O que acontece quando a biologia se transforma em tecnologia?
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0:01 - 0:04Uma mala cheia de fezes
mudou a minha vida. -
0:05 - 0:07Há dez anos eu era
aluna de pós-graduação -
0:07 - 0:10e era jurada numa competição universitária
de engenharia genética. -
0:11 - 0:15Foi lá que conheci a artista e "designer"
britânica Alexandra Daisy Ginsberg. -
0:15 - 0:17Ela estava a usar a camisa polo
branca e bordada -
0:17 - 0:19da equipa da Universidade de Cambridge
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0:19 - 0:20e tinha uma mala prateada,
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0:21 - 0:24como as que vemos nos filmes,
presas ao pulso com uma algema. -
0:24 - 0:26Com um gesto, chamou-me de parte
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0:26 - 0:28e perguntou-me se eu queria ver uma coisa.
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0:28 - 0:30Com um olhar sorrateiro,
abriu a mala -
0:30 - 0:35e lá dentro estavam seis gloriosos
e multicoloridos cocós. -
0:35 - 0:37Explicou-me que a equipa de Cambridge
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0:37 - 0:40tinha passado o verão
a modificar a bactéria E. coli -
0:40 - 0:43para esta conseguir detetar
coisas diferentes no ambiente -
0:43 - 0:46e produzir um arco-íris
de diversas cores como resposta. -
0:46 - 0:48Arsénio na água potável?
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0:48 - 0:49Essa estirpe ficava verde.
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0:49 - 0:52Ela e o seu colaborador,
o "designer" James King, -
0:52 - 0:55trabalharam com os alunos
e imaginaram os possíveis cenários -
0:55 - 0:57de como utilizar essas bactérias.
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0:57 - 0:59Que tal se pudéssemos usá-las
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0:59 - 1:03como uma bebida probiótica
e controladora de saúde ao mesmo tempo? -
1:04 - 1:07Beberíamos as bactérias,
que se alojariam no intestino, -
1:07 - 1:09observando o que se passa
e como resposta -
1:09 - 1:12seriam capazes de produzir
dejetos coloridos. -
1:12 - 1:13Incrível!
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1:13 - 1:15A equipa da Cambridge ganhou a competição
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1:15 - 1:18"International Genetically
Engineered Machine" -
1:18 - 1:19ou iGEM.
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1:19 - 1:22Para mim, aqueles cocós
foram um ponto de viragem. -
1:23 - 1:24Sou bióloga sintética,
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1:24 - 1:27uma profissão estranha
para a maioria das pessoas. -
1:27 - 1:30Parece mesmo um paradoxo.
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1:30 - 1:33Como é que algo natural como a biologia
pode ser sintética? -
1:33 - 1:36Como é que algo artificial
pode estar vivo? -
1:37 - 1:39Os biólogos sintéticos fazem ligações
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1:39 - 1:43entre o que é natural e o tecnológico.
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1:43 - 1:46Todos os anos, alunos da iGEM
de todo o mundo -
1:46 - 1:50passam o verão a tentar transformar
a biologia em tecnologia. -
1:50 - 1:53Ensinam bactérias a jogar sudoku,
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1:53 - 1:56fazem seda colorida de aranha,
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1:56 - 1:58fazem betão que se auto-repara
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1:58 - 2:01fazem impressoras de tecidos
e bactérias que comem plástico. -
2:01 - 2:03Mas, nessa altura,
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2:03 - 2:06eu estava mais preocupada
com um paradoxo diferente. -
2:06 - 2:08A simples engenharia genética.
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2:08 - 2:11O comediante Simon Munnery
uma vez escreveu -
2:11 - 2:15que a engenharia genética
é um insulto à verdadeira engenharia. -
2:15 - 2:19E que a engenharia genética
é como atirar cimento e aço num rio -
2:19 - 2:22e se alguém conseguir atravessar,
chamam-lhe uma ponte. -
2:22 - 2:25Por isso os biólogos sintéticos
estavam preocupados -
2:25 - 2:29que a engenharia genética
fosse mais arte do que ciência. -
2:29 - 2:33Queriam que a engenharia genética
fosse vista como uma área séria -
2:33 - 2:37onde podíamos programar células
e escrever ADN -
2:37 - 2:41da mesma forma que engenheiros
escrevem "software" para computadores. -
2:41 - 2:46Esse dia, há 10 anos,
fez-me chegar onde estou. -
2:46 - 2:47Hoje, sou a diretora criativa
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2:47 - 2:50numa empresa de biologia sintética
chamada Ginkgo Bioworks. -
2:50 - 2:52"Diretora criativa"
é um título estranho -
2:52 - 2:55numa empresa de biotecnologia
onde se tenta programar a vida -
2:55 - 2:57tal como se programam computadores.
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2:57 - 2:59Mas no dia em que conheci a Daisy
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2:59 - 3:01aprendi algo sobre engenharia.
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3:01 - 3:04Aprendi que engenharia
não é só equações, -
3:04 - 3:06aço e circuitos.
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3:06 - 3:08Tem a ver com pessoas.
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3:08 - 3:10É algo que as pessoas fazem
e que nos afeta. -
3:10 - 3:12Por isso, no meu trabalho,
-
3:12 - 3:15tento criar novos espaços para
diferentes tipos de engenharia. -
3:15 - 3:18Como podemos fazer perguntas melhores
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3:18 - 3:20e ter conversas melhores
-
3:20 - 3:22acerca do que esperamos
do futuro da tecnologia? -
3:22 - 3:25Como podemos compreender
-
3:25 - 3:28as razões tecnológicas,
políticas e sociais -
3:28 - 3:30de tão grande divisão da sociedade
provocada pelos OGM? -
3:31 - 3:33Conseguiremos criar OGM
de que as pessoas gostem? -
3:33 - 3:39Conseguiremos usar a biologia para fazer
tecnologia mais expansiva e regeneradora? -
3:39 - 3:43Penso que isso começa por reconhecermos
que, como biólogos sintéticos, -
3:43 - 3:47também somos modelados por uma cultura
que valoriza a "engenharia a sério" -
3:47 - 3:49e não estas lamechices.
-
3:49 - 3:54Estamos tão concentrados
em circuitos e computadores -
3:54 - 3:57que às vezes esquecemo-nos
da magia dentro de nós. -
3:57 - 4:00Há muita tecnologia de caca por aí,
-
4:00 - 4:04mas esta foi a primeira vez
que pensei em fezes como tecnologia. -
4:05 - 4:08Percebi que a biologia sintética
era fantástica -
4:08 - 4:11não porque transformamos células
em computadores, -
4:11 - 4:14mas porque dá vida à tecnologia.
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4:14 - 4:15Esta tecnologia é visceral
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4:16 - 4:19e uma visão inesquecível
do que o futuro pode ser. -
4:19 - 4:21Mas também coloca
uma questão importante: -
4:21 - 4:23"É este o futuro que queremos?"
-
4:23 - 4:26Prometeram-nos um futuro cromado,
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4:26 - 4:29mas e se o futuro for de carne?
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4:29 - 4:31A ciência e a ficção científica
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4:31 - 4:34lembram-nos que somos feitos
do mesmo material que as estrelas. -
4:34 - 4:37Também poderão lembrar-nos
a maravilha e a peculiaridade -
4:37 - 4:38de sermos feito de carne?
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4:38 - 4:40A biologia somos nós.
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4:40 - 4:42É o nosso corpo, é o que comemos.
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4:42 - 4:45O que acontece quando a biologia
se transforma em tecnologia? -
4:46 - 4:48Estas imagens são perguntas
-
4:48 - 4:51e questionam aquilo que vemos
como normal ou desejável. -
4:52 - 4:55Também nos mostram
que o futuro está cheio de escolhas -
4:55 - 4:57e que podemos escolher algo diferente.
-
4:57 - 5:00Qual é o futuro do corpo, da beleza?
-
5:00 - 5:04Se mudarmos o corpo,
teremos novos tipos de perceções? -
5:04 - 5:07Será que novos tipos de perceções
do mundo microbiano -
5:07 - 5:09podem alterar
a forma como comemos? -
5:09 - 5:13O último capítulo da minha dissertação
foi sobre o queijo que eu fiz -
5:13 - 5:16usando bactérias que retirei
de entre os dedos dos pés. -
5:16 - 5:18Eu disse-vos que as fezes
mudaram a minha vida. -
5:18 - 5:22Trabalhei com Sissel Tolaas,
artista e investigadora de odores, -
5:22 - 5:26para explorar as maneiras como
os nossos corpos e o queijo estão ligados -
5:26 - 5:29através do cheiro e, portanto,
através de micróbios. -
5:29 - 5:31E criámos este queijo
-
5:31 - 5:33para desafiar a forma
como pensamos nas bactérias -
5:33 - 5:35que fazem parte da nossa vida
-
5:35 - 5:38e nas bactérias com que trabalhamos
em laboratório. -
5:38 - 5:40De facto, somos o que comemos.
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5:40 - 5:42A interseção entre biologia e tecnologia
-
5:42 - 5:46é uma história que vai além
da nossa realidade carnal. -
5:46 - 5:48Se passarmos o nosso cérebro
para um computador -
5:48 - 5:50já não precisamos de defecar.
-
5:50 - 5:54E isso é habitualmente uma história
que é considerada uma coisa boa, não é? -
5:54 - 5:58Porque os computadores são limpos
e a biologia é suja. -
5:58 - 6:01Os computadores fazem sentido
e são racionais, -
6:01 - 6:05e a biologia é uma confusão imprevisível.
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6:05 - 6:07Parece que é daí que vem a ideia
-
6:07 - 6:10de que a ciência e a tecnologia
devem ser racionais, -
6:10 - 6:11objetivas
-
6:11 - 6:13e puras,
-
6:13 - 6:16e que os seres humanos
são uma confusão total. -
6:16 - 6:19Mas tal como os biólogos sintéticos
fazem ligações -
6:19 - 6:22entre a Natureza e a tecnologia,
-
6:22 - 6:24os artistas, os "designers"
e os cientistas sociais -
6:24 - 6:28mostraram-me que as linhas que traçamos
entre Natureza, tecnologia e sociedade -
6:29 - 6:31são mais esbatidas do que pensamos.
-
6:31 - 6:34Desafiam-nos a repensar
as nossas visões do futuro -
6:34 - 6:37e as nossas fantasias
acerca de controlar a Natureza. -
6:37 - 6:41Mostram-nos como os nossos
preconceitos, esperanças e valores -
6:41 - 6:44estão enraizados
na ciência e na tecnologia -
6:44 - 6:46através das nossas perguntas e escolhas.
-
6:46 - 6:51Tornam visíveis as maneiras
como a ciência e a tecnologia são humanas -
6:51 - 6:52e, portanto, políticas.
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6:52 - 6:55O que significa controlar a vida
-
6:55 - 6:56para os nossos próprios fins?
-
6:56 - 6:58Os artistas Oron Catts e Ionat Zurr
-
6:58 - 7:00têm um projeto chamado
"Couro Sem Vítimas" -
7:00 - 7:03em que criaram um pequeno casaco de couro
-
7:03 - 7:05com células de ratos.
-
7:05 - 7:07Este casaco está vivo?
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7:07 - 7:10O que é preciso para que cresça
e se mantenha assim? -
7:10 - 7:12Será mesmo sem vítimas?
-
7:12 - 7:15E o que é que isso significa?
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7:15 - 7:16As escolhas que fazemos
-
7:16 - 7:20e o que mostramos e escondemos
nas nossas histórias de progresso, -
7:20 - 7:23são muitas vezes escolhas políticas
com consequências reais. -
7:24 - 7:28Como irá a tecnologia genética
alterar a forma como nos vemos -
7:28 - 7:29e definimos os nossos corpos?
-
7:29 - 7:32A artista Heather Dewey-Hagborg
criou estas caras -
7:32 - 7:35com base em sequências de ADN
que extraiu do lixo da rua, -
7:35 - 7:38o que nos obriga a pensar
em privacidade genética -
7:38 - 7:42e em como o ADN nos pode, ou não, definir.
-
7:42 - 7:45Como iremos combater e lidar
com as alterações climáticas? -
7:45 - 7:48Iremos mudar a forma como fazemos tudo,
-
7:48 - 7:52utilizando materiais biológicos
que podem crescer e degradar-se connosco? -
7:52 - 7:54Iremos alterar o nosso próprio corpo?
-
7:54 - 7:56Ou até a Natureza?
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7:56 - 8:00Ou iremos mudar o sistema
que reforça esses limites -
8:00 - 8:03entre ciência, sociedade,
natureza e tecnologia? -
8:03 - 8:07Relações que nos mantêm
presos nestes padrões insustentáveis. -
8:07 - 8:10A forma como respondemos a crises
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8:10 - 8:13ao mesmo tempo naturais,
sociais e técnicas, -
8:13 - 8:15desde o coronavírus à alteração climática,
-
8:15 - 8:17é altamente política,
-
8:17 - 8:20e a ciência nunca acontece no vazio.
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8:20 - 8:21Voltemos atrás no tempo,
-
8:21 - 8:24à chegada dos primeiros
colonos europeus ao Havai. -
8:24 - 8:28Provavelmente levaram gado
e cientistas com eles. -
8:28 - 8:30O gado percorreu os montes,
-
8:30 - 8:33atropelando e alterando
os ecossistemas no seu caminho. -
8:33 - 8:37Os cientistas catalogaram
as espécies que lá encontraram, -
8:37 - 8:40usando, por vezes, o último espécime
antes de ficar extinto. -
8:40 - 8:42Esta é a Maui hau kuahiwi
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8:42 - 8:45ou Hibiscadelphus wilderianus
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8:45 - 8:47denominada por Gerrit Wilder em 1910.
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8:47 - 8:50Em 1912 já estava extinta.
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8:50 - 8:53Encontrei este espécime
no herbário da Universidade de Harvard -
8:53 - 8:57onde está guardado junto de cinco milhões
de outros espécimes de todo o mundo. -
8:57 - 9:00Queria pegar num pedaço
de ciência do passado -
9:00 - 9:02ainda que ligado ao colonialismo
-
9:02 - 9:04e em todas as ideias
-
9:04 - 9:08da forma como Natureza, ciência
e sociedade devem trabalhar juntos -
9:08 - 9:11e fazer perguntas acerca
do futuro da ciência. -
9:11 - 9:13Em conjunto com uma equipa
fantástica na Ginkgo -
9:13 - 9:16e com outras na Universidade
da Califórnia, -
9:16 - 9:18conseguimos extrair um pouco de ADN
-
9:18 - 9:20de um pequeno pedaço desta planta
-
9:20 - 9:22e sequenciar o seu ADN.
-
9:22 - 9:25Depois voltámos a sintetizar
uma possível versão -
9:25 - 9:29dos genes que produzem
o cheiro da planta. -
9:29 - 9:31Ao inserirmos esses genes em levedura
-
9:31 - 9:34pudemos produzir
pequenas quantidades desse cheiro -
9:34 - 9:35e talvez conseguir cheirar
-
9:35 - 9:37um pouco duma coisa que já não existe.
-
9:38 - 9:40Noutro trabalho,
com a Daisy e a Sissel Tolaas -
9:40 - 9:42as minhas colaboradoras
no projeto do queijo -
9:42 - 9:46reconstruímos e fabricámos
um novo cheiro para esta flor -
9:46 - 9:49e criámos um lugar onde
as pessoas podiam experimentá-lo -
9:49 - 9:53e fazer parte desta história natural
e deste futuro sintético. -
9:54 - 9:57Há 10 anos, eu era uma bióloga sintética
-
9:57 - 10:00que achava que a engenharia genética
era mais arte do que ciência -
10:00 - 10:02e que as pessoas eram demasiado sujas
-
10:02 - 10:03e a biologia era muito complicada.
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10:04 - 10:07Agora, uso engenharia genética como arte
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10:07 - 10:10para explorar as diferentes formas
em que estamos interligados -
10:10 - 10:12e imaginar diferentes futuros possíveis.
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10:12 - 10:14Um futuro de carne
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10:14 - 10:17reconhece estas interligações
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10:17 - 10:20e as realidades humanas da tecnologia.
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10:20 - 10:23Mas também reconhece
o incrível poder da biologia -
10:23 - 10:26a sua resiliência e sustentabilidade
-
10:26 - 10:28a sua capacidade de curar,
crescer e adaptar-se. -
10:28 - 10:31Valores que são tão necessários
-
10:31 - 10:33para as visões dos futuros
que podemos ter hoje. -
10:33 - 10:35A tecnologia vai modelar esse futuro
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10:35 - 10:38mas os seres humanos fazem a tecnologia.
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10:38 - 10:40Como decidimos qual será esse futuro
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10:40 - 10:42depende de todos nós.
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10:42 - 10:44Obrigada.
- Title:
- O que acontece quando a biologia se transforma em tecnologia?
- Speaker:
- Christina Agapakis
- Description:
-
"Foi-nos prometido um futuro cromado, mas e se o futuro for de carne?" pergunta a "designer" biológica Christina Agapakis. Nesta palestra inspiradora, Agapakis fala sobre o seu trabalho como bióloga sintética, uma área de pesquisa multidisciplinar onde se fazem ligações entre o que é natural e artificial, e explica como derrubar as barreiras entre ciência, sociedade, natureza e tecnologia nos pode levar a imaginar diferentes futuros.
- Video Language:
- English
- Team:
- closed TED
- Project:
- TEDTalks
- Duration:
- 10:58
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