Ellen Gallagher: "Osedax" | "Exclusivo" | Art21

Episódio #188: Filmado em 2013, a artista Ellen Gallagher discuste sua instalação "Osedax" (2010) no New Museum de Nova York. Construída em colaboração com o artista holandês Edgar Cleijne, Osedax foi inspirada e ganhou sue nome em referência a vermes que devoram ossos recentemente descobretos em um cânion oceânico próximo de Monterey, California. Atraída pela descrição dos cientistas em relação à descoberta, Gallagher vê semelhanças entre o que eles contam e a maneira que a narrativa da ficção científica se desenvolve através da transformação e evolução dos personagens e da matéria.

Repetição e revisão são fundamentais para as pinturas, colagens e filmes de Ellen Gallagher's paintings. De longe, seus trabalhos frequentemente parecem abstratos e minimalistas, mas após analisar mais de perto, os detalhes revelam narrativas complexas que se valem de elementos de história marítima, ficção científica, cultura popular e experiências dos afroamericanos. Apesar de seu trabalho ter sido frequentemente interpretado como um exame da raça, Gallagher também sugere uma leitura formal a respeito dos materiais, processos e estruturas formais.

Conheça mais sobre a artista em:
http://www.art21.org/artists/ellen-gallagher

CRÉDITOS: Produção: Ian Forster. Consultoria de Produção: Wesley Miller & Nick Ravich. Entrevista: Ian Forster. Câmera: Rafael Salazar & Ava Wiland. Som: Ava Wiland. Edição: Brad Kimbrough. Artwork Cortesia: Edgar Cleijne & Ellen Gallagher. Agradecimentos especiais: New Museum. Música: Peter Foley.

"Ellen Gallagher: Don't Axe Me" no New Museum, New York
June 19--September 15, 2013
http://www.newmuseum.org/exhibitions/view/ellen-gallagher-don-t-axe-me

ELLEN GALLAGHER: "OSEDAX"

(Música ♪)

Parece que a animação sempre fez parte do meu trabalho,

ele sempre foi nessa direção

-

Na pintura, a maneira com a qual abstraio a forma é como um início de uma animação.

Eu as divido em partes que se movem.

(Som do motor do projetor)

"OSEDAX" (2010), EDGAR CLEIJNE & ELLEN GALLAGHER

Osedax é um verme que devora ossos recentemente descoberto

ao largo da costa de Monterey.

Eles pensavam que tinham encontado era uma saliência que se projetava de um cânion oceânico.

Eles tiraram um pedaço dela e trouxeram de volta para o laboratório.

E eles viram que na verdade era um osso de baleia

e que haviam todas essas formas "plumosas" saindo dele.

E quando eles observavam essas formas, eles viram que se tratavam de um novo verme

que ainda não havia sido classificado.

Eu estava muito interessada na maneira que os cientistas descreveram o achado dessa forma.

Era um dispositivo literário.

Você pensa que está vendo uma coisa

e depois acaba sendo outra coisa totalmente diferente.

Essa ideia de evolução, e das possibilidades evolutivas

se repete com frequência na ficção científica.

Para mim, os protocolos da ficção científica

e os protocolos da ciência não se separam,

elas estão sempre tramados juntos.

A queda de uma baleia ocorre quando a baleia desce para as profundezas do oceano na sua morte.

E ela carrega consigo tanta sabedoria...

Então todas as passagens que você ouve falar

entre o Atlântico e o Pacífico.

Todas essas rotas se perdem.

Então eu pensei que o verme osedax

inscreve esses sistemas de viagem dentro do osso.

E é uma caixa de papelão inscrita dos dois lados

para representar esse tipo de entalhe.

Edgar Cleijne e eu queríamos criar essas passagens no filme.

Por exemplo, nós transformamos um borrão de tinta em um modelo 3D

e então esse pássaro de papel pode nadar através, literalmente,

através do que era um borrão de tinta e agora é um túnel.

A questão não é fixa e está sempre em movimento.

Se lida com essa ideia de ecologia, transformação e evolução

em direção a algo diferente.