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Meus amigos, nós estamos aqui hoje
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reunidos em torno desta obra: "Boa Nova".
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E há um fato que nos chama a atenção nessa...
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digamos, gigantesca obra da Espiritualidade.
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Emmanuel, coordenador da mediunidade
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de Chico Xavier,
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autor de cinco romances
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que praticamente reconstruíram
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a história do cristianismo primitivo,
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optou
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por chamar alguém
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que pudesse escrever
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30 contos
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a respeito da época de Jesus.
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E o projeto foi tão bem-sucedido,
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"Boa Nova",
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que Humberto de Campos
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repetiu a dose em outras obras,
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trazendo outros contos.
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O que nos chama a atenção é:
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por que Emmanuel não escreveu ele próprio?
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Por que chamou Humberto de Campos?
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O que Humberto de Campos agrega
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ao contar essas histórias?
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Por que ele?
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Que histórias são essas?
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Essa é uma reflexão,
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e toda vez que nós lemos um desses casos,
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e hoje vamos ler
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o capítulo 20, "Maria de Magdala",
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essa reflexão inicial vem à nossa mente:
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Por que Humberto de Campos?
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E é preciso dizer que
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Jesus não escreveu nada.
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Ele poderia ter redigido
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um compêndio do Evangelho
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de forma insuperável.
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Porque ninguém, ninguém
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seria capaz de superá-lo
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na redação do próprio Evangelho,
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mas Ele optou por nada escrever.
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Na verdade, Jesus optou
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por não deixar nada de material,
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prevendo
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que nós nos apegaríamos ao material
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e esqueceríamos da essência.
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Imaginem
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se tivesse existido um texto escrito
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pelo próprio punho de Jesus?
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Os homens adorariam mais esse pergaminho,
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ou esse papiro,
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fariam peregrinações, se ajoelhariam
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diante desse texto,
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implorariam curas, milagres
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e se esqueceriam da essência da mensagem.
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Portanto, Jesus
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ensina verbalmente, ensina oralmente,
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ensina com a Sua conduta, com a Sua vida
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e deixa
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que centenas de pessoas registrem os fatos
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e aqui eu gostaria
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de chamar a atenção para uma coisa:
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Nesse trânsito caótico
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que a gente vive nas grandes cidades,
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é comum ocorrerem acidentes.
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E quando ocorre o acidente,
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que foi presenciado por diversas pessoas,
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existe uma coisa muito engraçada:
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Ocorre o acidente
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e você chega para a pessoa e fala assim:
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"O acidente foi entre dois veículos,
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quais eram os veículos?"
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"Ah, era um Fiat Palio...
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...e um Fiat Uno."
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O outro fala: "Não, não, não!
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Era um Fiat Palio e um Volkswagen."
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E não há concordância.
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Um fala: "Era um amarelo e um verde."
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Outro fala: "Não, era um azul e um amarelo."
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"O carro amarelo avançou...
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e o verde bateu no..."
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"Não, não foi não! Não foi assim."
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Cada um vai dar uma versão do fato.
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Porque percepção é algo muito subjetivo.
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Tirando aqueles elementos
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centrais do acontecimento,
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aqueles fatos que preenchem,
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que simplesmente compõem o cenário,
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nem sempre quem presenciou
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estava atento.
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E na redação dos Evangelhos
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ocorreu a mesma coisa...
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Os Evangelistas narraram,
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primeiro, com um propósito.
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Nenhum evangelista escreveu seu livro
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sem um propósito.
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Eles queriam transmitir uma mensagem.
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Eles não eram historiadores.
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Até porque historiador
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como nós conhecemos hoje, no séc. 21,
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não existia na época do Cristo.
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Esse conceito de fazer história
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como nós entendemos,
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não é um conceito de um habitante
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da época de Jesus.
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Esse conceito é nosso, não é deles.
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Eles estavam preocupados
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em transmitir a essência de uma mensagem.
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E mais do que isso,
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os Evangelistas estavam
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interessados em comover.
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Comover.
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Porque eles estavam comovidos.
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Alguém que teve a oportunidade
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de presenciar algo que Jesus fez
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ficou marcado para sempre.
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Para sempre.
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Para a eternidade.
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E, de algum modo,
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a pessoa queria expressar isso.
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Então ela não estava preocupada
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se, quando Jesus curou o cego,
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tinha 10, 15 ou 5 pessoas em volta.
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Porque, eu acredito, se você estivesse lá,
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você não ia prestar atenção.
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Você não ia prestar atenção.
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A figura de Jesus iria atraí-lo
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com tamanha força
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que você não teria energia
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para prestar atenção em mais nada.
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Esse é o trabalho do Evangelista.
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Cada qual narrou, um talvez
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percebeu algo que o outro não percebeu,
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um enfocou o acontecimento
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de um ângulo que o outro não enfocou,
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e assim foram redigidos os Evangelhos.
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E como hoje nós vamos falar
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dessa figura extraordinária
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que é Maria de Magdala...
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E aqui ela não é identificada pelo nome
-
do pai, pelo nome da mãe, pela família...
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Como Simão Pedro, Simão bar Jonas,
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Simão filho de Jonas.
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Aqui não. É Maria de Magdalena.
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Seria mais ou menos assim:
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Haroldo de Belo Horizonte.
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José de Sabará.
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Luiza de Nova Lima.
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Essa é a identificação dela.
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Pela sua cidade natal. Maria de Magdala.
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O lago de Genesaré talvez seja
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um pouco maior do que a lagoa da Pampulha.
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E, por incrível que pareça,
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era rodeado de aldeias.
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E uma dessas aldeias próximas de Cafarnaum
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era a cidade de Magdala.
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Quais os dados nós temos
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de Maria de Magdala
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ou Maria Magdalena?
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Nós temos aqui um dicionário,
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um dicionário bíblico da Vida Nova...
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E como o objetivo neste momento
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é que você fique muito perdido,
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e que você tenha a sensação
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de que, depois que eu ler isso aqui,
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você está sabendo menos do que antes,
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eu vou ler
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o que ele vai falar sobre Maria Magdalena.
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É um dicionário feito, organizado
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pelo J. D. Douglas,
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mas tem vários eruditos bíblicos,
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vários estudiosos.
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E naturalmente eles vão falar do material
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que eles têm em mãos.
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O material que está disponível
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para os encarnados estudarem.
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É sobre isso que eles vão dizer.
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E ele diz assim:
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"Maria Magdalena: esse nome provavelmente
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se deriva da aldeia galileia de Magdala."
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Provavelmente?
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Como assim?
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Se Magdalena não se origina
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da aldeia de Magdala, se origina de onde?
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Aí a gente já percebe o temor, o medo
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de quem está escrevendo o artigo.
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Ele está com tanto medo
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que não quer fazer nenhuma afirmação.
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"O nome, provavelmente, se deriva
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da aldeia galileia de Magdala."
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"Seu aparecimento, antes das narrativas
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sobre a paixão de Jesus,
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se confina a Lucas 8, versículo 2."
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E é verdade.
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É verdade.
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E realmente a narrativa dos evangelistas
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se concentra na paixão,
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no momento da crucificação de Jesus
-
e no momento da ressurreição.
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Antes,
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qual a referência à Maria Magdalena?
-
Bom...
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Ele diz: capítulo 8, versículo 2,
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de Lucas. Vamos ver a referência:
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"E sucedeu depois disso..."
-
Depois disso o quê?
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Depois de uma passagem que Lucas narrou,
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que é um banquete na casa de Simão,
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o fariseu.
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Depois disso...
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"E sucedeu, depois disso, que Ele percorria
-
cada cidade e aldeia, proclamando
-
e evangelizando o Reino de Deus.
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Os doze estavam com ele,
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e algumas mulheres que haviam sido curadas
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de espíritos maus e enfermidades:
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Maria, chamada Magdalena,
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ou de Magdala, da qual saíram sete daimones;
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Joana, mulher de Cusa, administrador de Herodes;
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Susana e muitas outras,
-
as quais serviam a ele com seus bens."
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Essa é a referência a ela.
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Maria de Magdala, junto de Joana de Cusa,
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Suzana e outras mulheres.
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Nenhuma referência mais.
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E antes? Antes, no cap. 6, versículo 36,
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ao cap. 49 nós temos um caso curioso.
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Jesus é chamado para um banquete
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na casa de um fariseu.
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Essa é uma passagem bastante interessante,
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porque ela está repleta de elementos culturais
-
e, se não entendemos os elementos
-
da cultura da época,
-
praticamente não entendemos a passagem.
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Praticamente não entendemos a passagem.
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Jesus é convidado para um banquete,
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Ele se reclina, começam a fazer as refeições
-
e uma mulher chega por trás,
-
começa a chorar nos Seus pés,
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por trás dos pés,
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enxuga as lágrimas com seus cabelos
-
e derrama um vaso de unguento
-
nos pés de Jesus.
-
E o fariseu, vendo isso,
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diz a Jesus assim: "Se você fosse profeta,
-
saberia
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que uma mulher pecadora
-
está tocando em você."
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Bom, até aquele momento,
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Jesus cumpria todo o protocolo
-
de um convidado bastante educado.
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Daquele momento em diante,
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Jesus diz coisas, para esse fariseu,
-
muito duras.
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Muito duras...
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Mas quem é essa mulher?
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Não identificada.
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Há um outro caso, de outra mulher
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que ungiu Jesus, mas em Betânia.
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A pesquisa se divide, mas há uma corrente
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que entende que houve duas mulheres
-
que ungiram Jesus: essa, que ungiu
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na casa de Simão, o fariseu...
-
E onde ele morava? Não sabemos.
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O texto não diz.
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E depois,
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essa outra unção feita em Betânia,
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às vésperas da crucificação de Jesus.
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E esses são os dados.
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Alguns estudiosos tentaram identificar
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Maria de Magdala como a mulher adúltera,
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mas essa é uma corrente minoritária.
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A maioria entende que são pessoas distintas,
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completamente distintas.
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Mesmo porque não há referência nenhuma,
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nenhuma, nos Evangelhos, ao fato de ser
-
Maria de Magdala casada ou não.
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E essa é a confusão dos estudiosos,
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em razão da falta de informação
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mais robusta nos Evangelhos,
-
mas, sobretudo, da falta
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de conhecimento dos estudiosos
-
das tradições da época de Jesus.
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Porque o texto tem informações,
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mas é preciso saber extraí-las.
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E aqui nós vamos fazer alguns comentários,
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sem recorrer ao livro "Boa Nova".
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Daqui a pouco vamos para o livro.
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Daqui a pouquinho. Vai ser importante.
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Sobre essa questão de entender-se
-
os elementos culturais...
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Kenneth Bailey.
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Esse homem se dirigiu... protestante,
-
se dirigiu à sua igreja com um projeto.
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Ele identificou que, na região
-
da Palestina,
-
Jerusalém e aldeias circunvizinhas,
-
havia alguns povoados
-
que mantinham características
-
semelhantes à época de Jesus.
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Isso 50 anos atrás,
-
quando ele começou a fazer a pesquisa.
-
E o que ele propôs, então?
-
Que dessem a ele uma bolsa,
-
que bancassem um projeto,
-
e ele iria até essas aldeias
-
fazer uma pesquisa sobre a cultura local,
-
na tentativa de encontrar elementos
-
da cultura da época de Jesus.
-
Qual era o projeto?
-
Ele moraria um tempo nessas aldeias,
-
leria o Evangelho para essas pessoas
-
e perguntaria para elas:
-
"O que você está entendendo aqui?"
-
Detalhe:
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Ele lia o Evangelho em siríaco,
-
que é um desenvolvimento da língua aramaica.
-
Então, praticamente, numa língua
-
muito próxima da língua materna de Jesus.
-
E ele começava a perguntar pras pessoas.
-
Ele se entusiasmou e acabou ficando 30 anos.
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Trinta anos...
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E produziu 5 obras. Estão todas em inglês,
-
infelizmente, mas a editora Vida Nova
-
traduziu um pedaço de uma obra.
-
Por incrível que pareça,
-
não traduziram a obra inteira.
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"As Parábolas de Lucas", Kenneth Bailey.
-
E por incrível que pareça, para nossa sorte,
-
para nossa sorte, o capítulo 2 se refere
-
exatamente ao banquete na casa do fariseu
-
Simão, onde aquela mulher quebra
-
o vaso de alabastro com unguento
-
e unge os pés de Jesus.
-
E ele leu essa passagem para aqueles aldeões
-
que mantinham os mesmos hábitos e viviam
-
como se vivia 2.000 anos atrás,
-
e começou a perguntar pra essas pessoas:
-
"Ei!"
-
"Por que Jesus
-
chamou a atenção desse fariseu?"
-
E eles ficavam assim:
-
"Mas não é possível! Você não entendeu?
-
Esse homem foi extremamente
-
mal-educado com Jesus!"
-
"Mal-educado como? Ele não convidou
-
Jesus para cear na casa dele?"
-
"Sim...
-
Convidou Jesus para cear,
-
mas ele não cumpriu
-
nenhuma das regras da etiqueta social,
-
nenhuma das regras
-
que alguém que está recebendo...
-
As regras da hospitalidade,
-
ele quebrou todas."
-
Aí o Kenneth Bailey ficou perplexo.
-
"Como assim, quebrou todas?"
-
Imagine que você convide alguém
-
para ir na sua casa.
-
A pessoa toca o interfone ou a campainha
-
e você desce, abre a porta
-
e fica olhando para a pessoa.
-
E a pessoa olhando para você.
-
Está certo?
-
Não está! Tem uma coisa esquisita.
-
Porque, quando recebe alguém,
-
você abre a porta e o que diz?
-
"Bom dia!" "Boa tarde!" "Boa noite!" "Vamos..."
-
"Vamos entrar." "Vamos entrar?"
-
Regras da hospitalidade da nossa sociedade.
-
Aí a pessoa entra, fica em pé
-
e você em pé também.
-
Aí a pessoa te olha e fala: "Meu Deus!
-
Ou essa pessoa que está me recebendo
-
é um pouquinho maluquinha,
-
ou eu não sou uma pessoa bem-vinda."
-
Não é?
-
"Eu não sou uma pessoa bem-vinda."
-
Porque, quando alguém entra na sua casa,
-
você fala: "Senta..."
-
Regra da hospitalidade da nossa sociedade.
-
"Senta..."
-
Terceira pergunta:
-
"Você quer beber alguma coisa?
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Um suco? Uma água? Um refrigerante?"
-
Regras da hospitalidade.
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Você senta e conversa.
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Quais eram as regras de hospitalidade
-
nas aldeias, na época de Jesus?
-
A regra era: alguém entrava na sua casa
-
e o "Bom dia! Vamos entrar?"
-
era um beijo na pessoa.
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Se fosse alguém como você, um beijo na face.
-
O beijo na face equivale a dizer: "Bom dia!"
-
"Boa tarde!" "Boa noite!" "Por favor, entra!"
-
Mas, se você estivesse recebendo
-
alguém que fosse um mestre da Lei,
-
um mestre da Torá,
-
você beijava as mãos.
-
A pessoa entrava. O que você fazia?
-
Pedia
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para alguma mulher... mulher...
-
lavar os pés da pessoa.
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Trazia-se uma vasilha... Por quê?
-
Eu não sei se alguém aqui já teve
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oportunidade de caminhar no deserto.
-
Particularmente, eu tive o privilégio
-
de caminhar no deserto
-
de Jerusalém para Jericó.
-
E posso dizer uma coisa:
-
depois de 30min no deserto da Judeia,
-
se alguém te der uma água fresca
-
para colocar o pé,
-
refresca até o perispírito.
-
Quando você põe o pé naquela água fria,
-
até o corpo mental refresca.
-
E nós temos essa experiência aqui.
-
Quando está frio, você coloca os pés
-
numa água morna, não aquece todo o corpo?
-
Aquece.
-
Então essa regra tinha sua razão de ser.
-
Ao molhar os pés do convidado,
-
você refrescava.
-
Depois, o que você fazia?
-
Se você estivesse recebendo
-
uma autoridade, na Torá,
-
você derramava um pouco de óleo
-
na cabeça da pessoa.
-
Era a unção.
-
O sinal de que você estava recebendo
-
um mestre da Lei.
-
Pois bem...
-
Simão, o fariseu, convidou Jesus
-
para cear na casa dele.
-
Jesus entrou na casa,
-
ele não deu beijo nenhum,
-
ele não ofereceu água para os pés de Jesus
-
e ele não ungiu a cabeça de Jesus com óleo.
-
O que ele estava dizendo para Jesus?
-
"Você não é bem-vindo."
-
"Você não é bem-vindo."
-
As refeições eram feitas em mesas pequenas,
-
de modo que a pessoa se ajoelhava,
-
se reclinava com os pés para trás e comia.
-
Como as aldeias eram muito pequenas,
-
50, 40 casas, a aldeia inteira vinha
-
para observar você comer.
-
Porque receber uma visita
-
era um acontecimento.
-
Então todo mundo vinha
-
e não havia problema nenhum nisso.
-
E nem precisava ficar constrangido
-
da comida não dar,
-
porque não tinha nenhuma obrigação
-
de dar comida para a aldeia toda.
-
As pessoas queriam ver
-
você recebendo o seu hóspede e comendo.
-
Daí o fato dessa mulher
-
ter tido acesso à refeição.
-
Ela entrou, como entraram dezenas de pessoas.
-
E ela se posicionou por trás de Jesus
-
porque Jesus estava reclinado para comer
-
com os pés para trás.
-
Mas talvez você esteja se perguntando:
-
"Qual que é o tema desse estudo?
-
É Maria de Magdala?"
-
É. É Maria de Magdala.
-
Essa mulher entra.
-
Como ela é uma mulher pecadora...
-
e aqui mais um elemento extraordinário da cultura:
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"mulher pecadora" é uma forma polida
-
de dizer... "prostituta".
-
Como dizer "garota de programa"
-
é uma maneira polida de se referir
-
à prostituição feminina.
-
Nós também temos essas mesmas estratégias.
-
Não é?
-
Nós temos essa estratégia.
-
Por que "mulher pecadora"
-
sugere fortemente a prostituição feminina?
-
Porque nós vivíamos numa sociedade
-
altamente patriarcal.
-
A mulher não tinha personalidade jurídica.
-
Como assim? Significa que: é o pai e...
-
boi, vaca, mulher... objetos...
-
Na sinagoga ou no templo,
-
para iniciar a oração que dá abertura
-
ao culto, eu preciso de 10 pessoas.
-
Eu estou sendo polido.
-
A regra é: eu preciso de 10 homens,
-
porque mulher não é pessoa.
-
Ao menos para essa finalidade.
-
Na sociedade judaica da época,
-
a mulher não conta como pessoa
-
para inteirar 10, para se iniciar a oração.
-
Uma mulher é criada pelo pai,
-
que tem autoridade de vida e morte
-
sobre ela,
-
assim como na sociedade romana da época.
-
Ela sai da autoridade do pai
-
e passa para a autoridade do marido.
-
Ela devia usar, na cultura judaica,
-
isso na cultura judaica,
-
vestes adequadas, que tampassem tudo,
-
ela não poderia conversar com homens
-
que não fossem membros da sua família,
-
ou na presença de membros da sua família...
-
De modo que
-
uma mulher conversando com um homem
-
que não é da família dela, na rua...
-
Inadmissível!
-
Inadmissível.
-
Essas eram as regras rígidas.
-
Pois bem! E aqui nós temos um fato
-
importante.
-
Importantíssimo.
-
Para a sensibilidade religiosa daquela época,
-
uma pessoa que cumpre a lei, que é religiosa,
-
conversar com alguém que é pecador
-
é desaconselhável,
-
porque eles imaginavam que,
-
se você conversa com alguém que é pecador,
-
se você toca nessa pessoa
-
e essa pessoa toca em você,
-
a impureza dela se transmite a você.
-
Você se torna impuro.
-
Dá para imaginar a reação de Simão Pedro
-
quando vê Jesus conversando com prostitutas.
-
Já tentaram imaginar?
-
Às vezes, nós temos uma tendência
-
de não entrar nessas questões,
-
porque ferem a nossa sensibilidade.
-
Ferem a nossa sensibilidade.
-
Naquele caso específico,
-
uma mulher pecadora,
-
que é uma forma polida
-
de dizer "uma prostituta"... ou...
-
Porque, quando eu digo "prostituta",
-
no conceito da época, não é necessariamente
-
o conceito de "garota de programa".
-
Não é necessariamente esse conceito.
-
O conceito é: se você não casou
-
e mantém um relacionamento com um homem,
-
você é uma prostituta.
-
Porque a mulher deve se manter virgem
-
até o casamento
-
e ela só pode manter relação
-
após o casamento e com a pessoa
-
com quem ela casou, evidentemente.
-
Se... se...
-
o marido divorciar...
-
e ela arrumar um outro marido,
-
ela é prostituta.
-
Então as regras que definem a conduta
-
da mulher eram extremamente restritivas.
-
Se o seu marido te abandonou,
-
e você ficou sozinha,
-
encontrou outra pessoa e casou,
-
você era uma prostituta.
-
Que dirá
-
de uma mulher que não casou
-
e tinha namorados...
-
Esse era o conceito.
-
A questão é que Jesus era um mestre da Lei.
-
Jesus era um rabi.
-
E uma prostituta toca nele.
-
Isso é inconcebível!
-
É inconcebível uma mulher "de má vida"
-
tocar num sacerdote ou em alguém religioso,
-
que dirá num mestre da Lei...
-
Essa mulher tocou em Jesus.
-
Mas vamos observar?
-
O fariseu que recebeu Jesus muito mal,
-
que não cumpriu nenhuma
-
das regras de hospitalidade,
-
critica Jesus
-
e encontra naquele ponto
-
a razão para ridicularizar Jesus,
-
que era o propósito dele.
-
O propósito dele era ridicularizar Jesus,
-
por isso ele não deu o beijo,
-
por isso não ofereceu água para os pés,
-
por isso ele não ungiu Jesus.
-
O propósito era ridicularizar.
-
Quando essa mulher toca, ele fala assim:
-
"Agora eu tenho certeza
-
que você não é profeta,
-
porque, se você fosse profeta,
-
você saberia que uma mulher impura te tocou."
-
E aí Jesus diz para ele assim: "Simão...
-
Um homem, um credor, tinha dois devedores.
-
Um devia R$ 50."
-
Vou adaptar a parábola
-
para o sistema monetário brasileiro.
-
"Um devia R$ 50. O outro, R$ 1 milhão.
-
O credor chamou os dois
-
e perdoou a divida dos dois.
-
Qual o que ficou mais grato?
-
Qual o que amou mais o credor?"
-
E ele responde: "O que devia 1 milhão..."
-
Imagina!
-
Teve uma divida de 1 milhão perdoada.
-
"Pois bem, Simão..."
-
Jesus, indiretamente, disse para ele:
-
"Você deve 1 milhão; ela, 50."
-
Jesus diz assim para ele:
-
"Eu entrei na casa, você não me deu o beijo,
-
você não lavou meus pés e você não me ungiu.
-
Essa mulher, desde que entrou,
-
não cessa de beijar os meus pés."
-
A obrigação, quando você encontra um mestre,
-
é beijar as mãos dele, não os pés!
-
Ela beijava os pés de Jesus.
-
"Você não lavou meus pés,
-
ela os lavou com lágrimas
-
e enxugou com os cabelos.
-
Você não ungiu minha cabeça,
-
mas ela tirou o seu unguento..."
-
E aí vem... o "pulo do gato":
-
Ela tira um recipiente
-
e joga aquele óleo nos pés de Jesus.
-
Esse é um produto tão caro,
-
tão caro!
-
E dela... Pelo vocábulo,
-
o recipiente que ela estava portando,
-
seguramente, ela era uma prostituta.
-
Era uma prostituta.
-
E ela utilizou todo o produto
-
que ela usava para ficar cheirosa...
-
Derrama nos pés de Jesus,
-
dando a entender
-
que aquele era um caminho sem volta.
-
É como um criminoso que entrega as armas:
-
"Não quero mais!"
-
Entrega.
-
Essa é a passagem.
-
Esses são os elementos culturais,
-
são os os elementos da cultura da época
-
que os pesquisadores bíblicos passam
-
sem perceber,
-
sem se dar conta.
-
E depois que Lucas conta essa história,
-
ele diz assim...
-
Ele acaba de contar essa história...
-
"E os que estavam reclinados à mesa
-
começaram a dizer entre si:
-
'Quem é este que também perdoa pecados?
-
Ele, porém... disse à mulher:
-
A tua fé te tornou salva, vai em paz."
-
Porque ele, antes, disse para ela:
-
"Os teus pecados estão perdoados."
-
E Lucas começa o capítulo 8 assim:
-
"E sucedeu, depois disso...
-
que Ele percorria cada cidade e aldeia
-
proclamando e evangelizando
-
o Reino de Deus." Como assim?
-
Dá uma ideia de deslocamento?
-
Porque essas aldeias estão na Galileia.
-
Eles não estavam na Galileia?
-
Onde estavam?
-
"E algumas mulheres que haviam sido
-
curadas de espíritos maus e enfermidades:
-
Maria, chamada Magdalena, da qual saíram
-
sete daimones..." e cita Maria Magdalena.
-
E aí nós abrimos o capítulo 20
-
do livro "Boa Nova",
-
com todas essas dúvidas
-
que nós estamos agora,
-
com todos esses questionamentos,
-
e Humberto de Campos diz assim:
-
"Maria de Magdala ouvira as pregações
-
do Evangelho do Reino
-
não longe da vila principesca
-
onde vivia entregue a prazeres
-
em companhia de patrícios romanos
-
e tomara-se
-
de admiração profunda pelo Messias."
-
Uma mulher que vivia numa aldeia,
-
que era Magdala, principesca,
-
porque Magdala era tomada pelos romanos,
-
e como os romanos tinham um bom gosto enorme,
-
essa aldeia era linda.
-
E Maria de Magdala
-
"vivia entregue a prazeres
-
em companhia de patrícios", no plural.
-
Alguém aqui tem mais alguma dúvida
-
ou podemos prosseguir?
-
Uma mulher judia,
-
porque ele vai dar esse detalhe aqui,
-
que se entregava a prazeres
-
na companhia de patrícios, no plural?
-
Patrícios romanos?
-
Olha como Humberto de Campos
-
vai reconstituindo a história evangélica!
-
Essas são peças que faltavam no quebra-cabeça.
-
São peças que faltavam no quebra-cabeça,
-
e ele está entregando de presente para nós.
-
"Que novo amor era aquele,
-
apregoado aos pescadores singelos
-
por lábios tão divinos?
-
Até ali, caminhara ela
-
sobre as rosas rubras do desejo,
-
embriagando-se com o vinho
-
de condenáveis alegrias.
-
No entanto, seu coração estava sequioso..."
-
Sedento.
-
"E em desalento.
-
Jovem e formosa,
-
emancipara-se
-
dos preconceitos férreos de sua raça."
-
A luz até tremeu.
-
Emancipara-se
-
dos preconceitos férreos de sua raça?
-
Ela não seguia nenhuma
-
das normas de conduta estabelecidas
-
para a mulher na sociedade judaica.
-
Por isso era tida como prostituta.
-
Por isso era tida como prostituta.
-
"Sua beleza lhe escravizara,
-
aos caprichos de mulher,
-
os mais ardentes admiradores."
-
Então tinha um secto de fãs.
-
"Mas seu espírito tinha fome de amor."
-
Fome de amor.
-
"O profeta nazareno havia plantado
-
em sua alma novos pensamentos.
-
Depois que lhe ouvira a palavra,
-
observou que as facilidades da vida
-
lhe traziam um tédio mortal
-
ao espírito sensível.
-
As músicas voluptuosas
-
não encontravam eco em seu íntimo,
-
os enfeites romanos de sua habitação
-
se tornaram áridos e tristes.
-
Maria chorou longamente,
-
embora não compreendesse ainda
-
o que pleiteava o profeta desconhecido.
-
Entretanto,
-
seu convite amoroso parecia ressoar-lhe
-
nas fibras mais sensíveis de mulher.
-
Jesus chamava os homens
-
para uma vida nova."
-
Esse é o toque.
-
Esse é o toque.
-
Nós temos depreendido da leitura dessa obra
-
que cada espírito traz um elemento de toque
-
que marca um trecho da sua evolução.
-
Geralmente, é uma característica.
-
Uma característica.
-
Aqueles que têm um problema
-
para lidar com o dinheiro
-
vêm tendo esse problema
-
nas últimas 30 encarnações.
-
Os que tropeçam no poder
-
vêm tendo problemas com o poder
-
há três, quatro mil anos.
-
E assim na sexualidade, e em outros aspectos.
-
Geralmente é um elemento,
-
um elemento do seu psiquismo
-
que faz você ficar agarrado à terra, ao solo.
-
Você se desenvolve em outros aspectos,
-
você sublima em outras características,
-
mas aquela te mantém acorrentado ao chão.
-
No caso de Magdalena,
-
ela tinha uma profunda sede de amor
-
e ela tentava matar sua sede
-
na sexualidade sem limite.
-
Sem limite...
-
Para as pessoas superficiais
-
da época, e de hoje...
-
ela era uma pecadora.
-
Para Jesus,
-
que enxerga no mais profundo da nossa alma,
-
ela era alguém com sede,
-
buscando no poço errado,
-
ou buscando num poço que não existia,
-
até a chegada de Jesus.
-
Porque a humanidade não conhecia amor.
-
A humanidade só conheceu o amor
-
o dia que Jesus pisou na Terra.
-
Eu estou falando do amor divino,
-
eu estou falando do amor celeste,
-
do amor incondicional, do amor sem limite,
-
do amor que é um oceano...
-
A humanidade não conhecia isso.
-
Jesus soube ver no fundo da alma.
-
No fundo da alma.
-
A busca de Maria de Magdala era legítima.
-
O problema era como e onde ela buscava.
-
E aí Humberto de Campos diz assim:
-
"Decorrida uma noite de grandes meditações
-
e antes do famoso banquete em Naim,
-
onde ela ungira publicamente os pés de Jesus
-
com os bálsamos perfumados de seu afeto..."
-
Vou ler de novo:
-
"E antes do famoso banquete em Naim..."
-
Então o banquete na casa de Simão, o fariseu,
-
foi na aldeia de Naim,
-
próximo do monte Tabor,
-
que fica pertinho, pertinho
-
do Mar da Galileia.
-
"Pertinho" de mineiro,
-
pertinho de carro. Dá uns 30km, 40km.
-
Naim. O banquete foi em Naim.
-
E a gente passa, passa,
-
passa pela obra e não vê!
-
Não vê...
-
"Onde ela ungira publicamente os pés de Jesus
-
com os bálsamos perfumados do seu afeto."
-
Por que Emmanuel não escreveu?
-
Porque Humberto de Campos é um literato.
-
Ele é um mestre da Literatura!
-
"Bálsamo perfumado do seu afeto" é...
-
Ou são... os perfumes que ela utilizava
-
para ficar cheirosa
-
e receber os patrícios, no plural, romanos
-
em sua suntuosa residência,
-
na aldeia de Magdala.
-
"Bálsamos perfumados do seu afeto."
-
Só um literato
-
para escrever uma frase dessa.
-
E Emmanuel,
-
que é um Espírito extraordinário,
-
sabia...
-
que a mediunidade de Chico Xavier
-
precisava ser marcada
-
pelo caráter da universalidade.
-
Porque às vezes as pessoas pensam
-
"universalidade no ensino dos espíritos",
-
imaginando que eu tenho que ter
-
vários médiuns
-
para receber a mesma mensagem.
-
Acontece que "O Livro dos Espíritos"
-
foi recebido por duas médiuns
-
e foi revisado por uma.
-
Então nós temos dois tipos de universalidade.
-
Nós temos a universalidade de vários médiuns,
-
recebendo várias entidades
-
que dizem algo em concordância,
-
e temos
-
um médium extraordinário
-
recebendo diversos espíritos,
-
todos uníssonos,
-
dizendo na mesma linha.
-
Aqui, Emmanuel... como ele fez no "Parnaso"!
-
No "Parnaso de Além-Túmulo",
-
ele chamou dezenas de poetas ilustres,
-
cada qual para escrever uma poesia
-
a respeito de uma das Leis Morais
-
de "O Livro dos Espíritos".
-
Porque o "Parnaso de Além-Túmulo"
-
são as Leis Morais em forma de poesia.
-
E aqui ele chama um literato.
-
"Por favor, eu..." Ele deve ter dito:
-
"Usa tudo que você sabe de Literatura,
-
porque, Humberto, eu quero que você
-
reconstitua o Evangelho do Cristo.
-
Conte as histórias que os encarnados não sabem,
-
dê a eles as peças do quebra-cabeça que faltam,
-
mas faça isso...
-
faça isso de uma forma literária sublime!"
-
E aí veio esse homem,
-
membro da Academia Brasileira de Letras,
-
e escreve assim:
-
"Ungira publicamente os pés de Jesus
-
com os bálsamos perfumados de seu afeto.
-
Notou-se que uma barca tranquila
-
conduzia a pecadora a Cafarnaum.
-
Dispusera-se a procurar o Messias
-
após muitas hesitações.
-
Seus conterrâneos, seus conterrâneos
-
nunca lhe haviam perdoado
-
o abandono do lar e a vida de aventuras."
-
Por que ela não casou?
-
Por que ela não seguiu o caminho
-
que eles traçavam para as mulheres?
-
Por que ela não se sujeitou?
-
Por que ela foi atrás da sua liberdade
-
e foi viver uma vida de aventura para a época?
-
Eles não perdoavam ela por isso,
-
muito menos Simão.
-
Simão era um homem mais velho,
-
um homem tradicional,
-
um homem aferrado às tradições.
-
Era difícil para ele compreender
-
essa moça,
-
era difícil para ele aceitar essa moça.
-
Para todos, era ela a mulher perdida
-
que teria de encontrar a lapidação
-
na praça pública.
-
Na cultura judaica, uma mulher assim
-
era apedrejada em praça pública.
-
Por que ela não foi?
-
Porque contava com a proteção
-
de patrícios romanos.
-
"Sua consciência, porém, lhe pedia que fosse.
-
Jesus tratava a multidão com especial carinho,
-
jamais lhe observara
-
qualquer expressão de desprezo
-
para com as numerosas mulheres
-
de vida equívoca que O cercavam."
-
Você estaria preparado,
-
se Jesus viesse hoje a Belo Horizonte,
-
e Ele estivesse cercado
-
de garotas de programa de Belo Horizonte?
-
Qual seria a sua reação como espírita?
-
Sinceramente falando,
-
qual seria a sua reação?
-
Seja sincero.
-
"Além disso,
-
sentia-se seduzida pela sua generosidade.
-
Se possível, desejaria trabalhar na execução
-
de suas idéias puras e redentoras."
-
E aí vai...
-
"Senhor, ouvi a Vossa palavra consoladora
-
e venho ao Vosso encontro...
-
Tendes a clarividência do céu
-
e podeis adivinhar como tenho vivido.
-
Sou uma filha do pecado.
-
Todos me condenam; entretanto, Mestre,
-
observai, observai
-
como tenho sede do verdadeiro amor..."
-
Olha!
-
É Maria Magdalena pedindo para Jesus:
-
"Olha para dentro de mim, Mestre!
-
Eu sei que você tem a clarividência Divina.
-
Olha o quanto que eu tenho sede
-
do verdadeiro Amor!"
-
"'Minha existência, como todos os prazeres,
-
tem sido estéril e amargurada...'
-
As primeiras lágrimas
-
lhe borbulharam dos olhos,
-
enquanto Jesus a contemplava
-
com bondade infinita."
-
Jesus a contemplava com bondade infinita.
-
"Ela, porém, continuou:
-
'Ouvi o Vosso amoroso convite ao Evangelho,
-
desejava ser das Vossas ovelhas,
-
mas será que Deus me aceitaria?'"
-
Imagina...
-
Uma mulher pecadora ser seguidora
-
de um mestre da Lei?
-
Se nem a mulher pura,
-
dedicada ao lar, esposa,
-
poderia participar das cerimônias religiosas?
-
"'...será que Deus me aceitaria?'
-
'Maria!
-
Levanta os olhos para o céu...'"
-
Nossa! Olha...
-
"'... e regozija-te no caminho,
-
porque escutaste a Boa Nova do Reino
-
e Deus te abençoa as alegrias.'"
-
Nossa!
-
"'Acaso poderias pensar que alguém no mundo
-
estivesse condenado ao pecado eterno?
-
Onde, então, o amor de nosso Pai?'"
-
Imaginar que alguém
-
vai ficar perdido para sempre
-
é pensamento de quem não ama.
-
Você só acha que uma pessoa
-
vai permanecer indefinidamente no mal,
-
se você não a ama.
-
Porque quem ama nunca pensa isso.
-
"'Nunca viste a primavera dar flores
-
sobre uma casa em ruínas?'"
-
A primavera dar flores
-
num vaso todo arrebentado?
-
"'As ruínas são as criaturas humanas,
-
porém as flores são as esperanças em Deus.
-
Sobre todas as falências
-
e desventuras próprias do homem,
-
as bênçãos paternais de Deus
-
descem e chamam.
-
Sentes, hoje, esse novo sol
-
a iluminar-te o destino!
-
Caminha agora sob a sua luz,
-
porque o amor cobre
-
a multidão dos pecados.'"
-
Matou a sede.
-
"A pecadora de Magdala escutava o Mestre,
-
bebendo-lhe as palavras."
-
Bebendo. Humberto de Campos é um gênio!
-
É um gênio!
-
Ele fala que ela estava sedenta
-
e agora está bebendo as palavras de Jesus...
-
"Homem algum havia falado assim
-
à sua alma incompreendida."
-
Que homem tinha falado assim com ela?
-
Imagine o que os patrícios
-
falavam para ela:
-
"Como você está cheirosa!"
-
"Que cabelos lindos!"
-
"Você é muito linda!"
-
E coisas que não vamos falar,
-
porque o DVD tem uma idade, uma censura.
-
"Os mais levianos lhe pervertiam
-
as boas inclinações.
-
Os aparentemente virtuosos
-
a desprezavam sem piedade.
-
Engolfada em pensamentos confortadores
-
e ouvindo as referências de Jesus ao amor,
-
Maria acentuou levemente:
-
'No entanto, Senhor,
-
tenho amado e tenho sede de amor.'"
-
"Eu tenho amado..."
-
"'Sim...'
-
'Sim', redarguiu Jesus, 'tua sede é real!
-
O mundo viciou as fontes de redenção
-
e é imprescindível compreenda
-
que, em suas sendas, a virtude tem de marchar
-
por uma porta muito estreita."
-
Por que a virtude tem que marchar
-
por uma porta estreita?
-
Porque nós viciamos todas as portas.
-
É isso que Jesus está dizendo.
-
Só tem que caminhar pela porta estreita
-
porque nós viciamos tudo,
-
e, para sair do vício, você tem que passar
-
pelo período de desintoxicação.
-
Daí a porta estreita.
-
"'Geralmente, um homem deseja
-
ser bom com os outros
-
ou honesto com os demais,
-
olvidando que o caminho onde todos passam
-
é de fácil acesso
-
e de marcha sem edificações.
-
A virtude no mundo foi transformada
-
na porta larga da conveniência própria.
-
Há os que amam
-
os que lhe pertencem ao círculo pessoal,
-
os que são sinceros com os seus amigos,
-
os que defendem os seus familiares,
-
os que adoram os deuses do favor...
-
O que verdadeiramente ama, porém,
-
conhece a renúncia suprema
-
a todos os bens do mundo
-
e vive feliz na sua senda de trabalhos
-
para o difícil acesso às luzes da redenção.
-
O amor sincero
-
não exige satisfações passageiras,
-
que se extinguem no mundo
-
com a primeira ilusão.
-
Trabalha sempre, sem amargura e sem ambição,
-
com os júbilos do sacrifício.
-
Só o amor que renuncia
-
sabe caminhar para a vida suprema.'
-
'Só o amor pelo sacrifício
-
poderá saciar a sede do coração?'
-
Perguntou ela:
-
"Só o amor pelo sacrifício
-
poderá saciar a sede do coração?"
-
"Jesus teve um gesto afirmativo e continuou:
-
'Somente o sacrifício
-
contém o divino mistério da vida.
-
Viver bem é saber imolar-se.
-
Acreditas que o mundo
-
pudesse manter o equilíbrio
-
tão só com os caprichos antagônicos
-
e por vezes criminosos
-
dos que se elevam
-
à galeria dos triunfadores?
-
Toda luz humana
-
vem do coração experiente e brando
-
dos que foram sacrificados.
-
Um guerreiro coberto de louros
-
ergue os seus gritos de vitória
-
sobre os cadáveres que juncam o chão,
-
mas apenas os que tombaram
-
fazem silêncio
-
para que se ouça no mundo
-
a mensagem de Deus.
-
O primeiro pode fazer a experiência
-
para um dia.
-
Os segundos, os que tombaram,
-
constroem a estrada definitiva na eternidade.
-
Na tua condição de mulher,
-
já pensaste no que seria o mundo
-
sem as mães exterminadas
-
no silêncio e no sacrifício?
-
Não são elas
-
as cultivadoras do jardim da vida,
-
onde os homens travam a batalha?
-
Muitas vezes, o campo enflorescido
-
se cobre de lama e sangue.
-
Entretanto, na sua tarefa silenciosa,
-
os corações maternais não desesperam
-
e reedificam o jardim da vida,
-
imitando a Providência Divina,
-
que espalha sobre um cemitério
-
os lírios perfumados de seu amor.'
-
'Desgraçada de mim, Senhor,
-
que não poderei ser mãe...'"
-
"Estou perdida, eu não vou poder ser mãe..."
-
"'E qual das mães será maior
-
aos olhos de Deus?
-
A que se devotou
-
somente aos filhos de sua carne,
-
ou a que se consagrou, pelo espírito,
-
aos filhos das outras mães?'
-
'Senhor, doravante renunciarei
-
a todos os prazeres transitórios do mundo
-
para adquirir o amor celestial
-
que me ensinastes.
-
Acolherei como filhas
-
as minhas irmãs no sofrimento,
-
procurarei os infortunados
-
para aliviar-lhes as feridas do coração,
-
estarei com os aleijados e leprosos.'"
-
O tempo passou...
-
E essa mulher sempre acompanhou Jesus,
-
apesar do desprezo dos apóstolos,
-
que evitavam qualquer tipo de contato com ela.
-
No entanto, ocorre a crucificação de Jesus
-
e, quando Jesus vai deixar
-
a lição mais gloriosa do Evangelho,
-
a lição de que nenhum de nós vai morrer...
-
Quando Ele aparece pela primeira vez,
-
quem Ele procura?
-
A mãe d'Ele, não é? Não.
-
Não procura a mãe.
-
Simão Pedro? Não.
-
Ele não aparece para Simão Pedro primeiro.
-
Mas Simão, o líder do colégio apostólico?
-
Não. Para quem Jesus aparece
-
em primeiro lugar? Maria Magdalena.
-
Maria Magdalena.
-
E Emmanuel vai explicar por quê.
-
Cap. 92 do livro "Caminho, Verdade e Vida",
-
porque a psicografia de Chico Xavier é como...
-
uma toalha de renda...
-
É preciso entrecruzar os fios.
-
A mensagem se chama "Madalena".
-
“Disse-lhe Jesus: 'Maria!'
-
Ela, voltando-se, disse: 'Mestre!'
-
Dos fatos mais significativos do Evangelho,
-
a primeira visita de Jesus, na ressurreição,
-
é daqueles fatos que convidam
-
à meditação substanciosa e acurada.
-
Por que razões profundas
-
deixaria o Divino Mestre
-
tantas figuras mais próximas de sua vida,
-
para surgir aos olhos de Madalena
-
em primeiro lugar?
-
Somos naturalmente compelidos a indagar
-
por que não teria aparecido antes
-
ao coração abnegado
-
e amoroso daquela que lhe servira de mãe,
-
ou aos discípulos amados?
-
Entretanto, o gesto de Jesus
-
é profundamente simbólico
-
em Sua essência Divina.
-
Dentre os vultos da Boa Nova,
-
ninguém fez tanta violência a si mesmo
-
para seguir o Salvador,
-
como a inesquecível obsediada de Magdala.
-
Nem mesmo Paulo de Tarso faria tanto.
-
Nem mesmo Paulo de Tarso faria tanto,
-
mais tarde,
-
porque a consciência do apóstolo dos gentios
-
era apaixonada pela Lei,
-
mas não pelos vícios."
-
Paulo era apaixonado pela Lei,
-
Maria Magdalena era apaixonada
-
pelos vícios da carne, a sensação.
-
Sabor, cheiro, tato, som, cor.
-
"Madalena, porém, conhecera o fundo amargo
-
dos hábitos difíceis de serem extirpados,
-
amolecera-se
-
ao contato de entidades perversas,
-
permanecia morta nas sensações
-
que operam a paralisia da alma;
-
entretanto, bastou o encontro com o Cristo
-
para abandonar tudo e seguir-lhe os passos,
-
fiel até o fim,
-
nos atos de negação de si própria
-
e na firme resolução de tomar a cruz
-
que lhe competia no calvário redentor
-
de sua existência angustiosa.
-
É compreensível que muitos estudantes
-
investiguem a razão pela qual
-
não apareceu o Mestre primeiramente
-
a Pedro, a João ou à sua mãe ou aos amigos,
-
todavia, é igualmente razoável
-
reconhecermos que, com o gesto inesquecível,
-
Jesus ratificou a lição
-
de que Sua doutrina será,
-
para todos os aprendizes e seguidores,
-
o código de ouro das vidas transformadas
-
para a glória do bem."
-
Vidas transformadas para a glória do bem.
-
"E ninguém como Maria de Magdala
-
houvera transformado a sua,
-
à luz do Evangelho redentor."
-
Foi o presente que Jesus deu
-
para Maria de Magdala.
-
Depois desse fato, ela pede...
-
Ela dá a notícia para os apóstolos
-
que Jesus estava vivo.
-
Eles vão lá checar, Jesus aparece pra eles
-
e ela pede para ficar com eles,
-
pede para trabalhar,
-
e os apóstolos não deixam.
-
Não permitem que ela colabore
-
na divulgação ou no trabalho do Evangelho.
-
Não permitem sequer que ela fique
-
na Casa do Caminho atendendo os doentes.
-
Eu não estou falando de Haroldo Dutra Dias,
-
estou falando de Simão Pedro,
-
João Evangelista, Tiago...
-
Estou falando dos apóstolos de Jesus.
-
E ela então fica sozinha,
-
mas, certo dia, uma turba de leprosos
-
entra em Jerusalém.
-
Os leprosos saíam do Vale dos Leprosos
-
e iam até a cidade
-
para recolher alimentos e água.
-
E quando as pessoas viam
-
que os leprosos estavam se aproximando,
-
todos fechavam a porta da casa,
-
fechavam tudo, colocavam água e comida
-
no meio da rua, todo mundo fechava...
-
Ficava tudo deserto, os leprosos passavam,
-
recolhiam e iam embora.
-
Só que naquele dia
-
encontraram uma mulher linda
-
que decidiu acompanhá-los.
-
Maria de Magdala.
-
E ela foi ao Vale dos Leprosos.
-
Se Jesus te convidasse hoje
-
para uma tarefa no movimento espírita:
-
"Filho, tem uma tarefa para você
-
no movimento espírita.
-
Você vai ensinar a Doutrina Espírita
-
para leprosos, no Vale dos Leprosos."
-
Você ficaria muito feliz.
-
Ela foi para o Vale.
-
Lá ela cuidava dos leprosos,
-
lá ela falava de Jesus,
-
lá ela falava do Evangelho,
-
lá ela amou.
-
Será que nós somos capazes de amar
-
pessoas doentes que nós desconhecemos?
-
Doentes contagiosos...
-
Para o resto da sua vida,
-
você amar doentes contagiosos
-
que você nunca conheceu?
-
Essa mulher é uma gigante do Evangelho!
-
A transformação dela é muito maior
-
do que a de Paulo.
-
Ela é uma heroína!
-
Por isso Jesus presenteou essa mulher,
-
aparecendo primeiro para ela.
-
O que acontece?
-
Passados os anos,
-
Maria de Magdala contrai lepra.
-
E... percebendo que já estava
-
às portas do desencarne,
-
voltou a Jerusalém.
-
Não mais a mulher perfumada,
-
não mais a mulher bonita,
-
agora uma leprosa
-
com o corpo faltando pedaços...
-
É acolhida.
-
"Uma noite, atingiram o auge
-
as profundas dores que sentia.
-
Sua alma estava iluminada
-
por brandas reminiscências,
-
e não obstante seus olhos
-
se acharem selados
-
pelas pálpebras intumescidas..."
-
Já imaginaram?
-
Os olhos dela não conseguiam nem abrir mais.
-
"...via com os olhos da imaginação
-
o lago querido, os companheiros de fé..."
-
Os companheiros, ela via...
-
aqueles que a abandonaram, os apóstolos,
-
ela lembrava com alegria
-
daqueles que a abandonaram.
-
"...o Mestre bem-amado...
-
Seu espírito parecia transpor
-
as fronteiras da eternidade radiosa.
-
De minuto a minuto,
-
ouvia-se-lhe um gemido surdo,
-
enquanto os irmãos de crença
-
lhe rodeavam o leito de dor
-
com as preces sinceras
-
de seus corações amigos e desvelados.
-
Em dado instante, observou-se
-
que seu peito não mais arfava,
-
Maria, no entanto, experimentava
-
consoladora sensação de alívio.
-
Sentia-se sob as árvores de Cafarnaum
-
e esperava o Messias.
-
As aves cantavam nos ramos próximos
-
e as ondas sussurrantes
-
vinham beijar-lhe os pés.
-
Foi quando viu Jesus aproximar-se,
-
mais belo do que nunca!
-
Seu olhar tinha um reflexo do céu
-
e o semblante trazia um júbilo indefinível.
-
O Mestre, estendendo-lhe as mãos,
-
e ela se prosternou..."
-
Ajoelhou.
-
"... exclamando como antigamente: 'Senhor!'
-
Jesus recolheu-a brandamente nos braços
-
e murmurou:
-
'Maria, já passaste a porta estreita.
-
Amaste muito. Vem! Eu te espero aqui!'"
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Boa Noite. Obrigado a todos.