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Como o vídeo volumétrico traz uma nova dimensão ao cinema

  • 0:01 - 0:03
    Eu adoro fazer filmes.
  • 0:05 - 0:09
    Os filmes têm já mais de cem anos.
  • 0:10 - 0:14
    O cinema não mudou
    a sua mentalidade dimensional.
  • 0:15 - 0:19
    Como posicionar a câmara numa cena
    e pressionar "gravar" não mudou.
  • 0:20 - 0:23
    O cinema ainda é uma experiência direta,
  • 0:23 - 0:26
    pois a criação do filme permite
  • 0:26 - 0:30
    seguir no mesmo sentido
    da criação de conteúdo.
  • 0:30 - 0:33
    Continuamos perante uma imagem plana,
  • 0:33 - 0:35
    a observar a ficção.
  • 0:36 - 0:38
    O que não tem nada de mal.
  • 0:38 - 0:41
    Adoro ver filmes e ir ao cinema.
  • 0:41 - 0:44
    Pode ser uma experiência
    muito emocional.
  • 0:44 - 0:47
    A arte de criar experiências
    emocionais num só "frame"
  • 0:47 - 0:51
    pode ser tão intensa que pode
    suscitar uma emoção mais forte.
  • 0:51 - 0:54
    A questão que colocamos é:
  • 0:54 - 0:58
    Como é que a experiência do filme
    pode transcender o ecrã plano.
  • 0:59 - 1:01
    Como podemos começar a criar conteúdo
  • 1:01 - 1:04
    para as audiências da próxima geração?
  • 1:04 - 1:07
    Normalmente, quando imaginamos uma cena
  • 1:07 - 1:10
    focamo-nos no "frame" e na composição.
  • 1:10 - 1:14
    Temos de pensar numa forma
    de criar profundidade e paralaxe
  • 1:14 - 1:18
    usando todos os elementos
    do cenário enquanto a câmara se move.
  • 1:18 - 1:22
    Com a tecnologia atual
    e óculos de realidade virtual,
  • 1:22 - 1:25
    óculos antirreflexo,
    dispositivos inteligentes,
  • 1:25 - 1:29
    que permitem navegação
    a três dimensões no espaço.
  • 1:29 - 1:31
    temos a capacidade de possibilitar
    às audiências
  • 1:31 - 1:34
    desfrutar o conteúdo
    de múltiplas perspetivas.
  • 1:35 - 1:38
    Temos de pensar como
    podemos usar esta tecnologia,
  • 1:38 - 1:40
    todas as suas capacidades,
  • 1:40 - 1:45
    e permitir que a experiência se mova
    ainda mais para o interior da cena.
  • 1:45 - 1:49
    Não estamos a falar de videojogos
    ou atores gerados por computador,
  • 1:49 - 1:52
    que são extremamente realistas.
  • 1:52 - 1:56
    Estamos a falar de atores
    e "performances" reais,
  • 1:56 - 1:58
    a atuarem num palco.
  • 1:58 - 2:02
    Temos de pensar
    como podemos filmar os atores
  • 2:02 - 2:04
    e como podemos filmar a cena real
  • 2:04 - 2:07
    para que a imersão seja maior.
  • 2:07 - 2:10
    Já todos conhecemos o vídeo em 360º,
  • 2:10 - 2:12
    em que colocamos
    uma câmara no meio da cena
  • 2:12 - 2:16
    e podemos criar uma bela
    imagem panorâmica à nossa volta,
  • 2:16 - 2:18
    mas sempre da mesma perspetiva,
  • 2:18 - 2:20
    o cinema continua frontal.
  • 2:20 - 2:23
    Para a imersão ser total,
  • 2:23 - 2:27
    temos de captar a luz
    de todos os ângulos possíveis.
  • 2:27 - 2:32
    Temos de rodear a cena
    de uma quantidade enorme de sensores,
  • 2:32 - 2:36
    com todas as capacidades
    possíveis para captar a luz
  • 2:36 - 2:39
    e permitir-nos de seguida
    emergir novamente.
  • 2:40 - 2:41
    Agora, com esta instalação,
  • 2:41 - 2:44
    deixa de existir
    o primeiro plano ou o fundo
  • 2:44 - 2:46
    ou uma câmara colocada no espaço
  • 2:46 - 2:49
    mas sim centenas
    de sensores que captam a luz
  • 2:49 - 2:52
    e captam o movimento
    de todas as direções possíveis.
  • 2:53 - 2:55
    Com os novos avanços tecnológicos,
  • 2:55 - 2:58
    podemos começar
    a olhar para a fotografia 3D,
  • 2:58 - 3:01
    captar a luz de múltiplas perspetivas,
  • 3:01 - 3:03
    o que nos permite reconstruir o objeto.
  • 3:04 - 3:06
    Isto é como fotografia 3D mas no espaço.
  • 3:06 - 3:09
    Com estes avanços tecnológicos,
  • 3:09 - 3:13
    podemos gravar um vídeo não apenas
    como uma imagem plana
  • 3:13 - 3:14
    mas como um volume.
  • 3:14 - 3:17
    É o que chamamos de "vídeo volumétrico,"
  • 3:17 - 3:21
    e tem a capacidade de gravar
    toda a ação de uma cena
  • 3:21 - 3:23
    enquanto um volume de três dimensões.
  • 3:23 - 3:26
    Agora, o que é um "voxel"?
  • 3:26 - 3:29
    Um voxel é como se fosse
    um pixel em três dimensões,
  • 3:29 - 3:35
    mas ao invés de uma imagem
    quadrada com luz e cor,
  • 3:35 - 3:38
    é um cubo em três dimensões,
  • 3:38 - 3:41
    com posições x, y e z,
  • 3:41 - 3:45
    o que nos permite criar
    uma captação total da cena
  • 3:45 - 3:47
    de qualquer perspetiva.
  • 3:47 - 3:52
    Isto cria uma cena iluminada
    totalmente imersa na luz,
  • 3:52 - 3:54
    de múltiplas perspetivas.
  • 3:54 - 3:59
    Fazer isto requer processar
    uma quantidade enorme de informações.
  • 3:59 - 4:04
    Temos de captar a luz
    com uma quantidade enorme de câmaras
  • 4:04 - 4:06
    para criar essas informações.
  • 4:07 - 4:10
    Para se fazer algo do género,
  • 4:10 - 4:15
    temos de ter uma quantidade
    enorme de câmaras
  • 4:16 - 4:18
    instaladas num palco,
  • 4:18 - 4:24
    e num palco com dimensão suficiente
    para uma experiência cinemática completa.
  • 4:24 - 4:29
    Sei que parece uma loucura
    mas foi exatamente o que fizemos,
  • 4:30 - 4:31
    Nos últimos três anos,
  • 4:31 - 4:36
    construímos uma cúpula enorme
    com câmaras volumétricas.
  • 4:36 - 4:39
    São cerca de 1000 m2 de palco,
  • 4:39 - 4:43
    o que nos permite captar
    a ação de qualquer local.
  • 4:43 - 4:45
    Colocámos centenas de câmaras,
  • 4:45 - 4:48
    que enviam uma quantidade
    tremenda de informações
  • 4:48 - 4:52
    para um centro de dados suportado
    por supercomputadores da Intel.
  • 4:53 - 4:56
    A capacidade de ter um palco
    com 1000 m2
  • 4:56 - 4:59
    permite-nos realizar
    todo o tipo de ações,
  • 4:59 - 5:01
    todo o tipo de "performances".
  • 5:01 - 5:05
    É o tamanho médio de um palco da Broadway.
  • 5:05 - 5:07
    Chamamos-lhe os Estúdios Intel,
  • 5:07 - 5:10
    e é o maior palco volumétrico do mundo,
  • 5:10 - 5:14
    com o objetivo de capacitar e explorar
  • 5:14 - 5:18
    esta nova geração de cinema imersivo.
  • 5:18 - 5:21
    Agora, para testar estas ideias,
  • 5:22 - 5:27
    pensámos no que poderíamos fazer
    numa primeira cena experimental.
  • 5:28 - 5:30
    Por isso optámos por uma cena "Western".
  • 5:30 - 5:35
    Arranjámos cavalos, cenógrafos, poeira,
  • 5:35 - 5:39
    tudo o que é necessário para criar
    uma cena típica de um "Western".
  • 5:39 - 5:42
    Mas desta vez, não havia
    uma câmara dentro da cena.
  • 5:42 - 5:46
    Nada se movia
    à exceção de todas as câmaras
  • 5:46 - 5:48
    instaladas ao redor.
  • 5:48 - 5:51
    O desafio para os atores foi tremendo.
  • 5:51 - 5:57
    Tinham de ter uma "performance"
    sem falhas, visível de todos os ângulos.
  • 5:58 - 6:02
    Não é possível esconder
    um soco ou ocultar a ação.
  • 6:03 - 6:05
    Tudo é captado e tudo é visionado.
  • 6:06 - 6:11
    O resultado desta nossa primeira captação
  • 6:11 - 6:14
    abriu os nossos olhos
    para as imensas possibilidades.
  • 6:14 - 6:18
    É como uma digitalização 3D
    de toda a cena.
  • 6:18 - 6:21
    Somos capazes de nos movermos
    e viajarmos pela cena.
  • 6:22 - 6:23
    O que se trata aqui
  • 6:23 - 6:26
    é que já não se trata de interpretar
    a luz emitida de um ecrã
  • 6:26 - 6:29
    mas sim de viajar dentro da luz.
  • 6:29 - 6:31
    viajar dentro da cena.
  • 6:31 - 6:34
    Isto abre obviamente muitas possibilidades
  • 6:34 - 6:38
    ao nível das narrativas
    e metodologias de criação.
  • 6:38 - 6:41
    São as possibilidades
    da nossa narrativa pessoal,
  • 6:41 - 6:44
    a possibilidade de criar
    a nossa própria história,
  • 6:44 - 6:46
    ou talvez assistir a outras histórias.
  • 6:47 - 6:50
    Vamos assistir a uma das últimas versões.
  • 6:50 - 6:51
    (Música)
  • 6:51 - 6:54
    O que estão a ver é vídeo volumétrico,
  • 6:54 - 6:57
    não há uma câmara física na cena.
  • 6:58 - 7:01
    Temos o controlo total...
  • 7:02 - 7:04
    do espaço e do tempo.
  • 7:14 - 7:17
    Mais uma vez,
    não existe uma câmara física.
  • 7:17 - 7:20
    Tudo foi captado por câmaras em redor.
  • 7:20 - 7:22
    Isto é muito bom,
  • 7:22 - 7:27
    mas e se quiséssemos ver
    a cena do ponto de vista do cavalo?
  • 7:27 - 7:29
    Também é possível.
  • 7:29 - 7:31
    (Cavalo a galope)
  • 7:31 - 7:34
    O que estão a ver agora é a mesma ação,
  • 7:34 - 7:37
    mas desta vez do ponto de vista do cavalo.
  • 7:37 - 7:41
    As possibilidades são ilimitadas.
  • 7:41 - 7:42
    (Aplausos)
  • 7:42 - 7:44
    Obrigado.
  • 7:44 - 7:47
    (Aplausos)
  • 7:47 - 7:51
    Tudo isto é ótimo para os criadores
    e para os argumentistas.
  • 7:51 - 7:53
    Abre uma enorme tela em branco
  • 7:53 - 7:56
    para um tipo diferente
    de narrativas e realização.
  • 7:56 - 7:58
    Mas e a audiência?
  • 7:58 - 8:01
    Como pode isto ser diferenciado
    para a audiência?
  • 8:01 - 8:03
    A fim de testarmos as nossas ideias,
  • 8:03 - 8:05
    fizemos uma parceria
    com a Paramount Pictures
  • 8:05 - 8:09
    para explorarmos os "media" imersivos
    numa produção de Hollywood.
  • 8:09 - 8:12
    Juntamente com
    o realizador Randal Kleiser,
  • 8:12 - 8:16
    recriámos o filme icónico de 1978,
  • 8:16 - 8:17
    "Brilhantina."
  • 8:17 - 8:20
    Alguns de vocês conhecem-no, outros não.
  • 8:20 - 8:23
    Um filme com 40 anos,
    uma experiência fantástica .
  • 8:23 - 8:30
    O nosso objetivo era perceber como
    podíamos pegar na icónica dança
  • 8:30 - 8:33
    e aprofundá-la com esta experiência,
  • 8:33 - 8:35
    aproximá-la mais da audiência.
  • 8:35 - 8:37
    Imaginem que podem não apenas ver o filme
  • 8:37 - 8:41
    mas estar lá dentro e dançar com os atores
  • 8:41 - 8:42
    e acompanhar a "performance".
  • 8:42 - 8:48
    Estamos a quebrar a barreira
    da mentalidade tradicional do 2D,
  • 8:48 - 8:51
    e a trazer uma forma
    muito mais rica de fazer filmes
  • 8:51 - 8:53
    e criar conteúdo.
  • 8:53 - 8:56
    Mas porquê assistir num ecrã?
  • 8:56 - 9:00
    Vamos tentar trazer estes atores
    aqui para o palco.
  • 9:05 - 9:07
    Não vão estar aqui realmente.
  • 9:07 - 9:08
    Vou usar um Ipad.
  • 9:08 - 9:09
    (Risos)
  • 9:09 - 9:11
    Desculpem.
  • 9:11 - 9:15
    Vou usar um Ipad
    para criar uma realidade aumentada.
  • 9:16 - 9:20
    Obviamente, estes aparelhos
    têm as suas limitações
  • 9:21 - 9:24
    ao nível de processamento
    de dados computacionais,
  • 9:24 - 9:26
    por isso temos de reduzir a resolução.
  • 9:27 - 9:31
    É o que estou a fazer,
    vou colocar aqui um marcador,
  • 9:31 - 9:37
    para poder indicar com exatião
    onde quero que todos apareçam.
  • 9:43 - 9:44
    OK.
  • 9:44 - 9:46
    Aqui estão eles.
  • 9:46 - 9:49
    (Aplausos)
  • 9:52 - 9:54
    John Travolta, ou...
  • 9:54 - 9:55
    (Risos)
  • 9:55 - 9:57
    uma versão dele.
  • 9:57 - 9:58
    Vamos ver então.
  • 9:58 - 10:00
    (Vídeo): Rapariga: Ei.
  • 10:00 - 10:01
    Rapaz: E é assim que se faz.
  • 10:01 - 10:02
    Rapariga: É a tua vez.
  • 10:02 - 10:04
    Rapaz: Malta! Vejam isto.
  • 10:04 - 10:07
    (Canção: "You´re the one that I want")
  • 10:07 - 10:09
    Danny: Sandy!
  • 10:09 - 10:11
    Sandy: Nem mais, borracho.
  • 10:12 - 10:16
    ♪ Até tenho arrepios.
    E são cada vez mais.
  • 10:17 - 10:21
    ♪ Estou a ficar descontrolada.
  • 10:21 - 10:25
    ♪ A energia que libertas
  • 10:25 - 10:27
    ♪ É eletrizante!
  • 10:27 - 10:28
    (Fim do vídeo)
  • 10:29 - 10:32
    (Aplausos)
  • 10:34 - 10:35
    Diego Prilusky: Obrigado.
  • 10:35 - 10:37
    (Aplausos)
  • 10:38 - 10:40
    Como podem ver,
  • 10:40 - 10:44
    podemos ver e viver conteúdo
    de uma forma tradicional
  • 10:44 - 10:46
    ou de uma forma imersiva.
  • 10:46 - 10:48
    É verdade, as possibilidades
    estão em aberto.
  • 10:49 - 10:53
    Não estamos a tentar
    mudar ou substituir os filmes.
  • 10:53 - 10:55
    Estamos a melhorá-los.
  • 10:55 - 11:00
    A tecnologia permite a possibilidade
    de pensarmos para além de um ecrã plano.
  • 11:00 - 11:04
    Vivemos tempos entusiasmantes
    e imersivos no cinema.
  • 11:04 - 11:07
    Estamos no limiar de uma nova era.
  • 11:07 - 11:10
    Estamos a abrir o portão
    a novas possibilidades
  • 11:10 - 11:12
    de narrativas imersivas,
  • 11:13 - 11:18
    à exploração e definição
    do que significa cinema imersivo.
  • 11:19 - 11:21
    Estamos apenas no início,
  • 11:21 - 11:24
    e convidamos-vos a todos
    a juntarem-se a nós.
  • 11:24 - 11:25
    Obrigado.
  • 11:25 - 11:30
    (Aplausos)
Title:
Como o vídeo volumétrico traz uma nova dimensão ao cinema
Speaker:
Diego Prilusky
Description:

Nesta palestra e demonstração técnica, o cineasta Diego Prilusky introduz o novo capítulo na realização de filmes: o vídeo volumétrico, uma experiência a 360º potenciada por centenas de câmaras que captam a luz e o movimento de todos os ângulos. Vejam como esta tecnologia cria um novo tipo de narrativa imersiva e a recriação de Prilusky de uma icónica coreografia de "Brilhantina" filmada com vídeo volumétrico.

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Video Language:
English
Team:
closed TED
Project:
TEDTalks
Duration:
11:43

Portuguese subtitles

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