A intrincada economia do terrorismo
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0:01 - 0:03Vou mostrar-vos como o terrorismo
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0:03 - 0:06acaba por interagir
com a nossa vida quotidiana. -
0:06 - 0:10Há 15 anos, recebi
um telefonema de um amigo. -
0:10 - 0:13Na época, ele andava a defender
os direitos dos prisioneiros políticos -
0:13 - 0:15nas cadeias italianas.
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0:16 - 0:19Perguntou-me se eu queria entrevistar
as Brigadas Vermelhas. -
0:20 - 0:22Como muitos de vocês talvez se lembrem,
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0:22 - 0:26as Brigadas Vermelhas eram uma organização
terrorista, uma organização marxista, -
0:26 - 0:29que era muito ativa na Itália
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0:29 - 0:32a partir dos anos 60
até meados dos anos 80. -
0:32 - 0:34Como parte da estratégia deles,
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0:34 - 0:37as Brigadas Vermelhas
nunca falavam com ninguém, -
0:37 - 0:39nem mesmo com os seus advogados.
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0:39 - 0:42Sentavam-se em silêncio
durante os julgamentos, -
0:42 - 0:45acenando ocasionalmente
para a família ou amigos. -
0:46 - 0:52Em 1993 , declararam o fim
da luta armada. -
0:52 - 0:54E fizeram uma lista de pessoas
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0:54 - 0:56com quem queriam conversar
e contar a sua história. -
0:56 - 0:58Eu era uma dessas pessoas.
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0:59 - 1:00Quando perguntei ao meu amigo
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1:00 - 1:03porque é que as Brigadas Vermelhas
queriam falar comigo, -
1:03 - 1:06ele disse que os membros femininos
da organização -
1:06 - 1:09tinham escolhido o meu nome.
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1:09 - 1:12Em particular, fora uma pessoa
que me tinha indicado. -
1:12 - 1:15Era uma minha amiga de infância.
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1:16 - 1:18Tinha-se juntado às Brigadas Vermelhas
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1:18 - 1:20e tornara-se uma líder da organização.
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1:20 - 1:22Naturalmente, eu não sabia disso
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1:22 - 1:25até ao dia em que ela foi presa.
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1:25 - 1:27Na verdade, eu tinha lido isso no jornal.
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1:28 - 1:30Na altura em que recebi a chamada.
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1:30 - 1:32eu tinha acabado de ter um bebé.
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1:32 - 1:35Tinha conseguido comprar
ações da companhia -
1:35 - 1:37em que estava a trabalhar,
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1:37 - 1:41e a última coisa que eu queria
era voltar para casa -
1:41 - 1:43e fazer visitas a prisões
de segurança máxima. -
1:43 - 1:46Mas foi exatamente isso que fiz,
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1:46 - 1:48porque queria saber
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1:48 - 1:52o que tinha transformado
a minha melhor amiga numa terrorista, -
1:52 - 1:55e porque é que ela
nunca tinha tentado recrutar-me. -
1:56 - 1:58(Risos)
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1:58 - 2:01(Aplausos)
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2:01 - 2:05Então, foi exatamente isso que fiz.
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2:06 - 2:10Obtive a minha resposta muito rapidamente.
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2:10 - 2:12Na verdade, eu não correspondia
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2:12 - 2:15ao perfil psicológico de um terrorista.
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2:15 - 2:17O comité central das Brigadas Vermelhas
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2:17 - 2:19tinha-me considerado muito determinada
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2:19 - 2:22e muito teimosa
para ser uma boa terrorista. -
2:23 - 2:26A minha amiga, por outro lado,
era uma boa terrorista -
2:26 - 2:29porque era muito boa a cumprir ordens.
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2:29 - 2:32E também aceitava a violência,
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2:32 - 2:34pois acreditava que a única maneira
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2:34 - 2:37de desbloquear o que, na época,
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2:37 - 2:40era considerada ser
uma democracia bloqueada, -
2:40 - 2:43a Itália, um país governado
pelo mesmo partido durante 35 anos, -
2:43 - 2:46era a luta armada.
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2:47 - 2:50Ao mesmo tempo, enquanto eu entrevistava
as Brigadas Vermelhas, -
2:50 - 2:53também descobri que a vida deles
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2:53 - 2:56não era regida pela política
ou pela ideologia -
2:56 - 2:59mas sim pela economia.
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2:59 - 3:02Estavam constantemente sem dinheiro.
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3:02 - 3:05Estavam sempre à procura de dinheiro.
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3:06 - 3:08Ao contrário do que muita gente acredita,
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3:08 - 3:11o terrorismo é um negócio muito caro.
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3:11 - 3:13Só para vos dar uma ideia:
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3:13 - 3:20nos anos 70, o volume anual
de negócios das Brigadas Vermelhas, -
3:20 - 3:22era de sete milhões de dólares.
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3:22 - 3:24Isto corresponde, aproximadamente,
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3:24 - 3:27a 100 ou 150 milhões, nos dias de hoje.
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3:27 - 3:30E vocês sabem que,
quando se vive clandestinamente, -
3:30 - 3:33é muito difícil arranjar
essa quantidade de dinheiro. -
3:34 - 3:38Isso explica porque,
quando entrevistei as Brigadas Vermelhas, -
3:38 - 3:41e, mais tarde,
outras organizações armadas, -
3:41 - 3:46incluindo membros do grupo
de al-Zarqawi no Médio Oriente, -
3:46 - 3:49todos se mostravam fortemente relutantes
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3:49 - 3:52em falar sobre ideologia ou política.
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3:52 - 3:55Era porque não tinham a menor ideia
sobre esses assuntos. -
3:55 - 3:58A visão política
de uma organização terrorista -
3:58 - 4:01é decidida pela liderança
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4:01 - 4:04que, geralmente, não inclui mais
que cinco a sete pessoas. -
4:04 - 4:07Tudo o que os outros fazem,
dia após dia, -
4:07 - 4:09é procurar dinheiro.
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4:09 - 4:11Uma vez, por exemplo,
eu estava a entrevistar -
4:11 - 4:14um colaborador a tempo parcial
das Brigadas Vermelhas. -
4:14 - 4:17Era um psiquiatra que adorava velejar.
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4:17 - 4:20Era um marinheiro bem treinado
e tinha um barco bonito. -
4:20 - 4:23Contou-me que a melhor época da sua vida
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4:23 - 4:25fora quando era membro
das Brigadas Vermelhas -
4:25 - 4:29e ele navegava, todos os verões,
ida e volta, para o Líbano, -
4:29 - 4:32onde ia buscar armas soviéticas à OLP.
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4:32 - 4:34De seguida, levava-as para a Sardenha
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4:34 - 4:37onde as outras organizações
armadas da Europa -
4:37 - 4:40iam buscar a sua parte das armas.
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4:40 - 4:44Por este serviço, as Brigadas Vermelhas
recebiam uma comissão -
4:44 - 4:47que servia para financiar a organização.
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4:47 - 4:50Como tenho formação de economista
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4:50 - 4:52e penso em termos económicos,
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4:52 - 4:54de repente, pensei:
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4:54 - 4:56Talvez haja aqui qualquer coisa.
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4:56 - 4:59Talvez haja uma ligação,
uma ligação comercial, -
4:59 - 5:02entre uma organização e outra.
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5:02 - 5:06Mas foi só quando
entrevistei Mario Moretti, -
5:06 - 5:09o cabeça das Brigadas Vermelhas,
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5:09 - 5:12o homem que sequestrou e matou Aldo Moro,
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5:12 - 5:15o ex-primeiro ministro italiano,
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5:15 - 5:17que me dei conta, finalmente,
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5:17 - 5:20que o terrorismo é um negócio.
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5:20 - 5:22Eu estava a almoçar com ele,
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5:22 - 5:25numa prisão de segurança máxima na Itália.
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5:25 - 5:27Enquanto comíamos,
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5:27 - 5:29tive a nítida sensação
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5:29 - 5:32de que eu tinha voltado
à cidade de Londres, -
5:32 - 5:36a almoçar com um colega banqueiro
ou com um economista. -
5:36 - 5:40O tipo pensava da mesma forma que eu.
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5:40 - 5:46Foi aí que decidi investigar
a economia do terrorismo. -
5:47 - 5:50Naturalmente, ninguém queria
financiar a minha pesquisa. -
5:50 - 5:53Acho que muitas pessoas
pensaram que eu estava um pouco maluca. -
5:53 - 5:56Eu era uma mulher que ia às fundações,
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5:56 - 5:59a pedir dinheiro, e a pensar
na economia do terrorismo. -
5:59 - 6:02Assim, no final, eu tomei uma decisão
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6:02 - 6:05que, em retrospetiva, mudou a minha vida.
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6:05 - 6:07Vendi a minha empresa
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6:07 - 6:09e financiei a pesquisa eu mesma.
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6:10 - 6:14Descobri essa realidade paralela,
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6:14 - 6:18um outro sistema económico internacional,
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6:18 - 6:21que funciona em paralelo com o nosso,
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6:21 - 6:23que tinha sido criado
por organizações armadas -
6:23 - 6:26após o fim da Segunda Guerra Mundial.
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6:26 - 6:28E o que é mais surpreendente
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6:28 - 6:31é que esse sistema
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6:31 - 6:33tem seguido, passo a passo,
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6:33 - 6:36a evolução do nosso sistema,
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6:36 - 6:38do nosso capitalismo ocidental.
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6:38 - 6:41Há três etapas principais.
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6:42 - 6:44A primeira é o Estado
que patrocina o terrorismo. -
6:45 - 6:47A segunda é a privatização do terrorismo.
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6:48 - 6:51E a terceira, claro,
é a globalização do terrorismo. -
6:51 - 6:54O Estado que patrocina o terrorismo
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6:54 - 6:56é uma característica da Guerra Fria.
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6:56 - 6:58Foi o período
em que as duas superpotências -
6:58 - 7:01estavam a travar uma guerra indireta
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7:01 - 7:04na periferia
das suas esferas de influência, -
7:04 - 7:06financiando totalmente
organizações armadas. -
7:06 - 7:09Utilizavam uma mistura
de atividades legais e ilegais. -
7:10 - 7:12Assim, a ligação
entre o crime e o terrorismo -
7:12 - 7:15fica estabelecida desde muito cedo.
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7:15 - 7:17Este é o exemplo mais claro:
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7:17 - 7:20os Contras na Nicarágua, criados pela CIA,
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7:20 - 7:24legalmente financiados
pelo Congresso dos EUA, -
7:24 - 7:26ilegalmente financiados
pela administração Reagan -
7:26 - 7:31através de operações secretas,
como por exemplo, o caso Irão-Contras. -
7:32 - 7:35Depois, chega o final dos anos 70
e o início dos anos 80 -
7:35 - 7:38e alguns grupos conseguem executar
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7:38 - 7:40a privatização do terrorismo.
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7:41 - 7:43Tornam-se independentes
dos seus patrocinadores -
7:43 - 7:47e começam a autofinanciar-se.
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7:47 - 7:52Novamente, vemos uma mistura
de atividades legais e ilegais. -
7:52 - 7:55É assim que Arafat
recebia uma percentagem -
7:55 - 7:59do contrabando de haxixe
do Vale de Bekáa, -
7:59 - 8:02que é o vale que fica
entre o Líbano e a Síria. -
8:02 - 8:07E o IRA, que controla o sistema
de transportes privados -
8:07 - 8:10na Irlanda do Norte,
fazia exatamente a mesma coisa. -
8:10 - 8:11Dessa maneira,
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8:11 - 8:15sempre que alguém
apanhava um táxi em Belfast, -
8:15 - 8:18sem o saber, estava, na realidade,
a financiar o IRA. -
8:19 - 8:22Mas, claro, a grande mudança aconteceu,
-
8:22 - 8:24com a globalização e a desregulamentação.
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8:24 - 8:26Foi no período em que
as organizações armadas -
8:26 - 8:29conseguiram interligar-se
financeiramente, umas com as outras. -
8:29 - 8:32Mas, acima de tudo,
elas começaram a negociar -
8:32 - 8:35seriamente com o mundo
do crime organizado. -
8:35 - 8:38E juntos lavavam o dinheiro
dos seus negócios sujos, -
8:38 - 8:40usando o mesmo canal.
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8:40 - 8:43É neste momento que vemos o nascimento
-
8:43 - 8:46da organização armada
transnacional Al Qaeda. -
8:46 - 8:50É uma organização capaz de arrecadar
dinheiro para além das suas fronteiras. -
8:50 - 8:52Mas também é capaz de realizar ataques
-
8:52 - 8:55em mais de um país.
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8:56 - 8:58Uma coisa que a desregulamentação
trouxe de volta -
8:58 - 9:00foi a economia clandestina.
-
9:00 - 9:02O que é a economia clandestina?
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9:02 - 9:04A economia clandestina é uma força
-
9:04 - 9:08que constantemente se oculta
nos bastidores da história. -
9:08 - 9:11Reaparece em momentos
de grande transformação -
9:11 - 9:14e a globalização é um desses momentos
de transformação. -
9:14 - 9:16É em momentos como esses
-
9:16 - 9:20que a política perde
o controlo da economia -
9:20 - 9:23e a economia se torna
uma força clandestina -
9:23 - 9:25que trabalha contra nós.
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9:25 - 9:27Isso já aconteceu
noutros momentos da história. -
9:27 - 9:30Aconteceu com a queda do Império Romano.
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9:30 - 9:32Aconteceu com a Revolução Industrial.
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9:32 - 9:36E aconteceu novamente
com a queda do muro de Berlim. -
9:38 - 9:42Eu calculei quão grande era esse
sistema económico internacional -
9:42 - 9:44composto pelo crime organizado,
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9:44 - 9:47pelo terrorismo e pela economia ilegal
-
9:47 - 9:49antes dos ataques de 11 de setembro.
-
9:49 - 9:54Correspondia à impressionante quantia
de 1,5 biliões de dólares. -
9:54 - 9:56São biliões, não são milhares de milhões.
-
9:56 - 9:59Isso equivale ao dobro
do PIB do Reino Unido -
9:59 - 10:01e, em breve, vai ser mais,
-
10:01 - 10:03dada a maneira como este país vai.
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10:03 - 10:06(Risos)
-
10:06 - 10:08Até ao 11 de setembro,
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10:08 - 10:10a maior parte desse dinheiro
-
10:10 - 10:12entrava na economia norte-americana
-
10:12 - 10:16porque a maior parte do dinheiro
estava denominada em dólares americanos -
10:16 - 10:21e a lavagem de dinheiro
ocorria dentro dos EUA. -
10:21 - 10:24A porta de entrada de todo esse dinheiro,
-
10:24 - 10:27eram instituições financeiras
baseadas no exterior. -
10:27 - 10:31E era uma injeção de fundos vital
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10:31 - 10:33para a economia norte-americana.
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10:34 - 10:38Quando examinei os números
da liquidez dos EUA -
10:38 - 10:42— a liquidez dos EUA
é a quantidade de dólares -
10:42 - 10:45que o Federal Reserve
imprime todos os anos -
10:45 - 10:47para satisfazer
-
10:47 - 10:50o aumento da procura de dólares,
-
10:50 - 10:54o que, obviamente, reflete
o crescimento da economia. -
10:54 - 10:59Assim, quando examinei esses números,
notei que, desde o fim dos anos 60, -
10:59 - 11:02uma parcela crescente desses dólares
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11:02 - 11:05estava a sair dos EUA,
-
11:05 - 11:07para nunca mais voltar.
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11:07 - 11:10Era o dinheiro levado em maletas
-
11:10 - 11:13ou contentores, dinheiro vivo, claro.
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11:13 - 11:17Era o dinheiro levado por criminosos
e lavadores de dinheiro. -
11:17 - 11:19Era o dinheiro levado para financiar
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11:19 - 11:22o crescimento do terrorismo
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11:22 - 11:24e da economia ilegal e criminosa.
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11:25 - 11:29Percebem, agora, qual é a relação?
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11:30 - 11:33Os EUA são, na verdade, o país
-
11:33 - 11:37que é a reserve mundial de moeda.
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11:37 - 11:39O que é que isso significa?
-
11:39 - 11:42Significa que possuem um privilégio
que outros países não têm. -
11:43 - 11:46Podem arranjar empréstimos
pelo total de dólares -
11:46 - 11:48em circulação no mundo.
-
11:49 - 11:51Chama-se a este privilégio "senhoriagem".
-
11:51 - 11:54Nenhum outro país pode fazer o mesmo.
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11:54 - 11:57Todos os outros países,
o Reino Unido por exemplo, -
11:57 - 12:00somente podem arranjar empréstimos
-
12:00 - 12:04pela quantidade de dinheiro
em circulação dentro das suas fronteiras. -
12:04 - 12:09Então, são estas as implicações
das relações entre os mundos do crime, -
12:09 - 12:12do terror e da economia ilegal,
e a nossa própria economia. -
12:12 - 12:14Os EUA, nos anos 90,
-
12:14 - 12:16estavam a obter empréstimos
sustentados pelo crescimento -
12:16 - 12:20do terrorismo e da economia
ilegal e criminosa. -
12:20 - 12:23É esta a proximidade
a que estamos deste mundo. -
12:25 - 12:28A situação modificou-se.
depois dos ataques de 11 de setembro, -
12:28 - 12:31porque George Bush
lançou a guerra contra o terrorismo. -
12:31 - 12:33Parte da guerra contra o terrorismo
-
12:33 - 12:35foi a introdução da Lei Patriótica.
-
12:35 - 12:38Muitos de vocês sabem que a Lei Patriótica
-
12:38 - 12:40é a legislação que reduz consideravelmente
-
12:40 - 12:44as liberdades dos norte-americanos
com o pretexto de protegê-los -
12:44 - 12:45do terrorismo.
-
12:45 - 12:47Mas há uma secção da Lei Patriótica
-
12:47 - 12:50que se refere especificamente à finança.
-
12:50 - 12:53Trata-se, de facto, de uma legislação
contra a lavagem de dinheiro. -
12:53 - 12:55O que a Lei Patriótica fez
-
12:55 - 12:57foi proibir os bancos norte-americanos
-
12:57 - 13:00e bancos estrangeiros
registados nos EUA. -
13:00 - 13:03de negociar com instituições financeiras
baseadas no exterior. -
13:03 - 13:07Fechou a passagem
entre a lavagem de dinheiro em dólares -
13:07 - 13:09e a economia norte-americana.
-
13:09 - 13:14Também deu às autoridades
monetárias norte-americanas -
13:14 - 13:17o direito de monitorar
qualquer transação em dólares, -
13:17 - 13:20que ocorresse em qualquer lugar do mundo.
-
13:21 - 13:23Agora, imaginem a reação
-
13:23 - 13:26do sistema financeiro
e bancário internacional. -
13:26 - 13:28Todos os banqueiros
disseram aos seus clientes: -
13:28 - 13:31"Deixem o dólar e invistam noutro lugar."
-
13:31 - 13:35O Euro, uma divisa recém-criada,
-
13:35 - 13:38era uma ótima oportunidade para negócios
e, claro, para investimento. -
13:39 - 13:40Foi isso que as pessoas fizeram.
-
13:40 - 13:43Ninguém quer que as autoridades
monetárias norte-americanas -
13:43 - 13:45analisem as suas relações,
-
13:45 - 13:48analisem a sua relação com os clientes.
-
13:48 - 13:50O mesmo aconteceu
-
13:50 - 13:54com o mundo do crime e do terrorismo.
-
13:54 - 14:00As pessoas transferiram
as suas atividades de lavagem de dinheiro -
14:00 - 14:02para fora dos EUA,
-
14:02 - 14:04para a Europa.
-
14:05 - 14:07Porque é que isto ocorreu?
-
14:07 - 14:10Porque a Lei Patriótica
foi uma legislação unilateral. -
14:10 - 14:12Foi introduzida somente nos EUA.
-
14:12 - 14:15Foi introduzida somente
para o dólar americano. -
14:15 - 14:19Na Europa, não foi introduzida
uma legislação semelhante. -
14:19 - 14:21Por isso, num prazo de seis meses
-
14:21 - 14:24a Europa tornou-se o epicentro
-
14:24 - 14:27das atividades mundiais
de lavagem de dinheiro. -
14:30 - 14:33Então, é esta a incrível relação
-
14:33 - 14:35entre o mundo do crime,
-
14:35 - 14:37o mundo do terrorismo
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14:37 - 14:40e a nossa própria vida.
-
14:40 - 14:42Porque é que vos contei esta história?
-
14:42 - 14:44Contei-vos esta história
-
14:44 - 14:48porque vocês precisam de entender
que existe um mundo -
14:48 - 14:51que vai muito para além
dos cabeçalhos de jornal, -
14:51 - 14:53incluindo as relações pessoais
-
14:53 - 14:56que vocês têm com amigos e familiares.
-
14:56 - 14:59Vocês precisam de questionar
tudo que vos dizem, -
14:59 - 15:01inclusive o que acabei de vos contar hoje.
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15:01 - 15:03(Risos)
-
15:03 - 15:05Essa é a única maneira
-
15:05 - 15:08de vocês conseguirem entrar
no lado obscuro para observá-lo. -
15:09 - 15:10E acreditem,
-
15:10 - 15:12vai ser assustador.
-
15:12 - 15:16Vai ser terrível,
mas também vai ser esclarecedor. -
15:16 - 15:18E, acima de tudo, não vai ser aborrecido!
-
15:18 - 15:20(Risos)
-
15:20 - 15:23(Aplausos)
- Title:
- A intrincada economia do terrorismo
- Speaker:
- Loretta Napoleoni
- Description:
-
Loretta Napoleoni detalha a rara oportunidade que teve de falar com a misteriosa Brigada Vermelha italiana — uma experiência que desencadeou um interesse infindável pelo terrorismo. Apresenta um olhar pelos bastidores da sua economia complexa, revelando uma ligação surpreendente entre a lavagem de dinheiro e a Lei Patriótica norte-americana.
- Video Language:
- English
- Team:
closed TED
- Project:
- TEDTalks
- Duration:
- 15:24
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Margarida Ferreira approved Portuguese subtitles for The intricate economics of terrorism | |
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Margarida Ferreira accepted Portuguese subtitles for The intricate economics of terrorism | |
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Margarida Ferreira edited Portuguese subtitles for The intricate economics of terrorism | |
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Margarida Ferreira edited Portuguese subtitles for The intricate economics of terrorism | |
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Margarida Ferreira edited Portuguese subtitles for The intricate economics of terrorism | |
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Carlos Costa Cox edited Portuguese subtitles for The intricate economics of terrorism |