A arma secreta contra pandemias
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0:00 - 0:03David Biello: É uma grande
honra e um privilégio -
0:03 - 0:05apresentar o Dr. Georges Benjamin,
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0:05 - 0:09diretor-executivo da Associação
Americana de Saúde Pública, -
0:10 - 0:13com uma carreira longa e distinta
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0:13 - 0:17tanto como médico quanto
profissional de saúde pública. -
0:17 - 0:21Dê suas calorosas boas-vindas
ao Dr. Georges Benjamin. -
0:23 - 0:25Georges Benjamin:
Ei, David. Como vai você? -
0:25 - 0:28DB: Estou bem. E contigo, Dr. Benjamin?
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0:28 - 0:29GB: Estou aqui.
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0:29 - 0:31(Risos)
-
0:31 - 0:32DB: Aguentando firme. Bom.
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0:32 - 0:34GB: Sim.
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0:34 - 0:39DB: Sabemos que o tema
do momento é a reabertura. -
0:41 - 0:43Acabamos de ouvir essa possibilidade,
-
0:43 - 0:45mas, obviamente,
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0:45 - 0:48muitos países já iniciaram a reabertura
de uma forma ou de outra -
0:48 - 0:50e acredito, a partir e hoje,
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0:50 - 0:56que todos os 50 estados aqui dos EUA
reabriram de algum modo. -
0:57 - 1:01Como fazer isso da forma
mais inteligente e segura? -
1:02 - 1:06GB: Realmente precisamos
reabrir de modo mais cuidadoso, -
1:06 - 1:13não podemos nos esquecer
das medidas de saúde pública -
1:13 - 1:16que permitiram achatar a curva.
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1:16 - 1:18Ações como
-
1:19 - 1:21cobrir o nariz e a boca
quando tossir ou espirrar, -
1:21 - 1:24usar máscara, lavar as mãos,
-
1:24 - 1:28manter o distanciamento social
na medida do possível. -
1:29 - 1:31Refletir sobre tudo o que fazemos,
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1:31 - 1:34antes de irmos trabalhar de manhã,
-
1:34 - 1:36ou enquanto estamos no trabalho.
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1:36 - 1:40Sermos cuidadosos tanto quanto temos sido
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1:40 - 1:41nos últimos dois meses,
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1:42 - 1:44pelos próximos três meses,
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1:44 - 1:45porque isso ainda não acabou.
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1:46 - 1:47DB: Certo.
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1:47 - 1:53Existe a chance de mais ondas
como Uri Aron mencionou. -
1:53 - 1:57Então, cabe a todos nós
-
1:57 - 2:00encarar a saúde pública
como uma espécie de segundo trabalho. -
2:00 - 2:02Está correto?
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2:03 - 2:06GB: Tenho defendido bastante
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2:06 - 2:10que agora todos, de fato,
sabem o que é saúde pública, -
2:10 - 2:14e que deveriam sempre reconhecê-la
como um segundo trabalho, -
2:14 - 2:18se trabalha como gari, num mercado
-
2:18 - 2:20ou como motorista de ônibus,
-
2:20 - 2:23ou ainda como eu,
que trabalho na saúde pública, -
2:24 - 2:25médico ou enfermeira,
-
2:25 - 2:28todos precisam vestir o manto
da saúde pública -
2:28 - 2:31no que fazem todos os dias.
-
2:33 - 2:36DB: Somos todos profissionais
da saúde pública agora, -
2:37 - 2:41você acha que esse é o novo normal
que podemos esperar -
2:41 - 2:44assim que os países reabrirem?
-
2:44 - 2:48De que forma você espera que seja
-
2:48 - 2:50como profissional da saúde pública?
-
2:51 - 2:53GB: Se eu tivesse uma varinha mágica,
-
2:54 - 2:57veria claramente
-
2:57 - 3:00que as pessoas vão fazer
muito mais pela saúde pública, -
3:00 - 3:02em termos de lavar as mãos
-
3:02 - 3:07e refletir o que fazer
quanto à proteção em locais públicos. -
3:07 - 3:09Não muito tempo atrás,
-
3:09 - 3:12quando você estava no carro,
não usava o cinto de segurança. -
3:12 - 3:15Hoje, fazemos isso e nem questionamos.
-
3:16 - 3:20Muitos de nós não fuma,
porque sabemos que nos causa mal. -
3:21 - 3:24Muitos de nós olha para os dois lados
antes de atravessar a rua. -
3:25 - 3:31Muitos de nós conserta algo de casa
evitando o risco de se ferir. -
3:31 - 3:34Então, à medida que avançamos
com este surto, -
3:34 - 3:36espero que as pessoas prestem mais atenção
-
3:36 - 3:40ao que pode nos causar uma contaminação.
-
3:42 - 3:44Limpando e desinfetando as coisas.
-
3:45 - 3:48E mais importante,
não irem trabalhar se estão doente. -
3:49 - 3:53Espero que os empregadores deem
licença médica remunerada a todos, -
3:53 - 3:55para que possam ficar em casa.
-
3:55 - 3:57Sim, é um custo adicional,
-
3:57 - 4:00mas posso garantir que aprendemos
-
4:00 - 4:03que o custo de não fazer algo assim
-
4:03 - 4:06é de bilhões de dólares.
-
4:06 - 4:10É menos custoso quando
pagamos a licença médica. -
4:10 - 4:13DB: Sim, acho que temos inveja
nos Estados Unidos -
4:13 - 4:16de todos os países que talvez tenham
-
4:16 - 4:19um sistema de saúde
mais abrangente que o nosso. -
4:20 - 4:26Você concordaria que as máscaras
são uma espécie de símbolo da adesão -
4:26 - 4:30à ideia do "profissional de saúde pública
como segundo emprego"? -
4:30 - 4:31GB: Bem, isso é engraçado.
-
4:32 - 4:36Nossos colegas na Ásia adotaram a máscara
-
4:37 - 4:41e, culturalmente, as usam há muitos anos.
-
4:41 - 4:44E nós sempre rimos disso.
-
4:44 - 4:46Quando eu ia ao exterior,
-
4:46 - 4:49sempre zombava quando via
pessoas usando máscara. -
4:50 - 4:51Claro, quando isso começou,
-
4:52 - 4:55incentivamos o uso de máscaras
a pessoas infectadas somente, -
4:55 - 4:57ou aos profissionais da saúde,
-
4:57 - 4:59que pensávamos estarem
em um ambiente de alto risco. -
5:00 - 5:04Mas acho provável que o uso de máscara
fará parte de nossa cultura. -
5:05 - 5:08Já vimos que talvez não seja
parte da nossa cultura de praia, -
5:08 - 5:11embora deva ser por enquanto.
-
5:11 - 5:16Acho que veremos cada vez mais pessoas
usando máscaras em diferentes cenários. -
5:17 - 5:19E acredito que isso faça sentido.
-
5:19 - 5:23DB: Use a máscara para mostrar
que se importa com os outros. -
5:23 - 5:26Demonstre um espírito público de saúde.
-
5:26 - 5:28Falando da Ásia,
-
5:28 - 5:31quem tem feito isso bem?
-
5:31 - 5:34Olhando ao redor do mundo,
e você tem visto isso há um tempo, -
5:34 - 5:36dialogando com seus colegas,
-
5:36 - 5:37quem tem sido eficaz
-
5:37 - 5:40e o que podemos aprender
desses bons exemplos? -
5:41 - 5:44GB: A Coreia do Sul
de muitos modos é o modelo. -
5:45 - 5:49A China, no final das contas,
saiu-se razoavelmente bem. -
5:50 - 5:51O segredo de todos esses países,
-
5:52 - 5:55que tiveram menos morbidade
e mortalidade do que temos, -
5:55 - 5:59é que eles aplicaram
muitos testes logo de início, -
5:59 - 6:03com o rastreamento de contatos,
isolamento e quarentena, -
6:03 - 6:07que, a propósito, é o alicerce
da prática de saúde pública. -
6:07 - 6:09Fizeram desde o começo e de forma massiva.
-
6:09 - 6:12Aliás, apesar de estarem
reabrindo a sociedade, -
6:13 - 6:17começaram a identificar
surtos esporádicos, -
6:17 - 6:19então estão voltando às práticas
básicas de saúde pública -
6:19 - 6:24de teste, isolamento,
rastreamento do contato -
6:25 - 6:29e transparência ao público,
-
6:29 - 6:33pois é importante entender
quantos casos existem, -
6:34 - 6:35onde está a doença,
-
6:35 - 6:38se vão conseguir a aceitação do público.
-
6:39 - 6:42DB: Testes, isolamento
e rastreamento de contato. -
6:42 - 6:47Não é nenhum bicho de sete cabeças,
para usar uma velha expressão. -
6:48 - 6:52Por que tem sido difícil
executar isso em alguns países? -
6:52 - 6:54O que será que está nos impedindo:
-
6:54 - 6:55os registros médicos eletrônicos,
-
6:55 - 6:57algum tipo de dispositivo estranho,
-
6:57 - 7:01ou talvez apenas excesso de confiança,
-
7:01 - 7:05com base na saúde pública
dos últimos 100 anos? -
7:06 - 7:09GB: Somos muito uma sociedade das pílulas.
-
7:09 - 7:12Achamos que existe uma pílula para tudo.
-
7:12 - 7:14Se não podemos receitar uma,
-
7:14 - 7:16fazemos uma cirurgia
e está tudo resolvido. -
7:17 - 7:19A prevenção funciona.
-
7:19 - 7:23Mas não temos investido em prevenção.
-
7:23 - 7:28E de modo algum investimos
em um sistema público de saúde robusto. -
7:28 - 7:32Se observarmos o fato de que hoje nos EUA
-
7:32 - 7:37pode-se facilmente saber
-
7:37 - 7:39o que está nas prateleiras de um mercado,
-
7:39 - 7:42que a Amazon sabe tudo sobre você,
-
7:43 - 7:47mas seu médico não tem
as mesmas ferramentas. -
7:47 - 7:48Às três horas da manhã,
-
7:49 - 7:52ainda é muito difícil obter
seu eletrocardiograma, -
7:52 - 7:55prontuário médico,
ou sua lista de alergias -
7:55 - 7:58se você não puder contar
ao médico o que você tem. -
7:58 - 8:01Nós simplesmente não investimos
em sistemas robustos. -
8:01 - 8:04Uma das coisas interessantes sobre o surto
-
8:04 - 8:05é que se tem criado um movimento
-
8:05 - 8:09ao qual agora dependemos da telemedicina,
-
8:09 - 8:11que existe há vários anos,
-
8:11 - 8:13mas não usávamos muito.
-
8:13 - 8:15Agora, esse será o novo padrão.
-
8:16 - 8:18DB: Parece-me óbvio
-
8:18 - 8:23que os países com um sistema
de saúde incrível, -
8:23 - 8:25como o Taiwan, tenham se saído bem,
-
8:25 - 8:29mas mesmo os países
que talvez considerem -
8:29 - 8:34ter um sistema de saúde fraco,
como Gana na África, -
8:34 - 8:35têm reagido bem.
-
8:35 - 8:40Qual tem sido a fórmula secreta
para esses países? -
8:41 - 8:44GB: Ainda é muito cedo
em alguns desses exemplos, -
8:44 - 8:49espero que eles não tenham
uma nova onda no futuro, -
8:49 - 8:51isso ainda é uma possibilidade,
-
8:51 - 8:52mas, no final das contas,
-
8:52 - 8:57na medida em que se faz boas e sólidas
práticas de saúde pública, -
8:57 - 9:01todos os países bem-sucedidos
implementaram isso. -
9:01 - 9:04Porém, somos um país grande e complexo.
-
9:04 - 9:07E sim, nós não testamos
corretamente no início. -
9:08 - 9:13Mas não devemos repetir os erros
que cometemos nos últimos três meses, -
9:13 - 9:15porque ainda temos
muitos meses pela frente. -
9:15 - 9:17Agora que sabemos o que fizemos errado,
-
9:17 - 9:20estou incentivando a fazermos
certo da próxima vez. -
9:20 - 9:22DB: Parece inteligente.
-
9:22 - 9:24GB: E a próxima vez é amanhã.
-
9:24 - 9:25DB: Está certo.
-
9:25 - 9:27Isso já começou.
-
9:27 - 9:30Parece-me, se é que posso
usar esta metáfora, -
9:30 - 9:34que alguns desses países já tinham
um tipo de anticorpos em seus sistemas, -
9:34 - 9:38porque tiveram experiência, talvez,
com o Ebola ou a primeira SARS. -
9:39 - 9:44Contato prévio é a chave
para esse tipo de crise de saúde pública? -
9:45 - 9:47GB: Bem, esse vírus é muito diferente.
-
9:48 - 9:53Embora exista alguma evidência inicial
sobre MERS e a primeira SARS, -
9:54 - 9:57podemos ter algum tipo de proteção prévia,
-
9:57 - 10:00há alguns estudos
iniciais que analisam isso, -
10:00 - 10:01essa não é a solução.
-
10:01 - 10:06A fórmula mágica aqui é uma boa
e sólida prática de saúde pública. -
10:06 - 10:08Esse é o segredo.
-
10:08 - 10:12Não deveríamos procurar
uma resposta mística, -
10:12 - 10:15ou alguém que viria nos salvar
com uma pílula especial. -
10:15 - 10:18Trata-se de boas e sólidas
práticas de saúde pública, -
10:18 - 10:24porque, além do mais, isso tem sido ruim,
mas não será a última vez. -
10:25 - 10:27Precisamos nos preparar para as próximas.
-
10:27 - 10:29Achamos que agora está péssimo,
-
10:29 - 10:36imagine o que teria acontecido se o Ebola
ou o MERS tivesse se espalhado. -
10:36 - 10:38Veja num filme de TV.
-
10:39 - 10:41Embora seja muito ruim,
-
10:41 - 10:45ainda assim nos esquivamos
de algo muito pior dessa vez. -
10:45 - 10:49DB: A Síndrome Respiratória
do Oriente Médio não é brincadeira, -
10:49 - 10:52deveríamos agradecer por ela
não se espalhar tão facilmente -
10:52 - 10:53como a SARS-CoV.
-
10:53 - 10:56Isto é, todas estas doenças
são zoonóticas, -
10:56 - 11:00significa que foram
transmitidas a partir de animais. -
11:01 - 11:04Visivelmente, a humanidade
invade a natureza -
11:04 - 11:07de modo cada vez mais agressivo,
-
11:07 - 11:11seja pela mudança climática
ou desmatamento, e muito mais. -
11:11 - 11:14Seria esse apenas o novo normal,
-
11:14 - 11:18então devemos esperar
pandemias de vez em quando? -
11:19 - 11:21GB: Bem, elas aparecem periodicamente,
-
11:21 - 11:24essa não é a primeira pandemia, certo?
-
11:24 - 11:26Tivemos inúmeras,
-
11:27 - 11:30a gripe em 1918, 100 anos atrás,
-
11:31 - 11:35a primeira SARS foi
uma infecção importante, -
11:35 - 11:38embora não tenha sido tão lesiva.
-
11:39 - 11:42Tivemos a gripe aviária,
que foi um desafio, -
11:42 - 11:44e a gripe suína.
-
11:44 - 11:45Tivemos a Zika.
-
11:45 - 11:49Então não, temos tido vários
novos surtos de doenças. -
11:49 - 11:53Elas aparecem com frequência,
-
11:53 - 11:55e, de muitas maneiras,
-
11:55 - 12:01felizmente temos conseguido
identificá-las e contê-las precocemente. -
12:02 - 12:04Mas agora estamos em um ambiente
-
12:04 - 12:06em que as pessoas podem criar
algumas dessas doenças. -
12:06 - 12:11Isso não aconteceu, o melhor que podemos
dizer é que não foi criada pelo homem. -
12:11 - 12:14Provavelmente não vazou
de um laboratório. -
12:14 - 12:18Mas sabemos que,
quando eu estava na faculdade, -
12:19 - 12:22criar um vírus era algo
bastante sofisticado. -
12:22 - 12:24Não é esse o caso agora.
-
12:24 - 12:28Precisamos nos proteger tanto
de infecções que ocorrem naturalmente -
12:28 - 12:32como daquelas criadas por seres humanos.
-
12:33 - 12:36DB: Além disso, temos outros tipos
de multiplicadores de ameaças, -
12:36 - 12:37como a mudança climática,
-
12:37 - 12:41que torna as pandemias muito piores.
-
12:42 - 12:44GB: Eu dizia que a mudança climática
-
12:44 - 12:47foi a maior ameaça
à sobrevivência humana até agora. -
12:47 - 12:49Mas a pandemia compete com ela.
-
12:49 - 12:55Nosso grande desafio agora
é que temos uma pandemia, -
12:56 - 12:58que ainda não controlamos,
-
12:58 - 13:00e quando iniciar o período dos furacões,
-
13:01 - 13:02teremos mudanças climáticas
-
13:02 - 13:07que irão acentuar a força deles.
-
13:08 - 13:12Estamos diante de um verão desafiador.
-
13:15 - 13:18DB: E agora temos o Chris,
com uma pergunta do público. -
13:19 - 13:21Chris Anderson:
Muitas perguntas, na verdade. -
13:21 - 13:25As pessoas estão muito interessadas
no que você está dizendo, Georges. -
13:25 - 13:27A primeira pergunta é do Jim Young:
-
13:27 - 13:32"Como convencer as pessoas
que não acreditam que isso seja grave?" -
13:36 - 13:40GB: Temos realmente que continuar
a dizer a verdade a essas pessoas. -
13:41 - 13:43Uma característica dessa doença
-
13:43 - 13:45é que ela não poupa ninguém.
-
13:45 - 13:48Não reconhece partidos políticos,
-
13:48 - 13:51não distingue região...
-
13:51 - 13:54Tivemos muitas pessoas,
sobretudo de comunidades rurais, -
13:54 - 13:57que não enxergavam a pandemia,
pois ainda não tinha chegado a elas, -
13:57 - 13:59e não acreditavam que fosse real.
-
13:59 - 14:05Agora, muitas dessas comunidades
estão sendo devastadas por essa doença. -
14:07 - 14:10Não seria apropriado dizer: "Eu avisei".
-
14:10 - 14:12É melhor falar: "Vejam,
agora que vocês sabem, -
14:12 - 14:17juntem-se e nos ajudem
a resolver esse problema". -
14:18 - 14:20É algo que vai permanecer por um tempo.
-
14:20 - 14:22Caso se torne endêmico,
-
14:22 - 14:27significa que vai ocorrer
o tempo todo em um nível baixo, -
14:28 - 14:31todos terão essa experiência.
-
14:32 - 14:33CA: Obrigado.
-
14:33 - 14:36A pergunta agora é do Robert Perkowitz:
-
14:37 - 14:41"Parece que temos ignorado
e sucateado a saúde pública, -
14:41 - 14:45não estávamos preparados para esse vírus".
-
14:45 - 14:49A pergunta vai aparecer,
deveria, por alguma mágica. -
14:49 - 14:51"Quais deveriam ser
nossas prioridades agora -
14:51 - 14:54para nos prepararmos para a próxima
crise de saúde pública?" -
14:56 - 15:00GB: Precisamos garantir financiamento,
-
15:00 - 15:03recursos, treinamento
e profissionais o suficiente. -
15:04 - 15:06A propósito, nossa próxima
crise de saúde pública -
15:06 - 15:11não é daqui a 10, 20 anos.
-
15:11 - 15:17Há um retorno provável dessa gripe,
que achamos possa acontecer neste outono, -
15:17 - 15:19porque ela volta todo ano,
-
15:19 - 15:23com o prosseguimento ou um pico da COVID.
-
15:24 - 15:27Ocorrerá um crescimento da doença
-
15:27 - 15:29que se apresenta da mesma forma,
-
15:30 - 15:34e teremos que diferenciar
a COVID da gripe. -
15:35 - 15:38Porque nós temos uma vacina para a gripe,
-
15:39 - 15:41mas não temos ainda para a COVID.
-
15:41 - 15:43Esperamos obtê-la em mais ou menos um ano.
-
15:43 - 15:46Mas ainda precisa ser verificado.
-
15:47 - 15:49DB: Tome a vacina contra a gripe.
-
15:49 - 15:50CA: Sim.
-
15:50 - 15:54Aliás, David Collins fez
exatamente essa pergunta. -
15:54 - 16:00"Qual é a probabilidade de uma vacina
antes da próxima onda?" -
16:01 - 16:05GB: A vacina mais rápida
desenvolvida foi contra o sarampo, -
16:05 - 16:06e demorou quatro anos.
-
16:07 - 16:11Agora, há muitas diferenças, certo?
-
16:11 - 16:14Iniciamos uma vacina contra a SARS-1.
-
16:14 - 16:16Temos feito muitos testes em animais,
-
16:16 - 16:19e alguns ainda precoces em humanos.
-
16:19 - 16:21Como vocês sabem, recebemos um comunicado
-
16:21 - 16:26que parece ao menos funcionar
em macacos rhesus, -
16:26 - 16:31e há algumas evidências
de que possa ser eficaz e seguro -
16:31 - 16:33em um número muito pequeno de pessoas.
-
16:33 - 16:36Quando digo isso, me refiro
a uma dúzia somente de pessoas. -
16:36 - 16:40Agora os testes vão
para a fase dois e três. -
16:40 - 16:44Então, sim David, vamos torcer,
-
16:44 - 16:47é um pequeno número de pessoas.
-
16:47 - 16:51Ou elas tiveram muita sorte
ou isso funciona. -
16:51 - 16:56Não saberemos até a injetarmos
em milhares de pessoas. -
16:57 - 17:00CA: Aqui uma questão
importante de um bolsista TED. -
17:01 - 17:04"Como ensinar as pessoas
a importância da saúde pública? -
17:04 - 17:06Especialmente no contexto
daqueles que não acreditam -
17:06 - 17:09ter responsabilidade
sobre o que é 'público'?" -
17:10 - 17:13GB: Bem, lembro as pessoas
-
17:13 - 17:16que quando a saúde pública faz
um ótimo trabalho, nada acontece. -
17:17 - 17:20Claro, quando nada acontece,
não damos o devido crédito. -
17:20 - 17:22Portanto, as pessoas neste país
-
17:22 - 17:26não precisam se levantar todas as manhãs
e ferver sua própria água -
17:26 - 17:28por causa da saúde pública.
-
17:28 - 17:31O fato de você sofrer
um acidente de carro, -
17:32 - 17:34uma colisão de automóveis,
-
17:34 - 17:38e usar cinto de segurança e ter airbags,
-
17:38 - 17:42e não estar morto devido a esse acidente,
-
17:42 - 17:43é por causa da saúde pública.
-
17:43 - 17:45O fato de o ar ser saudável para respirar,
-
17:46 - 17:48a comida segura para comer,
-
17:48 - 17:49é graças à saúde pública.
-
17:49 - 17:54Suas crianças usam roupas que não inflamam
-
17:54 - 17:57porque temos roupas anti-inflamáveis.
-
17:57 - 17:59Isso é um requisito.
-
17:59 - 18:02Você não se acidenta ao descer as escadas
-
18:02 - 18:07porque sabemos como construí-las,
-
18:07 - 18:10para que as pessoas não tropecem
ao subir ou descer. -
18:10 - 18:12É uma intervenção da saúde pública.
-
18:12 - 18:13O ambiente construído,
-
18:13 - 18:18remédios, vacinas, tudo isso
é proveniente de saúde pública. -
18:18 - 18:22É por isso que ela existe,
-
18:23 - 18:26podem não acreditar
que isso seja importante, -
18:26 - 18:28mas não poderíamos viver sem ela.
-
18:30 - 18:35CA: Quem sabe um dia possamos
vislumbrar um sistema de saúde nos EUA -
18:35 - 18:37que tenha alguns incentivos
-
18:37 - 18:39voltados à saúde pública.
-
18:39 - 18:41Isso seria muito legal.
-
18:41 - 18:44David, preciso fazer algumas
perguntas, se estiver tudo bem, -
18:44 - 18:45porque estão surgindo mais.
-
18:45 - 18:48Há uma questão da Jacqueline Ashby.
-
18:49 - 18:51Pergunta importante para todos os pais.
-
18:51 - 18:54"Qual a sua recomendação ao retorno
das crianças à escola?" -
18:54 - 18:57GB: Tenho enfrentado isso,
pois tenho três netos. -
18:58 - 19:02A notícia boa é que meus netos
são mais preparados do que eu -
19:03 - 19:07e, no momento, estão tendo
as lições escolares remotamente. -
19:08 - 19:09Acho que será um desafio
-
19:09 - 19:12o retorno das crianças à escola.
-
19:12 - 19:17Na verdade, precisamos saber
o quanto elas são infecciosas -
19:18 - 19:21e como reagem quando são infectadas.
-
19:21 - 19:23Ao que parece,
-
19:23 - 19:28exceto por um número pequeno de crianças
que sofrem de alguma doença rara, -
19:28 - 19:30elas reagem muito bem a esta doença.
-
19:30 - 19:32Mas a questão central é:
-
19:34 - 19:37quantos desses germes
elas vão trazer de volta para você -
19:38 - 19:40e os avós delas.
-
19:41 - 19:42Isso será importante.
-
19:42 - 19:47Tente dizer a uma criança de oito anos
para não interagir com os amiguinhos. -
19:47 - 19:48É um enorme desafio.
-
19:48 - 19:52Aliás, dizer a um jovem de 17 anos
para não interagir com os amigos -
19:52 - 19:54será um grande desafio.
-
19:54 - 19:57Então, teremos que educar essas crianças,
-
19:57 - 20:00descobrir como intercalar os horários.
-
20:01 - 20:03A ideia de Uri para a jornada de trabalho
-
20:03 - 20:06pode ser um conceito
interessante para as escolas, -
20:07 - 20:11porque a ideia é tentar desafogar
o número de crianças na sala de aula. -
20:11 - 20:14Aliás, se as turmas forem menores,
a educação será melhor. -
20:15 - 20:18Para isso, temos que ter
professores o suficiente. -
20:18 - 20:20Poderia ser um modo de controle.
-
20:21 - 20:24CA: Certo. A última pergunta
por enquanto é de Stephen Petranek. -
20:24 - 20:28Agora uma informação sobre as máscaras.
-
20:28 - 20:31A orientação sobre o uso delas
parece ter mudado. -
20:31 - 20:34"Os americanos que vivem
e trabalham nas cidades -
20:34 - 20:35deveriam continuar a usar máscaras
-
20:35 - 20:39para se protegerem da poluição do ar
que aspiram todos os dias?" -
20:40 - 20:43GB: Pode ajudar um pouco, com certeza.
-
20:43 - 20:47Mas seria melhor pararmos de poluir
deixando de queimar combustível fóssil. -
20:48 - 20:53E todos esses absurdos que continuamos
a fazer, destruindo nosso clima. -
20:54 - 21:01Todo mundo está falando que tivemos
uma redução incrível de CO2 -
21:02 - 21:04porque não estamos usando os carros.
-
21:05 - 21:10É a melhor evidência de que as mudanças
climáticas são provocadas pelo homem. -
21:10 - 21:15Aos céticos que não acreditam
na interferência humana, -
21:15 - 21:19acabamos de ter uma demonstração mundial
-
21:19 - 21:22sobre o que as pessoas fazem
para criar mudanças climáticas. -
21:22 - 21:27Portanto, precisamos parar e mudar
para uma economia verde. -
21:28 - 21:30DB: Escutem isso.
-
21:30 - 21:34CA: Muito obrigado pela explicação,
voltarei no final com mais perguntas. -
21:34 - 21:35Obrigado por tudo.
-
21:36 - 21:39DB: Estamos em campanha por máscaras.
-
21:39 - 21:44Mas algo que tem ficado claro
-
21:44 - 21:50é que a COVID-19 não é o grande nivelador
que alguns talvez esperassem que fosse. -
21:50 - 21:53Algumas comunidades apresentam
resultados piores, -
21:54 - 21:57muito piores do que outras.
-
21:57 - 21:58Por que isso?
-
22:00 - 22:02GB: Estamos falando, sobretudo,
-
22:02 - 22:04de comunidades afro-americanas
e latinas dos EUA, -
22:04 - 22:10que parecem sofrer um impacto
desproporcional ao pegarem a doença. -
22:10 - 22:13Por causa da exposição, principalmente.
-
22:13 - 22:16Essas populações têm empregos
de maior contato com o público. -
22:18 - 22:20Motoristas de ônibus,
balconistas de supermercado, -
22:20 - 22:24trabalhando em casas de repouso, asilos,
-
22:25 - 22:27frigoríferos, granjas.
-
22:27 - 22:31Eles estão muito mais expostos à doença.
-
22:31 - 22:33Vulnerabilidade.
-
22:34 - 22:35Muitas doenças crônicas.
-
22:35 - 22:37Sabemos que em especial os afro-americanos
-
22:37 - 22:42apresentam uma grande desproporção
nos casos de diabetes, doenças cardíacas, -
22:43 - 22:45doenças pulmonares,
-
22:45 - 22:50e, por causa dessas doenças crônicas,
descobrimos cedo que esse vírus -
22:52 - 22:56é mais prejudicial às populações
afetadas por elas. -
22:56 - 22:58Esse é o grande problema aqui.
-
22:58 - 23:03É o que está causando estas diferenças
e é realmente um desafio, -
23:04 - 23:10pois muitas dessas pessoas trabalham
no que chamamos de serviços essenciais, -
23:11 - 23:13então elas precisam ir trabalhar.
-
23:13 - 23:14DB: Está certo.
-
23:14 - 23:17Então, na sua visão, qual seria
a ação na saúde pública -
23:17 - 23:20para proteger esses
trabalhadores essenciais, -
23:21 - 23:24se você tem alguma sugestão?
-
23:24 - 23:25GB: Eu certamente tenho.
-
23:25 - 23:30Começamos uma estratégia
de teste baseada nos sintomas. -
23:30 - 23:33Agora que temos testes o bastante,
-
23:33 - 23:37precisamos garantir que sejam testadas
não apenas por razões clínicas, -
23:37 - 23:39pessoas que tenham sintomas,
-
23:39 - 23:42mas comecem a priorizar aqueles que estão
em contato direto com o público, -
23:43 - 23:44os trabalhadores essenciais.
-
23:44 - 23:48Portanto, aqueles que trabalham
em asilos, hospitais etc. -
23:48 - 23:52Também os motoristas de ônibus,
seguranças, balconistas de supermercado, -
23:53 - 23:56precisam ser testados com frequência
-
23:56 - 23:59para garantir a eles e às famílias deles,
-
23:59 - 24:04toda a confiança de que não serão
infectados e que não iremos infectá-los. -
24:05 - 24:08As pessoas que trabalham
em frigoríficos, por exemplo. -
24:08 - 24:11Vimos a verdadeira tragédia nesses locais,
-
24:11 - 24:15porque as pessoas trabalham
num ambiente lado a lado. -
24:15 - 24:18Há outras coisas que precisam fazer,
-
24:18 - 24:21como criar um distanciamento social
na linha de montagem, -
24:21 - 24:22isso será importante.
-
24:22 - 24:27Mas, novamente, a ideia de Uri não é ruim
para ser considerada por esta nação, -
24:27 - 24:29para muitas dessas indústrias refletirem.
-
24:30 - 24:33DB: Temos de garantir a essas pessoas
-
24:33 - 24:38que sejam tratadas como trabalhadores
essenciais sem sacrificá-las. -
24:38 - 24:42Evidentemente, isso não está
limitado apenas aos EUA. -
24:43 - 24:44GB: Certamente, não.
-
24:44 - 24:47Estamos vendo essas disparidades
não apenas nos Estados Unidos, -
24:47 - 24:49mas em outros países também.
-
24:49 - 24:53Isso tem a ver com raça e classe,
-
24:53 - 24:57e o tipo de trabalho,
ocupação que você exerce. -
24:58 - 24:59Sinceramente,
-
25:00 - 25:04deveríamos ter pensado nisso
quando vimos as primeiras ocorrências -
25:05 - 25:07mostradas na China,
-
25:07 - 25:11que pessoas com doenças crônicas
tinham muito mais riscos -
25:11 - 25:13e tiveram piores resultados de saúde.
-
25:13 - 25:15Teríamos acelerado
nossas ações imediatamente, -
25:15 - 25:20porque isso acontece com todas
as novas doenças que chegam ao país. -
25:21 - 25:26DB: Parece que muito disso
remonta a esse potencial, -
25:27 - 25:28não é um paradoxo,
-
25:28 - 25:32a saúde pública é um trabalho de todos,
precisamos adotá-la. -
25:33 - 25:38Na sua opinião, como é uma infraestrutura
robusta de saúde pública? -
25:38 - 25:40Como seria isso?
-
25:41 - 25:44GB: Sempre que uma ameaça à saúde
surge em nossa comunidade, -
25:44 - 25:47devemos ser capazes
de identificá-la rapidamente, -
25:48 - 25:49contê-la,
-
25:50 - 25:54mitigá-la, claro,
e eliminá-la, se possível. -
25:54 - 25:56Em seguida, adotar todas
as medidas de proteção novamente. -
25:56 - 26:01Isso significa ter uma boa equipe,
-
26:01 - 26:05uma entidade governamental
de saúde pública bem treinada, -
26:05 - 26:09assim como temos para polícia,
bombeiros, emergência. -
26:09 - 26:14Então, eles precisam
ser bem pagos, ter bons recursos. -
26:15 - 26:21Alguns de nossos rastreadores de contato
são feitos com papel e caneta ainda. -
26:22 - 26:25E enviamos esses dados
a planilhas do Excel. -
26:25 - 26:28Não, precisamos do mesmo tipo
de tecnologia robusta -
26:28 - 26:35que qualquer varejista on-line
utiliza, seja na Amazon etc. -
26:36 - 26:42Tomamos decisões baseados em dados
analisados de dois anos atrás. -
26:42 - 26:44Precisamos ser capazes
de tomar decisões imediatas. -
26:44 - 26:47A propósito, em Taiwan,
que você mencionou anteriormente, -
26:48 - 26:50lembro-me, quando estive lá,
-
26:50 - 26:54de acompanhar os dados oriundos
de doenças infecciosas em tempo real, -
26:54 - 26:56a partir do sistema eletrônico
de registros médicos deles. -
26:56 - 26:59Logo, podemos fazer também,
a tecnologia existe. -
27:00 - 27:02DB: Imagine.
-
27:02 - 27:07Uau, informações de saúde em tempo real,
que diferença isso faria. -
27:08 - 27:11Você acha que a tecnologia
pode nos ajudar agora, -
27:11 - 27:15seja pela colaboração da Google-Apple
ou de alguma outra forma? -
27:16 - 27:20GB: A tecnologia pode nos ajudar,
mas não vai nos substituir. -
27:20 - 27:23Não estamos nem perto de apenas nos sentar
-
27:23 - 27:28e ter nosso avatar eletrônico
para trabalhar por nós. -
27:28 - 27:31Mas a tecnologia pode
superar nosso trabalho. -
27:31 - 27:33Pode nos dar a consciência situacional.
-
27:33 - 27:35Informação em tempo real.
-
27:36 - 27:41Ela nos permite enviar informações
de um ponto A ao B, para análise de dados. -
27:41 - 27:45Isso nos ajuda a pensar melhor,
e estamos fazendo esta modelagem. -
27:46 - 27:50Possibilitando que outras pessoas
verifiquem nossos números imediatamente. -
27:50 - 27:53Pode acelerar nossa pesquisa.
-
27:53 - 27:58Mas precisamos investir, continuamente,
-
27:58 - 28:03porque a limitação é sempre
a parte cruel da tecnologia. -
28:04 - 28:07DB: Acho que o Chris está de volta
com mais perguntas. -
28:08 - 28:12CA: Sim, acho que estamos perto do fim,
mas as perguntas continuam a chegar. -
28:12 - 28:15Há uma questão da Neelay Bhatt:
-
28:16 - 28:20"Qual o papel que você vê
dos parques, trilhas e espaços abertos -
28:20 - 28:23no auxílio a objetivos maiores
de saúde pública?" -
28:25 - 28:29GB: Espaços verdes são essenciais,
-
28:29 - 28:33a possibilidade de sair,
caminhar e se exercitar, -
28:33 - 28:40ter calçadas acessíveis para a comunidade,
ciclovias arborizadas a todas as idades, -
28:40 - 28:43É bom para a nossa saúde física e mental.
-
28:44 - 28:46Sempre digo às pessoas
-
28:46 - 28:50que é um ótimo lugar para ir
quando se está irritado. -
28:52 - 28:53CA: Certamente.
-
28:53 - 28:56Temos aqui uma pergunta anônima.
-
28:56 - 28:59Sempre que possível, não fique anônimo,
-
28:59 - 29:03porque somos todos amigáveis,
independentemente do que é dito. -
29:05 - 29:07Vamos ver, mas é uma boa questão.
-
29:07 - 29:10"Muitos estão duvidando
do que os especialistas estão dizendo. -
29:11 - 29:16O que você acha eficaz para ajudá-los
a duvidarem menos e confiarem mais?" -
29:16 - 29:18GB: Fale a verdade.
-
29:20 - 29:24Se você comete um erro, reconheça
e corrija-o imediatamente. -
29:25 - 29:26Seja consistente.
-
29:30 - 29:33Não diga coisas estúpidas.
-
29:34 - 29:37Isso acontece com frequência.
-
29:37 - 29:39Uma das coisas mais interessantes,
-
29:39 - 29:42é que já passamos por isso
com a discussão da máscara. -
29:43 - 29:48A sabedoria tradicional dizia
que só usassem máscaras os infectados, -
29:48 - 29:50ou num ambiente de cuidados com a saúde
-
29:50 - 29:53em que há alto risco de contrair a doença.
-
29:53 - 29:55Mas então dissemos:
-
29:55 - 29:58"Não, não há problema
se todos usarem a máscara". -
29:58 - 30:00Isso porque aprendemos posteriormente,
-
30:00 - 30:04e se tornou mais factível na ciência,
-
30:04 - 30:08que tínhamos uma propagação
dos assintomáticos. -
30:08 - 30:10Mas não divulgamos isso muito bem.
-
30:10 - 30:14Dissemos: "Não, mudamos de ideia,
todos podem usar a máscara", -
30:14 - 30:15após dizer às pessoas para não usarem.
-
30:16 - 30:19Nós não dedicamos tempo suficiente
explicando às pessoas o porquê. -
30:19 - 30:21Então, perdemos a confiança.
-
30:21 - 30:23Precisamos melhorar nosso trabalho.
-
30:23 - 30:30Nossos líderes precisam ter muito cuidado
com o que dizem, pois são influentes. -
30:32 - 30:37A propósito, eu cometi erros,
disse na TV coisas que estavam erradas, -
30:37 - 30:39porque eu estava errado.
-
30:39 - 30:42Com muito esforço tentei corrigir
o mais rápido possível. -
30:43 - 30:44Todos nós erramos,
-
30:44 - 30:47mas é preciso ser forte o bastante
-
30:47 - 30:51e ter personalidade para dizer
quando está errado e corrigir-se. -
30:52 - 30:55Porque, no final das contas,
uma vez perdida a confiança, -
30:55 - 30:57você perde tudo.
-
30:59 - 31:03CA: Bem, se assim posso dizer,
o modo como está se comunicando agora, -
31:03 - 31:08para mim, gera muita confiança.
-
31:09 - 31:15Eu não sei qual fórmula mágica você tem,
mas é muito atrativo escutá-lo. -
31:15 - 31:17Muito obrigado por tudo.
-
31:17 - 31:19David, você tem alguma última questão?
-
31:19 - 31:22GB: Tenho cometido muitos erros.
-
31:22 - 31:25DB: Realmente foi um imenso prazer
-
31:25 - 31:27ter você aqui conosco e obrigado por tudo.
-
31:27 - 31:30Apenas uma última pergunta, se eu puder.
-
31:30 - 31:36Você faz isso há muito tempo,
o que lhe dá esperança para o futuro? -
31:38 - 31:39GB: Deixe-me dizer algo.
-
31:40 - 31:41A única coisa que me dá esperança
-
31:41 - 31:45é quando vejo as pessoas cuidando
de seus amigos e familiares. -
31:45 - 31:48Digo, festas de aniversário
de passagem com o carro. -
31:49 - 31:51Vi isso no noticiário hoje.
-
31:51 - 31:53Pessoas telefonando para seus amigos.
-
31:53 - 31:56Tive notícias de pessoas
com quem não converso há anos, -
31:56 - 31:57e me ligaram para dizer:
-
31:57 - 32:00"Não tenho falado contigo
há muito tempo. Está tudo bem?" -
32:00 - 32:01Portanto, façam mais isso.
-
32:01 - 32:05A confiança que temos tido um no outro,
o amor que temos demonstrado, -
32:05 - 32:07é simplesmente incrível,
é isso que me dá esperança. -
32:08 - 32:11DB: A humanidade vai vencer no final.
-
32:11 - 32:13GB: Sim.
-
32:14 - 32:16DB: Muito obrigado, Dr. Benjamin,
pela sua participação -
32:16 - 32:19e por compartilhar sua sabedoria.
-
32:20 - 32:23GB: Fico feliz em estar aqui.
-
32:23 - 32:26Estejam seguros vocês e seus familiares.
-
32:26 - 32:28DB: Obrigado, você também.
- Title:
- A arma secreta contra pandemias
- Speaker:
- Georges C. Benjamin, David Biello, Chris Anderson
- Description:
-
A pandemia do coronavírus não será a última crise do sistema público de saúde no mundo, diz o médico e chefe de política sanitária Georges C. Benjamin. Ele detalha o que é preciso para superarmos a pandemia e prevenir uma futura, incluindo um sistema de saúde público robusto equipado com tecnologia avançada e equipe bem treinada, e aborda como cidadãos, empresas e líderes políticos podem fazer a parte deles para colocar a saúde pública em primeiro lugar. (Entrevista virtual liderada pelo curador de ciência David Biello e o curador do TED Chris Anderson, gravado em maio de 2020.)
- Video Language:
- English
- Team:
- closed TED
- Project:
- TEDTalks
- Duration:
- 32:41
Maricene Crus approved Portuguese, Brazilian subtitles for The secret weapon against pandemics | ||
Maricene Crus edited Portuguese, Brazilian subtitles for The secret weapon against pandemics | ||
Maricene Crus accepted Portuguese, Brazilian subtitles for The secret weapon against pandemics | ||
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