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A arma secreta contra pandemias

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    David Biello: É uma grande
    honra e um privilégio
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    apresentar o Dr. Georges Benjamin,
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    diretor-executivo da Associação
    Americana de Saúde Pública,
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    com uma carreira longa e distinta
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    tanto como médico quanto
    profissional de saúde pública.
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    Dê suas calorosas boas-vindas
    ao Dr. Georges Benjamin.
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    Georges Benjamin:
    Ei, David. Como vai você?
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    DB: Estou bem. E contigo, Dr. Benjamin?
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    GB: Estou aqui.
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    (Risos)
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    DB: Aguentando firme. Bom.
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    GB: Sim.
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    DB: Sabemos que o tema
    do momento é a reabertura.
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    Acabamos de ouvir essa possibilidade,
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    mas, obviamente,
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    muitos países já iniciaram a reabertura
    de uma forma ou de outra
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    e acredito, a partir e hoje,
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    que todos os 50 estados aqui dos EUA
    reabriram de algum modo.
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    Como fazer isso da forma
    mais inteligente e segura?
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    GB: Realmente precisamos
    reabrir de modo mais cuidadoso,
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    não podemos nos esquecer
    das medidas de saúde pública
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    que permitiram achatar a curva.
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    Ações como
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    cobrir o nariz e a boca
    quando tossir ou espirrar,
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    usar máscara, lavar as mãos,
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    manter o distanciamento social
    na medida do possível.
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    Refletir sobre tudo o que fazemos,
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    antes de irmos trabalhar de manhã,
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    ou enquanto estamos no trabalho.
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    Sermos cuidadosos tanto quanto temos sido
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    nos últimos dois meses,
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    pelos próximos três meses,
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    porque isso ainda não acabou.
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    DB: Certo.
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    Existe a chance de mais ondas
    como Uri Aron mencionou.
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    Então, cabe a todos nós
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    encarar a saúde pública
    como uma espécie de segundo trabalho.
  • 2:00 - 2:02
    Está correto?
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    GB: Tenho defendido bastante
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    que agora todos, de fato,
    sabem o que é saúde pública,
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    e que deveriam sempre reconhecê-la
    como um segundo trabalho,
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    se trabalha como gari, num mercado
  • 2:18 - 2:20
    ou como motorista de ônibus,
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    ou ainda como eu,
    que trabalho na saúde pública,
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    médico ou enfermeira,
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    todos precisam vestir o manto
    da saúde pública
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    no que fazem todos os dias.
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    DB: Somos todos profissionais
    da saúde pública agora,
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    você acha que esse é o novo normal
    que podemos esperar
  • 2:41 - 2:44
    assim que os países reabrirem?
  • 2:44 - 2:48
    De que forma você espera que seja
  • 2:48 - 2:50
    como profissional da saúde pública?
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    GB: Se eu tivesse uma varinha mágica,
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    veria claramente
  • 2:57 - 3:00
    que as pessoas vão fazer
    muito mais pela saúde pública,
  • 3:00 - 3:02
    em termos de lavar as mãos
  • 3:02 - 3:07
    e refletir o que fazer
    quanto à proteção em locais públicos.
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    Não muito tempo atrás,
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    quando você estava no carro,
    não usava o cinto de segurança.
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    Hoje, fazemos isso e nem questionamos.
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    Muitos de nós não fuma,
    porque sabemos que nos causa mal.
  • 3:21 - 3:24
    Muitos de nós olha para os dois lados
    antes de atravessar a rua.
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    Muitos de nós conserta algo de casa
    evitando o risco de se ferir.
  • 3:31 - 3:34
    Então, à medida que avançamos
    com este surto,
  • 3:34 - 3:36
    espero que as pessoas prestem mais atenção
  • 3:36 - 3:40
    ao que pode nos causar uma contaminação.
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    Limpando e desinfetando as coisas.
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    E mais importante,
    não irem trabalhar se estão doente.
  • 3:49 - 3:53
    Espero que os empregadores deem
    licença médica remunerada a todos,
  • 3:53 - 3:55
    para que possam ficar em casa.
  • 3:55 - 3:57
    Sim, é um custo adicional,
  • 3:57 - 4:00
    mas posso garantir que aprendemos
  • 4:00 - 4:03
    que o custo de não fazer algo assim
  • 4:03 - 4:06
    é de bilhões de dólares.
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    É menos custoso quando
    pagamos a licença médica.
  • 4:10 - 4:13
    DB: Sim, acho que temos inveja
    nos Estados Unidos
  • 4:13 - 4:16
    de todos os países que talvez tenham
  • 4:16 - 4:19
    um sistema de saúde
    mais abrangente que o nosso.
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    Você concordaria que as máscaras
    são uma espécie de símbolo da adesão
  • 4:26 - 4:30
    à ideia do "profissional de saúde pública
    como segundo emprego"?
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    GB: Bem, isso é engraçado.
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    Nossos colegas na Ásia adotaram a máscara
  • 4:37 - 4:41
    e, culturalmente, as usam há muitos anos.
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    E nós sempre rimos disso.
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    Quando eu ia ao exterior,
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    sempre zombava quando via
    pessoas usando máscara.
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    Claro, quando isso começou,
  • 4:52 - 4:55
    incentivamos o uso de máscaras
    a pessoas infectadas somente,
  • 4:55 - 4:57
    ou aos profissionais da saúde,
  • 4:57 - 4:59
    que pensávamos estarem
    em um ambiente de alto risco.
  • 5:00 - 5:04
    Mas acho provável que o uso de máscara
    fará parte de nossa cultura.
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    Já vimos que talvez não seja
    parte da nossa cultura de praia,
  • 5:08 - 5:11
    embora deva ser por enquanto.
  • 5:11 - 5:16
    Acho que veremos cada vez mais pessoas
    usando máscaras em diferentes cenários.
  • 5:17 - 5:19
    E acredito que isso faça sentido.
  • 5:19 - 5:23
    DB: Use a máscara para mostrar
    que se importa com os outros.
  • 5:23 - 5:26
    Demonstre um espírito público de saúde.
  • 5:26 - 5:28
    Falando da Ásia,
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    quem tem feito isso bem?
  • 5:31 - 5:34
    Olhando ao redor do mundo,
    e você tem visto isso há um tempo,
  • 5:34 - 5:36
    dialogando com seus colegas,
  • 5:36 - 5:37
    quem tem sido eficaz
  • 5:37 - 5:40
    e o que podemos aprender
    desses bons exemplos?
  • 5:41 - 5:44
    GB: A Coreia do Sul
    de muitos modos é o modelo.
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    A China, no final das contas,
    saiu-se razoavelmente bem.
  • 5:50 - 5:51
    O segredo de todos esses países,
  • 5:52 - 5:55
    que tiveram menos morbidade
    e mortalidade do que temos,
  • 5:55 - 5:59
    é que eles aplicaram
    muitos testes logo de início,
  • 5:59 - 6:03
    com o rastreamento de contatos,
    isolamento e quarentena,
  • 6:03 - 6:07
    que, a propósito, é o alicerce
    da prática de saúde pública.
  • 6:07 - 6:09
    Fizeram desde o começo e de forma massiva.
  • 6:09 - 6:12
    Aliás, apesar de estarem
    reabrindo a sociedade,
  • 6:13 - 6:17
    começaram a identificar
    surtos esporádicos,
  • 6:17 - 6:19
    então estão voltando às práticas
    básicas de saúde pública
  • 6:19 - 6:24
    de teste, isolamento,
    rastreamento do contato
  • 6:25 - 6:29
    e transparência ao público,
  • 6:29 - 6:33
    pois é importante entender
    quantos casos existem,
  • 6:34 - 6:35
    onde está a doença,
  • 6:35 - 6:38
    se vão conseguir a aceitação do público.
  • 6:39 - 6:42
    DB: Testes, isolamento
    e rastreamento de contato.
  • 6:42 - 6:47
    Não é nenhum bicho de sete cabeças,
    para usar uma velha expressão.
  • 6:48 - 6:52
    Por que tem sido difícil
    executar isso em alguns países?
  • 6:52 - 6:54
    O que será que está nos impedindo:
  • 6:54 - 6:55
    os registros médicos eletrônicos,
  • 6:55 - 6:57
    algum tipo de dispositivo estranho,
  • 6:57 - 7:01
    ou talvez apenas excesso de confiança,
  • 7:01 - 7:05
    com base na saúde pública
    dos últimos 100 anos?
  • 7:06 - 7:09
    GB: Somos muito uma sociedade das pílulas.
  • 7:09 - 7:12
    Achamos que existe uma pílula para tudo.
  • 7:12 - 7:14
    Se não podemos receitar uma,
  • 7:14 - 7:16
    fazemos uma cirurgia
    e está tudo resolvido.
  • 7:17 - 7:19
    A prevenção funciona.
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    Mas não temos investido em prevenção.
  • 7:23 - 7:28
    E de modo algum investimos
    em um sistema público de saúde robusto.
  • 7:28 - 7:32
    Se observarmos o fato de que hoje nos EUA
  • 7:32 - 7:37
    pode-se facilmente saber
  • 7:37 - 7:39
    o que está nas prateleiras de um mercado,
  • 7:39 - 7:42
    que a Amazon sabe tudo sobre você,
  • 7:43 - 7:47
    mas seu médico não tem
    as mesmas ferramentas.
  • 7:47 - 7:48
    Às três horas da manhã,
  • 7:49 - 7:52
    ainda é muito difícil obter
    seu eletrocardiograma,
  • 7:52 - 7:55
    prontuário médico,
    ou sua lista de alergias
  • 7:55 - 7:58
    se você não puder contar
    ao médico o que você tem.
  • 7:58 - 8:01
    Nós simplesmente não investimos
    em sistemas robustos.
  • 8:01 - 8:04
    Uma das coisas interessantes sobre o surto
  • 8:04 - 8:05
    é que se tem criado um movimento
  • 8:05 - 8:09
    ao qual agora dependemos da telemedicina,
  • 8:09 - 8:11
    que existe há vários anos,
  • 8:11 - 8:13
    mas não usávamos muito.
  • 8:13 - 8:15
    Agora, esse será o novo padrão.
  • 8:16 - 8:18
    DB: Parece-me óbvio
  • 8:18 - 8:23
    que os países com um sistema
    de saúde incrível,
  • 8:23 - 8:25
    como o Taiwan, tenham se saído bem,
  • 8:25 - 8:29
    mas mesmo os países
    que talvez considerem
  • 8:29 - 8:34
    ter um sistema de saúde fraco,
    como Gana na África,
  • 8:34 - 8:35
    têm reagido bem.
  • 8:35 - 8:40
    Qual tem sido a fórmula secreta
    para esses países?
  • 8:41 - 8:44
    GB: Ainda é muito cedo
    em alguns desses exemplos,
  • 8:44 - 8:49
    espero que eles não tenham
    uma nova onda no futuro,
  • 8:49 - 8:51
    isso ainda é uma possibilidade,
  • 8:51 - 8:52
    mas, no final das contas,
  • 8:52 - 8:57
    na medida em que se faz boas e sólidas
    práticas de saúde pública,
  • 8:57 - 9:01
    todos os países bem-sucedidos
    implementaram isso.
  • 9:01 - 9:04
    Porém, somos um país grande e complexo.
  • 9:04 - 9:07
    E sim, nós não testamos
    corretamente no início.
  • 9:08 - 9:13
    Mas não devemos repetir os erros
    que cometemos nos últimos três meses,
  • 9:13 - 9:15
    porque ainda temos
    muitos meses pela frente.
  • 9:15 - 9:17
    Agora que sabemos o que fizemos errado,
  • 9:17 - 9:20
    estou incentivando a fazermos
    certo da próxima vez.
  • 9:20 - 9:22
    DB: Parece inteligente.
  • 9:22 - 9:24
    GB: E a próxima vez é amanhã.
  • 9:24 - 9:25
    DB: Está certo.
  • 9:25 - 9:27
    Isso já começou.
  • 9:27 - 9:30
    Parece-me, se é que posso
    usar esta metáfora,
  • 9:30 - 9:34
    que alguns desses países já tinham
    um tipo de anticorpos em seus sistemas,
  • 9:34 - 9:38
    porque tiveram experiência, talvez,
    com o Ebola ou a primeira SARS.
  • 9:39 - 9:44
    Contato prévio é a chave
    para esse tipo de crise de saúde pública?
  • 9:45 - 9:47
    GB: Bem, esse vírus é muito diferente.
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    Embora exista alguma evidência inicial
    sobre MERS e a primeira SARS,
  • 9:54 - 9:57
    podemos ter algum tipo de proteção prévia,
  • 9:57 - 10:00
    há alguns estudos
    iniciais que analisam isso,
  • 10:00 - 10:01
    essa não é a solução.
  • 10:01 - 10:06
    A fórmula mágica aqui é uma boa
    e sólida prática de saúde pública.
  • 10:06 - 10:08
    Esse é o segredo.
  • 10:08 - 10:12
    Não deveríamos procurar
    uma resposta mística,
  • 10:12 - 10:15
    ou alguém que viria nos salvar
    com uma pílula especial.
  • 10:15 - 10:18
    Trata-se de boas e sólidas
    práticas de saúde pública,
  • 10:18 - 10:24
    porque, além do mais, isso tem sido ruim,
    mas não será a última vez.
  • 10:25 - 10:27
    Precisamos nos preparar para as próximas.
  • 10:27 - 10:29
    Achamos que agora está péssimo,
  • 10:29 - 10:36
    imagine o que teria acontecido se o Ebola
    ou o MERS tivesse se espalhado.
  • 10:36 - 10:38
    Veja num filme de TV.
  • 10:39 - 10:41
    Embora seja muito ruim,
  • 10:41 - 10:45
    ainda assim nos esquivamos
    de algo muito pior dessa vez.
  • 10:45 - 10:49
    DB: A Síndrome Respiratória
    do Oriente Médio não é brincadeira,
  • 10:49 - 10:52
    deveríamos agradecer por ela
    não se espalhar tão facilmente
  • 10:52 - 10:53
    como a SARS-CoV.
  • 10:53 - 10:56
    Isto é, todas estas doenças
    são zoonóticas,
  • 10:56 - 11:00
    significa que foram
    transmitidas a partir de animais.
  • 11:01 - 11:04
    Visivelmente, a humanidade
    invade a natureza
  • 11:04 - 11:07
    de modo cada vez mais agressivo,
  • 11:07 - 11:11
    seja pela mudança climática
    ou desmatamento, e muito mais.
  • 11:11 - 11:14
    Seria esse apenas o novo normal,
  • 11:14 - 11:18
    então devemos esperar
    pandemias de vez em quando?
  • 11:19 - 11:21
    GB: Bem, elas aparecem periodicamente,
  • 11:21 - 11:24
    essa não é a primeira pandemia, certo?
  • 11:24 - 11:26
    Tivemos inúmeras,
  • 11:27 - 11:30
    a gripe em 1918, 100 anos atrás,
  • 11:31 - 11:35
    a primeira SARS foi
    uma infecção importante,
  • 11:35 - 11:38
    embora não tenha sido tão lesiva.
  • 11:39 - 11:42
    Tivemos a gripe aviária,
    que foi um desafio,
  • 11:42 - 11:44
    e a gripe suína.
  • 11:44 - 11:45
    Tivemos a Zika.
  • 11:45 - 11:49
    Então não, temos tido vários
    novos surtos de doenças.
  • 11:49 - 11:53
    Elas aparecem com frequência,
  • 11:53 - 11:55
    e, de muitas maneiras,
  • 11:55 - 12:01
    felizmente temos conseguido
    identificá-las e contê-las precocemente.
  • 12:02 - 12:04
    Mas agora estamos em um ambiente
  • 12:04 - 12:06
    em que as pessoas podem criar
    algumas dessas doenças.
  • 12:06 - 12:11
    Isso não aconteceu, o melhor que podemos
    dizer é que não foi criada pelo homem.
  • 12:11 - 12:14
    Provavelmente não vazou
    de um laboratório.
  • 12:14 - 12:18
    Mas sabemos que,
    quando eu estava na faculdade,
  • 12:19 - 12:22
    criar um vírus era algo
    bastante sofisticado.
  • 12:22 - 12:24
    Não é esse o caso agora.
  • 12:24 - 12:28
    Precisamos nos proteger tanto
    de infecções que ocorrem naturalmente
  • 12:28 - 12:32
    como daquelas criadas por seres humanos.
  • 12:33 - 12:36
    DB: Além disso, temos outros tipos
    de multiplicadores de ameaças,
  • 12:36 - 12:37
    como a mudança climática,
  • 12:37 - 12:41
    que torna as pandemias muito piores.
  • 12:42 - 12:44
    GB: Eu dizia que a mudança climática
  • 12:44 - 12:47
    foi a maior ameaça
    à sobrevivência humana até agora.
  • 12:47 - 12:49
    Mas a pandemia compete com ela.
  • 12:49 - 12:55
    Nosso grande desafio agora
    é que temos uma pandemia,
  • 12:56 - 12:58
    que ainda não controlamos,
  • 12:58 - 13:00
    e quando iniciar o período dos furacões,
  • 13:01 - 13:02
    teremos mudanças climáticas
  • 13:02 - 13:07
    que irão acentuar a força deles.
  • 13:08 - 13:12
    Estamos diante de um verão desafiador.
  • 13:15 - 13:18
    DB: E agora temos o Chris,
    com uma pergunta do público.
  • 13:19 - 13:21
    Chris Anderson:
    Muitas perguntas, na verdade.
  • 13:21 - 13:25
    As pessoas estão muito interessadas
    no que você está dizendo, Georges.
  • 13:25 - 13:27
    A primeira pergunta é do Jim Young:
  • 13:27 - 13:32
    "Como convencer as pessoas
    que não acreditam que isso seja grave?"
  • 13:36 - 13:40
    GB: Temos realmente que continuar
    a dizer a verdade a essas pessoas.
  • 13:41 - 13:43
    Uma característica dessa doença
  • 13:43 - 13:45
    é que ela não poupa ninguém.
  • 13:45 - 13:48
    Não reconhece partidos políticos,
  • 13:48 - 13:51
    não distingue região...
  • 13:51 - 13:54
    Tivemos muitas pessoas,
    sobretudo de comunidades rurais,
  • 13:54 - 13:57
    que não enxergavam a pandemia,
    pois ainda não tinha chegado a elas,
  • 13:57 - 13:59
    e não acreditavam que fosse real.
  • 13:59 - 14:05
    Agora, muitas dessas comunidades
    estão sendo devastadas por essa doença.
  • 14:07 - 14:10
    Não seria apropriado dizer: "Eu avisei".
  • 14:10 - 14:12
    É melhor falar: "Vejam,
    agora que vocês sabem,
  • 14:12 - 14:17
    juntem-se e nos ajudem
    a resolver esse problema".
  • 14:18 - 14:20
    É algo que vai permanecer por um tempo.
  • 14:20 - 14:22
    Caso se torne endêmico,
  • 14:22 - 14:27
    significa que vai ocorrer
    o tempo todo em um nível baixo,
  • 14:28 - 14:31
    todos terão essa experiência.
  • 14:32 - 14:33
    CA: Obrigado.
  • 14:33 - 14:36
    A pergunta agora é do Robert Perkowitz:
  • 14:37 - 14:41
    "Parece que temos ignorado
    e sucateado a saúde pública,
  • 14:41 - 14:45
    não estávamos preparados para esse vírus".
  • 14:45 - 14:49
    A pergunta vai aparecer,
    deveria, por alguma mágica.
  • 14:49 - 14:51
    "Quais deveriam ser
    nossas prioridades agora
  • 14:51 - 14:54
    para nos prepararmos para a próxima
    crise de saúde pública?"
  • 14:56 - 15:00
    GB: Precisamos garantir financiamento,
  • 15:00 - 15:03
    recursos, treinamento
    e profissionais o suficiente.
  • 15:04 - 15:06
    A propósito, nossa próxima
    crise de saúde pública
  • 15:06 - 15:11
    não é daqui a 10, 20 anos.
  • 15:11 - 15:17
    Há um retorno provável dessa gripe,
    que achamos possa acontecer neste outono,
  • 15:17 - 15:19
    porque ela volta todo ano,
  • 15:19 - 15:23
    com o prosseguimento ou um pico da COVID.
  • 15:24 - 15:27
    Ocorrerá um crescimento da doença
  • 15:27 - 15:29
    que se apresenta da mesma forma,
  • 15:30 - 15:34
    e teremos que diferenciar
    a COVID da gripe.
  • 15:35 - 15:38
    Porque nós temos uma vacina para a gripe,
  • 15:39 - 15:41
    mas não temos ainda para a COVID.
  • 15:41 - 15:43
    Esperamos obtê-la em mais ou menos um ano.
  • 15:43 - 15:46
    Mas ainda precisa ser verificado.
  • 15:47 - 15:49
    DB: Tome a vacina contra a gripe.
  • 15:49 - 15:50
    CA: Sim.
  • 15:50 - 15:54
    Aliás, David Collins fez
    exatamente essa pergunta.
  • 15:54 - 16:00
    "Qual é a probabilidade de uma vacina
    antes da próxima onda?"
  • 16:01 - 16:05
    GB: A vacina mais rápida
    desenvolvida foi contra o sarampo,
  • 16:05 - 16:06
    e demorou quatro anos.
  • 16:07 - 16:11
    Agora, há muitas diferenças, certo?
  • 16:11 - 16:14
    Iniciamos uma vacina contra a SARS-1.
  • 16:14 - 16:16
    Temos feito muitos testes em animais,
  • 16:16 - 16:19
    e alguns ainda precoces em humanos.
  • 16:19 - 16:21
    Como vocês sabem, recebemos um comunicado
  • 16:21 - 16:26
    que parece ao menos funcionar
    em macacos rhesus,
  • 16:26 - 16:31
    e há algumas evidências
    de que possa ser eficaz e seguro
  • 16:31 - 16:33
    em um número muito pequeno de pessoas.
  • 16:33 - 16:36
    Quando digo isso, me refiro
    a uma dúzia somente de pessoas.
  • 16:36 - 16:40
    Agora os testes vão
    para a fase dois e três.
  • 16:40 - 16:44
    Então, sim David, vamos torcer,
  • 16:44 - 16:47
    é um pequeno número de pessoas.
  • 16:47 - 16:51
    Ou elas tiveram muita sorte
    ou isso funciona.
  • 16:51 - 16:56
    Não saberemos até a injetarmos
    em milhares de pessoas.
  • 16:57 - 17:00
    CA: Aqui uma questão
    importante de um bolsista TED.
  • 17:01 - 17:04
    "Como ensinar as pessoas
    a importância da saúde pública?
  • 17:04 - 17:06
    Especialmente no contexto
    daqueles que não acreditam
  • 17:06 - 17:09
    ter responsabilidade
    sobre o que é 'público'?"
  • 17:10 - 17:13
    GB: Bem, lembro as pessoas
  • 17:13 - 17:16
    que quando a saúde pública faz
    um ótimo trabalho, nada acontece.
  • 17:17 - 17:20
    Claro, quando nada acontece,
    não damos o devido crédito.
  • 17:20 - 17:22
    Portanto, as pessoas neste país
  • 17:22 - 17:26
    não precisam se levantar todas as manhãs
    e ferver sua própria água
  • 17:26 - 17:28
    por causa da saúde pública.
  • 17:28 - 17:31
    O fato de você sofrer
    um acidente de carro,
  • 17:32 - 17:34
    uma colisão de automóveis,
  • 17:34 - 17:38
    e usar cinto de segurança e ter airbags,
  • 17:38 - 17:42
    e não estar morto devido a esse acidente,
  • 17:42 - 17:43
    é por causa da saúde pública.
  • 17:43 - 17:45
    O fato de o ar ser saudável para respirar,
  • 17:46 - 17:48
    a comida segura para comer,
  • 17:48 - 17:49
    é graças à saúde pública.
  • 17:49 - 17:54
    Suas crianças usam roupas que não inflamam
  • 17:54 - 17:57
    porque temos roupas anti-inflamáveis.
  • 17:57 - 17:59
    Isso é um requisito.
  • 17:59 - 18:02
    Você não se acidenta ao descer as escadas
  • 18:02 - 18:07
    porque sabemos como construí-las,
  • 18:07 - 18:10
    para que as pessoas não tropecem
    ao subir ou descer.
  • 18:10 - 18:12
    É uma intervenção da saúde pública.
  • 18:12 - 18:13
    O ambiente construído,
  • 18:13 - 18:18
    remédios, vacinas, tudo isso
    é proveniente de saúde pública.
  • 18:18 - 18:22
    É por isso que ela existe,
  • 18:23 - 18:26
    podem não acreditar
    que isso seja importante,
  • 18:26 - 18:28
    mas não poderíamos viver sem ela.
  • 18:30 - 18:35
    CA: Quem sabe um dia possamos
    vislumbrar um sistema de saúde nos EUA
  • 18:35 - 18:37
    que tenha alguns incentivos
  • 18:37 - 18:39
    voltados à saúde pública.
  • 18:39 - 18:41
    Isso seria muito legal.
  • 18:41 - 18:44
    David, preciso fazer algumas
    perguntas, se estiver tudo bem,
  • 18:44 - 18:45
    porque estão surgindo mais.
  • 18:45 - 18:48
    Há uma questão da Jacqueline Ashby.
  • 18:49 - 18:51
    Pergunta importante para todos os pais.
  • 18:51 - 18:54
    "Qual a sua recomendação ao retorno
    das crianças à escola?"
  • 18:54 - 18:57
    GB: Tenho enfrentado isso,
    pois tenho três netos.
  • 18:58 - 19:02
    A notícia boa é que meus netos
    são mais preparados do que eu
  • 19:03 - 19:07
    e, no momento, estão tendo
    as lições escolares remotamente.
  • 19:08 - 19:09
    Acho que será um desafio
  • 19:09 - 19:12
    o retorno das crianças à escola.
  • 19:12 - 19:17
    Na verdade, precisamos saber
    o quanto elas são infecciosas
  • 19:18 - 19:21
    e como reagem quando são infectadas.
  • 19:21 - 19:23
    Ao que parece,
  • 19:23 - 19:28
    exceto por um número pequeno de crianças
    que sofrem de alguma doença rara,
  • 19:28 - 19:30
    elas reagem muito bem a esta doença.
  • 19:30 - 19:32
    Mas a questão central é:
  • 19:34 - 19:37
    quantos desses germes
    elas vão trazer de volta para você
  • 19:38 - 19:40
    e os avós delas.
  • 19:41 - 19:42
    Isso será importante.
  • 19:42 - 19:47
    Tente dizer a uma criança de oito anos
    para não interagir com os amiguinhos.
  • 19:47 - 19:48
    É um enorme desafio.
  • 19:48 - 19:52
    Aliás, dizer a um jovem de 17 anos
    para não interagir com os amigos
  • 19:52 - 19:54
    será um grande desafio.
  • 19:54 - 19:57
    Então, teremos que educar essas crianças,
  • 19:57 - 20:00
    descobrir como intercalar os horários.
  • 20:01 - 20:03
    A ideia de Uri para a jornada de trabalho
  • 20:03 - 20:06
    pode ser um conceito
    interessante para as escolas,
  • 20:07 - 20:11
    porque a ideia é tentar desafogar
    o número de crianças na sala de aula.
  • 20:11 - 20:14
    Aliás, se as turmas forem menores,
    a educação será melhor.
  • 20:15 - 20:18
    Para isso, temos que ter
    professores o suficiente.
  • 20:18 - 20:20
    Poderia ser um modo de controle.
  • 20:21 - 20:24
    CA: Certo. A última pergunta
    por enquanto é de Stephen Petranek.
  • 20:24 - 20:28
    Agora uma informação sobre as máscaras.
  • 20:28 - 20:31
    A orientação sobre o uso delas
    parece ter mudado.
  • 20:31 - 20:34
    "Os americanos que vivem
    e trabalham nas cidades
  • 20:34 - 20:35
    deveriam continuar a usar máscaras
  • 20:35 - 20:39
    para se protegerem da poluição do ar
    que aspiram todos os dias?"
  • 20:40 - 20:43
    GB: Pode ajudar um pouco, com certeza.
  • 20:43 - 20:47
    Mas seria melhor pararmos de poluir
    deixando de queimar combustível fóssil.
  • 20:48 - 20:53
    E todos esses absurdos que continuamos
    a fazer, destruindo nosso clima.
  • 20:54 - 21:01
    Todo mundo está falando que tivemos
    uma redução incrível de CO2
  • 21:02 - 21:04
    porque não estamos usando os carros.
  • 21:05 - 21:10
    É a melhor evidência de que as mudanças
    climáticas são provocadas pelo homem.
  • 21:10 - 21:15
    Aos céticos que não acreditam
    na interferência humana,
  • 21:15 - 21:19
    acabamos de ter uma demonstração mundial
  • 21:19 - 21:22
    sobre o que as pessoas fazem
    para criar mudanças climáticas.
  • 21:22 - 21:27
    Portanto, precisamos parar e mudar
    para uma economia verde.
  • 21:28 - 21:30
    DB: Escutem isso.
  • 21:30 - 21:34
    CA: Muito obrigado pela explicação,
    voltarei no final com mais perguntas.
  • 21:34 - 21:35
    Obrigado por tudo.
  • 21:36 - 21:39
    DB: Estamos em campanha por máscaras.
  • 21:39 - 21:44
    Mas algo que tem ficado claro
  • 21:44 - 21:50
    é que a COVID-19 não é o grande nivelador
    que alguns talvez esperassem que fosse.
  • 21:50 - 21:53
    Algumas comunidades apresentam
    resultados piores,
  • 21:54 - 21:57
    muito piores do que outras.
  • 21:57 - 21:58
    Por que isso?
  • 22:00 - 22:02
    GB: Estamos falando, sobretudo,
  • 22:02 - 22:04
    de comunidades afro-americanas
    e latinas dos EUA,
  • 22:04 - 22:10
    que parecem sofrer um impacto
    desproporcional ao pegarem a doença.
  • 22:10 - 22:13
    Por causa da exposição, principalmente.
  • 22:13 - 22:16
    Essas populações têm empregos
    de maior contato com o público.
  • 22:18 - 22:20
    Motoristas de ônibus,
    balconistas de supermercado,
  • 22:20 - 22:24
    trabalhando em casas de repouso, asilos,
  • 22:25 - 22:27
    frigoríferos, granjas.
  • 22:27 - 22:31
    Eles estão muito mais expostos à doença.
  • 22:31 - 22:33
    Vulnerabilidade.
  • 22:34 - 22:35
    Muitas doenças crônicas.
  • 22:35 - 22:37
    Sabemos que em especial os afro-americanos
  • 22:37 - 22:42
    apresentam uma grande desproporção
    nos casos de diabetes, doenças cardíacas,
  • 22:43 - 22:45
    doenças pulmonares,
  • 22:45 - 22:50
    e, por causa dessas doenças crônicas,
    descobrimos cedo que esse vírus
  • 22:52 - 22:56
    é mais prejudicial às populações
    afetadas por elas.
  • 22:56 - 22:58
    Esse é o grande problema aqui.
  • 22:58 - 23:03
    É o que está causando estas diferenças
    e é realmente um desafio,
  • 23:04 - 23:10
    pois muitas dessas pessoas trabalham
    no que chamamos de serviços essenciais,
  • 23:11 - 23:13
    então elas precisam ir trabalhar.
  • 23:13 - 23:14
    DB: Está certo.
  • 23:14 - 23:17
    Então, na sua visão, qual seria
    a ação na saúde pública
  • 23:17 - 23:20
    para proteger esses
    trabalhadores essenciais,
  • 23:21 - 23:24
    se você tem alguma sugestão?
  • 23:24 - 23:25
    GB: Eu certamente tenho.
  • 23:25 - 23:30
    Começamos uma estratégia
    de teste baseada nos sintomas.
  • 23:30 - 23:33
    Agora que temos testes o bastante,
  • 23:33 - 23:37
    precisamos garantir que sejam testadas
    não apenas por razões clínicas,
  • 23:37 - 23:39
    pessoas que tenham sintomas,
  • 23:39 - 23:42
    mas comecem a priorizar aqueles que estão
    em contato direto com o público,
  • 23:43 - 23:44
    os trabalhadores essenciais.
  • 23:44 - 23:48
    Portanto, aqueles que trabalham
    em asilos, hospitais etc.
  • 23:48 - 23:52
    Também os motoristas de ônibus,
    seguranças, balconistas de supermercado,
  • 23:53 - 23:56
    precisam ser testados com frequência
  • 23:56 - 23:59
    para garantir a eles e às famílias deles,
  • 23:59 - 24:04
    toda a confiança de que não serão
    infectados e que não iremos infectá-los.
  • 24:05 - 24:08
    As pessoas que trabalham
    em frigoríficos, por exemplo.
  • 24:08 - 24:11
    Vimos a verdadeira tragédia nesses locais,
  • 24:11 - 24:15
    porque as pessoas trabalham
    num ambiente lado a lado.
  • 24:15 - 24:18
    Há outras coisas que precisam fazer,
  • 24:18 - 24:21
    como criar um distanciamento social
    na linha de montagem,
  • 24:21 - 24:22
    isso será importante.
  • 24:22 - 24:27
    Mas, novamente, a ideia de Uri não é ruim
    para ser considerada por esta nação,
  • 24:27 - 24:29
    para muitas dessas indústrias refletirem.
  • 24:30 - 24:33
    DB: Temos de garantir a essas pessoas
  • 24:33 - 24:38
    que sejam tratadas como trabalhadores
    essenciais sem sacrificá-las.
  • 24:38 - 24:42
    Evidentemente, isso não está
    limitado apenas aos EUA.
  • 24:43 - 24:44
    GB: Certamente, não.
  • 24:44 - 24:47
    Estamos vendo essas disparidades
    não apenas nos Estados Unidos,
  • 24:47 - 24:49
    mas em outros países também.
  • 24:49 - 24:53
    Isso tem a ver com raça e classe,
  • 24:53 - 24:57
    e o tipo de trabalho,
    ocupação que você exerce.
  • 24:58 - 24:59
    Sinceramente,
  • 25:00 - 25:04
    deveríamos ter pensado nisso
    quando vimos as primeiras ocorrências
  • 25:05 - 25:07
    mostradas na China,
  • 25:07 - 25:11
    que pessoas com doenças crônicas
    tinham muito mais riscos
  • 25:11 - 25:13
    e tiveram piores resultados de saúde.
  • 25:13 - 25:15
    Teríamos acelerado
    nossas ações imediatamente,
  • 25:15 - 25:20
    porque isso acontece com todas
    as novas doenças que chegam ao país.
  • 25:21 - 25:26
    DB: Parece que muito disso
    remonta a esse potencial,
  • 25:27 - 25:28
    não é um paradoxo,
  • 25:28 - 25:32
    a saúde pública é um trabalho de todos,
    precisamos adotá-la.
  • 25:33 - 25:38
    Na sua opinião, como é uma infraestrutura
    robusta de saúde pública?
  • 25:38 - 25:40
    Como seria isso?
  • 25:41 - 25:44
    GB: Sempre que uma ameaça à saúde
    surge em nossa comunidade,
  • 25:44 - 25:47
    devemos ser capazes
    de identificá-la rapidamente,
  • 25:48 - 25:49
    contê-la,
  • 25:50 - 25:54
    mitigá-la, claro,
    e eliminá-la, se possível.
  • 25:54 - 25:56
    Em seguida, adotar todas
    as medidas de proteção novamente.
  • 25:56 - 26:01
    Isso significa ter uma boa equipe,
  • 26:01 - 26:05
    uma entidade governamental
    de saúde pública bem treinada,
  • 26:05 - 26:09
    assim como temos para polícia,
    bombeiros, emergência.
  • 26:09 - 26:14
    Então, eles precisam
    ser bem pagos, ter bons recursos.
  • 26:15 - 26:21
    Alguns de nossos rastreadores de contato
    são feitos com papel e caneta ainda.
  • 26:22 - 26:25
    E enviamos esses dados
    a planilhas do Excel.
  • 26:25 - 26:28
    Não, precisamos do mesmo tipo
    de tecnologia robusta
  • 26:28 - 26:35
    que qualquer varejista on-line
    utiliza, seja na Amazon etc.
  • 26:36 - 26:42
    Tomamos decisões baseados em dados
    analisados de dois anos atrás.
  • 26:42 - 26:44
    Precisamos ser capazes
    de tomar decisões imediatas.
  • 26:44 - 26:47
    A propósito, em Taiwan,
    que você mencionou anteriormente,
  • 26:48 - 26:50
    lembro-me, quando estive lá,
  • 26:50 - 26:54
    de acompanhar os dados oriundos
    de doenças infecciosas em tempo real,
  • 26:54 - 26:56
    a partir do sistema eletrônico
    de registros médicos deles.
  • 26:56 - 26:59
    Logo, podemos fazer também,
    a tecnologia existe.
  • 27:00 - 27:02
    DB: Imagine.
  • 27:02 - 27:07
    Uau, informações de saúde em tempo real,
    que diferença isso faria.
  • 27:08 - 27:11
    Você acha que a tecnologia
    pode nos ajudar agora,
  • 27:11 - 27:15
    seja pela colaboração da Google-Apple
    ou de alguma outra forma?
  • 27:16 - 27:20
    GB: A tecnologia pode nos ajudar,
    mas não vai nos substituir.
  • 27:20 - 27:23
    Não estamos nem perto de apenas nos sentar
  • 27:23 - 27:28
    e ter nosso avatar eletrônico
    para trabalhar por nós.
  • 27:28 - 27:31
    Mas a tecnologia pode
    superar nosso trabalho.
  • 27:31 - 27:33
    Pode nos dar a consciência situacional.
  • 27:33 - 27:35
    Informação em tempo real.
  • 27:36 - 27:41
    Ela nos permite enviar informações
    de um ponto A ao B, para análise de dados.
  • 27:41 - 27:45
    Isso nos ajuda a pensar melhor,
    e estamos fazendo esta modelagem.
  • 27:46 - 27:50
    Possibilitando que outras pessoas
    verifiquem nossos números imediatamente.
  • 27:50 - 27:53
    Pode acelerar nossa pesquisa.
  • 27:53 - 27:58
    Mas precisamos investir, continuamente,
  • 27:58 - 28:03
    porque a limitação é sempre
    a parte cruel da tecnologia.
  • 28:04 - 28:07
    DB: Acho que o Chris está de volta
    com mais perguntas.
  • 28:08 - 28:12
    CA: Sim, acho que estamos perto do fim,
    mas as perguntas continuam a chegar.
  • 28:12 - 28:15
    Há uma questão da Neelay Bhatt:
  • 28:16 - 28:20
    "Qual o papel que você vê
    dos parques, trilhas e espaços abertos
  • 28:20 - 28:23
    no auxílio a objetivos maiores
    de saúde pública?"
  • 28:25 - 28:29
    GB: Espaços verdes são essenciais,
  • 28:29 - 28:33
    a possibilidade de sair,
    caminhar e se exercitar,
  • 28:33 - 28:40
    ter calçadas acessíveis para a comunidade,
    ciclovias arborizadas a todas as idades,
  • 28:40 - 28:43
    É bom para a nossa saúde física e mental.
  • 28:44 - 28:46
    Sempre digo às pessoas
  • 28:46 - 28:50
    que é um ótimo lugar para ir
    quando se está irritado.
  • 28:52 - 28:53
    CA: Certamente.
  • 28:53 - 28:56
    Temos aqui uma pergunta anônima.
  • 28:56 - 28:59
    Sempre que possível, não fique anônimo,
  • 28:59 - 29:03
    porque somos todos amigáveis,
    independentemente do que é dito.
  • 29:05 - 29:07
    Vamos ver, mas é uma boa questão.
  • 29:07 - 29:10
    "Muitos estão duvidando
    do que os especialistas estão dizendo.
  • 29:11 - 29:16
    O que você acha eficaz para ajudá-los
    a duvidarem menos e confiarem mais?"
  • 29:16 - 29:18
    GB: Fale a verdade.
  • 29:20 - 29:24
    Se você comete um erro, reconheça
    e corrija-o imediatamente.
  • 29:25 - 29:26
    Seja consistente.
  • 29:30 - 29:33
    Não diga coisas estúpidas.
  • 29:34 - 29:37
    Isso acontece com frequência.
  • 29:37 - 29:39
    Uma das coisas mais interessantes,
  • 29:39 - 29:42
    é que já passamos por isso
    com a discussão da máscara.
  • 29:43 - 29:48
    A sabedoria tradicional dizia
    que só usassem máscaras os infectados,
  • 29:48 - 29:50
    ou num ambiente de cuidados com a saúde
  • 29:50 - 29:53
    em que há alto risco de contrair a doença.
  • 29:53 - 29:55
    Mas então dissemos:
  • 29:55 - 29:58
    "Não, não há problema
    se todos usarem a máscara".
  • 29:58 - 30:00
    Isso porque aprendemos posteriormente,
  • 30:00 - 30:04
    e se tornou mais factível na ciência,
  • 30:04 - 30:08
    que tínhamos uma propagação
    dos assintomáticos.
  • 30:08 - 30:10
    Mas não divulgamos isso muito bem.
  • 30:10 - 30:14
    Dissemos: "Não, mudamos de ideia,
    todos podem usar a máscara",
  • 30:14 - 30:15
    após dizer às pessoas para não usarem.
  • 30:16 - 30:19
    Nós não dedicamos tempo suficiente
    explicando às pessoas o porquê.
  • 30:19 - 30:21
    Então, perdemos a confiança.
  • 30:21 - 30:23
    Precisamos melhorar nosso trabalho.
  • 30:23 - 30:30
    Nossos líderes precisam ter muito cuidado
    com o que dizem, pois são influentes.
  • 30:32 - 30:37
    A propósito, eu cometi erros,
    disse na TV coisas que estavam erradas,
  • 30:37 - 30:39
    porque eu estava errado.
  • 30:39 - 30:42
    Com muito esforço tentei corrigir
    o mais rápido possível.
  • 30:43 - 30:44
    Todos nós erramos,
  • 30:44 - 30:47
    mas é preciso ser forte o bastante
  • 30:47 - 30:51
    e ter personalidade para dizer
    quando está errado e corrigir-se.
  • 30:52 - 30:55
    Porque, no final das contas,
    uma vez perdida a confiança,
  • 30:55 - 30:57
    você perde tudo.
  • 30:59 - 31:03
    CA: Bem, se assim posso dizer,
    o modo como está se comunicando agora,
  • 31:03 - 31:08
    para mim, gera muita confiança.
  • 31:09 - 31:15
    Eu não sei qual fórmula mágica você tem,
    mas é muito atrativo escutá-lo.
  • 31:15 - 31:17
    Muito obrigado por tudo.
  • 31:17 - 31:19
    David, você tem alguma última questão?
  • 31:19 - 31:22
    GB: Tenho cometido muitos erros.
  • 31:22 - 31:25
    DB: Realmente foi um imenso prazer
  • 31:25 - 31:27
    ter você aqui conosco e obrigado por tudo.
  • 31:27 - 31:30
    Apenas uma última pergunta, se eu puder.
  • 31:30 - 31:36
    Você faz isso há muito tempo,
    o que lhe dá esperança para o futuro?
  • 31:38 - 31:39
    GB: Deixe-me dizer algo.
  • 31:40 - 31:41
    A única coisa que me dá esperança
  • 31:41 - 31:45
    é quando vejo as pessoas cuidando
    de seus amigos e familiares.
  • 31:45 - 31:48
    Digo, festas de aniversário
    de passagem com o carro.
  • 31:49 - 31:51
    Vi isso no noticiário hoje.
  • 31:51 - 31:53
    Pessoas telefonando para seus amigos.
  • 31:53 - 31:56
    Tive notícias de pessoas
    com quem não converso há anos,
  • 31:56 - 31:57
    e me ligaram para dizer:
  • 31:57 - 32:00
    "Não tenho falado contigo
    há muito tempo. Está tudo bem?"
  • 32:00 - 32:01
    Portanto, façam mais isso.
  • 32:01 - 32:05
    A confiança que temos tido um no outro,
    o amor que temos demonstrado,
  • 32:05 - 32:07
    é simplesmente incrível,
    é isso que me dá esperança.
  • 32:08 - 32:11
    DB: A humanidade vai vencer no final.
  • 32:11 - 32:13
    GB: Sim.
  • 32:14 - 32:16
    DB: Muito obrigado, Dr. Benjamin,
    pela sua participação
  • 32:16 - 32:19
    e por compartilhar sua sabedoria.
  • 32:20 - 32:23
    GB: Fico feliz em estar aqui.
  • 32:23 - 32:26
    Estejam seguros vocês e seus familiares.
  • 32:26 - 32:28
    DB: Obrigado, você também.
Title:
A arma secreta contra pandemias
Speaker:
Georges C. Benjamin, David Biello, Chris Anderson
Description:

A pandemia do coronavírus não será a última crise do sistema público de saúde no mundo, diz o médico e chefe de política sanitária Georges C. Benjamin. Ele detalha o que é preciso para superarmos a pandemia e prevenir uma futura, incluindo um sistema de saúde público robusto equipado com tecnologia avançada e equipe bem treinada, e aborda como cidadãos, empresas e líderes políticos podem fazer a parte deles para colocar a saúde pública em primeiro lugar. (Entrevista virtual liderada pelo curador de ciência David Biello e o curador do TED Chris Anderson, gravado em maio de 2020.)

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Video Language:
English
Team:
closed TED
Project:
TEDTalks
Duration:
32:41

Portuguese, Brazilian subtitles

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