The Architecture of Access to Scientific Knowledge
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0:00 - 0:04Lawrance Lessig: Muito obrigado. É muito fixe estar aqui.
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0:06 - 0:09tão fixe como quando falei na Pixar.
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0:09 - 0:12Penso nestas duas como sendo realces da minha carreira.
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0:12 - 0:15Por isso, muito obrigado por me terem.
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0:17 - 0:22Tenho duas pequenas ideias que quero usar como introdução para um argumento,
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0:23 - 0:27sobre a natureza do acesso ao conhecimento científico no contexto da internet,
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0:28 - 0:33e usar esse argumento como um passo rumo a requerimento sobre o que devemos fazer.
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0:33 - 0:36Eis a primeira ideia.
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0:36 - 0:39Designo-a por "Efeito White".
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0:40 - 0:46E designa-o no seguimento do Juiz Byron White, juiz do Supremo Tribunal dos EUA,
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0:46 - 0:50nomeado por John F. Kennedy - aí está em 1962
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0:51 - 0:57- famoso anteriormente como o "Rapidissimo" White na equipa de futebol americano da Universidade de Yale.
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0:58 - 1:00Quando foi nomeado para o Supremo, era um famoso liberal,
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1:02 - 1:07um liberal de nomeada, o único nomeável que John Kennedy tinha para o Supremo Tribunal.
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1:07 - 1:15Mas o "Rapidissímo" White envelheceu, e provavelmente é mais famoso por uma opinião pouco famosa,
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1:16 - 1:19quando escreveu em nome do Supremo Tribunal, Bowers v. Hardwick,
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1:19 - 1:24uma opinião onde o Supremo sustentava as leis da Criminalização da Sodomia,
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1:24 - 1:28com a passagem: "Neste contexto, argumentar com o direito de entrar
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1:28 - 1:34em tal conduta" - sodomia homosexual - "está fortemente enraizado na história e tradição da Nação"
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1:34 - 1:39ou "implicito no conceito de liberdade ordenada" é, no melhor, brincar.'
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1:40 - 1:43Agora, isto é o que eu quero pensar do "Efeito White".
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1:43 - 1:51Ser liberal ou progressita é sempre relativo ao instantem e esse momento muda,
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1:51 - 1:56e para muitos deixam de ser liberais ou progressitas.
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1:58 - 2:00Bom, isto é o "Efeito White". Há uma segunda ideia.
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2:00 - 2:05O Harvard Gazette é uma publicação de propaganda da Universidade de Harvard,
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2:05 - 2:08Fala de tudo o que é alegre em Harvard.
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2:08 - 2:13Assim, há um artigo escrito sobre um macroeconomista extraordinário,
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2:13 - 2:18Gita Gopinath, que acabou de chegar a Harvard e recebeu a cátedra no ano passado
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2:18 - 2:21e que é um dos mais influentes macroeconomistas nos Estados Unidos agora.
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2:22 - 2:25Este artigo fala do seu trabalho da sua pesquisa e no final,
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2:26 - 2:27há uma passagem criptica, que diz:
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2:28 - 2:33'No entanto, as prateleiras no seu novo gabinete estão praticamente vazias, visto, disse Gopinath,
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2:34 - 2:38"Tudo o que necessito está agora na Internet." '
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2:40 - 2:43Certo, é a segunda ideia. Eis o argumento.
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2:44 - 2:51O direito autoral é uma regulamentação feita pelo estado que pretende alterar
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2:51 - 2:58uma regulamentação pelo mercado. É um direito exclusivo, um monopólio, certo,
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2:58 - 3:01um direito de propriedade atribuído pelo estado, que é necessário
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3:01 - 3:04para resolver uma falha inevitável do mercado,
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3:05 - 3:10Agora, dizendo que é necessário para resolver uma falha inevitável do mercado,
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3:10 - 3:14estou a destinguir-me como académico pro direitos de autor,
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3:15 - 3:19no sentido em que acredito que os direitos autorais são necessários. Mesmo na idade digital,
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3:19 - 3:24especialemente na idade digital, os direitos autorais são uma necessidade para alcançar
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3:25 - 3:28certos incentivos que de outra forma seriam perdidos.
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3:29 - 3:34Mas na idade da internet, o que temos visto como uma luta sobre direitos autorais,
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3:34 - 3:39sobre o âmbito dos direitos autorais, pesou mais consistentemente no contexto
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3:39 - 3:44na batalha sobre direitos de artistas, em particular, no contexto da música,
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3:44 - 3:51onde a "partilha" massiça - partilha que tecnicamente é ilegal - conduziu a uma luta
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3:51 - 3:56levada a cabo pelos artistas e especialmente pelos seus representantes.
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3:57 - 4:02E nós do movimento Cultura Livre, desafiamos as pessoas
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4:02 - 4:05que têm levado a cabo essa luta.
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4:05 - 4:09E elas defendem os direitos autorais no contexto dessa luta.
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4:09 - 4:16Mas se ultrapassarmos o ruído desta batalha, aquilo que é importante termos em mente
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4:16 - 4:22é que ambos os lados desta luta reconhecem que os direitos autorais são essenciais
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4:22 - 4:24para certos trabalhos criativos,
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4:25 - 4:31e que temos que respeitar os direitos autorais para esse trabalho criativo.
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4:31 - 4:36Nós, do movimento Cultura Livre, necessitamos respeitar os direitos autorais desse trabalho.
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4:36 - 4:41Necessitamos reconhecer que há lugar para uma directriz de direitos autorais com sentido
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4:41 - 4:44para proteger e encorajar esse trabalho.
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4:46 - 4:48Mas, contudo - há uma distinção importante -
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4:50 - 4:58Não só os artistas dependem dos direitos autorais, os editores também dependem dos direitos de autor
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4:58 - 5:00e os editores são um animal diferente.
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5:02 - 5:08Não necessitamos de ser tão negativos como John Milton quando escreveu que os editores são
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5:08 - 5:11"Velhos detentores de patentes e monopolistas no negócio dos livros
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5:11 - 5:15- homens que não têm trabalho numa profissão honesta, para [eles], aprender é ficar a dever favor."
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5:16 - 5:20Não temos que ir tão longe para reconhecer porque é que os editores são diferentes,
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5:20 - 5:24que o problema económico dos editores é diferente
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5:24 - 5:28do problema econ´omico apresentado pela criação.
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5:29 - 5:34Assim quem protegem os direitos autorais? Os editores ou os artistas?
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5:35 - 5:39Bem, desde o início dos direitos autorais a tradição anglo-americana,
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5:39 - 5:44o Estatuto de Anne de 1710, há argumentação sobre se os direitos autorais
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5:44 - 5:46pretendem defender os editores ou os artistas.
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5:47 - 5:53Quando o Estatuto de Anne foi originalmente introduzido, atribuiu um termo perpétuo de direito de autor,
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5:53 - 5:56que os editores entenderam como os protegendo a eles.
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5:56 - 5:59Depois foi emendado para só atribuir um termo limitado aos direitos de autor.
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5:59 - 6:04Os editores ficarm confundidos porque não fazia sentido atribuir um termo limitado
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6:04 - 6:05se fosse o editor a ser protegido.
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6:06 - 6:13em 1769, um caso no contexto de Millar v. Tayler parecia sugerir que
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6:13 - 6:17independentemente das limitações do Estatuto de Anne, o direito de autor era para sempre.
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6:18 - 6:25Mas em 1774, num caso muito famoso sobre o livro, The Seasons, de James Thomson,
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6:25 - 6:30A Câmara dos Lordes determinou que os direitos autorais protegidos pelo Estatuto de Anne eram limitados,
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6:31 - 6:35estabelecendo pela primeira vez que os trabalhos passavam ao domínio público.
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6:35 - 6:40E pela primeira vez na história inglesa, os trabalhos incluindo Shakespeare
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6:40 - 6:44passaram para o domínio público. E nesse momento, podemos dizer nasceu a Cultura Livre,
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6:45 - 6:50E clarificou que os direitos de autor não se dirigiam ao editor.
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6:50 - 6:53Mesmo que beneficiace editores, era um direito criativo
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6:53 - 7:00e de autor. Mesmo que beneficiasse editores, o direito de autor era dirigido aos autores.
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7:02 - 7:07Relembro estas fronteira óbvias sobre o âmbito dos direitos de autor,
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7:07 - 7:14porque tendemos a esquecê-las. Temos lutado numa batalha no contexto dos direitos autorais
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7:14 - 7:19onde direitos autorais são essenciais, e temos gasto pouca atenção
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7:20 - 7:24sobre a batalha num contexto onde o direito autoral não é essencial.
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7:25 - 7:31E quero dizer por isso, no contexto da ciência, no contexto onde Gopinath falava de
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7:31 - 7:35de que tudo, quando falava de estar disponível na internet.
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7:35 - 7:40E a consequência de falhar tomar atenção neste segundo contexto
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7:40 - 7:44no qual esta batalha está a ser levada a cabo é que há um problema aqui.
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7:44 - 7:45que poucos notam.
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7:46 - 7:48Vejamos esta afirmação de que tudo está agora na internet.
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7:49 - 7:51O que é que isto quer dizer?
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7:52 - 7:56Eis um exemplo determinado para avaliar o que é que isto quer dizer.
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7:57 - 8:00Muito do meu trabalho, actualmente, foca-se na corrupção
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8:00 - 8:03no contexto desta instituição, o Congresso.
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8:04 - 8:07Digamos que queremos estudar, que querem estudar comigo,
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8:07 - 8:13a corrupção neste contexto. Vamos a Google Scholar e inserimos uma busca por «campaign finance».
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8:14 - 8:17Eis os artigos de topo que seriam indicados com esta busca.
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8:18 - 8:20Digamos que quer passar por estes artigos
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8:20 - 8:26e obter algum sentido de financiamento de campanhas e como
é que pode estar relacionado com corrupção no Congresso. -
8:27 - 8:30Eis os 10 artigos no tipo. O primeiro é um muito famoso
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8:30 - 8:33pela minha antiga colega Pam Karlan e Sam Issacharof.
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8:34 - 8:38Verá que ter acesso ao artigo lhe irá custar 29,95 USD.
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8:39 - 8:43O segundo artigo, arquivado no JSTOR terá que obter autorização
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8:43 - 8:47da Columbia Law Review - não sendo claro como a obter.
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8:47 - 8:52Este artigo, novamente 29,,95 USD. O quarto artigo protegido pela Questia,
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8:52 - 8:59aprendemos que podemos obter um dia gratuito à experiência nestes artigos da OUP,
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8:59 - 9:02só terá de pagar quando esse dia tiver acima dos 99 USD
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9:02 - 9:03para continuar durante um ano.
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9:03 - 9:06Eis o 4ª artigo novamente, protegido pelo JSTOR.
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9:06 - 9:10O 5º artigo é um artigo de economia, assim superficalmente o preço poderá ser correcto:
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9:10 - 9:1210 dólares para adquirir o acesso a este artigo.
- Title:
- The Architecture of Access to Scientific Knowledge
- Description:
-
Lecture at CERN, Geneva, Switzerland, 18 April 2011: A new talk about open access to academic or scientific information, with a bit of commentary about YouTube Copyright School. ;
- Video Language:
- English
- Team:
- Captions Requested
- Duration:
- 50:19