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A Rota da Seda: A primeira "world wide web" da história - Shannon Harris Castelo

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    Um banqueiro em Londres envia
    a mais nova informação sobre ações
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    para seus colegas em Hong Kong
    em menos de um segundo.
  • 0:12 - 0:15
    Com um único clique,
    um cliente em Nova Iorque
  • 0:15 - 0:17
    faz o pedido de equipamentos
    eletrônicos fabricados em Pequim,
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    transportados pelo oceano
    em uma questão de dias
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    em um avião cargueiro ou
    navio porta-contêineres.
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    A velocidade e o volume
    em que bens e informações
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    se movem através do mundo hoje
    não tem precedentes na história.
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    Mas o intercâmbio global é mais
    velho do que pensamos.
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    Ele remonta a 2 mil anos atrás,
    um caminho de uns 8 mil quilômetros,
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    conhecido como a Rota da Seda.
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    A Rota da Seda não era uma única rota,
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    mas uma rede de rotas múltiplas
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    que surgiram gradualmente
    através dos séculos,
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    conectando vários povoados entre si
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    fio por fio.
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    As primeiras civilizações agrárias
    eram locais isolados
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    em vales férteis de rios,
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    sendo as viagens impedidas
    pelo relevo que as rodeava
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    e pelo medo do desconhecido.
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    Mas assim que foram crescendo,
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    descobriram que os desertos áridos
    e as estepes ao redor
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    eram habitados, não pelos
    demônios do folclore,
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    mas por tribos nômades
    que andavam a cavalo.
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    Os Citas, que perambulavam
    da Hungria à Mongólia,
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    haviam tido contato
    com as civilizações
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    da Grécia, Egito, Índia e China.
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    Geralmente, esses encontros
    não eram nem um pouco pacíficos.
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    Mas mesmo com as pilhagens e guerras,
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    assim como o comércio e a proteção
    dos mercadores viajantes,
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    em troca de tarifas,
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    os nômades começaram a espalhar
    bens, ideias e tecnologia
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    entre culturas que
    não tinham contato direto.
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    Um dos fios mais importantes
    dessa teia em crescimento
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    foi a Estrada Persa Real,
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    completada por Dario I no século V a.C.
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    Com mais de 3 mil quilômetros
    do Rio Tigre ao Mar Egeu,
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    seus pontos de encontro permitiram
    que bens e mensagens
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    viajassem a quase 1/10 do tempo
    que um viajante levaria.
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    Com a conquista da Pérsia
    por Alexandre o Grande,
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    e a expansão até a Ásia Central através
    da captura de cidades como Samarcanda,
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    e a criação de outras,
    como Alexandria Eschate,
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    a rede de cultura e comércio
    entre a Grécia, Egito, Pérsia e Índia
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    se estendeu mais para o leste
    do que nunca,
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    colocando as bases para uma ponte
    entre a China e o Oeste.
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    Isso foi feito no século II a.C.,
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    quando um embaixador chamado Jang Qian,
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    enviado para negociar
    com nômades no Oeste,
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    voltou para o imperador Han
    com histórias
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    de civilizações sofisticadas,
    comércio próspero
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    e bens exóticos além das
    fronteiras do oeste.
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    Embaixadores e mercadores
    foram enviados
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    à Pérsia e à Índia para negociar seda
    e jade por cavalos e algodão,
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    junto com exércitos para garantir
    sua passagem em segurança.
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    Rotas orientais e ocidentais
    gradualmente foram se conectando
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    e formaram um sistema integrado,
    expandindo-se pela Eurásia,
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    possibilitando intercâmbio
    cultural e comercial
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    ainda mais longe do que antes.
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    Bens chineses chegaram até Roma,
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    causando tanta saída de ouro
    que a seda acabou sendo banida,
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    enquanto que a vidraria Romana
    era muito valorizada na China.
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    Expedições militares na Ásia Central
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    também criaram encontros
    entre soldados chineses e romanos,
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    talvez até transmitindo
    a tecnologia da besta
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    para o mundo Ocidental.
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    A demanda de bens
    exóticos e estrangeiros
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    e o lucro que isso trouxe
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    mantiveram os fios
    da Rota da Seda intactos,
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    até mesmo quando
    o Império Romano se desintegrou
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    e dinastias chinesas subiram
    e caíram do poder.
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    Até mesmo hordas mongóis,
    conhecidas por pilhagem e saques,
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    protegiam as rotas de comércio,
    em vez de destruí-las.
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    Mas junto com as mercadorias,
    essas rotas também possibilitaram
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    a movimentação de tradições,
    inovações, ideologias e idiomas.
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    Originado na Índia, o Budismo
    migrou à China e ao Japão
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    e se tornou a religião dominante lá.
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    O Islã se espalhou da Península Arábica
    até o sul da Ásia,
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    misturando-se com crenças nativas
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    e criando crenças novas,
    como o Siquismo.
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    E a pólvora migrou da China
    ao Oriente Médio
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    forjando o futuro dos impérios
    Otomano, dos Safávidas e Mogol.
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    De certo modo, o sucesso da Rota da Seda
    levou à sua própria morte
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    assim que novas tecnologias marítimas,
    como a bússola magnética,
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    chegaram à Europa, tornando obsoletas
    rotas terrestres longas.
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    Enquanto isso, o colapso
    do Império Mongol.
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    foi seguido pela retirada da China
    do comércio internacional.
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    Mas apesar de as rotas
    e redes antigas não durarem,
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    elas tinham mudado o
    mundo para sempre
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    e não havia mais volta.
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    Europeus buscando novas rotas marítimas
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    até as riquezas que eles sabiam
    que havia na Ásia Oriental
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    levaram à Era da Exploração
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    e expansão até a África
    e às Américas.
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    Hoje, a conexão global molda
    nossas vidas como nunca antes.
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    Compradores canadenses compram
    blusas feitas em Bangladesh,
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    Plateias japonesas assistem
    a shows de TV britânicos,
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    e Tunísios usam software americano
    para criar uma revolução.
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    O impacto da globalização na cultura
    e na economia é incontestável.
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    Mas quaisquer que sejam seus
    benefícios e suas desvantagens,
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    ela está longe de ser um fenômeno novo.
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    E apesar de as montanhas,
    desertos e oceanos
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    que antes nos separavam
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    serem superados por
    veículos supersônicos,
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    cabos de comunicação transcontinentais,
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    e sinais transmitidos do espaço
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    em vez de caravanas viajando
    durante meses,
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    nada disso seria possível
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    sem as culturas pioneiras
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    cujos esforços criaram a Rota da Seda:
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    a primeira "world wide web" da história.
Title:
A Rota da Seda: A primeira "world wide web" da história - Shannon Harris Castelo
Description:

Assista à aula completa:
http://ed.ted.com/lessons/the-silk-road-history-s-first-world-wide-web-shannon-harris-castelo

Com a tecnologia moderna, o intercâmbio global de bens e ideias pode ocorrer no clicar de um botão. Mas e 2 mil anos atrás? Shannon Harris Castelo mostra a história da Rota da Seda, com uns 8 mil quilômetros, uma rede de rotas múltiplas que utilizavam a linguagem comum do comércio para conectar as maiores sociedades, fio por fio.

Aula de Shannon Harris Castelo, animação de Steff Lee.

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Video Language:
English
Team:
closed TED
Project:
TED-Ed
Duration:
05:20

Portuguese, Brazilian subtitles

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