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Meninos Não Choram (Exceto Quando Eles Choram)

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    [piano]
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    MENINOS NÃO CHORAM
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    Você provavelmente já ouviu o velho ditado
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    "Meninos não choram"
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    Esse sentimento é comum na nossa cultura
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    há muito tempo.
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    Mas é uma frase curiosa, não é?
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    Quando ouvimos alguém dizer
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    "Meninos não choram",
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    nós sabemos que não é pra ser literal.
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    Afinal, nós sabemos que meninos,
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    e por extensão, homens, choram sim.
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    Nós vemos o tempo todo.
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    Tanto na vida real -
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    e no cinema.
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    E até personagens durões choram, às vezes.
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    Então o que essa frase realmente
    significa?
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    Bem, "meninos não choram" é uma afirmação
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    de um ideal cultural de masculinidade.
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    Spencer: "Não chore, não chore,
    não chore, não chore, não chore."
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    O que a maioria das pessoas quer dizer
    é mais
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    "Meninos não deveriam chorar."
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    Plainview: "Pare de chorar,
    seu bebê chorão! Deixa de besteira!
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    Mas até isso não é inteiramente preciso.
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    Porque existem algumas situações em que
    chorar é permitido.
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    Ron Swanson: "Chorar... permitido em
    funerais e no Grand Canyon."
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    Portanto, a afirmação mais precisa seria
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    "Meninos não devem chorar, exceto em
    situações muito específicas."
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    Mas isso não soa tão bem.
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    Romeu: (chorando) "Estrelas, desafio-vos!"
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    Mas é nessas circunstâncias muito
    específicas que nós vamos nos concentrar
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    neste vídeo.
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    Porque esses momentos de vulnerabilidade,
    mesmo breves, podem nos dizer muito
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    sobre a construção da masculinidade.
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    Agora, eu quero deixar claro que
    a inclusão de um filme ou série de TV
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    nesse vídeo não equivale necessariamente
    a uma crítica dela.
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    Em muitos exemplos que vamos ver,
    as lágrimas são totalmente adequadas.
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    Algumas dessas cenas são muito
    emocionantes
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    e as atuações, realmente inspiradas.
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    Roy: "Como... lágrimas... na chuva"
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    Como a maioria dos meus vídeo ensaios,
    eu estou concentrado principalmente em
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    examinar padrões abrangentes na mídia,
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    e observar como esses padrões ajudam a
    moldar normas sociais na nossa cultura.
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    Darcy: "Uau."
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    Lloyd: "Eu tô com vontade de chorar"
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    É claro, nem todos os homens são pintados
    com o mesmo pincel cinematográfico.
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    Chiron: "Merda, eu choro tanto, às vezes
    acho que vou virar em gotas."
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    Já que ainda não entraram na fase adulta,
    meninos e adolescentes normalmente
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    recebem mais folga emocional na tela.
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    Earl: "É o suficiente pra fazer um homem
    grande chorar-
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    mas não este homem.
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    Volte pra dentro, lágrima."
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    E por causa de estereótipos de
    hipermasculinidade em homens pretos e
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    marrons, a janela de permissão à
    vulnerabilidade pode ser ainda menor
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    do que é para os heróis brancos.
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    Eric: "Só tô cansado de todo mundo me
    tratando igual merda."
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    Homens gays na mídia, ao mesmo tempo,
    tendem a ser representados de forma
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    mais expressiva emocionalmente do que seus
    contrapartes héteros
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    Embora a gente saiba
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    que homens e meninos choram,
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    ainda existe uma regra implícita de que
    homens
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    só têm permissão para chorar abertamente
    e sinceramente
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    em poucas situações sociais.
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    Pense nisso como uma janela emocional,
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    onde homens podem mostrar um grau de
    vulnerabilidade
  • 3:52 - 3:56
    sem comprometer seu status de masculidade.
  • 3:57 - 3:59
    Quanto mais extrema a situação
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    mais livre o choro pode ser.
  • 4:05 - 4:09
    Então, por exemplo, se um personagem
    masculino começa a soluçar em um papel
  • 4:09 - 4:12
    dramático, o público aprendeu que
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    seja o que esteja acontecendo, deve ser
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    realmente, extremamente ruim -
  • 4:19 - 4:22
    ruim do tipo
    nunca-mais-vai-ver-sua-família
  • 4:22 - 4:26
    ou ruim do tipo
    acabou-de-matar-um-monte-de-gente
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    Anakin: "Eu matei eles."
  • 4:27 - 4:29
    ou tipo cometeu-canibalismo.
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    Patrick: "Eu comi o cérebro deles."
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    Curtis: "Eu conheço o gosto de gente"
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    Frank: "Soylent Green é feito de gente."
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    É claro, Soylent Green está no
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    extremo do espectro.
  • 4:45 - 4:47
    A combinação mais comum de circunstâncias,
  • 4:47 - 4:49
    onde a janela do choro abre,
  • 4:49 - 4:50
    envolve a morte.
  • 4:51 - 4:54
    Normalmente, a morte de um ente querido.
  • 4:54 - 4:57
    Forrest: "E eu sinto saudades, Jenny".
  • 4:57 - 5:01
    Especialmente se o ente foi vitimado de
    alguma forma.
  • 5:02 - 5:03
    [soluço]
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    Isso pode incluir lágrimas direcionadas a
  • 5:05 - 5:07
    uma morte iminente,
  • 5:07 - 5:09
    ou um choro imediatamente depois
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    de uma experiência de quase-morte.
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    A guerra, em participar, é com frequência
    representada
  • 5:16 - 5:20
    como um cenário que dá acesso
    a essas situações extremas,
  • 5:20 - 5:25
    quando é socialmente permitido ser
    abertamente vulnerável com outros -
  • 5:27 - 5:30
    mas com um custo trágico.
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    Às vezes também é permitido
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    que homens derramem lágrimas relacionadas
    ao fracasso pessoal.
  • 5:37 - 5:41
    Alfred: "Você confiou em mim...
    e eu falhei com você."
  • 5:42 - 5:44
    Mas tem que ser um grande fracasso,
  • 5:44 - 5:47
    como o fracasso de prover ou proteger.
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    Ocasionalmente, isso pode incluir o
    fracasso no casamento -
  • 5:51 - 5:56
    mas normalmente é o fracasso
    em evitar uma catástrofe.
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    A janela do choro também abre brevemente
    em outra arena social.
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    Jimmy: "Não há choro -
    não há choro no baseball!"
  • 6:06 - 6:08
    [mulher soluçando]
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    Tom Hanks é um homem engraçado,
    mas ele está errado naquela cena -
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    EXISTE choro no baseball
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    e em outros esportes masculinos.
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    Rocky: "Esta é a melhor noite na história
    da minha vida"
  • 6:20 - 6:23
    Mas note que é apenas em momentos
  • 6:23 - 6:26
    particularmente importantes da competição,
  • 6:26 - 6:29
    como no último jogo do campeonato,
  • 6:29 - 6:32
    ou as preliminares eliminatórias.
  • 6:33 - 6:36
    Essas situações intensas podem ser
  • 6:36 - 6:39
    as únicas vezes no ano em que um homem
    adulto
  • 6:39 - 6:40
    pode chorar em público
  • 6:40 - 6:43
    sem ser ridicularizado.
  • 6:45 - 6:49
    Data: "Eu tô feliz em ver Spot -
    e estou chorando."
  • 6:50 - 6:52
    Lágrimas de alegria devem ser
    o tipo mais raro
  • 6:52 - 6:55
    de choro masculino aceito na mídia.
  • 6:55 - 6:57
    Elas são restritas a
  • 6:57 - 6:59
    reencontros pós-traumáticos,
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    reconhecimento pelo trabalho de uma vida,
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    o nascimento de uma criança,
  • 7:04 - 7:07
    ou um pai no casamento de sua filha.
  • 7:08 - 7:11
    Porém, reveladoramente, é muito raro
  • 7:11 - 7:12
    em seu próprio casamento,
  • 7:12 - 7:14
    ou no casamento de um filho.
  • 7:14 - 7:17
    [homem soluçando]
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    Existem alguns casos excepcionais em que
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    a janela do choro abre.
  • 7:21 - 7:25
    Mas note que essas situações são raras.
  • 7:25 - 7:26
    Simon: "Ei, pare de chorar"
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    Pai: "Eu tô tentando, eu tô tentando."
  • 7:28 - 7:30
    Tão raros que eles talvez só apareçam
  • 7:30 - 7:33
    algumas vezes em toda a vida de um homem.
  • 7:35 - 7:37
    Em média nós vemos homens chorando
  • 7:37 - 7:40
    com uma pequena maior frequência em dramas
  • 7:40 - 7:41
    ou histórias de romance.
  • 7:41 - 7:42
    [baques]
  • 7:44 - 7:45
    Mas para que homens chorem
  • 7:45 - 7:47
    em mídia de ação,
  • 7:47 - 7:49
    um nível quase sobrenatural de trauma
  • 7:49 - 7:52
    é normalmente necessário.
  • 7:53 - 7:56
    Até quando é um evento trágico ou
    miraculoso
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    o fluxo de lágrimas ainda pode ser
  • 7:58 - 8:01
    visivelmente restrito para personagens
    masculinos.
  • 8:02 - 8:05
    Nós todos conhecemos o clichê da única
    lágrima.
  • 8:07 - 8:12
    Uma gota solitária de emoção é permitida
    descer pelo rosto de um homem,
  • 8:12 - 8:17
    para informar o público que ele refugia
    sentimentos profundos -
  • 8:18 - 8:22
    sentimentos que provavelmente vão
    permanecer não-ditos.
  • 8:24 - 8:27
    Mas muitas vezes não temos nem a única
    lágrima -
  • 8:27 - 8:30
    só vemos olhos úmidos, lacrimejando
  • 8:30 - 8:34
    e as lágrimas não são permitidas a
    escapar.
  • 8:36 - 8:38
    Em muitas ocasiões,
    enquanto fazia este vídeo,
  • 8:39 - 8:41
    Eu tive que pausar
  • 8:42 - 8:44
    e ampliar em uma cena
  • 8:44 - 8:46
    para tentar ver se o cara estava
  • 8:46 - 8:49
    mesmo derrubando lágrimas ou não.
  • 8:50 - 8:53
    Ronny: "Você tá chorando?"
    Zip: "Não."
  • 8:55 - 8:57
    O motivo de estarmos passando tanto tempo
  • 8:57 - 8:59
    discutindo vulnerabilidade masculina
  • 8:59 - 9:01
    é porque lágrimas são saudáveis -
  • 9:01 - 9:04
    tanto fisiologicamente quanto
    emocionalmente.
  • 9:06 - 9:10
    Em um nível biológico,
    chorar alivia estresse
  • 9:10 - 9:12
    e ajuda a reduzir a ansiedade.
  • 9:13 - 9:15
    Em um nível social, a capacidade de chorar
  • 9:15 - 9:17
    e ser abertamente vulnerável com outros
  • 9:17 - 9:21
    é essencial para a conexão humana e
    construção de relacionamentos.
  • 9:21 - 9:26
    Jerry: "Você... me completa."
  • 9:27 - 9:29
    É difícil construir e manter
  • 9:29 - 9:32
    amizades emocionalmente presentes
    sem isso.
  • 9:32 - 9:34
    Rebecca: "Tá tudo bem, tá tudo bem."
  • 9:34 - 9:37
    Ted: "Eu prometo que existe algo
  • 9:37 - 9:39
    pior do que ficar triste
  • 9:39 - 9:41
    e isso é ficar sozinho e triste."
  • 9:42 - 9:46
    Com isso em mente, é instrutivo
    considerar as muitas variedades
  • 9:46 - 9:51
    de situações sociais que caem fora
    da janela de choro permitido.
  • 9:51 - 9:54
    Leonard: "Então posso chorar um pouco?"
    [risada]
  • 9:55 - 9:57
    Penny: "É, acho melhor não."
  • 9:58 - 10:00
    Homens podem temer perder pontos de
    masculinidade -
  • 10:00 - 10:02
    John: "Você não vai chorar, vai?"
  • 10:02 - 10:06
    Se eles são vistos chorando por motivos
    como a dor -
  • 10:06 - 10:07
    Jack: "Não, eu tô bem" -
  • 10:07 - 10:11
    medo, coração partido,
    pressão profissional,
  • 10:11 - 10:14
    depressão, ansiedade,
  • 10:14 - 10:16
    vergonha ou mágoa.
  • 10:16 - 10:18
    George: "Como um homem, você tá
    chorando."
  • 10:18 - 10:20
    Ira: "Não tô chorando."
  • 10:20 - 10:22
    George: "Vão pensar que a gente
    acabou de terminar,
  • 10:22 - 10:24
    pare com isso."
  • 10:24 - 10:26
    Chorar também é malvisto nos homens
  • 10:26 - 10:28
    que estão por exemplo
  • 10:28 - 10:30
    assistindo um filme romântico
  • 10:30 - 10:32
    ou vendo um lindo pôr do sol
  • 10:32 - 10:35
    ou até conectando-se em um nível íntimo.
  • 10:35 - 10:36
    Rachel: "Você tá chorando?" -
  • 10:36 - 10:40
    Peter: "Desculpa por estar sendo tão
    estranho agora."
  • 10:40 - 10:44
    Perceba que todos esses eventos
    são relativamente comuns.
  • 10:44 - 10:47
    Eles são o tipo de coisa
    que devem ocorrer com homens
  • 10:47 - 10:48
    em seu dia a dia.
  • 10:50 - 10:52
    Se nós vemos homens chorando
  • 10:52 - 10:55
    por um desses motivos rotineiros
    em mídia dramática,
  • 10:55 - 10:58
    parece tão significativo,
    que nos chama a atenção.
  • 10:59 - 11:01
    Stan: "Verifique as...
    as conexões por favor."
  • 11:02 - 11:03
    Como todas construções sociais
  • 11:03 - 11:06
    as regras governando a janela do choro
  • 11:06 - 11:08
    podem ser dobradas às vezes.
  • 11:09 - 11:11
    Mas se as regras são quebradas,
  • 11:11 - 11:13
    o homem corre o risco de virar
  • 11:13 - 11:15
    motivo de ridículo diante de seus
    semelhantes
  • 11:16 - 11:18
    ou pior, virar um
  • 11:18 - 11:20
    meme na internet.
  • 11:22 - 11:26
    Como evidente em alguns trechos
    que acabamos de ver,
  • 11:26 - 11:28
    quando homens são retratados
    como emotivos
  • 11:28 - 11:30
    fora da janela permitida,
  • 11:30 - 11:33
    suas lágrimas são rotineiramente
    usadas pra comédia.
  • 11:33 - 11:36
    Ron: "Eu tô com um caso sério de emoção."
  • 11:36 - 11:39
    Esse é o espaço em que Will Ferrell,
  • 11:39 - 11:41
    Adam Sandler e outros comediantes
  • 11:41 - 11:44
    constroem seus personagens patéticos.
  • 11:44 - 11:49
    Henry: "Por quê você faria isso comigo,
    seu doente?"
  • 11:49 - 11:50
    [Alan lamentando]
  • 11:50 - 11:53
    É um mundo onde os homens que choram
    por muito tempo,
  • 11:53 - 11:57
    muito intensamente ou em hora
    inconveniente
  • 11:57 - 11:59
    são zombados - impiedosamente.
  • 11:59 - 12:02
    Dylan: "Eu pensei que adultos não deviam
    chorar?"
  • 12:02 - 12:05
    Megan: "Eu acho fofo que ele tá chorando
    como uma putinha."
  • 12:05 - 12:05
    Sara: "Megan!"
  • 12:06 - 12:08
    Comédia que tira sarro do choro masculino
  • 12:08 - 12:11
    constantemente mostra explosões de emoção
  • 12:11 - 12:15
    ou vulnerabilidade como patético, fraco -
  • 12:15 - 12:17
    Raj: "Ai meu deus, já tô chorando." -
  • 12:17 - 12:20
    e decididamente pouco viril.
  • 12:20 - 12:23
    Mulher: "Por quê você não coloca um
    vestido e chora igual menininha?"
  • 12:24 - 12:26
    A associação das lágrimas com a
    feminilidade
  • 12:26 - 12:28
    é ilustrada explicitamente nas
  • 12:28 - 12:31
    incontáveis piadas satirizando homens por
  • 12:31 - 12:32
    chorar como uma menininha.
  • 12:32 - 12:35
    [risada] Monica: "Ainda chorando?"
  • 12:35 - 12:37
    Rachel: "Igual uma menininha."
  • 12:37 - 12:40
    Skinner: "No momento o inspetor
    Chalmers está em casa
  • 12:40 - 12:43
    chorando igual uma menininha." [rindo]
  • 12:43 - 12:45
    Jeremy: "Pare de chorar igual
    menininha."
  • 12:45 - 12:47
    John: "Eu não tava chorando igual
    menininha."
  • 12:47 - 12:48
    O insulto é usado para policiar
  • 12:48 - 12:50
    expressões de emoção nos homens
  • 12:50 - 12:53
    enquanto também reforça a ideia sexista
  • 12:53 - 12:56
    que mulheres são de alguma forma
    emotivas demais
  • 12:56 - 12:58
    ou não têm autocontrole.
  • 12:59 - 13:02
    David: Você conhece as mulheres. Elas
    são muito emotivas."
  • 13:02 - 13:04
    Ian: "É, David, você parece emotivo."
  • 13:04 - 13:07
    David: "É, eu tô passando por
    dificuldades."
  • 13:07 - 13:08
    Embora o choro seja uma
  • 13:08 - 13:11
    resposta humana básica para todos,
  • 13:11 - 13:14
    independentemente de gênero, ele passou
  • 13:14 - 13:17
    a ser considerado um fenômeno de
    um gênero.
  • 13:17 - 13:21
    Paul: "Eu chorei por 45 minutos. Coloque
    um par de tetas em mim e eu viro mulher."
  • 13:21 - 13:23
    Vito: "Você sabe agir como homem,
  • 13:23 - 13:25
    qual teu problema?"
  • 13:25 - 13:27
    Charlotte: "Pode chorar, tá tudo bem."
  • 13:27 - 13:31
    Emerson: "Não tá tudo bem um homem
    adulto chorar em público
  • 13:31 - 13:33
    com um monte de famílias felizes comendo
    torta."
  • 13:33 - 13:36
    É por isso que as pressões sociais para
    que homens
  • 13:36 - 13:40
    finjam ser corajosos e não chorem na
    presença de outros é enorme.
  • 13:40 - 13:44
    Emerson: "Se você não pode segurar,
    vá pro banheiro
  • 13:44 - 13:48
    e chore escondido na privada, como
    um homem!"
  • 13:50 - 13:52
    Como o terapeuta Terrance Real notou,
  • 13:52 - 13:56
    "Nós vivemos em uma cultura
    anti-relacionamento, que despreza a
  • 13:56 - 14:00
    vulnerabilidade, uma que não só
    falha em estimular habilidades de conexão,
  • 14:00 - 14:03

    mas também ativamente as teme."
  • 14:04 - 14:06
    Se homens ficam emotivos na mídia,
  • 14:06 - 14:08
    note onde e quando eles o fazem.
  • 14:11 - 14:16
    Na maioria das vezes, momentos de
    vulnerabilidade só acorrem isoladamente.
  • 14:18 - 14:20
    É um truque de mágica clássico do
    cinema
  • 14:21 - 14:25
    porque nós, como público, conseguimos
    ver os protagonistas vivendo momentos
  • 14:25 - 14:27
    de vulnerabilidade sincera.
  • 14:28 - 14:32
    Mas eles raramente compartilham
    esses sentimentos com outros personagens.
  • 14:35 - 14:37
    Já que a expressão de vulnerabilidade
  • 14:37 - 14:40
    é tão fortemente codificada como
    feminina em nossa cultura
  • 14:40 - 14:42
    as histórias costumam ter mulheres agindo
  • 14:42 - 14:44
    como condutoras para sentimentos
    masculinos.
  • 14:45 - 14:48
    O esforço emocional de se importar com a
    dor dos homens
  • 14:48 - 14:51
    tipicamente é das mulheres em suas vidas.
  • 14:52 - 14:57
    E, normalmente, esse apoio só acontece
    de um lado.
  • 14:58 - 15:01
    Uma das consequências de se viver em
    uma cultura
  • 15:01 - 15:03
    onde homens são ensinados a evitar
    vulnerabilidade
  • 15:03 - 15:05
    é que eles não querem estar perto
  • 15:05 - 15:07
    de pessoas chorando.
  • 15:07 - 15:09
    Jerry: "O que é isso,
    você tá chorando?"
  • 15:09 - 15:10
    George: "Não!"
  • 15:10 - 15:12
    Jerry: "Só se recomponha.
  • 15:12 - 15:14
    Eu não sei se quero ser seu amigo
    depois dessa imagem."
  • 15:14 - 15:15
    George: "Cala a boca!"
  • 15:16 - 15:18
    Homens podem relutar em cuidar
  • 15:18 - 15:21
    ou prover apoio emocional para aqueles
    que estão chorando -
  • 15:21 - 15:22
    Oscar: "Calma, calma" -
  • 15:22 - 15:25
    porque essa proximidade à
    vulnerabilidade
  • 15:25 - 15:28
    enfraquece seu próprio senso de
    masculinidade.
  • 15:30 - 15:33
    Quando próximos de outro homem que
    está chorando -
  • 15:33 - 15:37
    Vic: "Ah, qual é, quer um lencinho?
    Um ursinho?
  • 15:37 - 15:39
    Você tem uma mantinha no porta-malas
    pra eu pegar?"
  • 15:39 - 15:41
    Eles podem dar um tapinha nas costas
    do amigo -
  • 15:41 - 15:44
    Ted: "Ei, vamos parar de nos abraçar." -
  • 15:44 - 15:47
    ou dar um abraço rápido antes de
    reestabelecer distância.
  • 15:47 - 15:50
    Cliff: "Wow, wow, ei"
  • 15:50 - 15:52
    Rick: "Desculpa por isso...
    desculpa"
  • 15:52 - 15:56
    Cliff: "Aqui, coloque isso.
    Não chore na frente dos mexicanos."
  • 15:56 - 15:58
    De fato, se pegos chorando,
  • 15:58 - 16:01
    personagens masculinos frequentemente
    negam isso.
  • 16:01 - 16:02
    Schmidt: "Você tá chorando?"
  • 16:02 - 16:03
    Nick: "Não tô chorando."
  • 16:03 - 16:05
    e fingem que está tudo bem.
  • 16:05 - 16:06
    Ken: "Tá chorando?"
  • 16:06 - 16:07
    David: "O que disse?"
  • 16:07 - 16:08
    Ken: "Tá chorando?"
  • 16:08 - 16:11
    David: "Se tô chorando? Não, eu não tô.
    Você tá chorando!"
  • 16:11 - 16:12
    Raj: "Você tá chorando?"
  • 16:12 - 16:14
    Howard: "Não, eu tô com alergia."
  • 16:14 - 16:15
    Rusty: "Você tá bem?"
  • 16:15 - 16:18
    Daniel: "É, não, eu só mordi uma pimenta."
    [fungando]
  • 16:18 - 16:19
    Jules: "Você tá chorando?"
  • 16:19 - 16:22
    Seth: "Não, só entrou algo em ambos
    meus olhos."
  • 16:22 - 16:26
    Variações no gracejo clássico "Eu tenho
    algo no meu olho"
  • 16:26 - 16:28
    são escritas para comunicar ao público
  • 16:28 - 16:30
    que o personagem tem, de fato,
    sentimentos
  • 16:30 - 16:33
    Davis: "Não, não! Não,
    não tem graça e eu não tava chorando.
  • 16:33 - 16:36
    Eu não tava chorando, tá? Tem muita
    poeira aqui."
  • 16:36 - 16:38
    Michaelangelo: "Tá chorando?"
  • 16:38 - 16:41
    enquanto também dão para ele uma medida
    de negação plausível
  • 16:41 - 16:44
    Raphael: "Não, bobo, só tem muita
    poeira aqui."
  • 16:45 - 16:48
    A mídia popular frequentemente
    reforça a crença
  • 16:48 - 16:49
    Patton: "Cala a boca!"
  • 16:49 - 16:52
    de que homens precisam esconder seus
    sentimentos.
  • 16:52 - 16:55
    Patton: "Não aceito um covarde sentado
    aqui, chorando,
  • 16:55 - 16:57
    na frente de homens corajosos
    feridos em batalha!"
  • 16:58 - 17:01
    Nas fantásticas histórias que
    Hollywood conta,
  • 17:01 - 17:06
    sentimento e ação são apresentados
    normalmente como opostos -
  • 17:07 - 17:10
    Hudson: "Isso não pode tá acontecendo,
    cara, isso não tá acontecendo."
  • 17:10 - 17:13
    como se um impedisse o outro.
  • 17:13 - 17:15
    Rocket: "Você tá chorando?"
  • 17:15 - 17:17
    Thor: "Não...
  • 17:17 - 17:20
    sim. Eu acho que tô em crise."
  • 17:20 - 17:22
    Rocket: "Se recomponha!"
  • 17:22 - 17:24
    Filmes nos contam de novo e de novo
  • 17:24 - 17:27
    que se homens permitem-se sentir
    vulneráveis
  • 17:27 - 17:31
    eles serão inúteis.
  • 17:31 - 17:35
    Não só as suas emoções paralisam
    as funções motoras,
  • 17:35 - 17:37
    [Troy geme]
  • 17:38 - 17:40
    mas o mundo todo pode desmoronar
    a sua volta.
  • 17:41 - 17:44
    Kirk: "Saia dessa. Comecem a agir como
    homens!"
  • 17:44 - 17:46
    Não é verdade, é claro.
  • 17:47 - 17:50
    O choro não impede a ação.
  • 17:50 - 17:51
    [música dramática]
  • 17:54 - 17:59
    Mas o mito de que a vulnerabilidade é
    sinônima com a total falta de controle
  • 17:59 - 18:00
    [leão lamentando]
  • 18:00 - 18:03
    e portanto incompatível com o poder
  • 18:03 - 18:05
    é tão corrosivo e tão forte
  • 18:05 - 18:06
    [tapa]
  • 18:06 - 18:09
    que muitos homens vieram a acreditar que
    eles
  • 18:09 - 18:14
    precisam matar seus lados emotivos
    para serem membros úteis da sociedade
  • 18:15 - 18:19
    Montrose: "Eu vou cortar fora as minhas
    partes fracas.
  • 18:19 - 18:21
    Só para ser um homem."
  • 18:22 - 18:27
    A distância emocional tem outras
    consequências, ainda mais prejudiciais.
  • 18:27 - 18:31
    Jimmy: "E tá começando a me irritar, Dave,
    porque eu não consigo nem chorar
  • 18:31 - 18:35
    por ela. Minha filhinha, e eu não
    consigo nem chorar por ela."
  • 18:36 - 18:38
    O processo de lidar com a dor ou a perda
  • 18:38 - 18:41
    pode ser devagar e difícil,
  • 18:41 - 18:45
    mas é também necessário para a
    cicatrização emocional.
  • 18:47 - 18:50
    Mas quando nós vemos homens desabafando na
    tela,
  • 18:50 - 18:53
    o momento passa rápido.
  • 18:54 - 18:56
    Isso é porque a janela do choro permitido
  • 18:56 - 19:00
    só fica aberta brevemente.
  • 19:01 - 19:05
    Até quando encontra os corpos mortos de
    sua família,
  • 19:05 - 19:09
    as lágrimas vêm e vão no espaço de
    um ou dois minutos.
  • 19:11 - 19:13
    Isso significa que raramente vemos
    personagens masculinos
  • 19:13 - 19:16
    que recebem o tempo mínimo para o luto.
  • 19:17 - 19:22
    Jed: "Não chore! Segure.
  • 19:23 - 19:26
    Deixe virar outra coisa"
  • 19:26 - 19:28
    [chorando]
  • 19:28 - 19:32
    Jed: "Deixe virar uma outra
    coisa, ok?"
  • 19:35 - 19:38
    De fato, em incontáveis obras da mídia
  • 19:38 - 19:42
    as lágrimas masculinas funcionam apenas
    como ponte para a violência.
  • 19:43 - 19:44
    [tiro]
  • 19:45 - 19:48
    Às vezes a transformação
  • 19:48 - 19:51
    do luto profundo para a agressão extrema
  • 19:51 - 19:54
    acontece até na mesma cena.
  • 19:57 - 20:01
    Com muita frequência não vemos, na
    mídia, homens ficando triste
  • 20:01 - 20:04
    nós vemos eles ficando bravos
  • 20:04 - 20:05
    e então se vingando.
  • 20:05 - 20:06
    [tiros]
  • 20:07 - 20:10
    Narrador: "Ele fica selvagem - sedento de
    sangue."
  • 20:10 - 20:11
    [tiros]
  • 20:13 - 20:15
    Dessa forma, a retribuição violenta
  • 20:15 - 20:18
    é apresentada como substituição
  • 20:18 - 20:20
    para o processo normal de luto.
  • 20:21 - 20:23
    Esse padrão incentiva então os homens a
  • 20:23 - 20:26
    externar todos seus sentimentos na
    agressão.
  • 20:26 - 20:29
    [gritando]
  • 20:29 - 20:31
    e usar aquela agressão para se expressar
  • 20:31 - 20:35
    em quase todas as situações.
  • 20:35 - 20:37
    [gritando]
  • 20:37 - 20:41
    Agora, a raiva não é necessariamente uma
    emoção destrutiva.
  • 20:41 - 20:43
    Quando direcionada a métodos
    construtivos,
  • 20:43 - 20:47
    ela pode ser uma resposta apropriada à
    injustiça.
  • 20:47 - 20:50
    O problema é que, como explosões
    de agressividade
  • 20:50 - 20:54
    são em muitas formas o oposto da
    vulnerabilidade,
  • 20:54 - 20:58
    a ira e a raiva são vistas quase
    universalmente
  • 20:58 - 21:00
    como sinais de força nos homens.
  • 21:01 - 21:05
    Enquanto o luto prolongado ou a tristeza
    são vistas como fraqueza.
  • 21:06 - 21:10
    Ou pior, sinais de instabilidade.
  • 21:10 - 21:12
    Isso explica porque cineastas
  • 21:12 - 21:14
    com frequência usam lágrimas
    masculinas
  • 21:14 - 21:19
    para representar a descida à loucura.
  • 21:21 - 21:23
    Ou a descida para o mal
  • 21:23 - 21:25
    Ou ambos.
  • 21:28 - 21:33
    Em seu livro "Cracking the Armour -
    Power, Pain and the Lives of Men"
  • 21:33 - 21:35
    Michael Kaufmann observa que
  • 21:35 - 21:40
    "Quando emoções e vias de expressão da
    emoção são bloqueadas, os resultados
  • 21:40 - 21:44
    podem ser destrutivos para um homem
    e aqueles ao seu redor.
  • 21:44 - 21:50
    Mesmo sem senti-las, essas emoções não
    desaparecem; elas acumulam internamente
  • 21:50 - 21:57
    e são eventualmente transformadas em duas
    opções: ou raiva e agressividade...
  • 21:57 - 22:03
    ...ou viram-se contra nós mesmos em forma
    de auto-ódio, autodepreciação, mal-estar
  • 22:03 - 22:07
    físico, insegurança ou vícios."
  • 22:08 - 22:11
    É esclarecedor considerar a frequência
    em que
  • 22:11 - 22:15
    as emoções masculinas são traduzidas como
    autodestruição
  • 22:15 - 22:17
    nas narrativas Hollywoodianas.
  • 22:17 - 22:20
    Howard: "Eu sou tão patético, eu sou tão
    fudido."
  • 22:20 - 22:24
    [gritando]
  • 22:25 - 22:29
    Assim como a violência exterior,
  • 22:29 - 22:31
    a violência interior é muitas vezes
    retratada
  • 22:31 - 22:35
    como uma manifestação intrínseca,
    quase inevitável
  • 22:35 - 22:38
    da dor emocional do homem.
  • 22:38 - 22:40
    Riggan: "Bang."
  • 22:40 - 22:42
    Ao invés de criticar a masculinidade
  • 22:42 - 22:44
    distante ou violenta,
  • 22:44 - 22:47
    essas representações acabam glamorizando
  • 22:47 - 22:49
    ou pelo menos mitificando
  • 22:49 - 22:52
    e romantizando personagens masculinos
  • 22:52 - 22:56
    que quase nunca aprendem a lidar
    com seus sentimentos
  • 22:56 - 22:59
    de uma forma saudável.
  • 22:59 - 23:03
    Assim somos expostos a imagens de
    homens destruindo a si mesmos
  • 23:03 - 23:07
    em espetáculos cinematográficos realizados
    com esplendor.
  • 23:09 - 23:12
    Em seu incrível livro
    "O Vão Para Mudar",
  • 23:12 - 23:15
    Bell Hooks afirma que a cultura popular
  • 23:15 - 23:19
    raramente nos fornece caminhos emocionais
    alternativos para personagens masculinos.
  • 23:21 - 23:25
    "A grande maioria dos filmes
    contemporâneos apresenta a mensagem
  • 23:25 - 23:28
    de que homens não podem escapar a
    fera interna.
  • 23:28 - 23:32
    Eles podem fingir. Eles podem dissimular,
    mas nunca fugir do domínio que
  • 23:32 - 23:36
    o patriarcado tem sob suas consciências."
  • 23:36 - 23:40
    De fato, historias em que homens quebram
    o padrão
  • 23:40 - 23:44
    e lidam com a dor emocional
    de forma transformativa,
  • 23:44 - 23:47
    são poucas e raras.
  • 23:47 - 23:51
    [chorando]
  • 23:51 - 23:53
    Sean: "Não é sua culpa."
  • 23:53 - 23:55
    "Gênio Indomável" é um raro filme
  • 23:55 - 23:59
    em que o protagonista escolhe rejeitar a
    masculinidade patriarcal padrão
  • 23:59 - 24:00
    [soluçando]
  • 24:00 - 24:05
    e segue um caminho
    mais vulnerável de conexão emocional.
  • 24:07 - 24:12
    Joel faz uma escolha parecida em "Brilho
    Eterno de uma Mente sem Lembranças",
  • 24:12 - 24:15
    quando ele decide enfrentar seus
    sentimentos dolorosos
  • 24:15 - 24:20
    ao invés de apagá-los.
  • 24:20 - 24:24
    No filme "Moonlight" de Berry Jenkins,
    Chiron também escolhe deixar pra trás
  • 24:24 - 24:28
    uma vida endurecida pelo isolamento
    e aceitar a vulnerabilidade da
  • 24:28 - 24:32
    intimidade emocional.
  • 24:32 - 24:36
    Representações assim são celebradas
    com razão,
  • 24:36 - 24:39
    mas essas representações ainda são
    notavelmente raras
  • 24:39 - 24:44
    e continuam como exceções,
    e não a norma.
  • 24:44 - 24:46
    Como eu disse antes,
  • 24:46 - 24:49
    pode ser genuinamente angustiante
    quando a mídia nos permite
  • 24:49 - 24:54
    vislumbrar rachaduras na fachada
    do controle masculino.
  • 24:54 - 24:56
    Ver um homem finalmente
  • 24:56 - 25:00
    deixar uma lágrima escapar,
    um lábio tremer
  • 25:00 - 25:04
    ou, em circunstâncias mais extremas,
    chorar bastante
  • 25:04 - 25:07
    pode ser bem emocionante.
  • 25:07 - 25:10
    Até em cenas que são engraçadas.
  • 25:10 - 25:14
    Kayla: "Ah, qual é, pai. Qual é,
    seja forte."
  • 25:14 - 25:16
    Mesmo assim, é importante reconhecer
  • 25:16 - 25:20
    que esses raros momentos são vistos como
    tão poderosos,
  • 25:20 - 25:24
    justamente porque a desconexão ainda é
    valorizada tanto
  • 25:24 - 25:28
    em homens na nossa sociedade.
  • 25:28 - 25:30
    Talvez nós não nos emocionaríamos tanto
  • 25:30 - 25:33
    pelas pequenas rachaduras na barragem
  • 25:33 - 25:37
    se pudéssemos ver o fluxo livre das
    lágrimas com mais frequência.
  • 25:39 - 25:43
    Filmes e séries são muito mais do que
    simples entretenimento.
  • 25:43 - 25:47
    Eles também nos presenteiam com o que
    Bell Hooks chama de
  • 25:47 - 25:49
    "a arte do possível."
  • 25:49 - 25:54
    Zuko: Como pode me perdoar tão facilmente?
    Achei que você estaria furioso."
  • 25:54 - 25:57
    Iroh: "Eu nunca estive brabo com você.
  • 25:57 - 26:01
    Eu estava triste porque temia que você
    tinha se perdido."
  • 26:01 - 26:04
    E é por isso que é essencial para a mídia
  • 26:04 - 26:08
    nos mostrar mais do que os raros e
    momentâneos vislumbres de vulnerabilidade
  • 26:08 - 26:13
    masculina. Nós precisamos ver homens
    chorando sem receios.
  • 26:13 - 26:16
    Homens conectando-se emocionalmente com
    mulheres
  • 26:16 - 26:17
    e com outros homens.
  • 26:17 - 26:20
    e, por fim, ver homens melhorando
  • 26:20 - 26:24
    enquanto aceitam todos os lados de sua
    humanidade.
  • 26:25 - 26:29
    Nós precisamos da janela do choro sempre
    aberta.
  • 26:30 - 26:34
    [música emotiva]
  • 26:34 - 26:37
    Eu espero que você tenha gostado deste
    vídeo.
  • 26:37 - 26:40
    Agora, como você pode imaginar, estes
    longos vídeo-ensaios
  • 26:40 - 26:41
    levam um tempo enorme
  • 26:41 - 26:44
    para escrever, editar e produzir.
  • 26:44 - 26:46
    Este tem algo em torno de 200 trechos de
    cenas
  • 26:46 - 26:49
    retirados de vários filmes e
    séries de TV.
  • 26:49 - 26:52
    Então se você gostaria de ver mais vídeos
    como este
  • 26:52 - 26:54
    por favor considere ir até o Patreon
  • 26:54 - 26:57
    e ajudar a apoiar este projeto lá.
  • 26:57 - 27:00
    Eu também deixei um link para o Paypal
    na descrição abaixo,
  • 27:00 - 27:01
    se você preferir.
  • 27:01 - 27:04
    Agora eu tenho um monte de outros projetos
    de mídia em andamento
  • 27:04 - 27:06
    então por favor fique atento a eles
  • 27:06 - 27:10
    e eu vou ver você aqui na próxima vez.
  • 27:10 - 27:14
    Legenda PT-BR: Leon Artmann
Title:
Meninos Não Choram (Exceto Quando Eles Choram)
Description:

Já que todos nós sabemos que meninos (e homens) choram sim, este vídeo foca no relativamente pequeno conjunto de circunstâncias sociais em que lágrimas são permitidas.

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LEITURA RECOMENDADA
• The Will to Change (O Vão Para Mudar) por bell hooks
https://www.simonandschuster.com/books/The-Will-to-Change/bell-
• The Gender Knot por Allan G Johnson
http://tupress.temple.edu/book/1306
• Permission to Feel por Marc Brackett
https://www.marcbrackett.com/about/book-permission-to-feel/

LEGENDAS
• Você pode ajudar com legendas e captions para este video no Amara:
https://amara.org/en/videos/zVMyDeObL3vC/info/boys-dont-cry-except-when-they-do/?team

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CRÉDITOS
Roteiro/Edição: Jonathan McIntosh
Motion Graphics: Jonathan McIntosh
Música da Outro: Rick Lopez

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Video Language:
English
Duration:
27:26

Portuguese, Brazilian subtitles

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