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BOA NOVA - MARIA DE MAGDALA: Haroldo Dutra Dias

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    Meus amigos, nós estamos aqui hoje
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    reunidos em torno desta obra: "Boa Nova".
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    E há um fato que nos chama a atenção nessa...
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    digamos, gigantesca obra da Espiritualidade.
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    Emmanuel, coordenador da mediunidade
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    de Chico Xavier,
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    autor de cinco romances
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    que praticamente reconstruíram
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    a história do cristianismo primitivo,
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    optou
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    por chamar alguém
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    que pudesse escrever
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    30 contos
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    a respeito da época de Jesus.
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    E o projeto foi tão bem-sucedido,
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    "Boa Nova",
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    que Humberto de Campos
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    repetiu a dose em outras obras,
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    trazendo outros contos.
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    O que nos chama a atenção é:
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    por que Emmanuel não escreveu ele próprio?
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    Por que chamou Humberto de Campos?
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    O que Humberto de Campos agrega
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    ao contar essas histórias?
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    Por que ele?
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    Que histórias são essas?
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    Essa é uma reflexão,
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    e toda vez que nós lemos um desses casos,
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    e hoje vamos ler
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    o capítulo 20, "Maria de Magdala",
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    essa reflexão inicial vem à nossa mente:
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    Por que Humberto de Campos?
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    E é preciso dizer que
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    Jesus não escreveu nada.
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    Ele poderia ter redigido
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    um compêndio do Evangelho
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    de forma insuperável.
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    Porque ninguém, ninguém
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    seria capaz de superá-lo
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    na redação do próprio Evangelho,
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    mas Ele optou por nada escrever.
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    Na verdade, Jesus optou
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    por não deixar nada de material,
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    prevendo
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    que nós nos apegaríamos ao material
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    e esqueceríamos da essência.
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    Imaginem
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    se tivesse existido um texto escrito
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    pelo próprio punho de Jesus?
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    Os homens adorariam mais esse pergaminho,
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    ou esse papiro,
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    fariam peregrinações, se ajoelhariam
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    diante desse texto,
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    implorariam curas, milagres
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    e se esqueceriam da essência da mensagem.
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    Portanto, Jesus
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    ensina verbalmente, ensina oralmente,
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    ensina com a Sua conduta, com a Sua vida
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    e deixa
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    que centenas de pessoas registrem os fatos
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    e aqui eu gostaria
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    de chamar a atenção para uma coisa:
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    Nesse trânsito caótico
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    que a gente vive nas grandes cidades,
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    é comum ocorrerem acidentes.
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    E quando ocorre o acidente,
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    que foi presenciado por diversas pessoas,
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    existe uma coisa muito engraçada:
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    Ocorre o acidente
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    e você chega para a pessoa e fala assim:
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    "O acidente foi entre dois veículos,
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    quais eram os veículos?"
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    "Ah, era um Fiat Palio...
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    ...e um Fiat Uno."
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    O outro fala: "Não, não, não!
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    Era um Fiat Palio e um Volkswagen."
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    E não há concordância.
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    Um fala: "Era um amarelo e um verde."
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    Outro fala: "Não, era um azul e um amarelo."
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    "O carro amarelo avançou...
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    e o verde bateu no..."
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    "Não, não foi não! Não foi assim."
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    Cada um vai dar uma versão do fato.
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    Porque percepção é algo muito subjetivo.
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    Tirando aqueles elementos
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    centrais do acontecimento,
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    aqueles fatos que preenchem,
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    que simplesmente compõem o cenário,
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    nem sempre quem presenciou
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    estava atento.
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    E na redação dos Evangelhos
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    ocorreu a mesma coisa...
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    Os Evangelistas narraram,
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    primeiro, com um propósito.
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    Nenhum evangelista escreveu seu livro
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    sem um propósito.
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    Eles queriam transmitir uma mensagem.
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    Eles não eram historiadores.
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    Até porque historiador
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    como nós conhecemos hoje, no séc. 21,
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    não existia na época do Cristo.
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    Esse conceito de fazer história
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    como nós entendemos,
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    não é um conceito de um habitante
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    da época de Jesus.
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    Esse conceito é nosso, não é deles.
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    Eles estavam preocupados
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    em transmitir a essência de uma mensagem.
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    E mais do que isso,
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    os Evangelistas estavam
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    interessados em comover.
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    Comover.
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    Porque eles estavam comovidos.
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    Alguém que teve a oportunidade
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    de presenciar algo que Jesus fez
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    ficou marcado para sempre.
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    Para sempre.
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    Para a eternidade.
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    E, de algum modo,
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    a pessoa queria expressar isso.
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    Então ela não estava preocupada
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    se, quando Jesus curou o cego,
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    tinha 10, 15 ou 5 pessoas em volta.
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    Porque, eu acredito, se você estivesse lá,
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    você não ia prestar atenção.
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    Você não ia prestar atenção.
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    A figura de Jesus iria atraí-lo
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    com tamanha força
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    que você não teria energia
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    para prestar atenção em mais nada.
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    Esse é o trabalho do Evangelista.
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    Cada qual narrou, um talvez
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    percebeu algo que o outro não percebeu,
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    um enfocou o acontecimento
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    de um ângulo que o outro não enfocou,
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    e assim foram redigidos os Evangelhos.
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    E como hoje nós vamos falar
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    dessa figura extraordinária
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    que é Maria de Magdala...
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    E aqui ela não é identificada pelo nome
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    do pai, pelo nome da mãe, pela família...
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    Como Simão Pedro, Simão bar Jonas,
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    Simão filho de Jonas.
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    Aqui não. É Maria de Magdalena.
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    Seria mais ou menos assim:
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    Haroldo de Belo Horizonte.
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    José de Sabará.
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    Luiza de Nova Lima.
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    Essa é a identificação dela.
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    Pela sua cidade natal. Maria de Magdala.
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    O lago de Genesaré talvez seja
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    um pouco maior do que a lagoa da Pampulha.
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    E, por incrível que pareça,
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    era rodeado de aldeias.
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    E uma dessas aldeias próximas de Cafarnaum
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    era a cidade de Magdala.
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    Quais os dados nós temos
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    de Maria de Magdala
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    ou Maria Magdalena?
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    Nós temos aqui um dicionário,
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    um dicionário bíblico da Vida Nova...
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    E como o objetivo neste momento
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    é que você fique muito perdido,
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    e que você tenha a sensação
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    de que, depois que eu ler isso aqui,
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    você está sabendo menos do que antes,
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    eu vou ler
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    o que ele vai falar sobre Maria Magdalena.
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    É um dicionário feito, organizado
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    pelo J. D. Douglas,
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    mas tem vários eruditos bíblicos,
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    vários estudiosos.
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    E naturalmente eles vão falar do material
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    que eles têm em mãos.
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    O material que está disponível
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    para os encarnados estudarem.
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    É sobre isso que eles vão dizer.
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    E ele diz assim:
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    "Maria Magdalena: esse nome provavelmente
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    se deriva da aldeia galileia de Magdala."
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    Provavelmente?
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    Como assim?
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    Se Magdalena não se origina
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    da aldeia de Magdala, se origina de onde?
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    Aí a gente já percebe o temor, o medo
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    de quem está escrevendo o artigo.
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    Ele está com tanto medo
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    que não quer fazer nenhuma afirmação.
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    "O nome, provavelmente, se deriva
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    da aldeia galileia de Magdala."
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    "Seu aparecimento, antes das narrativas
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    sobre a paixão de Jesus,
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    se confina a Lucas 8, versículo 2."
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    E é verdade.
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    É verdade.
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    E realmente a narrativa dos evangelistas
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    se concentra na paixão,
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    no momento da crucificação de Jesus
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    e no momento da ressurreição.
  • 11:32 - 11:33
    Antes,
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    qual a referência à Maria Magdalena?
  • 11:39 - 11:40
    Bom...
  • 11:40 - 11:44
    Ele diz: capítulo 8, versículo 2,
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    de Lucas. Vamos ver a referência:
  • 11:51 - 11:55
    "E sucedeu depois disso..."
  • 11:57 - 11:59
    Depois disso o quê?
  • 12:00 - 12:04
    Depois de uma passagem que Lucas narrou,
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    que é um banquete na casa de Simão,
  • 12:07 - 12:08
    o fariseu.
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    Depois disso...
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    "E sucedeu, depois disso, que Ele percorria
  • 12:18 - 12:25
    cada cidade e aldeia, proclamando
  • 12:25 - 12:29
    e evangelizando o Reino de Deus.
  • 12:29 - 12:32
    Os doze estavam com ele,
  • 12:33 - 12:38
    e algumas mulheres que haviam sido curadas
  • 12:38 - 12:43
    de espíritos maus e enfermidades:
  • 12:44 - 12:48
    Maria, chamada Magdalena,
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    ou de Magdala, da qual saíram sete daimones;
  • 12:57 - 13:03
    Joana, mulher de Cusa, administrador de Herodes;
  • 13:03 - 13:07
    Susana e muitas outras,
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    as quais serviam a ele com seus bens."
  • 13:16 - 13:19
    Essa é a referência a ela.
  • 13:20 - 13:24
    Maria de Magdala, junto de Joana de Cusa,
  • 13:24 - 13:29
    Suzana e outras mulheres.
  • 13:31 - 13:33
    Nenhuma referência mais.
  • 13:34 - 13:40
    E antes? Antes, no cap. 6, versículo 36,
  • 13:40 - 13:44
    ao cap. 49 nós temos um caso curioso.
  • 13:45 - 13:47
    Jesus é chamado para um banquete
  • 13:47 - 13:49
    na casa de um fariseu.
  • 13:52 - 13:56
    Essa é uma passagem bastante interessante,
  • 13:56 - 13:59
    porque ela está repleta de elementos culturais
  • 13:59 - 14:01
    e, se não entendemos os elementos
  • 14:01 - 14:02
    da cultura da época,
  • 14:02 - 14:05
    praticamente não entendemos a passagem.
  • 14:09 - 14:12
    Praticamente não entendemos a passagem.
  • 14:12 - 14:14
    Jesus é convidado para um banquete,
  • 14:14 - 14:18
    Ele se reclina, começam a fazer as refeições
  • 14:18 - 14:20
    e uma mulher chega por trás,
  • 14:20 - 14:23
    começa a chorar nos Seus pés,
  • 14:23 - 14:25
    por trás dos pés,
  • 14:26 - 14:29
    enxuga as lágrimas com seus cabelos
  • 14:29 - 14:33
    e derrama um vaso de unguento
  • 14:34 - 14:36
    nos pés de Jesus.
  • 14:38 - 14:41
    E o fariseu, vendo isso,
  • 14:42 - 14:45
    diz a Jesus assim: "Se você fosse profeta,
  • 14:45 - 14:47
    saberia
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    que uma mulher pecadora
  • 14:49 - 14:51
    está tocando em você."
  • 14:54 - 14:57
    Bom, até aquele momento,
  • 14:57 - 14:59
    Jesus cumpria todo o protocolo
  • 14:59 - 15:02
    de um convidado bastante educado.
  • 15:03 - 15:05
    Daquele momento em diante,
  • 15:05 - 15:08
    Jesus diz coisas, para esse fariseu,
  • 15:08 - 15:10
    muito duras.
  • 15:11 - 15:13
    Muito duras...
  • 15:13 - 15:15
    Mas quem é essa mulher?
  • 15:16 - 15:18
    Não identificada.
  • 15:21 - 15:25
    Há um outro caso, de outra mulher
  • 15:25 - 15:28
    que ungiu Jesus, mas em Betânia.
  • 15:33 - 15:36
    A pesquisa se divide, mas há uma corrente
  • 15:36 - 15:39
    que entende que houve duas mulheres
  • 15:39 - 15:42
    que ungiram Jesus: essa, que ungiu
  • 15:42 - 15:44
    na casa de Simão, o fariseu...
  • 15:44 - 15:47
    E onde ele morava? Não sabemos.
  • 15:49 - 15:52
    O texto não diz.
  • 15:54 - 15:55
    E depois,
  • 15:56 - 15:59
    essa outra unção feita em Betânia,
  • 15:59 - 16:06
    às vésperas da crucificação de Jesus.
  • 16:06 - 16:09
    E esses são os dados.
  • 16:11 - 16:15
    Alguns estudiosos tentaram identificar
  • 16:15 - 16:20
    Maria de Magdala como a mulher adúltera,
  • 16:22 - 16:25
    mas essa é uma corrente minoritária.
  • 16:26 - 16:30
    A maioria entende que são pessoas distintas,
  • 16:30 - 16:32
    completamente distintas.
  • 16:33 - 16:36
    Mesmo porque não há referência nenhuma,
  • 16:37 - 16:41
    nenhuma, nos Evangelhos, ao fato de ser
  • 16:41 - 16:45
    Maria de Magdala casada ou não.
  • 16:47 - 16:51
    E essa é a confusão dos estudiosos,
  • 16:51 - 16:57
    em razão da falta de informação
  • 16:57 - 17:00
    mais robusta nos Evangelhos,
  • 17:00 - 17:04
    mas, sobretudo, da falta
  • 17:04 - 17:06
    de conhecimento dos estudiosos
  • 17:06 - 17:09
    das tradições da época de Jesus.
  • 17:12 - 17:15
    Porque o texto tem informações,
  • 17:15 - 17:18
    mas é preciso saber extraí-las.
  • 17:20 - 17:23
    E aqui nós vamos fazer alguns comentários,
  • 17:23 - 17:25
    sem recorrer ao livro "Boa Nova".
  • 17:25 - 17:28
    Daqui a pouco vamos para o livro.
  • 17:28 - 17:31
    Daqui a pouquinho. Vai ser importante.
  • 17:33 - 17:35
    Sobre essa questão de entender-se
  • 17:35 - 17:38
    os elementos culturais...
  • 17:42 - 17:44
    Kenneth Bailey.
  • 17:46 - 17:49
    Esse homem se dirigiu... protestante,
  • 17:49 - 17:52
    se dirigiu à sua igreja com um projeto.
  • 17:52 - 17:55
    Ele identificou que, na região
  • 17:57 - 17:58
    da Palestina,
  • 17:59 - 18:02
    Jerusalém e aldeias circunvizinhas,
  • 18:02 - 18:04
    havia alguns povoados
  • 18:04 - 18:07
    que mantinham características
  • 18:07 - 18:09
    semelhantes à época de Jesus.
  • 18:12 - 18:14
    Isso 50 anos atrás,
  • 18:14 - 18:17
    quando ele começou a fazer a pesquisa.
  • 18:17 - 18:19
    E o que ele propôs, então?
  • 18:20 - 18:22
    Que dessem a ele uma bolsa,
  • 18:22 - 18:24
    que bancassem um projeto,
  • 18:24 - 18:27
    e ele iria até essas aldeias
  • 18:27 - 18:31
    fazer uma pesquisa sobre a cultura local,
  • 18:31 - 18:34
    na tentativa de encontrar elementos
  • 18:34 - 18:38
    da cultura da época de Jesus.
  • 18:39 - 18:41
    Qual era o projeto?
  • 18:41 - 18:45
    Ele moraria um tempo nessas aldeias,
  • 18:45 - 18:49
    leria o Evangelho para essas pessoas
  • 18:49 - 18:50
    e perguntaria para elas:
  • 18:50 - 18:53
    "O que você está entendendo aqui?"
  • 18:55 - 18:57
    Detalhe:
  • 18:59 - 19:03
    Ele lia o Evangelho em siríaco,
  • 19:03 - 19:06
    que é um desenvolvimento da língua aramaica.
  • 19:08 - 19:11
    Então, praticamente, numa língua
  • 19:11 - 19:14
    muito próxima da língua materna de Jesus.
  • 19:14 - 19:17
    E ele começava a perguntar pras pessoas.
  • 19:18 - 19:21
    Ele se entusiasmou e acabou ficando 30 anos.
  • 19:22 - 19:25
    Trinta anos...
  • 19:26 - 19:32
    E produziu 5 obras. Estão todas em inglês,
  • 19:32 - 19:35
    infelizmente, mas a editora Vida Nova
  • 19:35 - 19:40
    traduziu um pedaço de uma obra.
  • 19:42 - 19:43
    Por incrível que pareça,
  • 19:43 - 19:45
    não traduziram a obra inteira.
  • 19:46 - 19:51
    "As Parábolas de Lucas", Kenneth Bailey.
  • 19:51 - 19:55
    E por incrível que pareça, para nossa sorte,
  • 19:56 - 19:58
    para nossa sorte, o capítulo 2 se refere
  • 19:58 - 20:03
    exatamente ao banquete na casa do fariseu
  • 20:03 - 20:07
    Simão, onde aquela mulher quebra
  • 20:07 - 20:11
    o vaso de alabastro com unguento
  • 20:11 - 20:13
    e unge os pés de Jesus.
  • 20:16 - 20:19
    E ele leu essa passagem para aqueles aldeões
  • 20:19 - 20:22
    que mantinham os mesmos hábitos e viviam
  • 20:22 - 20:26
    como se vivia 2.000 anos atrás,
  • 20:29 - 20:31
    e começou a perguntar pra essas pessoas:
  • 20:31 - 20:32
    "Ei!"
  • 20:35 - 20:36
    "Por que Jesus
  • 20:36 - 20:38
    chamou a atenção desse fariseu?"
  • 20:39 - 20:41
    E eles ficavam assim:
  • 20:42 - 20:45
    "Mas não é possível! Você não entendeu?
  • 20:46 - 20:49
    Esse homem foi extremamente
  • 20:49 - 20:50
    mal-educado com Jesus!"
  • 20:50 - 20:54
    "Mal-educado como? Ele não convidou
  • 20:54 - 20:56
    Jesus para cear na casa dele?"
  • 20:56 - 20:57
    "Sim...
  • 20:59 - 21:01
    Convidou Jesus para cear,
  • 21:02 - 21:04
    mas ele não cumpriu
  • 21:06 - 21:10
    nenhuma das regras da etiqueta social,
  • 21:10 - 21:12
    nenhuma das regras
  • 21:14 - 21:16
    que alguém que está recebendo...
  • 21:16 - 21:18
    As regras da hospitalidade,
  • 21:18 - 21:20
    ele quebrou todas."
  • 21:20 - 21:23
    Aí o Kenneth Bailey ficou perplexo.
  • 21:23 - 21:25
    "Como assim, quebrou todas?"
  • 21:27 - 21:29
    Imagine que você convide alguém
  • 21:29 - 21:31
    para ir na sua casa.
  • 21:34 - 21:37
    A pessoa toca o interfone ou a campainha
  • 21:37 - 21:40
    e você desce, abre a porta
  • 21:40 - 21:43
    e fica olhando para a pessoa.
  • 21:46 - 21:49
    E a pessoa olhando para você.
  • 21:50 - 21:51
    Está certo?
  • 21:51 - 21:54
    Não está! Tem uma coisa esquisita.
  • 21:55 - 21:57
    Porque, quando recebe alguém,
  • 21:57 - 22:00
    você abre a porta e o que diz?
  • 22:00 - 22:03
    "Bom dia!" "Boa tarde!" "Boa noite!" "Vamos..."
  • 22:03 - 22:06
    "Vamos entrar." "Vamos entrar?"
  • 22:06 - 22:11
    Regras da hospitalidade da nossa sociedade.
  • 22:13 - 22:16
    Aí a pessoa entra, fica em pé
  • 22:16 - 22:17
    e você em pé também.
  • 22:21 - 22:24
    Aí a pessoa te olha e fala: "Meu Deus!
  • 22:25 - 22:28
    Ou essa pessoa que está me recebendo
  • 22:28 - 22:31
    é um pouquinho maluquinha,
  • 22:31 - 22:35
    ou eu não sou uma pessoa bem-vinda."
  • 22:35 - 22:37
    Não é?
  • 22:37 - 22:39
    "Eu não sou uma pessoa bem-vinda."
  • 22:39 - 22:41
    Porque, quando alguém entra na sua casa,
  • 22:41 - 22:44
    você fala: "Senta..."
  • 22:44 - 22:48
    Regra da hospitalidade da nossa sociedade.
  • 22:51 - 22:52
    "Senta..."
  • 22:53 - 22:55
    Terceira pergunta:
  • 22:55 - 23:00
    "Você quer beber alguma coisa?
  • 23:00 - 23:04
    Um suco? Uma água? Um refrigerante?"
  • 23:05 - 23:08
    Regras da hospitalidade.
  • 23:10 - 23:12
    Você senta e conversa.
  • 23:12 - 23:16
    Quais eram as regras de hospitalidade
  • 23:16 - 23:19
    nas aldeias, na época de Jesus?
  • 23:19 - 23:24
    A regra era: alguém entrava na sua casa
  • 23:24 - 23:27
    e o "Bom dia! Vamos entrar?"
  • 23:27 - 23:30
    era um beijo na pessoa.
  • 23:34 - 23:41
    Se fosse alguém como você, um beijo na face.
  • 23:44 - 23:48
    O beijo na face equivale a dizer: "Bom dia!"
  • 23:48 - 23:52
    "Boa tarde!" "Boa noite!" "Por favor, entra!"
  • 23:53 - 23:59
    Mas, se você estivesse recebendo
  • 24:00 - 24:04
    alguém que fosse um mestre da Lei,
  • 24:04 - 24:06
    um mestre da Torá,
  • 24:08 - 24:12
    você beijava as mãos.
  • 24:15 - 24:18
    A pessoa entrava. O que você fazia?
  • 24:20 - 24:23
    Pedia
  • 24:24 - 24:28
    para alguma mulher... mulher...
  • 24:28 - 24:32
    lavar os pés da pessoa.
  • 24:34 - 24:37
    Trazia-se uma vasilha... Por quê?
  • 24:38 - 24:41
    Eu não sei se alguém aqui já teve
  • 24:41 - 24:43
    oportunidade de caminhar no deserto.
  • 24:47 - 24:50
    Particularmente, eu tive o privilégio
  • 24:50 - 24:51
    de caminhar no deserto
  • 24:51 - 24:54
    de Jerusalém para Jericó.
  • 24:55 - 24:58
    E posso dizer uma coisa:
  • 24:58 - 25:02
    depois de 30min no deserto da Judeia,
  • 25:04 - 25:06
    se alguém te der uma água fresca
  • 25:06 - 25:08
    para colocar o pé,
  • 25:09 - 25:12
    refresca até o perispírito.
  • 25:15 - 25:18
    Quando você põe o pé naquela água fria,
  • 25:18 - 25:21
    até o corpo mental refresca.
  • 25:24 - 25:26
    E nós temos essa experiência aqui.
  • 25:26 - 25:28
    Quando está frio, você coloca os pés
  • 25:28 - 25:32
    numa água morna, não aquece todo o corpo?
  • 25:32 - 25:34
    Aquece.
  • 25:34 - 25:37
    Então essa regra tinha sua razão de ser.
  • 25:38 - 25:40
    Ao molhar os pés do convidado,
  • 25:40 - 25:43
    você refrescava.
  • 25:48 - 25:52
    Depois, o que você fazia?
  • 25:52 - 25:55
    Se você estivesse recebendo
  • 25:55 - 25:57
    uma autoridade, na Torá,
  • 25:58 - 26:01
    você derramava um pouco de óleo
  • 26:02 - 26:04
    na cabeça da pessoa.
  • 26:10 - 26:12
    Era a unção.
  • 26:13 - 26:15
    O sinal de que você estava recebendo
  • 26:15 - 26:17
    um mestre da Lei.
  • 26:18 - 26:20
    Pois bem...
  • 26:21 - 26:25
    Simão, o fariseu, convidou Jesus
  • 26:25 - 26:27
    para cear na casa dele.
  • 26:29 - 26:31
    Jesus entrou na casa,
  • 26:31 - 26:34
    ele não deu beijo nenhum,
  • 26:34 - 26:38
    ele não ofereceu água para os pés de Jesus
  • 26:38 - 26:41
    e ele não ungiu a cabeça de Jesus com óleo.
  • 26:45 - 26:47
    O que ele estava dizendo para Jesus?
  • 26:49 - 26:51
    "Você não é bem-vindo."
  • 26:53 - 26:55
    "Você não é bem-vindo."
  • 26:58 - 27:01
    As refeições eram feitas em mesas pequenas,
  • 27:01 - 27:03
    de modo que a pessoa se ajoelhava,
  • 27:03 - 27:06
    se reclinava com os pés para trás e comia.
  • 27:06 - 27:08
    Como as aldeias eram muito pequenas,
  • 27:08 - 27:14
    50, 40 casas, a aldeia inteira vinha
  • 27:14 - 27:16
    para observar você comer.
  • 27:16 - 27:18
    Porque receber uma visita
  • 27:18 - 27:20
    era um acontecimento.
  • 27:22 - 27:23
    Então todo mundo vinha
  • 27:23 - 27:25
    e não havia problema nenhum nisso.
  • 27:25 - 27:27
    E nem precisava ficar constrangido
  • 27:27 - 27:29
    da comida não dar,
  • 27:29 - 27:31
    porque não tinha nenhuma obrigação
  • 27:31 - 27:32
    de dar comida para a aldeia toda.
  • 27:32 - 27:34
    As pessoas queriam ver
  • 27:34 - 27:40
    você recebendo o seu hóspede e comendo.
  • 27:42 - 27:44
    Daí o fato dessa mulher
  • 27:44 - 27:48
    ter tido acesso à refeição.
  • 27:49 - 27:53
    Ela entrou, como entraram dezenas de pessoas.
  • 27:55 - 27:58
    E ela se posicionou por trás de Jesus
  • 27:58 - 28:00
    porque Jesus estava reclinado para comer
  • 28:00 - 28:03
    com os pés para trás.
  • 28:08 - 28:11
    Mas talvez você esteja se perguntando:
  • 28:11 - 28:14
    "Qual que é o tema desse estudo?
  • 28:17 - 28:19
    É Maria de Magdala?"
  • 28:20 - 28:24
    É. É Maria de Magdala.
  • 28:25 - 28:27
    Essa mulher entra.
  • 28:31 - 28:34
    Como ela é uma mulher pecadora...
  • 28:34 - 28:40
    e aqui mais um elemento extraordinário da cultura:
  • 28:42 - 28:48
    "mulher pecadora" é uma forma polida
  • 28:48 - 28:52
    de dizer... "prostituta".
  • 28:55 - 29:00
    Como dizer "garota de programa"
  • 29:00 - 29:04
    é uma maneira polida de se referir
  • 29:04 - 29:07
    à prostituição feminina.
  • 29:07 - 29:11
    Nós também temos essas mesmas estratégias.
  • 29:13 - 29:15
    Não é?
  • 29:17 - 29:19
    Nós temos essa estratégia.
  • 29:20 - 29:23
    Por que "mulher pecadora"
  • 29:25 - 29:31
    sugere fortemente a prostituição feminina?
  • 29:32 - 29:34
    Porque nós vivíamos numa sociedade
  • 29:34 - 29:38
    altamente patriarcal.
  • 29:40 - 29:44
    A mulher não tinha personalidade jurídica.
  • 29:45 - 29:50
    Como assim? Significa que: é o pai e...
  • 29:50 - 29:57
    boi, vaca, mulher... objetos...
  • 30:01 - 30:04
    Na sinagoga ou no templo,
  • 30:05 - 30:09
    para iniciar a oração que dá abertura
  • 30:09 - 30:12
    ao culto, eu preciso de 10 pessoas.
  • 30:15 - 30:17
    Eu estou sendo polido.
  • 30:17 - 30:20
    A regra é: eu preciso de 10 homens,
  • 30:20 - 30:23
    porque mulher não é pessoa.
  • 30:28 - 30:33
    Ao menos para essa finalidade.
  • 30:33 - 30:37
    Na sociedade judaica da época,
  • 30:38 - 30:41
    a mulher não conta como pessoa
  • 30:41 - 30:44
    para inteirar 10, para se iniciar a oração.
  • 30:48 - 30:51
    Uma mulher é criada pelo pai,
  • 30:51 - 30:54
    que tem autoridade de vida e morte
  • 30:54 - 30:55
    sobre ela,
  • 30:55 - 30:58
    assim como na sociedade romana da época.
  • 30:59 - 31:01
    Ela sai da autoridade do pai
  • 31:01 - 31:04
    e passa para a autoridade do marido.
  • 31:07 - 31:10
    Ela devia usar, na cultura judaica,
  • 31:10 - 31:12
    isso na cultura judaica,
  • 31:12 - 31:16
    vestes adequadas, que tampassem tudo,
  • 31:18 - 31:22
    ela não poderia conversar com homens
  • 31:22 - 31:26
    que não fossem membros da sua família,
  • 31:27 - 31:31
    ou na presença de membros da sua família...
  • 31:35 - 31:37
    De modo que
  • 31:38 - 31:41
    uma mulher conversando com um homem
  • 31:41 - 31:44
    que não é da família dela, na rua...
  • 31:47 - 31:49
    Inadmissível!
  • 31:52 - 31:54
    Inadmissível.
  • 31:55 - 31:59
    Essas eram as regras rígidas.
  • 31:59 - 32:03
    Pois bem! E aqui nós temos um fato
  • 32:04 - 32:06
    importante.
  • 32:09 - 32:10
    Importantíssimo.
  • 32:12 - 32:17
    Para a sensibilidade religiosa daquela época,
  • 32:18 - 32:23
    uma pessoa que cumpre a lei, que é religiosa,
  • 32:23 - 32:27
    conversar com alguém que é pecador
  • 32:30 - 32:31
    é desaconselhável,
  • 32:32 - 32:34
    porque eles imaginavam que,
  • 32:34 - 32:37
    se você conversa com alguém que é pecador,
  • 32:39 - 32:40
    se você toca nessa pessoa
  • 32:40 - 32:42
    e essa pessoa toca em você,
  • 32:42 - 32:46
    a impureza dela se transmite a você.
  • 32:48 - 32:50
    Você se torna impuro.
  • 32:54 - 32:59
    Dá para imaginar a reação de Simão Pedro
  • 33:01 - 33:07
    quando vê Jesus conversando com prostitutas.
  • 33:13 - 33:15
    Já tentaram imaginar?
  • 33:21 - 33:24
    Às vezes, nós temos uma tendência
  • 33:26 - 33:28
    de não entrar nessas questões,
  • 33:28 - 33:31
    porque ferem a nossa sensibilidade.
  • 33:36 - 33:38
    Ferem a nossa sensibilidade.
  • 33:41 - 33:43
    Naquele caso específico,
  • 33:43 - 33:46
    uma mulher pecadora,
  • 33:46 - 33:48
    que é uma forma polida
  • 33:48 - 33:52
    de dizer "uma prostituta"... ou...
  • 33:54 - 33:57
    Porque, quando eu digo "prostituta",
  • 33:57 - 34:01
    no conceito da época, não é necessariamente
  • 34:01 - 34:04
    o conceito de "garota de programa".
  • 34:07 - 34:10
    Não é necessariamente esse conceito.
  • 34:10 - 34:15
    O conceito é: se você não casou
  • 34:21 - 34:26
    e mantém um relacionamento com um homem,
  • 34:26 - 34:28
    você é uma prostituta.
  • 34:32 - 34:36
    Porque a mulher deve se manter virgem
  • 34:36 - 34:38
    até o casamento
  • 34:39 - 34:42
    e ela só pode manter relação
  • 34:42 - 34:44
    após o casamento e com a pessoa
  • 34:44 - 34:47
    com quem ela casou, evidentemente.
  • 34:49 - 34:53
    Se... se...
  • 34:57 - 34:59
    o marido divorciar...
  • 35:01 - 35:03
    e ela arrumar um outro marido,
  • 35:03 - 35:05
    ela é prostituta.
  • 35:08 - 35:12
    Então as regras que definem a conduta
  • 35:12 - 35:16
    da mulher eram extremamente restritivas.
  • 35:20 - 35:22
    Se o seu marido te abandonou,
  • 35:22 - 35:23
    e você ficou sozinha,
  • 35:23 - 35:25
    encontrou outra pessoa e casou,
  • 35:25 - 35:27
    você era uma prostituta.
  • 35:32 - 35:33
    Que dirá
  • 35:33 - 35:35
    de uma mulher que não casou
  • 35:35 - 35:37
    e tinha namorados...
  • 35:41 - 35:43
    Esse era o conceito.
  • 35:43 - 35:47
    A questão é que Jesus era um mestre da Lei.
  • 35:48 - 35:50
    Jesus era um rabi.
  • 35:52 - 35:54
    E uma prostituta toca nele.
  • 35:56 - 35:58
    Isso é inconcebível!
  • 36:00 - 36:05
    É inconcebível uma mulher "de má vida"
  • 36:05 - 36:10
    tocar num sacerdote ou em alguém religioso,
  • 36:10 - 36:13
    que dirá num mestre da Lei...
  • 36:14 - 36:18
    Essa mulher tocou em Jesus.
  • 36:21 - 36:23
    Mas vamos observar?
  • 36:23 - 36:27
    O fariseu que recebeu Jesus muito mal,
  • 36:27 - 36:29
    que não cumpriu nenhuma
  • 36:29 - 36:31
    das regras de hospitalidade,
  • 36:31 - 36:33
    critica Jesus
  • 36:33 - 36:36
    e encontra naquele ponto
  • 36:36 - 36:39
    a razão para ridicularizar Jesus,
  • 36:39 - 36:41
    que era o propósito dele.
  • 36:41 - 36:44
    O propósito dele era ridicularizar Jesus,
  • 36:44 - 36:46
    por isso ele não deu o beijo,
  • 36:46 - 36:48
    por isso não ofereceu água para os pés,
  • 36:48 - 36:51
    por isso ele não ungiu Jesus.
  • 36:51 - 36:54
    O propósito era ridicularizar.
  • 36:55 - 36:58
    Quando essa mulher toca, ele fala assim:
  • 36:58 - 36:59
    "Agora eu tenho certeza
  • 36:59 - 37:01
    que você não é profeta,
  • 37:02 - 37:04
    porque, se você fosse profeta,
  • 37:05 - 37:10
    você saberia que uma mulher impura te tocou."
  • 37:12 - 37:15
    E aí Jesus diz para ele assim: "Simão...
  • 37:20 - 37:26
    Um homem, um credor, tinha dois devedores.
  • 37:28 - 37:31
    Um devia R$ 50."
  • 37:31 - 37:34
    Vou adaptar a parábola
  • 37:34 - 37:37
    para o sistema monetário brasileiro.
  • 37:37 - 37:41
    "Um devia R$ 50. O outro, R$ 1 milhão.
  • 37:46 - 37:48
    O credor chamou os dois
  • 37:48 - 37:51
    e perdoou a divida dos dois.
  • 37:52 - 37:53
    Qual o que ficou mais grato?
  • 37:53 - 37:56
    Qual o que amou mais o credor?"
  • 38:00 - 38:05
    E ele responde: "O que devia 1 milhão..."
  • 38:06 - 38:07
    Imagina!
  • 38:08 - 38:11
    Teve uma divida de 1 milhão perdoada.
  • 38:11 - 38:13
    "Pois bem, Simão..."
  • 38:14 - 38:17
    Jesus, indiretamente, disse para ele:
  • 38:17 - 38:21
    "Você deve 1 milhão; ela, 50."
  • 38:22 - 38:24
    Jesus diz assim para ele:
  • 38:24 - 38:27
    "Eu entrei na casa, você não me deu o beijo,
  • 38:27 - 38:31
    você não lavou meus pés e você não me ungiu.
  • 38:31 - 38:33
    Essa mulher, desde que entrou,
  • 38:33 - 38:37
    não cessa de beijar os meus pés."
  • 38:38 - 38:40
    A obrigação, quando você encontra um mestre,
  • 38:40 - 38:43
    é beijar as mãos dele, não os pés!
  • 38:45 - 38:48
    Ela beijava os pés de Jesus.
  • 38:49 - 38:51
    "Você não lavou meus pés,
  • 38:51 - 38:54
    ela os lavou com lágrimas
  • 38:56 - 38:59
    e enxugou com os cabelos.
  • 39:01 - 39:04
    Você não ungiu minha cabeça,
  • 39:05 - 39:07
    mas ela tirou o seu unguento..."
  • 39:07 - 39:12
    E aí vem... o "pulo do gato":
  • 39:15 - 39:18
    Ela tira um recipiente
  • 39:22 - 39:26
    e joga aquele óleo nos pés de Jesus.
  • 39:29 - 39:31
    Esse é um produto tão caro,
  • 39:33 - 39:34
    tão caro!
  • 39:38 - 39:41
    E dela... Pelo vocábulo,
  • 39:41 - 39:44
    o recipiente que ela estava portando,
  • 39:46 - 39:52
    seguramente, ela era uma prostituta.
  • 39:58 - 40:00
    Era uma prostituta.
  • 40:00 - 40:03
    E ela utilizou todo o produto
  • 40:04 - 40:08
    que ela usava para ficar cheirosa...
  • 40:10 - 40:12
    Derrama nos pés de Jesus,
  • 40:12 - 40:14
    dando a entender
  • 40:14 - 40:18
    que aquele era um caminho sem volta.
  • 40:23 - 40:26
    É como um criminoso que entrega as armas:
  • 40:26 - 40:28
    "Não quero mais!"
  • 40:32 - 40:34
    Entrega.
  • 40:34 - 40:36
    Essa é a passagem.
  • 40:36 - 40:39
    Esses são os elementos culturais,
  • 40:40 - 40:42
    são os os elementos da cultura da época
  • 40:42 - 40:44
    que os pesquisadores bíblicos passam
  • 40:44 - 40:47
    sem perceber,
  • 40:49 - 40:51
    sem se dar conta.
  • 40:52 - 40:56
    E depois que Lucas conta essa história,
  • 40:58 - 40:59
    ele diz assim...
  • 41:00 - 41:02
    Ele acaba de contar essa história...
  • 41:07 - 41:09
    "E os que estavam reclinados à mesa
  • 41:09 - 41:12
    começaram a dizer entre si:
  • 41:12 - 41:17
    'Quem é este que também perdoa pecados?
  • 41:18 - 41:22
    Ele, porém... disse à mulher:
  • 41:23 - 41:30
    A tua fé te tornou salva, vai em paz."
  • 41:37 - 41:39
    Porque ele, antes, disse para ela:
  • 41:39 - 41:43
    "Os teus pecados estão perdoados."
  • 41:46 - 41:48
    E Lucas começa o capítulo 8 assim:
  • 41:48 - 41:50
    "E sucedeu, depois disso...
  • 41:52 - 41:54
    que Ele percorria cada cidade e aldeia
  • 41:54 - 41:55
    proclamando e evangelizando
  • 41:55 - 41:58
    o Reino de Deus." Como assim?
  • 42:01 - 42:04
    Dá uma ideia de deslocamento?
  • 42:04 - 42:06
    Porque essas aldeias estão na Galileia.
  • 42:06 - 42:07
    Eles não estavam na Galileia?
  • 42:07 - 42:09
    Onde estavam?
  • 42:16 - 42:18
    "E algumas mulheres que haviam sido
  • 42:18 - 42:22
    curadas de espíritos maus e enfermidades:
  • 42:22 - 42:24
    Maria, chamada Magdalena, da qual saíram
  • 42:24 - 42:29
    sete daimones..." e cita Maria Magdalena.
  • 42:31 - 42:37
    E aí nós abrimos o capítulo 20
  • 42:37 - 42:40
    do livro "Boa Nova",
  • 42:43 - 42:46
    com todas essas dúvidas
  • 42:48 - 42:51
    que nós estamos agora,
  • 42:51 - 42:54
    com todos esses questionamentos,
  • 42:56 - 42:58
    e Humberto de Campos diz assim:
  • 42:58 - 43:03
    "Maria de Magdala ouvira as pregações
  • 43:03 - 43:06
    do Evangelho do Reino
  • 43:06 - 43:12
    não longe da vila principesca
  • 43:12 - 43:17
    onde vivia entregue a prazeres
  • 43:17 - 43:22
    em companhia de patrícios romanos
  • 43:22 - 43:26
    e tomara-se
  • 43:26 - 43:30
    de admiração profunda pelo Messias."
  • 43:36 - 43:41
    Uma mulher que vivia numa aldeia,
  • 43:41 - 43:43
    que era Magdala, principesca,
  • 43:46 - 43:50
    porque Magdala era tomada pelos romanos,
  • 43:52 - 43:56
    e como os romanos tinham um bom gosto enorme,
  • 43:56 - 43:58
    essa aldeia era linda.
  • 44:00 - 44:01
    E Maria de Magdala
  • 44:01 - 44:03
    "vivia entregue a prazeres
  • 44:03 - 44:07
    em companhia de patrícios", no plural.
  • 44:09 - 44:12
    Alguém aqui tem mais alguma dúvida
  • 44:12 - 44:14
    ou podemos prosseguir?
  • 44:16 - 44:19
    Uma mulher judia,
  • 44:23 - 44:25
    porque ele vai dar esse detalhe aqui,
  • 44:26 - 44:28
    que se entregava a prazeres
  • 44:28 - 44:31
    na companhia de patrícios, no plural?
  • 44:31 - 44:33
    Patrícios romanos?
  • 44:39 - 44:41
    Olha como Humberto de Campos
  • 44:41 - 44:44
    vai reconstituindo a história evangélica!
  • 44:44 - 44:49
    Essas são peças que faltavam no quebra-cabeça.
  • 44:51 - 44:56
    São peças que faltavam no quebra-cabeça,
  • 44:57 - 45:01
    e ele está entregando de presente para nós.
  • 45:03 - 45:06
    "Que novo amor era aquele,
  • 45:06 - 45:10
    apregoado aos pescadores singelos
  • 45:10 - 45:13
    por lábios tão divinos?
  • 45:13 - 45:17
    Até ali, caminhara ela
  • 45:18 - 45:22
    sobre as rosas rubras do desejo,
  • 45:23 - 45:27
    embriagando-se com o vinho
  • 45:27 - 45:30
    de condenáveis alegrias.
  • 45:35 - 45:39
    No entanto, seu coração estava sequioso..."
  • 45:39 - 45:40
    Sedento.
  • 45:40 - 45:43
    "E em desalento.
  • 45:43 - 45:46
    Jovem e formosa,
  • 45:47 - 45:50
    emancipara-se
  • 45:50 - 45:54
    dos preconceitos férreos de sua raça."
  • 45:55 - 45:58
    A luz até tremeu.
  • 46:00 - 46:02
    Emancipara-se
  • 46:02 - 46:05
    dos preconceitos férreos de sua raça?
  • 46:08 - 46:10
    Ela não seguia nenhuma
  • 46:10 - 46:12
    das normas de conduta estabelecidas
  • 46:12 - 46:15
    para a mulher na sociedade judaica.
  • 46:18 - 46:21
    Por isso era tida como prostituta.
  • 46:26 - 46:29
    Por isso era tida como prostituta.
  • 46:32 - 46:37
    "Sua beleza lhe escravizara,
  • 46:37 - 46:41
    aos caprichos de mulher,
  • 46:41 - 46:46
    os mais ardentes admiradores."
  • 46:46 - 46:49
    Então tinha um secto de fãs.
  • 46:51 - 46:54
    "Mas seu espírito tinha fome de amor."
  • 46:55 - 46:57
    Fome de amor.
  • 46:57 - 46:59
    "O profeta nazareno havia plantado
  • 46:59 - 47:02
    em sua alma novos pensamentos.
  • 47:03 - 47:06
    Depois que lhe ouvira a palavra,
  • 47:06 - 47:09
    observou que as facilidades da vida
  • 47:09 - 47:12
    lhe traziam um tédio mortal
  • 47:12 - 47:15
    ao espírito sensível.
  • 47:17 - 47:21
    As músicas voluptuosas
  • 47:21 - 47:24
    não encontravam eco em seu íntimo,
  • 47:25 - 47:29
    os enfeites romanos de sua habitação
  • 47:29 - 47:33
    se tornaram áridos e tristes.
  • 47:35 - 47:37
    Maria chorou longamente,
  • 47:37 - 47:40
    embora não compreendesse ainda
  • 47:41 - 47:45
    o que pleiteava o profeta desconhecido.
  • 47:46 - 47:48
    Entretanto,
  • 47:48 - 47:52
    seu convite amoroso parecia ressoar-lhe
  • 47:52 - 47:56
    nas fibras mais sensíveis de mulher.
  • 47:56 - 47:59
    Jesus chamava os homens
  • 47:59 - 48:01
    para uma vida nova."
  • 48:01 - 48:03
    Esse é o toque.
  • 48:05 - 48:07
    Esse é o toque.
  • 48:09 - 48:12
    Nós temos depreendido da leitura dessa obra
  • 48:12 - 48:16
    que cada espírito traz um elemento de toque
  • 48:16 - 48:21
    que marca um trecho da sua evolução.
  • 48:23 - 48:25
    Geralmente, é uma característica.
  • 48:27 - 48:29
    Uma característica.
  • 48:31 - 48:33
    Aqueles que têm um problema
  • 48:33 - 48:35
    para lidar com o dinheiro
  • 48:35 - 48:37
    vêm tendo esse problema
  • 48:37 - 48:40
    nas últimas 30 encarnações.
  • 48:43 - 48:46
    Os que tropeçam no poder
  • 48:46 - 48:48
    vêm tendo problemas com o poder
  • 48:48 - 48:51
    há três, quatro mil anos.
  • 48:51 - 48:56
    E assim na sexualidade, e em outros aspectos.
  • 48:56 - 48:59
    Geralmente é um elemento,
  • 48:59 - 49:02
    um elemento do seu psiquismo
  • 49:02 - 49:07
    que faz você ficar agarrado à terra, ao solo.
  • 49:08 - 49:12
    Você se desenvolve em outros aspectos,
  • 49:13 - 49:17
    você sublima em outras características,
  • 49:17 - 49:22
    mas aquela te mantém acorrentado ao chão.
  • 49:26 - 49:28
    No caso de Magdalena,
  • 49:30 - 49:34
    ela tinha uma profunda sede de amor
  • 49:36 - 49:39
    e ela tentava matar sua sede
  • 49:41 - 49:45
    na sexualidade sem limite.
  • 49:47 - 49:48
    Sem limite...
  • 49:52 - 49:55
    Para as pessoas superficiais
  • 49:57 - 50:03
    da época, e de hoje...
  • 50:05 - 50:07
    ela era uma pecadora.
  • 50:09 - 50:11
    Para Jesus,
  • 50:12 - 50:16
    que enxerga no mais profundo da nossa alma,
  • 50:17 - 50:18
    ela era alguém com sede,
  • 50:18 - 50:21
    buscando no poço errado,
  • 50:23 - 50:28
    ou buscando num poço que não existia,
  • 50:29 - 50:31
    até a chegada de Jesus.
  • 50:32 - 50:35
    Porque a humanidade não conhecia amor.
  • 50:37 - 50:39
    A humanidade só conheceu o amor
  • 50:39 - 50:41
    o dia que Jesus pisou na Terra.
  • 50:43 - 50:46
    Eu estou falando do amor divino,
  • 50:50 - 50:53
    eu estou falando do amor celeste,
  • 50:54 - 50:59
    do amor incondicional, do amor sem limite,
  • 51:00 - 51:03
    do amor que é um oceano...
  • 51:05 - 51:07
    A humanidade não conhecia isso.
  • 51:11 - 51:14
    Jesus soube ver no fundo da alma.
  • 51:15 - 51:17
    No fundo da alma.
  • 51:19 - 51:24
    A busca de Maria de Magdala era legítima.
  • 51:30 - 51:34
    O problema era como e onde ela buscava.
  • 51:35 - 51:39
    E aí Humberto de Campos diz assim:
  • 51:40 - 51:43
    "Decorrida uma noite de grandes meditações
  • 51:43 - 51:47
    e antes do famoso banquete em Naim,
  • 51:47 - 51:50
    onde ela ungira publicamente os pés de Jesus
  • 51:50 - 51:54
    com os bálsamos perfumados de seu afeto..."
  • 51:58 - 51:59
    Vou ler de novo:
  • 52:00 - 52:04
    "E antes do famoso banquete em Naim..."
  • 52:04 - 52:09
    Então o banquete na casa de Simão, o fariseu,
  • 52:09 - 52:10
    foi na aldeia de Naim,
  • 52:10 - 52:13
    próximo do monte Tabor,
  • 52:15 - 52:18
    que fica pertinho, pertinho
  • 52:18 - 52:20
    do Mar da Galileia.
  • 52:21 - 52:22
    "Pertinho" de mineiro,
  • 52:24 - 52:28
    pertinho de carro. Dá uns 30km, 40km.
  • 52:31 - 52:36
    Naim. O banquete foi em Naim.
  • 52:38 - 52:40
    E a gente passa, passa,
  • 52:40 - 52:44
    passa pela obra e não vê!
  • 52:45 - 52:47
    Não vê...
  • 52:47 - 52:51
    "Onde ela ungira publicamente os pés de Jesus
  • 52:51 - 52:56
    com os bálsamos perfumados do seu afeto."
  • 52:57 - 52:59
    Por que Emmanuel não escreveu?
  • 53:03 - 53:06
    Porque Humberto de Campos é um literato.
  • 53:10 - 53:13
    Ele é um mestre da Literatura!
  • 53:14 - 53:18
    "Bálsamo perfumado do seu afeto" é...
  • 53:22 - 53:28
    Ou são... os perfumes que ela utilizava
  • 53:29 - 53:32
    para ficar cheirosa
  • 53:33 - 53:40
    e receber os patrícios, no plural, romanos
  • 53:40 - 53:42
    em sua suntuosa residência,
  • 53:42 - 53:45
    na aldeia de Magdala.
  • 53:48 - 53:53
    "Bálsamos perfumados do seu afeto."
  • 53:54 - 53:57
    Só um literato
  • 53:58 - 54:01
    para escrever uma frase dessa.
  • 54:02 - 54:04
    E Emmanuel,
  • 54:05 - 54:09
    que é um Espírito extraordinário,
  • 54:10 - 54:11
    sabia...
  • 54:16 - 54:19
    que a mediunidade de Chico Xavier
  • 54:20 - 54:21
    precisava ser marcada
  • 54:21 - 54:24
    pelo caráter da universalidade.
  • 54:26 - 54:28
    Porque às vezes as pessoas pensam
  • 54:28 - 54:30
    "universalidade no ensino dos espíritos",
  • 54:30 - 54:31
    imaginando que eu tenho que ter
  • 54:31 - 54:33
    vários médiuns
  • 54:33 - 54:35
    para receber a mesma mensagem.
  • 54:37 - 54:39
    Acontece que "O Livro dos Espíritos"
  • 54:39 - 54:40
    foi recebido por duas médiuns
  • 54:40 - 54:43
    e foi revisado por uma.
  • 54:51 - 54:54
    Então nós temos dois tipos de universalidade.
  • 54:55 - 54:58
    Nós temos a universalidade de vários médiuns,
  • 54:58 - 55:00
    recebendo várias entidades
  • 55:00 - 55:03
    que dizem algo em concordância,
  • 55:03 - 55:05
    e temos
  • 55:06 - 55:07
    um médium extraordinário
  • 55:07 - 55:10
    recebendo diversos espíritos,
  • 55:12 - 55:15
    todos uníssonos,
  • 55:16 - 55:19
    dizendo na mesma linha.
  • 55:21 - 55:24
    Aqui, Emmanuel... como ele fez no "Parnaso"!
  • 55:25 - 55:26
    No "Parnaso de Além-Túmulo",
  • 55:26 - 55:31
    ele chamou dezenas de poetas ilustres,
  • 55:32 - 55:36
    cada qual para escrever uma poesia
  • 55:36 - 55:37
    a respeito de uma das Leis Morais
  • 55:37 - 55:39
    de "O Livro dos Espíritos".
  • 55:39 - 55:41
    Porque o "Parnaso de Além-Túmulo"
  • 55:41 - 55:44
    são as Leis Morais em forma de poesia.
  • 55:45 - 55:48
    E aqui ele chama um literato.
  • 55:48 - 55:51
    "Por favor, eu..." Ele deve ter dito:
  • 55:53 - 55:56
    "Usa tudo que você sabe de Literatura,
  • 55:57 - 55:59
    porque, Humberto, eu quero que você
  • 55:59 - 56:02
    reconstitua o Evangelho do Cristo.
  • 56:03 - 56:06
    Conte as histórias que os encarnados não sabem,
  • 56:06 - 56:11
    dê a eles as peças do quebra-cabeça que faltam,
  • 56:11 - 56:13
    mas faça isso...
  • 56:14 - 56:20
    faça isso de uma forma literária sublime!"
  • 56:22 - 56:24
    E aí veio esse homem,
  • 56:24 - 56:27
    membro da Academia Brasileira de Letras,
  • 56:28 - 56:30
    e escreve assim:
  • 56:31 - 56:34
    "Ungira publicamente os pés de Jesus
  • 56:34 - 56:37
    com os bálsamos perfumados de seu afeto.
  • 56:37 - 56:39
    Notou-se que uma barca tranquila
  • 56:39 - 56:43
    conduzia a pecadora a Cafarnaum.
  • 56:44 - 56:46
    Dispusera-se a procurar o Messias
  • 56:46 - 56:49
    após muitas hesitações.
  • 56:49 - 56:54
    Seus conterrâneos, seus conterrâneos
  • 56:54 - 56:57
    nunca lhe haviam perdoado
  • 56:57 - 57:02
    o abandono do lar e a vida de aventuras."
  • 57:08 - 57:10
    Por que ela não casou?
  • 57:11 - 57:13
    Por que ela não seguiu o caminho
  • 57:13 - 57:16
    que eles traçavam para as mulheres?
  • 57:18 - 57:21
    Por que ela não se sujeitou?
  • 57:22 - 57:25
    Por que ela foi atrás da sua liberdade
  • 57:26 - 57:30
    e foi viver uma vida de aventura para a época?
  • 57:30 - 57:33
    Eles não perdoavam ela por isso,
  • 57:33 - 57:35
    muito menos Simão.
  • 57:35 - 57:38
    Simão era um homem mais velho,
  • 57:38 - 57:40
    um homem tradicional,
  • 57:40 - 57:44
    um homem aferrado às tradições.
  • 57:46 - 57:48
    Era difícil para ele compreender
  • 57:49 - 57:51
    essa moça,
  • 57:52 - 57:55
    era difícil para ele aceitar essa moça.
  • 57:57 - 58:02
    Para todos, era ela a mulher perdida
  • 58:02 - 58:06
    que teria de encontrar a lapidação
  • 58:06 - 58:09
    na praça pública.
  • 58:11 - 58:14
    Na cultura judaica, uma mulher assim
  • 58:14 - 58:17
    era apedrejada em praça pública.
  • 58:17 - 58:18
    Por que ela não foi?
  • 58:20 - 58:22
    Porque contava com a proteção
  • 58:23 - 58:26
    de patrícios romanos.
  • 58:30 - 58:34
    "Sua consciência, porém, lhe pedia que fosse.
  • 58:34 - 58:38
    Jesus tratava a multidão com especial carinho,
  • 58:38 - 58:39
    jamais lhe observara
  • 58:39 - 58:41
    qualquer expressão de desprezo
  • 58:41 - 58:43
    para com as numerosas mulheres
  • 58:43 - 58:46
    de vida equívoca que O cercavam."
  • 58:50 - 58:52
    Você estaria preparado,
  • 58:52 - 58:55
    se Jesus viesse hoje a Belo Horizonte,
  • 58:56 - 58:57
    e Ele estivesse cercado
  • 58:57 - 59:00
    de garotas de programa de Belo Horizonte?
  • 59:02 - 59:05
    Qual seria a sua reação como espírita?
  • 59:06 - 59:08
    Sinceramente falando,
  • 59:09 - 59:12
    qual seria a sua reação?
  • 59:14 - 59:16
    Seja sincero.
  • 59:22 - 59:24
    "Além disso,
  • 59:24 - 59:28
    sentia-se seduzida pela sua generosidade.
  • 59:29 - 59:32
    Se possível, desejaria trabalhar na execução
  • 59:32 - 59:34
    de suas idéias puras e redentoras."
  • 59:34 - 59:36
    E aí vai...
  • 59:36 - 59:41
    "Senhor, ouvi a Vossa palavra consoladora
  • 59:41 - 59:44
    e venho ao Vosso encontro...
  • 59:45 - 59:49
    Tendes a clarividência do céu
  • 59:50 - 59:54
    e podeis adivinhar como tenho vivido.
  • 59:55 - 59:58
    Sou uma filha do pecado.
  • 59:59 - 60:05
    Todos me condenam; entretanto, Mestre,
  • 60:06 - 60:11
    observai, observai
  • 60:11 - 60:14
    como tenho sede do verdadeiro amor..."
  • 60:16 - 60:17
    Olha!
  • 60:19 - 60:22
    É Maria Magdalena pedindo para Jesus:
  • 60:22 - 60:25
    "Olha para dentro de mim, Mestre!
  • 60:25 - 60:29
    Eu sei que você tem a clarividência Divina.
  • 60:29 - 60:32
    Olha o quanto que eu tenho sede
  • 60:32 - 60:35
    do verdadeiro Amor!"
  • 60:38 - 60:43
    "'Minha existência, como todos os prazeres,
  • 60:43 - 60:47
    tem sido estéril e amargurada...'
  • 60:48 - 60:49
    As primeiras lágrimas
  • 60:49 - 60:52
    lhe borbulharam dos olhos,
  • 60:52 - 60:56
    enquanto Jesus a contemplava
  • 60:56 - 60:59
    com bondade infinita."
  • 61:02 - 61:07
    Jesus a contemplava com bondade infinita.
  • 61:11 - 61:12
    "Ela, porém, continuou:
  • 61:12 - 61:15
    'Ouvi o Vosso amoroso convite ao Evangelho,
  • 61:16 - 61:20
    desejava ser das Vossas ovelhas,
  • 61:24 - 61:26
    mas será que Deus me aceitaria?'"
  • 61:29 - 61:30
    Imagina...
  • 61:32 - 61:33
    Uma mulher pecadora ser seguidora
  • 61:33 - 61:36
    de um mestre da Lei?
  • 61:37 - 61:39
    Se nem a mulher pura,
  • 61:39 - 61:41
    dedicada ao lar, esposa,
  • 61:41 - 61:45
    poderia participar das cerimônias religiosas?
  • 61:50 - 61:53
    "'...será que Deus me aceitaria?'
  • 61:54 - 61:55
    'Maria!
  • 61:58 - 62:01
    Levanta os olhos para o céu...'"
  • 62:01 - 62:04
    Nossa! Olha...
  • 62:04 - 62:07
    "'... e regozija-te no caminho,
  • 62:07 - 62:10
    porque escutaste a Boa Nova do Reino
  • 62:11 - 62:14
    e Deus te abençoa as alegrias.'"
  • 62:16 - 62:17
    Nossa!
  • 62:21 - 62:24
    "'Acaso poderias pensar que alguém no mundo
  • 62:24 - 62:27
    estivesse condenado ao pecado eterno?
  • 62:31 - 62:35
    Onde, então, o amor de nosso Pai?'"
  • 62:40 - 62:41
    Imaginar que alguém
  • 62:41 - 62:43
    vai ficar perdido para sempre
  • 62:43 - 62:46
    é pensamento de quem não ama.
  • 62:50 - 62:52
    Você só acha que uma pessoa
  • 62:52 - 62:54
    vai permanecer indefinidamente no mal,
  • 62:54 - 62:56
    se você não a ama.
  • 63:05 - 63:07
    Porque quem ama nunca pensa isso.
  • 63:12 - 63:16
    "'Nunca viste a primavera dar flores
  • 63:16 - 63:20
    sobre uma casa em ruínas?'"
  • 63:23 - 63:25
    A primavera dar flores
  • 63:25 - 63:28
    num vaso todo arrebentado?
  • 63:29 - 63:33
    "'As ruínas são as criaturas humanas,
  • 63:33 - 63:38
    porém as flores são as esperanças em Deus.
  • 63:42 - 63:44
    Sobre todas as falências
  • 63:44 - 63:47
    e desventuras próprias do homem,
  • 63:47 - 63:50
    as bênçãos paternais de Deus
  • 63:50 - 63:54
    descem e chamam.
  • 63:55 - 63:59
    Sentes, hoje, esse novo sol
  • 63:59 - 64:03
    a iluminar-te o destino!
  • 64:04 - 64:08
    Caminha agora sob a sua luz,
  • 64:09 - 64:12
    porque o amor cobre
  • 64:13 - 64:15
    a multidão dos pecados.'"
  • 64:20 - 64:21
    Matou a sede.
  • 64:23 - 64:26
    "A pecadora de Magdala escutava o Mestre,
  • 64:26 - 64:27
    bebendo-lhe as palavras."
  • 64:27 - 64:30
    Bebendo. Humberto de Campos é um gênio!
  • 64:33 - 64:35
    É um gênio!
  • 64:35 - 64:36
    Ele fala que ela estava sedenta
  • 64:36 - 64:40
    e agora está bebendo as palavras de Jesus...
  • 64:45 - 64:47
    "Homem algum havia falado assim
  • 64:47 - 64:49
    à sua alma incompreendida."
  • 64:49 - 64:52
    Que homem tinha falado assim com ela?
  • 64:57 - 64:59
    Imagine o que os patrícios
  • 64:59 - 65:00
    falavam para ela:
  • 65:00 - 65:03
    "Como você está cheirosa!"
  • 65:04 - 65:06
    "Que cabelos lindos!"
  • 65:07 - 65:09
    "Você é muito linda!"
  • 65:09 - 65:11
    E coisas que não vamos falar,
  • 65:11 - 65:14
    porque o DVD tem uma idade, uma censura.
  • 65:19 - 65:22
    "Os mais levianos lhe pervertiam
  • 65:22 - 65:24
    as boas inclinações.
  • 65:25 - 65:29
    Os aparentemente virtuosos
  • 65:29 - 65:32
    a desprezavam sem piedade.
  • 65:32 - 65:35
    Engolfada em pensamentos confortadores
  • 65:35 - 65:38
    e ouvindo as referências de Jesus ao amor,
  • 65:38 - 65:40
    Maria acentuou levemente:
  • 65:40 - 65:43
    'No entanto, Senhor,
  • 65:43 - 65:47
    tenho amado e tenho sede de amor.'"
  • 65:50 - 65:52
    "Eu tenho amado..."
  • 65:54 - 65:56
    "'Sim...'
  • 65:57 - 66:03
    'Sim', redarguiu Jesus, 'tua sede é real!
  • 66:05 - 66:10
    O mundo viciou as fontes de redenção
  • 66:10 - 66:13
    e é imprescindível compreenda
  • 66:13 - 66:16
    que, em suas sendas, a virtude tem de marchar
  • 66:16 - 66:20
    por uma porta muito estreita."
  • 66:25 - 66:27
    Por que a virtude tem que marchar
  • 66:27 - 66:28
    por uma porta estreita?
  • 66:28 - 66:31
    Porque nós viciamos todas as portas.
  • 66:35 - 66:38
    É isso que Jesus está dizendo.
  • 66:43 - 66:45
    Só tem que caminhar pela porta estreita
  • 66:45 - 66:47
    porque nós viciamos tudo,
  • 66:48 - 66:50
    e, para sair do vício, você tem que passar
  • 66:50 - 66:53
    pelo período de desintoxicação.
  • 66:54 - 66:56
    Daí a porta estreita.
  • 67:00 - 67:03
    "'Geralmente, um homem deseja
  • 67:03 - 67:05
    ser bom com os outros
  • 67:05 - 67:07
    ou honesto com os demais,
  • 67:07 - 67:09
    olvidando que o caminho onde todos passam
  • 67:09 - 67:11
    é de fácil acesso
  • 67:11 - 67:14
    e de marcha sem edificações.
  • 67:14 - 67:16
    A virtude no mundo foi transformada
  • 67:16 - 67:19
    na porta larga da conveniência própria.
  • 67:20 - 67:21
    Há os que amam
  • 67:21 - 67:23
    os que lhe pertencem ao círculo pessoal,
  • 67:23 - 67:26
    os que são sinceros com os seus amigos,
  • 67:26 - 67:28
    os que defendem os seus familiares,
  • 67:28 - 67:31
    os que adoram os deuses do favor...
  • 67:31 - 67:33
    O que verdadeiramente ama, porém,
  • 67:33 - 67:36
    conhece a renúncia suprema
  • 67:36 - 67:38
    a todos os bens do mundo
  • 67:38 - 67:41
    e vive feliz na sua senda de trabalhos
  • 67:41 - 67:45
    para o difícil acesso às luzes da redenção.
  • 67:45 - 67:47
    O amor sincero
  • 67:47 - 67:49
    não exige satisfações passageiras,
  • 67:49 - 67:50
    que se extinguem no mundo
  • 67:50 - 67:52
    com a primeira ilusão.
  • 67:52 - 67:57
    Trabalha sempre, sem amargura e sem ambição,
  • 67:57 - 68:00
    com os júbilos do sacrifício.
  • 68:00 - 68:03
    Só o amor que renuncia
  • 68:03 - 68:06
    sabe caminhar para a vida suprema.'
  • 68:13 - 68:17
    'Só o amor pelo sacrifício
  • 68:17 - 68:20
    poderá saciar a sede do coração?'
  • 68:23 - 68:25
    Perguntou ela:
  • 68:25 - 68:28
    "Só o amor pelo sacrifício
  • 68:28 - 68:31
    poderá saciar a sede do coração?"
  • 68:32 - 68:37
    "Jesus teve um gesto afirmativo e continuou:
  • 68:37 - 68:40
    'Somente o sacrifício
  • 68:40 - 68:43
    contém o divino mistério da vida.
  • 68:46 - 68:52
    Viver bem é saber imolar-se.
  • 68:54 - 68:55
    Acreditas que o mundo
  • 68:55 - 68:56
    pudesse manter o equilíbrio
  • 68:56 - 68:59
    tão só com os caprichos antagônicos
  • 68:59 - 69:01
    e por vezes criminosos
  • 69:01 - 69:02
    dos que se elevam
  • 69:02 - 69:05
    à galeria dos triunfadores?
  • 69:05 - 69:07
    Toda luz humana
  • 69:07 - 69:11
    vem do coração experiente e brando
  • 69:11 - 69:13
    dos que foram sacrificados.
  • 69:16 - 69:18
    Um guerreiro coberto de louros
  • 69:18 - 69:20
    ergue os seus gritos de vitória
  • 69:20 - 69:23
    sobre os cadáveres que juncam o chão,
  • 69:23 - 69:25
    mas apenas os que tombaram
  • 69:25 - 69:27
    fazem silêncio
  • 69:27 - 69:29
    para que se ouça no mundo
  • 69:29 - 69:31
    a mensagem de Deus.
  • 69:35 - 69:37
    O primeiro pode fazer a experiência
  • 69:37 - 69:38
    para um dia.
  • 69:38 - 69:40
    Os segundos, os que tombaram,
  • 69:40 - 69:46
    constroem a estrada definitiva na eternidade.
  • 69:47 - 69:50
    Na tua condição de mulher,
  • 69:50 - 69:53
    já pensaste no que seria o mundo
  • 69:53 - 69:56
    sem as mães exterminadas
  • 69:56 - 70:00
    no silêncio e no sacrifício?
  • 70:04 - 70:05
    Não são elas
  • 70:05 - 70:08
    as cultivadoras do jardim da vida,
  • 70:08 - 70:10
    onde os homens travam a batalha?
  • 70:13 - 70:15
    Muitas vezes, o campo enflorescido
  • 70:15 - 70:18
    se cobre de lama e sangue.
  • 70:18 - 70:22
    Entretanto, na sua tarefa silenciosa,
  • 70:22 - 70:25
    os corações maternais não desesperam
  • 70:25 - 70:29
    e reedificam o jardim da vida,
  • 70:29 - 70:31
    imitando a Providência Divina,
  • 70:31 - 70:33
    que espalha sobre um cemitério
  • 70:33 - 70:38
    os lírios perfumados de seu amor.'
  • 70:42 - 70:44
    'Desgraçada de mim, Senhor,
  • 70:44 - 70:47
    que não poderei ser mãe...'"
  • 70:51 - 70:54
    "Estou perdida, eu não vou poder ser mãe..."
  • 70:55 - 70:58
    "'E qual das mães será maior
  • 70:58 - 71:01
    aos olhos de Deus?
  • 71:01 - 71:02
    A que se devotou
  • 71:02 - 71:05
    somente aos filhos de sua carne,
  • 71:05 - 71:08
    ou a que se consagrou, pelo espírito,
  • 71:08 - 71:11
    aos filhos das outras mães?'
  • 71:20 - 71:23
    'Senhor, doravante renunciarei
  • 71:23 - 71:26
    a todos os prazeres transitórios do mundo
  • 71:26 - 71:28
    para adquirir o amor celestial
  • 71:28 - 71:30
    que me ensinastes.
  • 71:30 - 71:32
    Acolherei como filhas
  • 71:32 - 71:33
    as minhas irmãs no sofrimento,
  • 71:33 - 71:35
    procurarei os infortunados
  • 71:35 - 71:39
    para aliviar-lhes as feridas do coração,
  • 71:39 - 71:43
    estarei com os aleijados e leprosos.'"
  • 71:58 - 72:00
    O tempo passou...
  • 72:01 - 72:04
    E essa mulher sempre acompanhou Jesus,
  • 72:05 - 72:08
    apesar do desprezo dos apóstolos,
  • 72:09 - 72:12
    que evitavam qualquer tipo de contato com ela.
  • 72:14 - 72:18
    No entanto, ocorre a crucificação de Jesus
  • 72:23 - 72:28
    e, quando Jesus vai deixar
  • 72:28 - 72:31
    a lição mais gloriosa do Evangelho,
  • 72:33 - 72:36
    a lição de que nenhum de nós vai morrer...
  • 72:39 - 72:42
    Quando Ele aparece pela primeira vez,
  • 72:43 - 72:45
    quem Ele procura?
  • 72:46 - 72:50
    A mãe d'Ele, não é? Não.
  • 72:56 - 72:58
    Não procura a mãe.
  • 72:59 - 73:01
    Simão Pedro? Não.
  • 73:01 - 73:04
    Ele não aparece para Simão Pedro primeiro.
  • 73:04 - 73:07
    Mas Simão, o líder do colégio apostólico?
  • 73:07 - 73:10
    Não. Para quem Jesus aparece
  • 73:10 - 73:14
    em primeiro lugar? Maria Magdalena.
  • 73:16 - 73:18
    Maria Magdalena.
  • 73:18 - 73:20
    E Emmanuel vai explicar por quê.
  • 73:20 - 73:23
    Cap. 92 do livro "Caminho, Verdade e Vida",
  • 73:24 - 73:28
    porque a psicografia de Chico Xavier é como...
  • 73:31 - 73:35
    uma toalha de renda...
  • 73:38 - 73:41
    É preciso entrecruzar os fios.
  • 73:42 - 73:45
    A mensagem se chama "Madalena".
  • 73:46 - 73:49
    “Disse-lhe Jesus: 'Maria!'
  • 73:49 - 73:53
    Ela, voltando-se, disse: 'Mestre!'
  • 73:54 - 73:57
    Dos fatos mais significativos do Evangelho,
  • 73:58 - 74:01
    a primeira visita de Jesus, na ressurreição,
  • 74:02 - 74:04
    é daqueles fatos que convidam
  • 74:04 - 74:07
    à meditação substanciosa e acurada.
  • 74:07 - 74:09
    Por que razões profundas
  • 74:09 - 74:11
    deixaria o Divino Mestre
  • 74:11 - 74:15
    tantas figuras mais próximas de sua vida,
  • 74:15 - 74:19
    para surgir aos olhos de Madalena
  • 74:19 - 74:21
    em primeiro lugar?
  • 74:23 - 74:26
    Somos naturalmente compelidos a indagar
  • 74:27 - 74:29
    por que não teria aparecido antes
  • 74:29 - 74:31
    ao coração abnegado
  • 74:32 - 74:35
    e amoroso daquela que lhe servira de mãe,
  • 74:35 - 74:39
    ou  aos discípulos amados?
  • 74:40 - 74:43
    Entretanto, o gesto de Jesus
  • 74:44 - 74:46
    é profundamente simbólico
  • 74:46 - 74:49
    em Sua essência Divina.
  • 74:50 - 74:53
    Dentre os vultos da Boa Nova,
  • 74:53 - 74:59
    ninguém fez tanta violência a si mesmo
  • 74:59 - 75:01
    para seguir o Salvador,
  • 75:01 - 75:07
    como a inesquecível obsediada de Magdala.
  • 75:12 - 75:17
    Nem mesmo Paulo de Tarso faria tanto.
  • 75:20 - 75:23
    Nem mesmo Paulo de Tarso faria tanto,
  • 75:23 - 75:24
    mais tarde,
  • 75:24 - 75:28
    porque a consciência do apóstolo dos gentios
  • 75:28 - 75:31
    era apaixonada pela Lei,
  • 75:31 - 75:33
    mas não pelos vícios."
  • 75:38 - 75:40
    Paulo era apaixonado pela Lei,
  • 75:40 - 75:41
    Maria Magdalena era apaixonada
  • 75:41 - 75:48
    pelos vícios da carne, a sensação.
  • 75:49 - 75:58
    Sabor, cheiro, tato, som, cor.
  • 76:04 - 76:10
    "Madalena, porém, conhecera o fundo amargo
  • 76:10 - 76:15
    dos hábitos difíceis de serem extirpados,
  • 76:15 - 76:17
    amolecera-se
  • 76:17 - 76:21
    ao contato de entidades perversas,
  • 76:21 - 76:25
    permanecia morta nas sensações
  • 76:25 - 76:28
    que operam a paralisia da alma;
  • 76:28 - 76:32
    entretanto, bastou o encontro com o Cristo
  • 76:32 - 76:36
    para abandonar tudo e seguir-lhe os passos,
  • 76:36 - 76:39
    fiel até o fim,
  • 76:39 - 76:42
    nos atos de negação de si própria
  • 76:42 - 76:45
    e na firme resolução de tomar a cruz
  • 76:45 - 76:49
    que lhe competia no calvário redentor
  • 76:49 - 76:51
    de sua existência angustiosa.
  • 76:52 - 76:55
    É compreensível que muitos estudantes
  • 76:55 - 76:57
    investiguem a razão pela qual
  • 76:57 - 76:59
    não apareceu o Mestre primeiramente
  • 76:59 - 77:02
    a Pedro, a João ou à sua mãe ou aos amigos,
  • 77:02 - 77:05
    todavia, é igualmente razoável
  • 77:05 - 77:09
    reconhecermos que, com o gesto inesquecível,
  • 77:09 - 77:11
    Jesus ratificou a lição
  • 77:12 - 77:14
    de que Sua doutrina será,
  • 77:14 - 77:17
    para todos os aprendizes e seguidores,
  • 77:17 - 77:21
    o código de ouro das vidas transformadas
  • 77:21 - 77:24
    para a glória do bem."
  • 77:25 - 77:28
    Vidas transformadas para a glória do bem.
  • 77:28 - 77:31
    "E ninguém como Maria de Magdala
  • 77:31 - 77:34
    houvera transformado a sua,
  • 77:34 - 77:37
    à luz do Evangelho redentor."
  • 77:38 - 77:41
    Foi o presente que Jesus deu
  • 77:41 - 77:44
    para Maria de Magdala.
  • 77:44 - 77:48
    Depois desse fato, ela pede...
  • 77:51 - 77:54
    Ela dá a notícia para os apóstolos
  • 77:54 - 77:56
    que Jesus estava vivo.
  • 77:56 - 78:00
    Eles vão lá checar, Jesus aparece pra eles
  • 78:01 - 78:03
    e ela pede para ficar com eles,
  • 78:03 - 78:05
    pede para trabalhar,
  • 78:05 - 78:09
    e os apóstolos não deixam.
  • 78:12 - 78:14
    Não permitem que ela colabore
  • 78:14 - 78:17
    na divulgação ou no trabalho do Evangelho.
  • 78:17 - 78:20
    Não permitem sequer que ela fique
  • 78:20 - 78:23
    na Casa do Caminho atendendo os doentes.
  • 78:29 - 78:31
    Eu não estou falando de Haroldo Dutra Dias,
  • 78:31 - 78:33
    estou falando de Simão Pedro,
  • 78:33 - 78:36
    João Evangelista, Tiago...
  • 78:36 - 78:39
    Estou falando dos apóstolos de Jesus.
  • 78:44 - 78:47
    E ela então fica sozinha,
  • 78:48 - 78:52
    mas, certo dia, uma turba de leprosos
  • 78:52 - 78:54
    entra em Jerusalém.
  • 78:58 - 79:02
    Os leprosos saíam do Vale dos Leprosos
  • 79:02 - 79:04
    e iam até a cidade
  • 79:04 - 79:08
    para recolher alimentos e água.
  • 79:08 - 79:10
    E quando as pessoas viam
  • 79:10 - 79:12
    que os leprosos estavam se aproximando,
  • 79:12 - 79:13
    todos fechavam a porta da casa,
  • 79:13 - 79:15
    fechavam tudo, colocavam água e comida
  • 79:15 - 79:17
    no meio da rua, todo mundo fechava...
  • 79:17 - 79:21
    Ficava tudo deserto, os leprosos passavam,
  • 79:21 - 79:23
    recolhiam e iam embora.
  • 79:23 - 79:25
    Só que naquele dia
  • 79:27 - 79:30
    encontraram uma mulher linda
  • 79:32 - 79:35
    que decidiu acompanhá-los.
  • 79:38 - 79:40
    Maria de Magdala.
  • 79:44 - 79:46
    E ela foi ao Vale dos Leprosos.
  • 79:50 - 79:53
    Se Jesus te convidasse hoje
  • 79:54 - 79:56
    para uma tarefa no movimento espírita:
  • 79:57 - 79:59
    "Filho, tem uma tarefa para você
  • 79:59 - 80:01
    no movimento espírita.
  • 80:02 - 80:04
    Você vai ensinar a Doutrina Espírita
  • 80:04 - 80:07
    para leprosos, no Vale dos Leprosos."
  • 80:07 - 80:10
    Você ficaria muito feliz.
  • 80:17 - 80:19
    Ela foi para o Vale.
  • 80:19 - 80:21
    Lá ela cuidava dos leprosos,
  • 80:21 - 80:23
    lá ela falava de Jesus,
  • 80:23 - 80:25
    lá ela falava do Evangelho,
  • 80:25 - 80:27
    lá ela amou.
  • 80:33 - 80:36
    Será que nós somos capazes de amar
  • 80:36 - 80:39
    pessoas doentes que nós desconhecemos?
  • 80:43 - 80:46
    Doentes contagiosos...
  • 80:47 - 80:49
    Para o resto da sua vida,
  • 80:49 - 80:52
    você amar doentes contagiosos
  • 80:52 - 80:54
    que você nunca conheceu?
  • 80:58 - 81:03
    Essa mulher é uma gigante do Evangelho!
  • 81:04 - 81:07
    A transformação dela é muito maior
  • 81:07 - 81:09
    do que a de Paulo.
  • 81:11 - 81:13
    Ela é uma heroína!
  • 81:13 - 81:17
    Por isso Jesus presenteou essa mulher,
  • 81:17 - 81:20
    aparecendo primeiro para ela.
  • 81:23 - 81:24
    O que acontece?
  • 81:24 - 81:26
    Passados os anos,
  • 81:27 - 81:30
    Maria de Magdala contrai lepra.
  • 81:38 - 81:44
    E... percebendo que já estava
  • 81:44 - 81:47
    às portas do desencarne,
  • 81:48 - 81:51
    voltou a Jerusalém.
  • 81:51 - 81:55
    Não mais a mulher perfumada,
  • 81:57 - 81:59
    não mais a mulher bonita,
  • 81:59 - 82:01
    agora uma leprosa
  • 82:01 - 82:05
    com o corpo faltando pedaços...
  • 82:08 - 82:10
    É acolhida.
  • 82:13 - 82:16
    "Uma noite, atingiram o auge
  • 82:16 - 82:20
    as profundas dores que sentia.
  • 82:22 - 82:25
    Sua alma estava iluminada
  • 82:25 - 82:28
    por brandas reminiscências,
  • 82:29 - 82:32
    e não obstante seus olhos
  • 82:33 - 82:35
    se acharem selados
  • 82:35 - 82:38
    pelas pálpebras intumescidas..."
  • 82:38 - 82:40
    Já imaginaram?
  • 82:40 - 82:43
    Os olhos dela não conseguiam nem abrir mais.
  • 82:43 - 82:45
    "...via com os olhos da imaginação
  • 82:45 - 82:50
    o lago querido, os companheiros de fé..."
  • 82:50 - 82:52
    Os companheiros, ela via...
  • 82:52 - 82:54
    aqueles que a abandonaram, os apóstolos,
  • 82:54 - 82:56
    ela lembrava com alegria
  • 82:56 - 82:59
    daqueles que a abandonaram.
  • 83:01 - 83:03
    "...o Mestre bem-amado...
  • 83:04 - 83:06
    Seu espírito parecia transpor
  • 83:06 - 83:09
    as fronteiras da eternidade radiosa.
  • 83:09 - 83:11
    De minuto a minuto,
  • 83:11 - 83:15
    ouvia-se-lhe um gemido surdo,
  • 83:15 - 83:18
    enquanto os irmãos de crença
  • 83:18 - 83:21
    lhe rodeavam o leito de dor
  • 83:22 - 83:24
    com as preces sinceras
  • 83:24 - 83:27
    de seus corações amigos e desvelados.
  • 83:27 - 83:31
    Em dado instante, observou-se
  • 83:31 - 83:34
    que seu peito não mais arfava,
  • 83:34 - 83:36
    Maria, no entanto, experimentava
  • 83:36 - 83:40
    consoladora sensação de alívio.
  • 83:41 - 83:46
    Sentia-se sob as árvores de Cafarnaum
  • 83:46 - 83:50
    e esperava o Messias.
  • 83:51 - 83:55
    As aves cantavam nos ramos próximos
  • 83:55 - 83:56
    e as ondas sussurrantes
  • 83:56 - 83:59
    vinham beijar-lhe os pés.
  • 83:59 - 84:05
    Foi quando viu Jesus aproximar-se,
  • 84:05 - 84:09
    mais belo do que nunca!
  • 84:09 - 84:14
    Seu olhar tinha um reflexo do céu
  • 84:14 - 84:19
    e o semblante trazia um júbilo indefinível.
  • 84:19 - 84:23
    O Mestre, estendendo-lhe as mãos,
  • 84:23 - 84:25
    e ela se prosternou..."
  • 84:25 - 84:27
    Ajoelhou.
  • 84:27 - 84:31
    "... exclamando como antigamente: 'Senhor!'
  • 84:32 - 84:37
    Jesus recolheu-a brandamente nos braços
  • 84:37 - 84:38
    e murmurou:
  • 84:38 - 84:45
    'Maria, já passaste a porta estreita.
  • 84:46 - 84:51
    Amaste muito. Vem! Eu te espero aqui!'"
  • 84:53 - 84:55
    Boa Noite. Obrigado a todos.
Title:
BOA NOVA - MARIA DE MAGDALA: Haroldo Dutra Dias
Description:

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Video Language:
Portuguese, Brazilian

Portuguese, Brazilian subtitles

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