabriele Trovato | TEDxLivorno
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0:18 - 0:21Quem não gostaria
de ter um robô em casa, -
0:21 - 0:23que fala e até faz a limpeza?
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0:24 - 0:25Vocês gostariam?
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0:26 - 0:27Penso em tantos...
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0:29 - 0:30Talvez como esse.
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0:33 - 0:35Levantem a mão, por favor.
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0:35 - 0:37Se gostam desse. Quem gostou?
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0:38 - 0:39Não vejo nenhuma.
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0:41 - 0:44Alguém pode estar pensando
que seja um pouco realista demais. -
0:45 - 0:48E um menos realista, como esse?
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0:49 - 0:50Levantem a mão, por favor.
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0:52 - 0:53Nenhuma!
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0:54 - 0:57Esse, por exemplo, tem traços
humanos, mas simplificados. -
0:59 - 1:00Vejamos um outro.
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1:01 - 1:02Esse.
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1:03 - 1:06Sim, levantem a mão.
Vejo muitas mãos levantadas. -
1:06 - 1:07Tudo bem.
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1:07 - 1:12O que é que nos faz ter medo
do que na verdade são objetos? -
1:14 - 1:17Há uma teoria sobre isso,
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1:17 - 1:20na verdade, uma hipótese:
a hipótese de "Uncanny Valley", -
1:21 - 1:22em italiano, "Vale perturbante".
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1:23 - 1:28Se colocarmos no eixo x,
a similaridade com o ser humano; -
1:29 - 1:32e no eixo y, a familiaridade que sentimos,
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1:33 - 1:37a hipótese diz que teremos
uma curva nesse formato. -
1:38 - 1:43Ou seja, um robô como caixa de metal
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1:43 - 1:46que gradualmente adquire
características mais humanas, -
1:46 - 1:49vamos sentindo mais
familiaridade e empatia por ele, -
1:49 - 1:53até um determinado ponto na curva,
no qual encontramos o vale. -
1:54 - 2:01Nesse vale, encontramos as obras-primas
de pesquisa como as que lhes mostrei, -
2:02 - 2:06sendo quase humanos,
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2:07 - 2:11esse quase é sinônimo
de algo que não se encaixa. -
2:12 - 2:15O que não se enquadra, no fundo do vale?
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2:16 - 2:19Podem ser dimensões distorcidas,
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2:19 - 2:24como no caso do CB2,
um robô menino de um ou dois anos, -
2:24 - 2:28ou partes mecânicas mistas
que parecem orgânicas, -
2:29 - 2:33ou ainda, detalhes que não
correspondem às nossas expectativas, -
2:33 - 2:36ou melhor, às expectativas
do nosso cérebro. -
2:37 - 2:41Tudo isso, e a ambiguidade
em si da semelhança, -
2:41 - 2:44podem tornar esses robôs perturbadores.
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2:45 - 2:46Mas tem mais.
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2:47 - 2:52Existe um motivo ainda mais profundo,
com raízes no nosso passado. -
2:54 - 2:57Com certeza, vocês devem
conhecer filmes de ficção científica. -
2:57 - 3:00Um exemplo famoso é
o "Exterminador do Futuro". -
3:01 - 3:04Em muitos deles,
a história é sempre de robôs -
3:04 - 3:09que em algum momento se revoltam
e tentam exterminar a humanidade. -
3:10 - 3:11Típico.
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3:11 - 3:14Esse não é um privilégio dos robôs,
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3:16 - 3:21porque já havia uma história anterior
que conhecemos muito bem, a do Pinóquio, -
3:21 - 3:26um humano artificial que,
em dado momento, sai do controle. -
3:27 - 3:32E antes ainda, no início dos anos 1800,
a história de Frankenstein, -
3:32 - 3:39na qual a criatura, de novo,
artificial, sai do controle. -
3:40 - 3:42Por isso é chamado
de complexo de Frankenstein. -
3:44 - 3:49Bem, esse complexo não existe no Japão.
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3:49 - 3:52No Japão, robôs são vistos, normalmente,
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3:52 - 3:55como heróis que salvam a humanidade
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3:57 - 3:59e têm sentimentos, uma alma.
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4:00 - 4:06Essa é uma estátua de 20 metros
em um praça em Tóquio. -
4:07 - 4:10Mas e nós, de onde vêm esse medo?
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4:11 - 4:14A nossa cultura deriva da Grécia antiga.
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4:15 - 4:21Na mitologia grega, havia tantas
histórias sobre automação, -
4:21 - 4:28como a de Pigmalião, em que ele
esculpe a estátua de uma mulher -
4:28 - 4:30e se apaixona por ela.
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4:30 - 4:33Porém, não havia nada
de negativo nessa história, -
4:33 - 4:36e em todas essas história de automação.
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4:37 - 4:42Então, não adquirimos
nosso medo da cultura grega. -
4:43 - 4:46Para comparar, vejamos a China:
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4:49 - 4:54por milênios inventaram
espetáculos de sombra, -
4:54 - 4:57nos quais essas marionetes ganhavam vida
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4:57 - 5:00graças aos movimentos
de fios nas articulações. -
5:02 - 5:04Não sabemos com certeza,
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5:04 - 5:08mas, provavelmente, a primeira
história desse tipo, desse medo, -
5:08 - 5:13é a história do Golem, no final
da Idade Média, em 1600, -
5:13 - 5:16de origem hebraica.
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5:17 - 5:18Nessa história,
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5:18 - 5:23o Golem é uma criatura feita de argila,
criada por um rabino, -
5:23 - 5:26era uma criatura que não
conseguia nem falar nem pensar, -
5:26 - 5:29saiu de controle e teve que ser destruída.
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5:29 - 5:33Esse é um exemplo de "hybris",
ou seja, de orgulho. -
5:33 - 5:39Nesse caso, do homem, em querer
criar algo vivo e artificial. -
5:41 - 5:45Vendo o Ocidente e Oriente como um todo,
-
5:47 - 5:50eles têm raízes bem longe um do outro,
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5:50 - 5:54mas dos dois lados temos
histórias de humanos artificiais. -
5:55 - 5:58Porém, hoje temos:
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5:58 - 6:02de um lado, o complexo do Frankenstein;
e do outro, uma imagem positiva. -
6:02 - 6:06O que aconteceu, no meio
que nos levou a essa divisão? -
6:07 - 6:12Uma possível explicação é
a influência das religiões, -
6:13 - 6:15porque nas religiões monoteístas
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6:16 - 6:20há uma grande distinção
entre o natural e o artificial, -
6:20 - 6:21o que é criado por Deus,
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6:21 - 6:24e o que não é criado por Ele,
mas pelo homem. -
6:25 - 6:26Nas religiões orientais,
-
6:28 - 6:31inspiradas e influenciadas
pelo confucianismo, -
6:31 - 6:33cada objeto tem uma alma.
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6:37 - 6:39Voltamos ao presente.
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6:39 - 6:43Trabalhei e estudei muitos anos em Tóquio.
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6:43 - 6:47Esse é o robô no qual trabalhei,
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6:47 - 6:50um humanoide bastante avançado.
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6:50 - 6:54Mas que, às vezes,
me lembrava alguma coisa. -
6:55 - 6:56(Risos)
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6:57 - 6:59Foi desenhado por engenheiros.
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6:59 - 7:02Talvez esse seja o ponto.
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7:02 - 7:08Porque em vez de desenvolver esses robôs
apenas com base na funcionalidade, -
7:08 - 7:14talvez, devêssemos nos inspirar
em designs da própria área do design. -
7:14 - 7:16Como faz a Apple, por exemplo,
-
7:16 - 7:22que é um negócio que soube tirar vantagem
da a união entre tecnologia e design. -
7:23 - 7:27Eles tomaram proveito de um conceito
de design chamado "esqueumorfismo". -
7:28 - 7:30Essa palavra deriva do grego,
-
7:30 - 7:34significa "skeuos", recipiente,
e "morphé", que significa forma. -
7:35 - 7:38Significa criar um objeto novo
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7:39 - 7:43com a aparência
de um objeto que já existe, -
7:43 - 7:45que o consumidor já conhece.
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7:46 - 7:51Usado em um aplicativo como a biblioteca,
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7:51 - 7:55à esquerda vemos como era
nas primeiras versões do iOS, -
7:55 - 7:57parecia uma prateleira de madeira.
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7:59 - 8:04Depois, quando pensaram que
os clientes estavam acostumados, -
8:05 - 8:07passaram para uma interface plana.
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8:08 - 8:13Mas qual a implicação de desenvolver
robôs com base nesse conceito? -
8:14 - 8:17Porque os robôs são, possivelmente,
-
8:17 - 8:20o objeto tecnológico
mais complexo que existe, -
8:20 - 8:22pois são o espelho do homem.
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8:23 - 8:25Então, se são o espelho do homem,
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8:25 - 8:29evidentemente, como vimos
antes, se tratando de cultura, -
8:29 - 8:33devemos considerar
nossa cultura e nosso passado -
8:33 - 8:35na forma em como lhes desenhamos.
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8:36 - 8:38Se pensarmos, os automóveis
-
8:38 - 8:42são personalizados para
os diferentes mercados no mundo, -
8:42 - 8:45assim como outros tantos objetos à venda.
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8:45 - 8:49Ainda mais motivo para
os robôs serem personalizados. -
8:52 - 8:55Não podemos ignorar, na cultura,
-
8:56 - 8:59a religião que a marcou.
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9:00 - 9:02Tirei essa foto na Ilha de Páscoa,
-
9:02 - 9:08na qual vemos um mohai
com uma cruz, o pagão com o sacro. -
9:12 - 9:17Vejamos um exemplo: o darma, à direita,
-
9:18 - 9:24é um talismã da sorte e proteção,
de origem budista, -
9:24 - 9:29portanto, é muito comum
na cultura do Japão e da China. -
9:29 - 9:33Ele ajuda a quem acredita
a realizar os próprios desejos, -
9:33 - 9:37que estão escritos
nos bilhetes à esquerda. -
9:40 - 9:42O darma, em geral,
-
9:42 - 9:45é um objeto pequeno
que muitos japoneses têm em casa. -
9:47 - 9:52Tendo isso como modelo, como
inspiração através do esqueumorfismo, -
9:52 - 9:55criamos um pequeno robô social,
-
9:56 - 9:58para acompanhar os idosos,
-
9:59 - 10:01que assume a identidade do darma.
-
10:03 - 10:08Levei-o a vários asilos no Japão,
-
10:09 - 10:11ou pelo menos um protótipo dele.
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10:13 - 10:17Os idosos, como todos sabem,
não são amantes das novas tecnologias, -
10:17 - 10:20sentem-se bastante intimidados.
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10:20 - 10:22No Japão, não são exceção.
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10:22 - 10:26Porém, esse darma falante,
não os intimidou, -
10:26 - 10:30porque é algo que já conhecem,
que faz parte do seu passado. -
10:31 - 10:35Tivemos sucesso
-
10:35 - 10:39utilizando a religião em meio
ao design de tecnologia. -
10:40 - 10:46Mas religião e tecnologia
não são campos opostos? -
10:46 - 10:47Um contra o outro?
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10:48 - 10:49Na verdade, não.
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10:50 - 10:54A religião não é, por definição,
contra a tecnologia, -
10:54 - 10:58porque a religião também evoluiu
-
10:58 - 11:02passando da tradição oral à escrita,
-
11:02 - 11:05à impressão, e à mídia em massa.
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11:05 - 11:09Em breve será beneficiada
das novas tecnologias -
11:09 - 11:12como Inteligência Artificial
para facilitar sua difusão. -
11:14 - 11:19A robótica também tem suas origens antigas
-
11:19 - 11:22que se interceptam
com aquelas das religiões. -
11:23 - 11:25Hero de Alexandria,
no período helenístico, -
11:25 - 11:28desenvolveu vários "autômatos",
-
11:28 - 11:33assim eram chamadas as engenhocas
que faziam movimentos. -
11:34 - 11:38Elas eram, muitas vezes,
colocadas em templos, -
11:39 - 11:42como o altar a Dionísio, que ele desenhou.
-
11:45 - 11:47Em épocas posteriores,
-
11:47 - 11:52o maior esforço por essas obras,
imaginem de quem era! -
11:52 - 11:54Da Igreja católica,
-
11:54 - 11:57buscando formas de impressionar os fiéis.
-
11:59 - 12:02Esse ali no meio é o frade mecânico
-
12:02 - 12:09encomendado como obra votiva
por Filippo II da Espanha, em 1560. -
12:13 - 12:17Em outras partes do mundo, como na Índia,
-
12:17 - 12:22há milênios usam-se marionetes
durante as festas hindus. -
12:24 - 12:28No Japão, tempos depois,
com a invenção dos primeiros autômatos, -
12:28 - 12:34esses, chamados de "bonecas Kara Kuri",
também eram colocados dentro de templos. -
12:37 - 12:39Em geral,
-
12:39 - 12:43para representar o tema
religioso, se usa a beleza. -
12:44 - 12:46Usa-se a arte, a arte sacra.
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12:46 - 12:51Por exemplo, a seção áurea
é um conceito muito utilizado, -
12:51 - 12:58encontrada em muitas obras renascentistas
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12:58 - 13:01de certa importância religiosa.
-
13:02 - 13:07E como diz o Corão:
"Deus é belo e ama a beleza". -
13:08 - 13:11Porque a arte sacra não é apenas
-
13:11 - 13:15uma arte que tem como tema algo sagrado.
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13:15 - 13:19Mas é intrinsecamente sagrada,
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13:19 - 13:24porque através da beleza
transmite um conceito de divino. -
13:26 - 13:28Talvez agora tenhamos a chave:
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13:28 - 13:33usamos o esqueumorfismo
inspirado na arte sacra, -
13:33 - 13:36para trazer algo de familiar.
-
13:38 - 13:42Na Itália, estamos cercados de arte sacra,
-
13:43 - 13:45nos lugares mais impensáveis.
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13:45 - 13:50Eu nem me dava conta,
quando vivia em Livorno, -
13:50 - 13:54mas me acostumei
com outras paisagens urbanas, -
13:55 - 13:58e, agora que voltei, muitos
detalhes ficaram evidentes, -
13:58 - 14:04entre eles, um elemento
decorativo muito usado: -
14:04 - 14:08os santos em um recanto,
como nessa foto. -
14:08 - 14:10Tirei estas fotos em Livorno também.
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14:11 - 14:16Estes santinhos não têm
apenas função decorativa, -
14:16 - 14:21porque são um objeto de conforto ao fiel,
-
14:21 - 14:25porque fazem um intermédio com Deus
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14:25 - 14:30e contêm símbolos.
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14:33 - 14:37Bem, baseando-nos nessa inspiração,
-
14:37 - 14:42apresento a vocês o primeiro robô católico
dos tempos de Filippo II da Espanha. -
14:42 - 14:46Talvez fosse melhor
chamá-lo de "Santo interativo", -
14:46 - 14:49pois é apenas uma obra de arte sacra
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14:49 - 14:52com funções inovadoras.
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14:52 - 14:55Dada a ocasião, também trouxe...
-
15:07 - 15:10com muita delicadeza porque é sagrado.
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15:14 - 15:18Este foi desenhado considerando
as regras da beleza, -
15:18 - 15:21inspirado na arquitetura neoclássica.
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15:22 - 15:26Contém as dimensões de seção áurea.
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15:28 - 15:34Liga-se apenas colocando
uma vela eletrônica -
15:34 - 15:36e tocando suas mãos.
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15:36 - 15:41Não há uma interface com telas,
comandos e botões -
15:41 - 15:43e nem outras coisas eletrônicas do tipo.
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15:47 - 15:53Os componentes eletrônicos:
motores, microfones e alto-falantes, -
15:53 - 15:57estão todos disfarçados na aparência,
-
15:57 - 16:01escondidos dentro,
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16:03 - 16:06do corpo do santo e do recanto.
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16:07 - 16:08Quanto ao conteúdo,
-
16:08 - 16:14são histórias de vida
dos santos, sermões, rezas. -
16:14 - 16:18É possível ter uma base
de dados com tudo isso, -
16:18 - 16:23tornando-os um companheiro de rezas
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16:23 - 16:28para tantas pessoas idosas
ou sozinhas que precisam. -
16:28 - 16:31Levei-o a um asilo na Alemanha.
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16:31 - 16:36Essa é uma foto na qual estão
rezando juntos, o Pai-Nosso. -
16:40 - 16:42Para concluir,
-
16:45 - 16:50os robôs são objetos complexos,
como um homem o é. -
16:51 - 16:53Mas, os robôs estão no horizonte.
-
16:53 - 16:56Precisamos decidir agora como criá-los,
-
16:56 - 16:59para que sejam socialmente aceitáveis.
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17:00 - 17:02Para serem aceitos,
precisam ser familiares. -
17:03 - 17:08Para isso, precisamos nos inspirar
na nossa cultura e no nosso passado. -
17:09 - 17:13Se examinarmos a cultura,
temos que considerar a religião. -
17:14 - 17:15Se entramos na religião,
-
17:15 - 17:20temos que reavaliar as regras de beleza.
-
17:22 - 17:24Termino com um convite.
-
17:26 - 17:29Na Itália, fomos o centro do Humanismo,
-
17:29 - 17:32o centro do estudo do homem.
-
17:33 - 17:34Mas não só isso.
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17:36 - 17:39Somos os mestres da arte no mundo.
-
17:41 - 17:46E ainda, temos institutos de vanguarda
-
17:48 - 17:50na pesquisa em robótica
e novas tecnologias. -
17:51 - 17:54Com esses três elementos, eu digo:
-
17:54 - 17:59criemos nós, italianos,
esses robôs aceitáveis -
17:59 - 18:04e acima de tudo belos,
que respeitam o nosso passado. -
18:04 - 18:06Obrigado.
-
18:06 - 18:08(Aplausos)
- Title:
- Robôs, estética e religião | Gabriele Trovato | TEDxLivorno
- Description:
-
Por que os robôs antropomorfos nos dão medo? Como podemos superar esse medo ancestral de um ser dotado de inteligência artificial? Gabriele Trovato vive e ensina robótica no Japão, a terra dos robôs por excelência. Com a experiência no seu trabalho, Gabriele tem uma ideia exata de como engenheiros e designers podem juntar-se para tornar essas máquinas socialmente aceitáveis e mais familiares: os robôs devem ser construídos por engenheiros, projetados por designers e inspirados nos princípios universais de estética, influenciados pela arte sacra e as três grandes religiões monoteístas.
Esta palestra foi dada em um evento TEDx, que usa o formato de conferência TED, mas é organizado de forma independente por uma comunidade local. Para saber mais visite http://ted.com/tedx
- Video Language:
- Italian
- Team:
- closed TED
- Project:
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- Duration:
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