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O que a COVID-19 significa para o futuro do comércio, do capitalismo e do dinheiro físico

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    Corey Hajim: Hoje,
    o nosso convidado é Dan Schulman,
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    diretor executivo do PayPal.
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    Quando a maioria de nós pensa no PayPal,
    pensamos em compras "online"
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    ou em retribuir a um amigo
    uma bebida, através do Venmo.
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    Mas o PayPal também é um importante
    elemento nos serviços financeiros,
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    funcionando muitas vezes
    como alternativa a um banco tradicional.
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    Durante esta pandemia,
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    o PayPal apoiou pequenas empresas
    em todo o mundo,
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    com empréstimos, isenção de taxas
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    e ampliando os programas de reembolso.
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    Também trabalhou com o governo dos EUA
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    no Programa de Proteção Salarial,
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    além de distribuir cheques-incentivo.
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    Isso possibilitou uma demonstração
    de generosidade "online".
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    A tendência de pagamentos digitais
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    ou o que poderemos querer pensar agora
    como "pagamentos sem contacto",
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    acelerou imenso
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    e está a mudar para sempre a forma
    como pensamos no comércio.
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    Portanto, estou muito contente
    por termos o Dan aqui connosco.
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    Muito obrigada, Dan.
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    Dan Schulman: Obrigado por me receber,
    Corey. É um prazer estar aqui consigo.
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    CH: É ótimo vê-lo.
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    Portanto, vamos então começar.
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    Alguns meses depois da chegada
    desta pandemia,
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    mais de 30 milhões de pessoas
    declararam-se desempregadas,
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    somente nos EUA.
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    Estas são circunstâncias
    pouco usuais,
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    mas parece ser claro que estamos
    a andar à beira de um abismo
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    e agora imensos negócios
    e os seus funcionários
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    estão a enfrentar
    enormes problemas financeiros.
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    Quão preocupado é que está?
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    DS: Bem, eu penso que a crise
    revelou três coisas.
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    Obviamente,
    é uma crise sanitária
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    para imensas pessoas.
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    Segundo, é uma crise
    sanitária que fez ricochete
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    e o mundo está agora
    a sofrer uma crise económica.
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    E a terceira crise
    de que não falamos muito,
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    mas que acho que está a ter impacto
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    na forma como vamos viver
    as nossas vidas daqui em diante
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    é que isto é também
    uma crise psicológica.
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    As pessoas estão a reexaminar
    o seu lugar no mundo,
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    o que se está a passar no planeta,
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    como vão viver as suas vidas,
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    tanto durante a pandemia
    como no pós-pandemia.
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    E, portanto, eu acho que isto é algo
    em que vamos ter de lidar
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    com cada uma dessas fases
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    Mas você disso isto
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    e eu concordo totalmente:
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    esta crise económica já existia
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    muito antes de a pandemia a ter revelado.
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    É como se o nível da água
    tivesse descido
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    e revelado o que já lá estava.
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    Havia, por exemplo, nos EUA,
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    185 milhões de adultos
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    com dificuldades para pagar as contas
    no fim do mês.
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    Há mais de 70 milhões de adultos
    fora do sistema financeiro
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    a gastar mais de 140 mil milhões
    de dólares em altas taxas de juro,
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    taxas desnecessárias
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    e igualmente com dificuldades.
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    E, portanto, eu penso
    que o que isto fez
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    — porque não podemos ignorar
    taxas de desemprego de 20% ou 25% —
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    foi que revelou esta crise
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    e forçou muitas pessoas a fazer
    coisas que talvez não tivessem feito
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    se esta crise não tivesse ocorrido.
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    CH: Sim, eu concordo.
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    Há muitos desafios
    e muitas oportunidades
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    e eu acho que você falou
    da oportunidade
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    de as transações digitais
    serem úteis para as pessoas
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    e a tendência, obviamente, como disse,
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    tem acelerado imenso e empurrou-nos
    ainda mais para este mundo.
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    Então, estou curiosa:
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    Como é que é o mundo
    sem dinheiro vivo?
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    Ou com menos dinheiro vivo?
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    Quais são as vantagens
    e quais são os desafios
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    ao fazer-se esta transição?
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    DS: Eu acho que algumas
    das tendências que estão a surgir
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    na saída desta pandemia
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    ou a entrar nela
    e, ao olharmos em frente,
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    é que isto foi uma mudança
    descontínua na linha de tendências,
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    com a mudança do físico para o digital.
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    Eu acho que aceleramos
    muitas formas de capacidades digitais
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    entre três a cinco anos.
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    E isso pode ser desde pagamentos digitais
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    e telemedicina
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    até à mudança da face
    de vendas e serviços
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    e como pensamos sobre
    essas vendas e serviços,
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    à mudança da face do entretenimento
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    e até à mudança da forma como os governos
    pensam sobre gerir e mover dinheiro
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    e pensar de verdade sobre
    moedas digitais daqui em diante.
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    E, portanto, eu penso que há
    um número colossal de mudanças
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    que vão ocorrer
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    durante esta pandemia e na saída dela.
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    Os pagamentos digitais são uma
    das maiores mudanças que ocorrerão.
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    O dinheiro já existe há algum tempo,
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    há milhares de anos.
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    Eu não arriscaria prever o seu fim.
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    Muitas pessoas se enganaram
    ao fazer isso.
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    Mas não há dúvida alguma
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    de que se vai ver uma aceleração
    na queda do dinheiro vivo.
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    No ano passado, houve mais de
    18 biliões de dólares em dinheiro vivo,
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    gastos em vendas e serviços.
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    Oitenta e cinco por cento
    das transações feitas no mundo
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    ainda são feitas hoje
    em dinheiro vivo.
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    Mas, neste momento, a grande mudança
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    é em direção a pagamentos digitais
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    e isso é, ao mesmo tempo, o advento
    e a aceleração do comércio
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    que está a acontecer,
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    assim como a mudança para pagamentos
    sem contacto, como a Corey disse,
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    e o ímpeto por detrás disso
    são razões sanitárias.
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    As pessoas não querem mexer
    em dinheiro com as mãos.
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    Não querem tocar em ecrãs.
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    Não querem pegar numa caneta
    e assinar no ponto de venda.
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    Portanto, há uma procura
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    do pagamento sem contacto
    e dos pagamentos digitais
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    para manter as exigências
    de distanciamento social
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    de forma a proteger
    a saúde dos caixas
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    e a saúde dos consumidores.
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    E eu acho que iremos ver
    — e já estamos a ver na nossa empresa —
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    uma vaga de pagamentos digitais
    pelo mundo fora.
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    CH: Parece ser uma ótima oportunidade,
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    mas como é que asseguramos
    que esta transição é inclusiva?
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    O Dan falou como tantas pessoas
    são mal servidas
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    pela indústria bancária tradicional.
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    Como é que temos a certeza
    que essas pessoas
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    têm essa oportunidade?
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    E parece-me que um "smartphone"
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    torna-se um item essencial.
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    Como é que abordamos isso?
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    DS: Sim.
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    Eu acho que um telemóvel
    é essencial para entender isto.
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    Eu tenho dito frequentemente
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    que um dos projetos mais ambiciosos
    para a indústria dos serviços financeiros
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    é essa ideia de não ser apenas
    a inclusão financeira.
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    A maioria das pessoas definem
    inclusão financeira
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    como alguém ter acesso
    a uma conta bancária,
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    mas ter somente acesso
    a uma conta bancária não é suficiente.
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    Eu penso que
    o que devemos pretender
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    é saber como é que pensamos
    sobre a estabilidade financeira.
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    Como é que nos asseguramos
    que as pessoas têm a capacidade
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    de ter os meios necessários
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    para poupar e conseguir resistir
    a um choque financeiro no sistema?
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    Eu acredito que os telemóveis
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    vão ser o meio para isto acontecer
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    e vão ser muito inclusivos
    daqui em diante.
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    Vai haver cerca de seis mil milhões
    de "smartphones" no mundo
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    nos próximos anos.
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    O custo de um "smartphone"
    está em queda livre.
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    Creio que na Índia agora se pode comprar
    um "smartphone" por menos de 25 dólares.
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    Portanto, vai haver uma omnipresença
    de "smartphones" no mundo
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    e o que é interessante é que,
    em populações de baixos recursos,
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    há um maior número de "smartphones"
    do que nas de maiores recursos,
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    porque o "smartphone" é o único
    dispositivo que a pessoa possui.
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    Indivíduos com maiores recursos
    poderão ter computadores ou iPads,
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    esse género de coisa,
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    mas os de baixos recursos
    só conseguem ter um
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    e escolhem um "smartphone",
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    porque podem viver a sua vida
    através daquele dispositivo.
  • 9:00 - 9:02
    E pensem nesse dispositivo.
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    Uma pessoa tem todo o poder
    de uma filial bancária
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    na palma da mão.
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    E quando conseguimos começar
    a criar distribuição de serviços,
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    serviços financeiros,
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    através de um "smartphone",
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    então conseguimos gerir
    e mover dinheiro
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    de formas que não conseguíamos
    tradicionalmente.
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    No mundo físico,
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    se recebermos um cheque,
  • 9:30 - 9:33
    precisamos de ir depositá-lo
    a um local de depósito.
  • 9:33 - 9:36
    Estamos na fila durante 30 minutos.
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    E depois cobram-nos
    entre 2 e 5%
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    só para trocar o formato da divisa
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    de cheque para dinheiro físico.
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    Depois de termos isso,
    se quisermos pagar uma conta,
  • 9:48 - 9:50
    precisamos de estar na fila de novo
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    para pagar a conta
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    e depois temos de pagar
    cerca de 10 dólares
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    de taxa de uma conta individual.
  • 9:57 - 10:00
    Se fizermos isso através
    de um "smartphone",
  • 10:00 - 10:04
    poupamos imenso tempo,
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    porque, se estivermos fora
    do sistema financeiro,
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    gerir e mover dinheiro é praticamente
    um trabalho a tempo parcial
  • 10:10 - 10:12
    para o fazer.
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    Portanto, não só poupamos tempo
    e devolvemos tempo às pessoas,
  • 10:15 - 10:19
    mas também podemos cortar
    no custo das transações
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    entre 50% e 75%.
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    Lembram-se do valor de 140 mil
    milhões de dólares de que falei?
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    Isso é só nos EUA.
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    Imaginem que podíamos
    cortar esse valor a meio
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    e devolvê-lo às populações
    mais vulneráveis
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    que mais dele precisam.
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    Portanto, eu acho
    que há uma enorme promessa
  • 10:41 - 10:43
    no uso de tecnologia
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    para ajudar a oferecer
    não só inclusão
  • 10:46 - 10:50
    e assegurar que não há pessoas
    com acesso digital e outras sem acesso,
  • 10:50 - 10:53
    mas também para começar esta jornada
    em direção à estabilidade financeira.
  • 10:54 - 10:56
    CH: Sim, eu penso
    que muitas pessoas não percebem
  • 10:56 - 10:59
    que não precisam de conta bancária
    ou um cartão de crédito
  • 10:59 - 11:03
    para abrir uma conta PayPal,
  • 11:03 - 11:05
    o que é bastante interessante.
  • 11:06 - 11:09
    O Dan imagina uma era
    em que não haja bancos tradicionais
  • 11:09 - 11:13
    ou, pelo menos, tenham um papel menor
    na indústria de serviços financeiros?
  • 11:14 - 11:17
    DS: Bem, eu acho que, neste momento,
  • 11:17 - 11:20
    a indústria de serviços financeiros
    está a evoluir,
  • 11:20 - 11:25
    portanto eu acho que os bancos
    vão sempre desempenhar um papel
  • 11:25 - 11:29
    ou, pelo menos, até tão longe
    no futuro como consigo pensar,
  • 11:29 - 11:31
    mas vai evoluir.
  • 11:31 - 11:35
    Por exemplo, pense-se
    em cartões de crédito.
  • 11:35 - 11:37
    Hoje pensamos num cartão de crédito
  • 11:37 - 11:40
    e pensamos predominantemente
    num formato específico,
  • 11:41 - 11:43
    algo que se consegue tirar do bolso.
  • 11:43 - 11:47
    Por vezes, há uma posição social
    associada com o que se tira do bolso,
  • 11:47 - 11:51
    e que depende da cor do cartão de crédito.
  • 11:52 - 11:56
    Mas eu penso que esses
    fatores começam a desaparecer
  • 11:56 - 11:59
    e estão em carteiras digitais.
  • 11:59 - 12:03
    Portanto, o crédito vai ser sempre
    um elemento importante.
  • 12:03 - 12:05
    Para a maioria das pessoas no mundo,
  • 12:05 - 12:11
    o problema não é que as suas despesas
    excedem o que recebem.
  • 12:11 - 12:15
    O problema é que não está distribuído
    uniformemente.
  • 12:15 - 12:19
    Portanto, há alturas em que as despesas
    excedem o que se recebe
  • 12:19 - 12:24
    e aí é preciso algum título de crédito
    para compensar essa diferença.
  • 12:24 - 12:30
    Então, eu acho que as formas de crédito
    vão ser sempre um elemento importante.
  • 12:30 - 12:35
    Mas a forma como se concede crédito
    vai mudar daqui em diante
  • 12:36 - 12:39
    e a forma como pensa
    acerca de pontuar pessoas
  • 12:39 - 12:42
    em termos de medição de riscos
    na atribuição de créditos.
  • 12:42 - 12:46
    Tradicionalmente,
    em países mais desenvolvidos,
  • 12:46 - 12:50
    usa-se as chamados pontuações FICO,
  • 12:50 - 12:54
    mas essas ignoram muitas
    das transações financeiras
  • 12:54 - 12:57
    que as pessoas que estão fora
    do sistema financeiro fazem,
  • 12:57 - 13:01
    como pagar renda
    ou pagar contas a tempo.
  • 13:01 - 13:07
    Com os dados e as informações
    e a aprendizagem de máquinas
  • 13:07 - 13:09
    — e precisamos de ser cuidadosos
  • 13:09 - 13:12
    para não haver preconceitos
    nesses algoritmos —
  • 13:12 - 13:16
    podemos começar a fazer coisas
    que nunca podiam ser feitas.
  • 13:16 - 13:18
    Eu vou dar um pequeno exemplo.
  • 13:18 - 13:23
    Nós somos um dos maiores fornecedores
    de fundo de maneio a pequenas empresas
  • 13:23 - 13:25
    em todo o mundo.
  • 13:25 - 13:28
    Nós estamos provavelmente
    nos primeiros cinco lugares nos EUA,
  • 13:28 - 13:32
    com mais de 14 ou 15
    mil milhões de dólares
  • 13:32 - 13:35
    de empréstimo em fundo de maneio
    para pequenos negócios.
  • 13:36 - 13:40
    Setenta por cento disso
    vai para os 30% dos condados
  • 13:41 - 13:44
    onde dez ou mais bancos
    fecharam filiais.
  • 13:45 - 13:47
    E onde é que os bancos fecham filiais?
  • 13:47 - 13:49
    Os bancos fecham filiais em bairros
  • 13:50 - 13:53
    onde o rendimento médio
    está abaixo da média nacional,
  • 13:53 - 13:56
    o que faz sentido porque,
    uma filial, para ser lucrativa,
  • 13:56 - 13:59
    precisa de um certo número
    de depósitos.
  • 13:59 - 14:01
    Só assim essa filial será,
    de facto, lucrativa.
  • 14:01 - 14:04
    Portanto, em bairros
    de rendimentos mais baixos,
  • 14:04 - 14:06
    as filiais estão a começar a fechar.
  • 14:07 - 14:09
    Então porque é que 70%
    dos nossos empréstimos
  • 14:09 - 14:11
    são nesses bairros?
  • 14:11 - 14:13
    Porque usamos
    a aprendizagem de máquinas.
  • 14:13 - 14:16
    Nós nem olhamos para as pontuações FICO.
  • 14:16 - 14:19
    Olhamos para uma série
    de elementos diferentes.
  • 14:19 - 14:23
    E assim podemos emprestar
    a esses bairros de rendimentos mais baixos
  • 14:23 - 14:25
    onde mais ninguém pode
  • 14:25 - 14:27
    e, quando fazemos isso,
  • 14:27 - 14:33
    a média de vendas
    de uma pequena empresa sobe até 22%.
  • 14:33 - 14:37
    Imaginem o impacto que isso tem
    em comunidades e bairros
  • 14:37 - 14:40
    onde eles podem ter finalmente
    o fundo de maneio
  • 14:40 - 14:42
    para expandir essas pequenas empresas.
  • 14:42 - 14:44
    Eu acho que isso é um exemplo perfeito
  • 14:44 - 14:48
    da promessa do que a tecnologia
    e os serviços financeiros
  • 14:48 - 14:50
    em trabalho conjunto podem fazer.
  • 14:51 - 14:54
    CH: Eu acho que é muito interessante.
  • 14:54 - 14:55
    Estou curiosa.
  • 14:55 - 15:01
    A indústria tecnológica tem sido criticada
    por acumular poder sobre a sociedade
  • 15:01 - 15:05
    e não é que a indústria bancária
    não seja criticada.
  • 15:05 - 15:09
    Mas o que diz acerca de pessoas
    que possam estar preocupadas
  • 15:09 - 15:13
    por as empresas tecnológicas terem
    ainda mais influência e controlo
  • 15:13 - 15:15
    sobre o que se passa na vida delas?
  • 15:15 - 15:17
    DS: Sim.
  • 15:17 - 15:24
    Bem, eu penso que o mais importante para
    qualquer empresa e empresa tecnológica
  • 15:24 - 15:30
    é respeitar os limites
  • 15:30 - 15:34
    em termos do que os consumidores esperam
    de uma empresa que lhes presta serviços.
  • 15:35 - 15:39
    Eu penso que o atributo de marca
    mais importante que uma marca pode ter
  • 15:39 - 15:41
    é confiança
  • 15:41 - 15:45
    e a confiança surge da compreensão
  • 15:45 - 15:49
    de que uma empresa respeita
    a privacidade dos clientes
  • 15:49 - 15:54
    e não irá vender
    os seus dados ou informações
  • 15:54 - 16:00
    e que pode fazer transações
    de forma segura
  • 16:00 - 16:04
    de modo a que as suas transações
    estejam protegidas.
  • 16:04 - 16:08
    E eu acho que isso é
    fundamental
  • 16:08 - 16:12
    e acho que qualquer empresa
    precisa de respeitar isso.
  • 16:12 - 16:16
    Eles precisam de garantir
    que os consumidores
  • 16:17 - 16:20
    têm a privacidade que eles desejam
  • 16:20 - 16:24
    e a segurança e proteção
    que é requerida
  • 16:24 - 16:26
    para servi-los da forma correta.
  • 16:27 - 16:32
    CH: E obviamente, você ganhou bastante
    confiança com o governo dos EUA.
  • 16:32 - 16:36
    Talvez pudéssemos falar um pouco
    sobre como tem estado a trabalhar com eles
  • 16:36 - 16:41
    para distribuir dinheiro através
    do Programa de Proteção Salarial.
  • 16:41 - 16:42
    E eu estava curiosa,
  • 16:42 - 16:45
    porque tenho lido sobre isso
  • 16:45 - 16:48
    e parece que cerca de 30 milhões
    de pequenas empresas nos EUA
  • 16:48 - 16:51
    estão habilitados a ter esses fundos,
  • 16:51 - 16:54
    mas apenas seis milhões
    receberam os empréstimos.
  • 16:54 - 16:56
    O que acha que aconteceu?
  • 16:57 - 16:58
    DS: Sim.
  • 16:58 - 17:01
    Eu acho que, inicialmente, o governo
  • 17:01 - 17:03
    — e eu dou-lhe bastante mérito —
  • 17:03 - 17:06
    respondeu bastante rápido,
  • 17:06 - 17:10
    com um pacote de estímulo
    de 3 biliões de dólares.
  • 17:10 - 17:13
    Eram valores enormes
    que estavam em causa
  • 17:13 - 17:16
    num espaço de tempo
    consideravelmente curto.
  • 17:16 - 17:20
    Nós estávamos a trabalhar
    com várias agências,
  • 17:20 - 17:24
    muito estreitamente
    com o Departamento do Tesouro
  • 17:24 - 17:28
    em termos de distribuição do estímulo.
  • 17:28 - 17:33
    E eles estavam a trabalhar
    noite e dia nisto.
  • 17:34 - 17:37
    A Agência para Pequenos Negócios
    estava a trabalhar noite e dia.
  • 17:37 - 17:41
    Mas isto eram volumes
    que nunca antes tinham sido vistos
  • 17:41 - 17:44
    que estavam a percorrer estes sistemas
  • 17:44 - 17:49
    e a primeira prestação destes empréstimos
  • 17:49 - 17:50
    foi muito difícil.
  • 17:50 - 17:56
    Houve muitas dificuldades técnicas
    a enviá-los para as pequenas empresas.
  • 17:57 - 18:00
    E aquela primeira prestação
    não foi suficiente,
  • 18:00 - 18:04
    foi rapidamente usada
  • 18:04 - 18:08
    e ainda havia muitas pequenas empresas
  • 18:08 - 18:10
    que precisavam de dinheiro.
  • 18:10 - 18:12
    A segunda prestação que saiu
  • 18:12 - 18:14
    ainda está atualmente em efeito.
  • 18:14 - 18:16
    Ainda não foi totalmente usada
  • 18:16 - 18:19
    e continuamos a emprestar ao abrigo dela.
  • 18:19 - 18:24
    Já emprestámos a cerca
    de 50 000 pequenas empresas.
  • 18:25 - 18:28
    Emprestámos perto de
    1700 milhões de dólares
  • 18:28 - 18:31
    e a dimensão do nosso empréstimo,
  • 18:31 - 18:33
    de que me orgulho bastante,
  • 18:33 - 18:36
    é de cerca de 31 000 dólares.
  • 18:36 - 18:40
    A média que um banco faz
    é entre 100 e 125 000 dólares.
  • 18:40 - 18:46
    Portanto, estamos a emprestar
    a estas verdadeiras pequenas empresas
  • 18:48 - 18:52
    e estou orgulhoso
    por termos podido fazer isso
  • 18:52 - 18:56
    e acho que devemos dar mérito
    ao governo dos EUA
  • 18:56 - 18:59
    e aos governos do mundo inteiro
  • 18:59 - 19:01
    que estão a levar isto muito a sério
  • 19:01 - 19:06
    e a colocar uma quantidade imensa,
    uma percentagem do seu PIB,
  • 19:06 - 19:09
    de forma a salvar pequenas empresas
  • 19:10 - 19:12
    e de forma a tentar
    tomar conta de consumidores
  • 19:12 - 19:17
    que se encontram atualmente
    em grandes dificuldades
  • 19:17 - 19:19
    Temos tentado,
  • 19:19 - 19:24
    em vez de enviar cheques por correio,
    o que é ridículo no mundo atual
  • 19:24 - 19:27
    — as pessoas não vivem
    onde pensamos que estão a morar,
  • 19:27 - 19:30
    vivem com os pais ou com amigos
    ou noutro local —
  • 19:30 - 19:33
    receber um cheque por correio
    e depois ter de pegar nesse cheque
  • 19:33 - 19:37
    e ir a algum sítio, ou não poder ir,
    porque estão refugiados algures,
  • 19:37 - 19:39
    para receber o dinheiro,
  • 19:39 - 19:41
    fazer isso eletronicamente
    faz muito mais sentido.
  • 19:42 - 19:44
    Então, temos trabalhado com o IRS
    e o Departamento do Tesouro
  • 19:44 - 19:48
    e outras agências governamentais
    para distribuir isso de forma eletrónica.
  • 19:49 - 19:51
    CH: Sim, isso faz bastante sentido.
  • 19:51 - 19:56
    É um projeto verdadeiramente
    grandioso para todos nós.
  • 19:56 - 19:59
    A Whitney também está a participar,
    com perguntas do público.
  • 20:00 - 20:02
    DS: Olá, Whitney.
  • 20:02 - 20:04
    Whitney Pennington Rogers:
    Olá, Dan. Como está?
  • 20:04 - 20:06
    O público tem algumas
    perguntas interessantes
  • 20:06 - 20:09
    no seguimento do que esteve a falar
    há pouco sobre segurança.
  • 20:10 - 20:11
    Temos uma pergunta do Marc
  • 20:11 - 20:14
    — e eu peço desculpa
    se pronunciar mal o seu nome, Marc —
  • 20:14 - 20:16
    Marc Vanlerberghe:
  • 20:16 - 20:18
    "A mudança para dinheiro digital
    pode ser mais um passo
  • 20:18 - 20:20
    "para a criação de um estado
    de vigilância.
  • 20:20 - 20:23
    "Como é que evitamos que isso aconteça?"
  • 20:23 - 20:26
    DS: Bem, Marc, era disso
    que eu estava a falar.
  • 20:26 - 20:31
    Quer dizer, esta ideia de confiança
  • 20:32 - 20:34
    é incrivelmente importante.
  • 20:34 - 20:39
    Eu considero que as únicas empresas
    que vão ser bem sucedidas
  • 20:39 - 20:44
    — aliás, penso que temos muito disto
    nas nossas mãos como consumidores,
  • 20:44 - 20:47
    porque temos de ter perceção dos dados
    e informação que estamos a dar
  • 20:47 - 20:50
    e com que empresas
    o estamos a fazer —
  • 20:50 - 20:54
    mas eu considero que as empresas
    que vão ser bem sucedidas
  • 20:54 - 20:56
    são aquelas que têm
    um alto nível de confiança
  • 20:56 - 21:01
    e a confiança aparece
    pela proteção da vossa privacidade,
  • 21:01 - 21:04
    mas também pela garantia
    de que as vossas transações
  • 21:04 - 21:06
    num mundo digital
  • 21:06 - 21:08
    estão protegidas e são seguras.
  • 21:09 - 21:12
    A ideia de cibersegurança
  • 21:12 - 21:14
    sempre foi importante,
  • 21:14 - 21:19
    mas é mais importante que nunca
    com esta mudança do físico para o digital
  • 21:19 - 21:22
    e é aí onde grandes
    conjuntos de dados são importantes,
  • 21:22 - 21:28
    porque a identidade de um consumidor
    é roubada a cada dois segundos.
  • 21:28 - 21:31
    A cada dois segundos, é roubada
    a identidade de um consumidor.
  • 21:31 - 21:34
    Então, por exemplo,
  • 21:34 - 21:38
    temos de ter a certeza de que,
    quando vocês iniciam a sessão,
  • 21:38 - 21:40
    com as vossas credenciais,
  • 21:40 - 21:42
    que essas são realmente
    credenciais verdadeiras.
  • 21:42 - 21:48
    Nós temos de olhar para entre 30 a 100
    elementos diferentes dessa transação
  • 21:48 - 21:50
    para garantir que são mesmo vocês,
  • 21:50 - 21:53
    antes de deixarmos esse dinheiro
    sair da vossa conta.
  • 21:53 - 21:58
    E, portanto, há uma combinação
    de assegurar que se tem dados suficientes
  • 21:58 - 22:00
    para proteger alguém,
  • 22:00 - 22:05
    mas também de assegurar
    que a vossa privacidade é sagrada.
  • 22:05 - 22:10
    Eu acho que é um ato de balanço
    e um que precisa de acontecer
  • 22:10 - 22:13
    para nós podermos fazer isto
    com sucesso.
  • 22:15 - 22:19
    WPR: Ótimo. E, de certa forma, passando
    de dinheiro digital para moeda digital,
  • 22:19 - 22:23
    temos outra pergunta de Simone Ross,
    da nossa comunidade,
  • 22:23 - 22:26
    acerca da oportunidade
    que existe para as moedas digitais.
  • 22:26 - 22:29
    Ela mencionou que o PayPal
    retirou-se da criptomoeda Libra.
  • 22:29 - 22:33
    O que é que seria preciso para uma
    moeda digital verdadeiramente inclusiva
  • 22:33 - 22:35
    para tomar controlo aqui?
  • 22:36 - 22:37
    DS: Sim.
  • 22:37 - 22:42
    Eu acho que há uma perspetiva
    bastante promissora
  • 22:42 - 22:46
    quando pensamos em moedas digitais.
  • 22:46 - 22:48
    Retirarmo-nos da Libra
  • 22:48 - 22:54
    não teve nada a ver
    com a nossa forte convicção
  • 22:54 - 23:01
    que o "blockchain" e outras formas
    de moedas digitais possivelmente estáveis
  • 23:02 - 23:04
    são extremamente importantes
  • 23:04 - 23:06
    e podem ser mesmo muito úteis,
  • 23:06 - 23:09
    especialmente
    em diferentes partes do mundo.
  • 23:09 - 23:13
    Quando pensamos em estabilidade
    em diferentes partes do mundo,
  • 23:13 - 23:16
    onde as divisas podem oscilar,
  • 23:16 - 23:21
    ter uma divisa mais estável,
    onde alguém pode saber,
  • 23:21 - 23:23
    se a tiverem,
  • 23:23 - 23:25
    que irá valer um determinado valor
  • 23:25 - 23:27
    e que a podem transacionar,
  • 23:27 - 23:29
    seja com outros indivíduos
    no mundo inteiro
  • 23:29 - 23:33
    ou, também importante,
    com comerciantes pelo mundo fora.
  • 23:34 - 23:40
    E, neste momento, nós estamos a olhar
    para todo o tipo de divisas digitais,
  • 23:41 - 23:44
    em cooperação com uma série
    de governos diferentes
  • 23:44 - 23:50
    e eu acho que nós devíamos pensar
    em como a tecnologia vai evoluir
  • 23:50 - 23:53
    e as divisas vão evoluir,
    em resultado disso.
  • 23:54 - 23:59
    Eu penso que a crise
    abriu verdadeiramente os olhos
  • 24:01 - 24:03
    de muitos governos em todo o mundo,
  • 24:03 - 24:08
    quanto à necessidade
    de ferramentas diferentes
  • 24:08 - 24:10
    para dar estímulo
  • 24:10 - 24:16
    e para distribuir fundos
    de forma eficiente, rápida e efetiva
  • 24:16 - 24:18
    aos seus cidadãos.
  • 24:19 - 24:22
    WPR: Ótimo. Bem, eu voltarei em breve
    com mais perguntas
  • 24:22 - 24:25
    e eu gostaria de lembrar ao público
    que podem fazer perguntas
  • 24:25 - 24:26
    na função "Fazer uma pergunta".
  • 24:26 - 24:29
    Usem o menu suspenso
    para selecionar Episódio 2,
  • 24:29 - 24:30
    para as questões entrarem.
  • 24:30 - 24:31
    Obrigada.
  • 24:31 - 24:33
    DS: Obrigado, Whitney.
  • 24:33 - 24:35
    CH: Obrigado, Whitney.
  • 24:35 - 24:39
    Dan, eu gostava de voltar a algo
    que referimos no início
  • 24:39 - 24:42
    sobre estabilidade financeira.
  • 24:42 - 24:44
    O PayPal fez algo ímpar
  • 24:44 - 24:50
    em termos de calcular
    quanto pagar às pessoas
  • 24:50 - 24:52
    e quanto é que se deve gastar em auxílios.
  • 24:52 - 24:55
    Tradicionalmente, os salários
    são determinados pelo mercado,
  • 24:55 - 24:59
    mas você percebeu que pagar
    tanto ou mesmo mais que outras empresas
  • 24:59 - 25:00
    nem sempre era suficiente.
  • 25:00 - 25:03
    Pode-nos falar sobre esse momento?
  • 25:03 - 25:05
    DS: Sim.
  • 25:06 - 25:10
    Eu disse, mais ou menos no início,
  • 25:11 - 25:17
    que dois terços dos americanos
    têm dificuldades em pagar as contas
  • 25:17 - 25:19
    no final do mês.
  • 25:20 - 25:24
    Eles estão pressionados financeiramente
  • 25:24 - 25:28
    e isso, de certa forma,
    causa caos na vida deles.
  • 25:30 - 25:34
    Eu fiz um estudo para analisar
    funcionários do PayPal.
  • 25:34 - 25:37
    Fizemos um estudo de pesquisa
  • 25:37 - 25:40
    e eu fi-lo porque pensava que ia ter
    informações espantosas
  • 25:40 - 25:43
    de que iria falar
    numa reunião de funcionários
  • 25:44 - 25:46
    sobre os bons salários que pagamos,
  • 25:46 - 25:48
    porque nós pagamos
  • 25:48 - 25:50
    a nível de mercado ou acima dele
  • 25:50 - 25:53
    em todos os locais no mundo inteiro.
  • 25:53 - 25:58
    Infelizmente, descobri que,
    tal como o resto do mundo,
  • 25:58 - 26:01
    apesar de pagarmos a nível de mercado
    ou acima do nível de mercado,
  • 26:01 - 26:06
    60% do nosso pessoal operacional,
  • 26:06 - 26:10
    os nossos novos funcionários,
    os nossos funcionários à hora,
  • 26:10 - 26:11
    todos enfrentam o mesmo.
  • 26:11 - 26:13
    Têm dificuldades em pagar as contas.
  • 26:13 - 26:16
    Isso, para mim, era inaceitável.
  • 26:16 - 26:20
    Eu acho que o mundo está em mudança
  • 26:20 - 26:24
    em termos da responsabilidade
    das empresas
  • 26:24 - 26:27
    e da responsabilidade
    dos diretores executivos.
  • 26:27 - 26:31
    Nós temos muitos investidores diferentes
    que tentamos satisfazer,
  • 26:31 - 26:36
    de reguladores a acionistas,
    clientes e funcionários.
  • 26:36 - 26:40
    Mas eu penso que a principal
    responsabilidade que temos
  • 26:40 - 26:44
    é a saúde — a saúde financeira —
    dos nossos funcionários,
  • 26:44 - 26:48
    porque nada pode ser
    mais importante para uma empresa
  • 26:48 - 26:53
    do que ter funcionários dedicados
    que estão seguros financeiramente,
  • 26:53 - 26:56
    porque ninguém
    vai servir melhor os clientes
  • 26:56 - 27:00
    do que funcionários
    que se sentem parte de algo
  • 27:00 - 27:05
    e que se sentem seguros financeiramente
    e satisfeitos por ser parte dessa empresa.
  • 27:05 - 27:09
    Portanto, a verdadeira questão
    passa a ser: como se mede isso?
  • 27:09 - 27:13
    Porque muita gente pensa em
    rendimento mínimo vital ou salário mínimo.
  • 27:13 - 27:17
    Pensámos que isso era insuficiente
  • 27:17 - 27:22
    e criámos uma medida a que chamamos
    "rendimento líquido disponível",
  • 27:22 - 27:23
    que é, basicamente:
  • 27:23 - 27:29
    depois de pagarmos os impostos
    e as despesas vitais essenciais,
  • 27:29 - 27:34
    quanto dinheiro sobra
    para coisas supérfluas
  • 27:35 - 27:37
    ou para poupança?
  • 27:37 - 27:40
    E eis o que é mais lamentável
    e eu não me orgulho disto,
  • 27:40 - 27:43
    mas lembre-se, estamos a pagar
    a nível de mercado ou acima,
  • 27:43 - 27:47
    portanto eu pensei que o mercado
    iria resolver isto, por o fazermos,
  • 27:47 - 27:51
    mas nós descobrimos que,
    para essa população,
  • 27:51 - 27:56
    eles tinham entre 4 a 6% de RLD,
    de rendimento líquido disponível,
  • 27:56 - 27:59
    após o pagamento de impostos
    e despesas vitais essenciais.
  • 27:59 - 28:01
    Isso não é suficiente.
  • 28:01 - 28:03
    Vão ter dificuldades
    para pagar as contas.
  • 28:04 - 28:07
    E, já agora, o RLD muda de local
    para local para local
  • 28:07 - 28:09
    pelo mundo fora, certo?
  • 28:09 - 28:14
    Há um RLD diferente em Manila,
    um RLD diferente em Omaha, em Nebrasca,
  • 28:14 - 28:17
    do que existe em Nova Iorque, etc.
  • 28:17 - 28:21
    Portanto, nós dissemos
    para nós mesmos:
  • 28:21 - 28:25
    "Precisamos de subir o RLD para 20%".
  • 28:25 - 28:27
    Porque a 20%
  • 28:27 - 28:31
    — e isso é um grande salto,
    de 4 a 6% para 20% —
  • 28:31 - 28:37
    tem-se a possibilidade de poupar
  • 28:37 - 28:42
    e de pôr dinheiro de lado e para tratar
    de despesas arbitrárias.
  • 28:42 - 28:47
    Sendo assim, nós fizemos
    uma enorme reorientação
  • 28:47 - 28:50
    dos nossos sistemas de remuneração.
  • 28:50 - 28:56
    Baixámos o custo dos auxílios até 58%,
  • 28:56 - 28:59
    porque os auxílios
    são como tributação regressiva:
  • 29:00 - 29:03
    paga-se o mesmo,
    qualquer que seja o nosso salário.
  • 29:03 - 29:05
    Portanto, tínhamos muitos funcionários
  • 29:05 - 29:08
    que não estavam a ter
    benefícios de assistência médica,
  • 29:08 - 29:10
    porque eram demasiado caros
    para o fazer.
  • 29:10 - 29:13
    Então baixámo-los até 58%.
  • 29:13 - 29:16
    Tornámos cada funcionário do PayPal
    num acionista
  • 29:16 - 29:19
    e num proprietário da empresa
  • 29:19 - 29:21
    e demos-lhes bolsas consideráveis
  • 29:21 - 29:26
    para eles poderem participar
    no sucesso do PayPal daqui em diante.
  • 29:26 - 29:30
    Aumentámos os salários
    onde era preciso fazer isso
  • 29:30 - 29:33
    e depois colocámos isso tudo
    num programa de educação financeira,
  • 29:33 - 29:36
    porque as pessoas nunca antes
    tinham tido capital próprio
  • 29:36 - 29:38
    e estavam a tentar perceber
  • 29:38 - 29:42
    "Como é que eu poupo, agora
    que tenho este dinheiro extra?"
  • 29:42 - 29:49
    Isso custou-nos algum dinheiro
    para o fazer,
  • 29:49 - 29:51
    mas eu acredito que,
  • 29:51 - 29:54
    tal como gastamos muito dinheiro
    a cuidar dos clientes,
  • 29:54 - 29:58
    como mencionou no início,
    que, com a COVID-19,
  • 29:58 - 30:04
    as empresas têm que representar
    algo mais do que faturar,
  • 30:04 - 30:08
    algo mais do que maximizar
    os lucros no próximo trimestre.
  • 30:08 - 30:12
    Eu acredito convictamente
  • 30:12 - 30:16
    que os custos associados
    com o cuidar dos nossos funcionários
  • 30:16 - 30:18
    e com o cuidar dos nossos clientes
  • 30:18 - 30:21
    vai beneficiar-nos a longo prazo
  • 30:21 - 30:24
    muitas vezes mais do que
    o custo associado a fazer isso.
  • 30:24 - 30:29
    E já estamos a começar a ver
    algum do efeito disso.
  • 30:30 - 30:36
    Então, eu acho que cada diretor executivo
    e cada empresa
  • 30:36 - 30:39
    precisa de começar a pensar agora
  • 30:39 - 30:42
    — especialmente talvez
    como resultado desta crise,
  • 30:43 - 30:46
    mas, como eu já disse,
    nós tínhamos uma crise antes disto —
  • 30:46 - 30:50
    como é que pomos os nossos funcionários
    em primeiro lugar e cuidamos deles?
  • 30:50 - 30:53
    Porque, se fizermos isso
    estamos a cuidar dos clientes
  • 30:53 - 30:54
    e se cuidarmos dos clientes
  • 30:54 - 30:57
    cuidamos, inevitavelmente, dos acionistas.
  • 30:57 - 31:02
    Assim, isto tem sido
    uma enorme parte disto
  • 31:02 - 31:05
    há cerca de um ano.
  • 31:06 - 31:08
    CH: É muito interessante
  • 31:08 - 31:11
    e coloca muitas questões, segundo penso,
  • 31:11 - 31:14
    para mim e provavelmente
    também para o nosso público.
  • 31:14 - 31:19
    O Paypal é um negócio tecnológico
    altamente rentável,
  • 31:19 - 31:23
    um fluxo de dinheiro grátis enorme
    e saldos positivos.
  • 31:23 - 31:26
    Acha que este modelo é algo
    que todas as empresas podem fazer,
  • 31:26 - 31:29
    quer seja uma empresa tecnológica,
    uma manufatura
  • 31:29 - 31:33
    ou uma fábrica de carne enlatada?
  • 31:33 - 31:38
    Quer dizer, é isto algo em que todos
    deviam estar-se a focar?
  • 31:38 - 31:43
    DS: Bem, eu penso — e não quero
    estar a dar lições de moral
  • 31:43 - 31:47
    ou a dizer a outras empresas
    o que devem fazer —
  • 31:47 - 31:51
    que todos devem compreender
  • 31:51 - 31:53
    a saúde financeira dos seus funcionários.
  • 31:53 - 31:56
    É algo básico para fazer.
  • 31:56 - 31:59
    O que se faz depois disso
  • 31:59 - 32:05
    é talvez decidido pela
    robustez financeira da empresa
  • 32:05 - 32:09
    ou como está estabelecida
    a lista de prioridades.
  • 32:09 - 32:12
    Mas o que eu descobri é que
  • 32:12 - 32:16
    eu achava que o mercado diria isso
  • 32:16 - 32:20
    e é por isso que eu digo,
    de muitas formas, que,
  • 32:20 - 32:22
    embora seja um grande crente
    no capitalismo
  • 32:22 - 32:26
    e penso que seja, de muitas formas,
  • 32:26 - 32:30
    o melhor sistema económico que conheço,
  • 32:30 - 32:32
    mas, tal como tudo,
    precisa de uma atualização.
  • 32:32 - 32:35
    Precisa de um ajuste
  • 32:35 - 32:39
    e, pelo menos,
    para estas populações vulneráveis,
  • 32:39 - 32:42
    só porque se paga a nível de mercado
  • 32:42 - 32:46
    não quer dizer que eles têm
    estabilidade ou bem-estar financeiro.
  • 32:47 - 32:51
    E acho que todos devem saber
  • 32:51 - 32:55
    se os seus funcionários têm ou não
    os meios para conseguir poupar
  • 32:55 - 32:58
    ou suportar choques financeiros
  • 32:58 - 33:02
    e depois perceber
    o que se pode fazer acerca disso?
  • 33:02 - 33:05
    Eu penso que esta medida do RLD
  • 33:05 - 33:07
    é uma medida bastante interessante.
  • 33:07 - 33:09
    Requer algum tempo para se fazer,
  • 33:09 - 33:12
    porque é preciso ser bastante rigoroso
  • 33:12 - 33:16
    e é preciso entender verdadeiramente
    as despesas vitais por local
  • 33:17 - 33:20
    e que jurisdições fiscais existem.
  • 33:20 - 33:25
    Mas é preciso criar um RLD
  • 33:25 - 33:27
    até um certo nível
  • 33:27 - 33:29
    em que as pessoas não têm
    dificuldades a pagar as contas.
  • 33:29 - 33:32
    Porque se têm dificuldades,
  • 33:32 - 33:33
    as pessoas não são tão produtivas.
  • 33:34 - 33:37
    Estão aflitas com, por exemplo,
    o que é que vão fazer com os filhos?
  • 33:37 - 33:39
    O meu filho está doente.
    Eu não tenho seguro de doença.
  • 33:39 - 33:43
    Eu acho que há uma espiral que acontece.
  • 33:43 - 33:45
    Pensamos que estamos, de facto,
    a poupar dinheiro
  • 33:45 - 33:47
    por pagarmos menos,
  • 33:47 - 33:49
    mas a realidade é
  • 33:49 - 33:51
    — pelo menos no meu sistema de crenças —
  • 33:51 - 33:53
    que, se cuidarmos dos nossos funcionários,
  • 33:54 - 33:57
    as outras coisas nascem disso.
  • 33:57 - 33:59
    Eles são mais produtivos.
  • 33:59 - 34:03
    Adoram fazer parte da empresa.
  • 34:03 - 34:05
    Cuidam melhor dos clientes.
  • 34:05 - 34:07
    E todas essas coisas
  • 34:07 - 34:13
    inevitavelmente aumentam
    para benefício de uma empresa
  • 34:13 - 34:16
    em termos de como está a tentar servir
    o seu derradeiro mercado.
  • 34:16 - 34:19
    Mas começa com os nossos funcionários.
  • 34:20 - 34:25
    CH: Obviamente, o Dan acredita nisto
    de se precisar de atualizar o capitalismo
  • 34:25 - 34:29
    e eu acho que o RLD é algo que
    muitas empresas deviam adotar.
  • 34:29 - 34:34
    Mas pensa que isto acontece através
    de atividade corporativa benevolente?
  • 34:34 - 34:38
    Eu estou a canalizar a minha vertente
    de apoiante de Bernie Sanders aqui,
  • 34:38 - 34:40
    mas acho que muitas pessoas
    seriam céticas
  • 34:40 - 34:43
    quanto a se devíamos confiar nas empresas
    para fazer melhor, neste momento.
  • 34:44 - 34:47
    Deveria o governo intervir
    para aumentar o salário mínimo,
  • 34:47 - 34:49
    fazer algo mais para proteger
    os trabalhadores
  • 34:49 - 34:51
    de forma mais estruturada?
  • 34:52 - 34:56
    DS: É assim, eu penso que o governo
    tem claramente um papel a desempenhar
  • 34:56 - 35:01
    e penso que os setores público e privado
  • 35:01 - 35:04
    precisam de trabalhar
    em estreita cooperação
  • 35:04 - 35:09
    para abordar muitos dos problemas
  • 35:09 - 35:13
    que nós enfrentamos
    nas nossas sociedades no mundo inteiro
  • 35:14 - 35:17
    seja a desigualdade salarial,
  • 35:17 - 35:20
    as questões ambientais,
  • 35:21 - 35:22
    a saúde,
  • 35:22 - 35:24
    proteções, esse tipo de coisa
  • 35:24 - 35:26
    ou a privacidade.
  • 35:27 - 35:30
    Mas a forma como eu penso nisto
  • 35:32 - 35:35
    é que é muito difícil para os governos
    regulamentar nesta área,
  • 35:35 - 35:39
    porque há muitas formas diferentes
    de pensar sobre isso.
  • 35:40 - 35:43
    Se eu fosse outro diretor executivo...
  • 35:43 - 35:45
    Isto é algo
  • 35:45 - 35:48
    que está, de facto,
    no seu melhor interesse
  • 35:48 - 35:50
    fazer isto,
  • 35:50 - 35:53
    porque é uma vantagem competitiva.
  • 35:54 - 35:57
    Nós atraímos para o PayPal,
  • 35:57 - 36:02
    no meu entender, os melhores talentos
    que existem no mundo,
  • 36:02 - 36:06
    porque temos uma missão
    em que as pessoas acreditam,
  • 36:06 - 36:09
    que estamos a tentar fazer
    um tipo de diferença positiva.
  • 36:09 - 36:12
    Eu não estou a dizer que somos
    o melhor dos melhores,
  • 36:12 - 36:15
    mas não acredito que devamos
    fugir das nossas responsabilidades
  • 36:15 - 36:18
    de, pelo menos,
    fazer uma pequena diferença
  • 36:18 - 36:19
    daqui em diante.
  • 36:19 - 36:22
    Se empresas e governos suficientes
    fizessem isso,
  • 36:22 - 36:26
    iria haver uma verdadeira diferença
    no mundo.
  • 36:26 - 36:27
    E o segundo aspeto
  • 36:27 - 36:30
    é que se tem de ter os valores
    que apoiam isso.
  • 36:30 - 36:32
    Esses valores
    são incrivelmente importantes.
  • 36:32 - 36:35
    Esses valores devem todos
    refletir inclusão.
  • 36:35 - 36:38
    Devem refletir uma força
    de trabalho diversificada.
  • 36:39 - 36:42
    Devem refletir estabilidade financeira.
  • 36:42 - 36:44
    E quando se faz isso
  • 36:44 - 36:46
    atrai-se os melhores talentos,
  • 36:46 - 36:49
    portanto, por definição,
  • 36:49 - 36:54
    eu acredito que a maior vantagem
    competitiva para qualquer empresa
  • 36:54 - 36:56
    é a sua força de trabalho.
  • 36:56 - 36:58
    As estratégias são ótimas.
  • 36:59 - 37:01
    Um sem número de coisas são ótimas.
  • 37:01 - 37:03
    Se tivermos uma força
    de trabalho excelente
  • 37:03 - 37:05
    que é dedicada ao que faz,
  • 37:05 - 37:07
    e está financeiramente estável
  • 37:07 - 37:09
    eles vão fazer coisas fantásticas.
  • 37:09 - 37:12
    Eu acho que é esse tipo
    de vantagem competitiva
  • 37:12 - 37:14
    que vai estimular empresas.
  • 37:15 - 37:17
    Portanto, é preciso que haja
  • 37:18 - 37:23
    um grupo de diretores executivos
    e empresas
  • 37:23 - 37:25
    que comecem a movimentar-se
    nesta direção
  • 37:25 - 37:30
    e creio que se começa a ver
    mais empresas a fazer isto.
  • 37:30 - 37:31
    Assim que isso aconteça,
  • 37:31 - 37:33
    tudo começa a recompensar
  • 37:33 - 37:37
    e estou convencido que haverá
    cada vez mais necessidade de o fazer,
  • 37:37 - 37:40
    de forma a manter
    este posicionamento competitivo.
  • 37:40 - 37:44
    Pode parecer interesseiro
    que as pessoas estejam a fazê-lo,
  • 37:44 - 37:46
    mas, sinceramente,
  • 37:46 - 37:49
    a mim não me importa
    se estão a fazê-lo por bondade
  • 37:49 - 37:53
    ou porque, a nível competitivo,
    é uma desvantagem
  • 37:53 - 37:54
    se não o fizerem.
  • 37:54 - 37:59
    Criar estabilidade financeira
    para os nossos funcionários é o objetivo
  • 37:59 - 38:01
    e temos de o fazer.
  • 38:03 - 38:08
    CH: Sim. Parece-me que o Dan pensa nisto
    como uma situação vantajosa para todos,
  • 38:08 - 38:14
    mas também me parece que talvez esteja
    disposto a pensar antes nos funcionários
  • 38:14 - 38:17
    e só mais tarde convencer os acionistas.
  • 38:17 - 38:20
    A Whitney está... Desculpe, continue.
  • 38:20 - 38:22
    DS: Não, não. Eu só ia dizer
  • 38:22 - 38:24
    que realmente acredito nisso
  • 38:24 - 38:30
    e penso que a ideia de um capitalismo
    de multi-investidores
  • 38:31 - 38:34
    que é hora, nesta altura
  • 38:34 - 38:40
    e não podemos só pensar
  • 38:40 - 38:43
    que temos um investidor
    que precisamos de satisfazer.
  • 38:43 - 38:47
    Nós vivemos nas nossas comunidades,
    vivemos neste mundo.
  • 38:49 - 38:52
    Termos pessoas em dificuldades
    dia após dia
  • 38:52 - 38:56
    não é bom para a empresa e...
  • 38:56 - 38:58
    Não podemos fazer tudo,
  • 38:58 - 39:02
    mas podemos e devemos
    criar estabilidade financeira
  • 39:02 - 39:04
    para os nossos funcionários.
  • 39:06 - 39:09
    WPR: Ótimo. Bem, nós temos
    muitas questões do nosso público.
  • 39:09 - 39:12
    Uma é da Lara Pearson,
  • 39:12 - 39:15
    essencialmente sobre se o PayPal
    consideraria tornar-se uma Corporação B.
  • 39:15 - 39:17
    "Está familiarizado com
    o movimento B Corp,
  • 39:17 - 39:21
    "de rentabilidade final múltipla com
    responsabilidades sociais e ambientais?
  • 39:21 - 39:24
    "Presumindo que sim,
    o PayPal já considerou ou consideraria
  • 39:24 - 39:26
    "tornar-se uma Empresa B certificada?"
  • 39:26 - 39:29
    DS: Sim, conheço a B Corp.
  • 39:30 - 39:32
    Nós não temos intenção
  • 39:32 - 39:35
    de nos tornamos uma Empresa B.
  • 39:36 - 39:41
    Eu penso que os valores
    e o que estamos a tentar fazer
  • 39:41 - 39:47
    estão alinhados com o garantir
    um ponto de vista de multi-investidores,
  • 39:47 - 39:50
    mas o que eu quero realmente
  • 39:50 - 39:51
    é que isto seja um movimento
  • 39:51 - 39:58
    transversal às principais
    empresas no mundo inteiro.
  • 39:58 - 40:01
    E não vamos ter
    as principais empresas no mundo
  • 40:01 - 40:04
    a mudar-se para o B Corp.
  • 40:04 - 40:10
    Há muitas outras
    questões secundárias envolvidas
  • 40:10 - 40:12
    com o facto
    de se ser uma Empresa B,
  • 40:12 - 40:16
    por oposição a ser-se
    uma empresa pública
  • 40:16 - 40:21
    e, dessa forma, vai passar
    muito tempo até isso acontecer.
  • 40:21 - 40:24
    Portanto, o que estou a tentar fazer
  • 40:24 - 40:29
    é encorajar e demonstrar
  • 40:30 - 40:33
    que ser um multi-investidor
  • 40:33 - 40:35
    que colocar os funcionários
    em primeiro lugar
  • 40:35 - 40:38
    cria vantagens competitivas.
  • 40:38 - 40:44
    E penso que não sou o único
    diretor executivo a achar isso.
  • 40:44 - 40:48
    Acho que pessoas como a Satya Nadella
    da Microsoft fazem um bom trabalho,
  • 40:49 - 40:52
    Marc Benioff da Salesforce.
  • 40:53 - 40:56
    Eu podia ler uma longa lista de nomes.
  • 40:56 - 40:59
    Mas, para já, a lista
    não é suficientemente longa,
  • 40:59 - 41:04
    mas eu penso que há alguns
    nomes bastante importantes
  • 41:04 - 41:06
    e indivíduos pelo mundo fora
  • 41:06 - 41:12
    que estão a falar agora
    de capitalismo de multi-investidores
  • 41:12 - 41:17
    e penso que isso é um elemento importante
    enquanto pensamos nas nossas economias
  • 41:17 - 41:21
    e forma de vida daqui em diante.
  • 41:23 - 41:25
    WPR: Houve também muito interesse
  • 41:25 - 41:27
    no seu programa
    de rendimento líquido disponível
  • 41:27 - 41:29
    e muitas perguntas em volta disso,
  • 41:29 - 41:32
    Uma pergunta nesse sentido
    foi a de Juan Enriquez,
  • 41:32 - 41:36
    que perguntou sobre um modo racional
    de abordar fortes disparidades salariais.
  • 41:36 - 41:39
    Talvez pudesse desenvolver,
    para além desse programa,
  • 41:39 - 41:42
    algumas formas com que podemos
    pensar sobre isto
  • 41:42 - 41:45
    de um modo mais inteligente
    daqui em diante.
  • 41:45 - 41:47
    DS: Sim.
  • 41:50 - 41:55
    Bem, não há uma solução fácil
    senão já teria sido adotada.
  • 41:57 - 42:00
    Assim sendo, há
    algumas coisas que eu penso
  • 42:00 - 42:04
    que não abordam totalmente
    as fortes disparidades salariais.
  • 42:04 - 42:10
    Repito, eu tento pensar nestas coisas
    de forma pragmática
  • 42:11 - 42:15
    e então o que podemos fazer
    para abordar esta questão?
  • 42:15 - 42:17
    E, de novo, eu penso
  • 42:17 - 42:20
    que se pudermos dar um passo
    e depois outro passo,
  • 42:20 - 42:23
    então já se está a iniciar a jornada,
  • 42:24 - 42:29
    sem se ficar desanimado
    pela distância que existe até à meta.
  • 42:29 - 42:33
    Assim, número um, penso que as empresas
    precisam de cuidar dos seus funcionários
  • 42:33 - 42:36
    e penso que isso vai ajudar
    imediatamente a abordar
  • 42:36 - 42:38
    algumas destas disparidades salariais.
  • 42:38 - 42:43
    Número dois, ironicamente,
  • 42:43 - 42:49
    eu considero que, se temos menos dinheiro
  • 42:50 - 42:53
    custa mais geri-lo e movimentá-lo.
  • 42:54 - 42:56
    Pensem nisso:
  • 42:57 - 43:01
    quanto menos dinheiro temos,
    se estamos fora do sistema financeiro
  • 43:01 - 43:04
    mais dinheiro gastamos a gerir
    e a mover o nosso dinheiro.
  • 43:04 - 43:08
    E eu acho que a tecnologia
  • 43:10 - 43:14
    é, no mínimo, um modo fundamental
    para nós pensarmos
  • 43:14 - 43:20
    como é que cortamos despesas básicas
    de gerência e movimentação de dinheiro
  • 43:20 - 43:22
    entre 50% a 70%,
  • 43:22 - 43:24
    como depósito de cheques
  • 43:24 - 43:26
    e realização de transferências,
  • 43:26 - 43:31
    que são uma parte enorme e importante
    da economia mundial.
  • 43:31 - 43:34
    Fazendo-o de forma tradicional,
  • 43:34 - 43:36
    vai-se a uma loja
  • 43:36 - 43:40
    envia-se a transferência para outra loja
    e alguém vai lá e recolhe-a.
  • 43:40 - 43:42
    Primeiro que tudo,
    é incrivelmente moroso
  • 43:43 - 43:45
    e pode custar entre 8% e 12%
  • 43:45 - 43:48
    do valor dessa transferência
    que se está a enviar.
  • 43:48 - 43:50
    Portanto, se estamos a enviar cem dólares,
  • 43:50 - 43:54
    o destinatário, que tanto precisa deles,
  • 43:54 - 43:56
    vai receber entre 88 e 90 dólares.
  • 43:56 - 44:01
    Se se fizer isso de forma eletrónica,
    de carteira digital para carteira digital,
  • 44:01 - 44:03
    isso pode ser cerca de 3%,
  • 44:03 - 44:05
    portanto pode-se receber 97 dólares.
  • 44:05 - 44:12
    Assim sendo, eu acredito
    que há formas de abordar as despesas.
  • 44:12 - 44:13
    Como eu já disse,
  • 44:13 - 44:18
    há muito dinheiro
    gasto em taxas desnecessárias
  • 44:18 - 44:20
    e altas taxas de juro
  • 44:20 - 44:23
    e, se conseguirmos baixar isso
    em 20% ou 30%,
  • 44:23 - 44:28
    o valor monetário que podemos devolver
    às populações vulneráveis é bastante alto
  • 44:28 - 44:30
    e vamos começar a fazer a diferença.
  • 44:31 - 44:33
    WPR: Isso é ótimo.
  • 44:33 - 44:35
    Nós temos imensas perguntas do público,
  • 44:35 - 44:38
    portanto só mais uma,
    antes de devolver a palavra à Corey,
  • 44:38 - 44:39
    para as suas últimas perguntas.
  • 44:39 - 44:41
    Esta é da Anna Tunkel
  • 44:41 - 44:44
    e, como estamos quase a terminar
    esta entrevista, ela pergunta:
  • 44:44 - 44:47
    "Sobre o que é que está mais otimista
  • 44:47 - 44:50
    "e quais são as maiores
    oportunidades que vê
  • 44:50 - 44:53
    para o programa "Building Back Better"
    no pós-COVID?
  • 44:54 - 44:55
    DS: Bem, quer dizer,
  • 44:56 - 45:00
    uma coisa sobre a qual,
    na verdade, estou otimista...
  • 45:01 - 45:06
    Eu sempre acreditei
    no espírito humano
  • 45:06 - 45:11
    e no poder de um indivíduo
    para fazer a diferença.
  • 45:13 - 45:17
    Eu sei que parece um chavão,
    mas eu acredito mesmo
  • 45:17 - 45:20
    e acho que cada um de nós
    consegue fazer a diferença.
  • 45:20 - 45:22
    Mas eis o que eu estou a ver.
  • 45:22 - 45:25
    Eu estou a começar a ver isso
    a uma escala bem maior
  • 45:25 - 45:27
    do que algum vez tinha visto.
  • 45:27 - 45:29
    Nós temos diferentes plataformas,
  • 45:29 - 45:31
    ou a plataforma PayPal
    ou a plataforma Venmo,
  • 45:31 - 45:34
    com o Venmo aqui nos EUA
    e o PayPal em todo o mundo.
  • 45:35 - 45:40
    A quantidade de doações que se estão
    a verificar nessas plataformas,
  • 45:40 - 45:43
    seja para negócios locais,
  • 45:43 - 45:46
    para artistas, para músicos,
  • 45:46 - 45:48
    para "barmans",
  • 45:48 - 45:51
    para locais de culto, para escolas,
  • 45:51 - 45:54
    para ONG, ou para instituições
    de beneficência,
  • 45:54 - 45:58
    isso explodiu na plataforma,
    explodiu mesmo.
  • 45:58 - 46:03
    Na plataforma PayPal,
    desde que o COVID-19 nos atingiu,
  • 46:03 - 46:08
    ajudámos a angariar
    2800 milhões de dólares
  • 46:08 - 46:11
    para ONG, ou para instituições
    de beneficência,
  • 46:11 - 46:12
    2800 milhões!
  • 46:12 - 46:14
    É incrível
  • 46:14 - 46:18
    o volume de generosidade
    em volta disto
  • 46:18 - 46:20
    que se está a verificar
    por parte da comunidade global.
  • 46:20 - 46:26
    E estamos a ver pessoas
    a serem generosas aleatoriamente.
  • 46:27 - 46:31
    Alguém dá 20 dólares a um "barman"
  • 46:31 - 46:33
    e esse "barman" pega em 10 desses dólares
  • 46:33 - 46:35
    e dá-os a outra pessoa.
  • 46:35 - 46:38
    Estamos a ver isso na nossa plataforma
  • 46:38 - 46:42
    e isso enche-me de otimismo.
  • 46:42 - 46:47
    Eu acho que este período
  • 46:48 - 46:51
    também revelou um certo número de coisas
    que estavam a acontecer
  • 46:52 - 46:53
    mas que eram invisíveis.
  • 46:53 - 46:57
    E eu penso que, quando as coisas
    se tornam visíveis
  • 46:57 - 46:59
    é aí que se pode começar a abordá-las.
  • 47:00 - 47:02
    Eu acho que há bastante atenção
  • 47:02 - 47:06
    em volta de questões
    que deviam ter tido atenção antes,
  • 47:07 - 47:11
    mas as populações vulneráveis
    não têm tanta voz como outras
  • 47:11 - 47:17
    e agora essa voz está a ser ouvida,
    porque não dá para ignorá-la.
  • 47:17 - 47:22
    E, com sorte, isso vai criar progresso
  • 47:22 - 47:25
    quanto a algumas destas
    desigualdades estruturais
  • 47:25 - 47:28
    que estão presentes há muito tempo.
  • 47:31 - 47:33
    WPR: Isso é magnífico.
  • 47:33 - 47:35
    E há imenso interesse "online".
  • 47:36 - 47:39
    A Corey também tem
    outras perguntas para fazer.
  • 47:40 - 47:42
    CH: Então, eu penso que temos
    mais uma do nosso público,
  • 47:42 - 47:45
    da Jacqueline Ashby.
  • 47:45 - 47:47
    A Anna, de certa forma,
    roubou a minha última questão,
  • 47:47 - 47:51
    que era sobre renovar
    a nossa fé na humanidade.
  • 47:52 - 47:54
    Mas, há imenso interesse
    a surgir sobre o RLD.
  • 47:54 - 47:57
    Há alguma forma para as pessoas
    saberem mais,
  • 47:57 - 48:01
    alguma forma para partilhar o seu estudo
    e a sua metodologia?
  • 48:01 - 48:02
    DS: Fico contente por partilhá-lo.
  • 48:02 - 48:05
    Não há nada de exclusivo sobre ele.
  • 48:05 - 48:09
    Nós adorávamos que isto fosse...
  • 48:09 - 48:13
    E isto poderá não ser a medida
    que explica tudo.
  • 48:13 - 48:16
    É o melhor com que conseguimos surgir,
  • 48:16 - 48:19
    mas, se trabalharmos na comunidade,
  • 48:19 - 48:24
    conseguirmos desenvolvê-lo e pensar
    em coisas que talvez lhe faltem
  • 48:24 - 48:28
    ou coisas que talvez pudessem
    ter sido feitas de melhor forma,
  • 48:28 - 48:29
    isso seria fantástico.
  • 48:29 - 48:32
    Eu não sei qual a melhor forma de o fazer.
  • 48:32 - 48:37
    Eu deixarei isso para a Corey e para
    a Whitney, para me ajudarem a pensar,
  • 48:37 - 48:39
    mas claro que estou disposto a partilhar.
  • 48:39 - 48:43
    Não há nada sobre isso
    que eu não queira partilhar.
  • 48:44 - 48:46
    CH: Parece-me que esta foi
    uma boa TED Talk.
  • 48:49 - 48:53
    Muito obrigada, Dan. Esta conversa
    foi interessantíssima.
  • 48:53 - 48:56
    Eu acho que podíamos falar mais uma hora,
  • 48:56 - 48:59
    mas muito obrigada
    por ter estado connosco.
  • 48:59 - 49:02
    DS: Obrigado, Corey. Obrigado, Whitney.
    Obrigado a todos.
  • 49:03 - 49:04
    WPR: Obrigada, Dan. Obrigada.
Title:
O que a COVID-19 significa para o futuro do comércio, do capitalismo e do dinheiro físico
Speaker:
Dan Schulman, Corey Hajim, Whitney Pennington Rodgers
Description:

O capitalismo precisa de uma atualização, diz Dan Schulman, diretor executivo do PayPal, e isso começa pagando às pessoas o suficiente para elas poderem investir no seu futuro. Ele analisa porque é que as empresas precisam de cultivar confiança e reconstruir-se depois da pandemia da COVID-19 e como podemos tirar proveito deste momento marcante para criar uma economia mais inclusiva e ética.
(Esta conversa virtual, realizada pela curadora de negócios da TED, Corey Hajim, e pela curadora de assuntos correntes, Whitney Pennington Rodgers, foi gravada a 19 de maio de 2020).

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Video Language:
English
Team:
closed TED
Project:
TEDTalks
Duration:
49:17

Portuguese subtitles

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