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(celular vibrando)

Alô?

Isso, é ela.

Tá, tá ótimo.

Certo, semana que vem eu to aí.
Pode deixar.

Obrigada.

♪

A gente precisa levantar
pra tomar café.

Precisa mesmo?

Eu preciso de café.

Tá, eu vou fazer um pra gente então.

Como é que você consegue viver assim?

Assim como?

Se jogando toda noite?

Anos de prática.

A gente vai fazer alguma coisa hoje?

Depende. Vai ter o quê?

Pode ter isso aqui...

(campainha)

Uma hora dessa...

Ué, você não ia pra São Paulo?

Eu ia.

Mas eu desisti.

Acabaram de me ligar
pra falar que eu passei no teste do filme.

Jura amiga? Parabéns!

Obrigada.

Choppinho mais tarde
pra gente comemorar?

Eu não sei se eu quero
beber hoje.

Ah Liz, você tá muito
careta pro meu gosto.

É... Vem cá...

Tudo bem se eu ficar
aqui por uns tempos?

Claro amiga, a casa é sua.
Você fica no outro quarto.

Que barulho é esse?
Tem gente aí?

Tem uma gatinha me esperando.
A Fernanda.

Fernanda? É nova?

Não... Sim...

Vem cá que eu te conto,
vou passar um café pra gente.

Que bom que você decidiu ficar.

Ia ficar muito chato sem você aqui.

(Batida na porta)

Entra.

Oi.

Oi.

Desculpa o atraso, não consegui ir
no mercado mais cedo

acabei deixando pra ir agora
pra pegar bebida.

Imagina.

Trouxe umas cervejas pra gente.

Mentira.

Sabe que é isso? Sincronicidade.

- Sério?
- Juro.

Tava com muita vontade
de tomar cerveja.

Acertei então.

Eu trouxe esses biscoitinhos também.

Olha só, eu estou fazendo
um molho de tomate

só que dá pra misturar um molho
branco, eu tenho no congelador.

Você quer?

Não, pode ser só o vermelho mesmo.

Tá.

Vou deixar a sacola aqui, tá?

Tá bom.

Vamos lá.

Um brinde.

- Sim!
- Santé.

Agora esperimenta isso.

Nossa, que gostoso isso.
De onde que é?

Bom né?

É de uma adega ali perto
da casa da Rafa.

Eu comi um dia na casa dela,
ela me deu o pacote inteiro.

Aí eu trouxe pra você experimentar.

Rafa, né?

Como tá essa história?
Você nunca mais falou nada.

Não tem nada pra falar.

Vi, é namoro ou amizade?
Pode falar.

Nem namoro, nem nada parecido.
Só amizade mesmo.

Sei.

Mas pra falar a verdade, nesse
tempo que eu tenho passado com a Rafa,

eu tenho pensado bastante
sobre isso.

A gente está sempre buscando alguém,
sempre buscando um amor,

e achando que a gente precisa
disso pra ser feliz.

Esses dias a minha mãe me falou:

"Ah, minha filha, você é uma
mulher maravilhosa,

um dia você vai encontrar alguém."

Será? Talvez eu não encontre.

Tanta gente não encontra.
Tudo bem.

E também, talvez essa pessoa
não seja uma namorada, um marido,

talvez seja só um amigo,
por que não?

Nossa, mas pra uma fã
de escritores românticos,

você tá bem realista, né?

Ah, eu acho que esse
é um dos problemas, sabia?

A gente passa uma vida inteira
lendo livros e assistindo filmes

que vendem essa ideia
do amor romântico

e a gente acaba comprando.

Normal. Agora o resultado disso

é um bando de gente infeliz
porque não consegue achar isso na vida.

Ou então um bando de gente
que se mete em relacionamento fracassado

porque não quer ficar sozinho.

Sabe aquele tipo de gente que fica
mais apaixonado pela ideia

de estar apaixonado que pela
pessoa em si?

Por isso eu tenho me dado
tão bem com a Rafa,

porque a gente tá meio que nessa
mesma vibe de se dar conta

dessas coisas e...

de não acreditar que a gente
precisa de uma pessoa

pra preencher, sabe?

De certa forma também a gente
meio que tem sido

essa pessoa na vida
uma da outra...

mas só sendo amiga mesmo.

Eu to achando isso ótimo.

É, deve ser.

Mas eu confesso que a minha
ideia de felicidade

ainda está no amor romântico, sabe?

Vocês não se falaram mais depois
daquele dia, né?

Não. Mas...

ela foi escalada pro filme.

Então eu quero acreditar que isso
é o universo conspirando ao meu favor.

Que isso é um sinal.

Ai Vi, eu nunca tive tanta
certeza na minha vida.

Eu quero a Liz de volta.

Vamos ver...

Vamos ver.

Faz tempo que eu não como
um pastel.

Prova esse daqui.

Como é bom comer, gente.

A gente podia fazer um programa
a dois hoje, né?

Um show, um cineminha, uma peça.

Pode ser.

Se você estiver na vibe,
quem sabe um à três mais tarde.

Como assim, gente?

Então, sabe aquela menina que eu
ficava no mês passado?

Ela viu uma foto sua que eu postei

e me mandou uma mensagem
falando que você é muito gata

e convidando a gente pra sair.

Pelo que eu conheço dela, sei bem
o que significa esse convite.

Será?

Anima?

Eu ligo pra ela.

Não... ela não faz muito o meu tipo.

Se a gente arranjar alguém
que faz mais o seu tipo?

Pode ser.

Eu gosto da ideia.

Então fechou.

Mas vamos ver uma peça.
Deixa eu ver o que tá passando.

Olha, tem essa aqui
que parece ser bem legal...

Morando com a namorada,
Gabriela convida o amigo de infância

e o namorado dele para uma
discreta celebração

e surpreende a todos com o
convite para que seu amigo

se torne o pai do filho
que as duas estão tentando ter

sem sucesso através
de inseminação artificial.

Parece ser boa.
E aí, curte?

Pode ser.

Nossa, quanta animação.

Se você não quiser ver a peça,
é só falar, tá?

Não, eu quero. Quero sim.

Vamos?

Vamos.

Bom dia.

Bom dia.

Fui a primeira a chegar.

Já ganhou até uma estrelinha.

Eu peguei um trânsito, eu
achei que fosse me atrasar.

Não, tá super na hora.
Tá tudo certo.

Bom dia.

Oi.

O nosso homem do elenco.

Tudo bom, querido?

Vocês já se conhecem, né?

Sim, como você tá?

Tudo bem?

Eu to ótima, e você?

Olá.

Oi.

Ela tava perdida e eu arrastei pra cá.

Bem-vinda.

Oi.

É, isso aí.

Prazer.

Vou pegar um cafézinho ali.

Isso, claro.

Gente, tem café, tem água, biscoitinho.

Fiquem à vontade.

Vou pegar um café então.

Por favor.

Bom, em primeiro lugar,
boas vindas a todos.

Vai ser um prazer enorme trabalhar
com vocês todos,

já está sendo.

A gente demorou pra fechar
esse grupo mas eu acho

que valeu a pena.

Eu to muito confiante no trabalho
de todo mundo aqui.

Vocês receberam o cronograma?
Deram uma olhadinha?

Por cima.

Hoje a gente faz a nossa
primeira leitura,

aí teremos uns dias de preparação

e já engata nas gravações.

Então preparem-se porque
as semanas serão intensas.

Vamos lá?

♪