E se não houvesse amanhã? | Shashwath Vummidilakshman | TEDxToulouse

Todos conhecem a teoria do caos: quando uma borboleta bate as asas, causa um furacão do outro lado do mundo.

Então imagine a revolução que ocorre dentro de você quando sobrevive à pressão de ter uma arma apontada diretamente para sua cabeça.

Escute a história de Shashwath Vummidi Lakshman!

Com um diploma da faculdade de negócios INSEEC, Shashwath trabalha como gerente de projetos no departamento de RH da empresa aeronáutica Airbus Defenses and Space - Intelligence.

Ele cresceu na Índia, Malásia, Inglaterra, França e Alemanha; diversidade esta em seu DNA. Positivo e curioso, Shashwath esta sempre buscando sair da sua zona de conforto e explorar novos caminhos.

Esta palestra foi dada em um evento TEDx, que usa o formato de conferência TED, mas é organizado de forma independente por uma comunidade local. Para saber mais visite http://ted.com/tedx

(Toque de telefone)

Ops!

Alô?

Amor desculpa, estou em um TEDx.

Não posso falar agora.

Certo, beijos, tchau. (Risos)

Me desculpem.

Problemas com a namorada.

Quero que vocês fechem os olhos.

Vamos lá.

Imaginem que uma noite acabou de passar.

Abram os olhos, por favor, não durmam.

(Risos)

Alguns de vocês acordaram,

outros não.

Estima-se que 200 mil pessoas
não acordam toda manhã.

Dizem que a cada segundo
duas pessoas morrem.

Quero levar vocês de volta
para 20 de abril de 2005.

Eu era estudante
e trabalhava meio período.

Recebi uma ligação do trabalho.

Me pediram para cobrir um turno
no posto de gasolina.

Meu turno geralmente era das 14h às 22h.

Às 21:15h,

já que tinha sido um dia puxado,

decidi puxar uma cadeira,
me sentar e ler as minhas mensagens.

Enquanto respondia minhas mensagens
e olhava coisas aleatórias,

(Risos)

ouvi o barulho da porta.

Normalmente, quando uma pessoa entra,

a porta faz barulho.

Então levantei, olhei
e vi uma pessoa ajoelhada.

A pessoa estava com as costas
viradas para mim.

Ele levantou.

Enquanto ele andava na minha direção.

percebi que ele usava
uma máscara preta no rosto.

Eu disse: "Olá, boa noite,
como posso te ajudar?"

(Risos)

Aí...

Então,

ele pegou um saco preto,
colocou sobre a mesa e disse:

"Bote todo o dinheiro dentro,
sem palhaçada".

Estávamos em abril.

Talvez isso seja piada atrasada
de primeiro de abril,

sabem?

(Risos)

Então eu estava sorrindo e pensando
que as câmeras iriam aparecer

e alguém iria dizer: "Primeiro de abril".

(Risos)

Isso realmente irritou a pessoa.

Acreditem.

Não façam isso, sério.

Depois disso,

ele tirou uma arma do bolso,

carregou-a,

e apontou-a diretamente para mim.

(Suspiro)

Naquele momento acreditei que era real.

Era uma arma de verdade.

Eu estava fazendo exatamente
o que foi mandado.

Minha mente estava
completamente em branco,

meus olhos estavam no gatilho,

e eu esperava que ele não o apertasse.

Eu estava entrando em pânico.

A coisa toda demorou
cerca de 120 segundos.

Acreditem, foram os 120 segundos
mais longos da minha vida.

Depois disso passei por muito estresse,
ansiedade e noites sem dormir.

Eu costumava entrar no meu quarto,
trancar a porta, apagar as luzes

e apenas pensar:
"E se não houvesse amanhã?"

E se aquele cara
tivesse apertado o gatilho?

E se não houvesse amanhã?

Fiz isso por alguns dias, meses, etc.

Por sorte, eu tinha alguns amigos
com quem podia conversar sobre isso.

Mais cedo ou mais tarde,
entendi que precisava sair dessa.

Refletindo sobre esta pergunta:
"E se não houvesse amanhã?",

não consegui chegar a uma resposta.

Peguei três dedos,
apontei-os para minha cabeça

e me perguntei de novo:
"E se não houvesse amanhã?"

Isso me fez perceber que eu tinha que sair

e correr atrás das coisas
que significavam mais para mim.

Tinha que buscar o que era importante,
porque o tempo nesse mundo é limitado.

Primeiramente,

eu estava no Reino Unido,
tinha um trabalho estável,

tinha uma oferta de emprego
para quando me formasse,

eu estava estabelecido lá.

Então eu tinha uma decisão para tomar.

Eu estava realmente feliz com o que fazia

ou deveria sair?

Conversei sobre isso
com alguns amigos, com meus pais,

com minha família e parentes,

e muitas vezes a discussão era:

"Não vá, você tem um trabalho, tem tudo".

Mas eu não estava feliz com o que fazia.

Deixem-me contar uma história.

Então,

não sei quantos de vocês
conhecem o Airbus,

mas estamos em Toulouse,
então não temos nada a perder.

Vou contar uma história.

Em 2005,

um avião decolou,

e descreveram esse avião

como tendo as asas do comprimento
de um campo de futebol.

Nossa!

Eu estava no nono ano da escola

e isso chamou tanto a minha atenção
que eu queria me juntar à Airbus.

Então, como chego lá?

De alguma maneira eu tinha
desistido desse sonho.

Depois desse incidente, eu disse:

"Bom, vou para a França,
vou trabalhar na Airbus".

Um menino criado na índia

tem apenas duas opções para estudar:

engenharia

ou engenharia.

(Risos)

Então, decidi: "Vou mudar
o rumo dos meus estudos

e vou me candidatar
para um emprego na Airbus".

Durante a graduação, vim para a França.

Eu me formei,

e na formatura eu tinha
que me candidatar a um emprego.

O único lugar para o qual
me candidatei foi a Airbus

Quando me candidatei pela primeira vez,

estava tão animado que ficava apertando
"Atualizar", "Atualizar", "Atualizar".

Recebi alguma resposta? Não.

Esperei por alguns dias e a resposta foi:

"Obrigado por se candidatar.

Depois de cuidadosa análise,
decidimos te rejeitar".

Ah!

Certo!

Eu disse: "Não vou deixar
a minha animação morrer.

Vou tentar de novo".

Eu me candidatei de novo.

O resultado? O mesmo.

Eu me candidatei de novo.

O resultado? O mesmo.

Depois de dez tentativas,
eu disse: "Quer saber?

Tenho algumas duvidas.

Talvez eu não queira isso".

Mas então,

me encontrei naquele
quarto escuro de novo,

pensando sobre aquela pergunta:
"E se não houvesse amanhã?"

Eu tinha que correr atrás
do que eu queria.

Depois de 75 candidaturas...

(Risos)

Adivinhem?

Eu fui aceito!

(Risos)

(Aplausos)

Então...

(Aplausos)

Obrigado.

(Aplausos)

Certo.

Então, depois que entrei,

eu sempre quis conhecer o CEO.

Por quê? Por que fazemos
aniversário no mesmo dia.

Então...

(Risos)

Emmanuel Macron também, mas não contem
aos coletes amarelos lá fora.

(Risos)

Então...

Decidi escrever um e-mail
para ele dizendo:

"Oi, queria te encontrar para um café,
porque fazemos aniversário no mesmo dia".

(Risos)

Sim.

Então...

Falei com alguns dos meus mentores,
professores e meu chefe,

e a resposta foi: "Você é maluco".

(Risos)

"Por que você faria isso?"

E eu disse: "Bom, porque fazemos
aniversário no mesmo dia".

(Risos)

Então...

De qualquer forma,

minhas mãos tremiam
quando mandei esse e-mail.

Sério.

Eu estava com muito medo.

Pensei: "Vou me encrencar".

Mas, no minuto em que pensei
que estava encrencado,

de novo, peguei três dedos, apontei-os
para minha cabeça e me perguntei:

"E se não houvesse amanhã?

Posso fazer isso ou não?"

E a resposta foi: 30 minutos agradáveis

tomando café e recebendo muitos conselhos.

Foi maravilhoso.

E se as coisas não derem certo?

Esses foram exemplos
de coisas que deram certo.

Digamos que alguém bote
uma bola de futebol aqui

e me peça para chutá-la daqui até a Índia.

Não consigo.

Mesmo se tivesse uma arma
na minha cabeça, eu não conseguiria.

Não tenho capacidade física para isso.

Mais importante, o que quero dizer

é que a pergunta da arma
ajuda a focar nas coisas,

seja por poder fazê-las ou não

ou porque você não vai gastar tempo
com elas e vai seguir em frente.

Com isso, eu queria dizer que:

da próxima vez em que estiver
em uma situação difícil,

pergunte-se isto,

com três dedos apontados para sua cabeça:

"Você pode fazer isso? Ou não pode?"

Vou deixá-los com esta pergunta:

"E se não houvesse amanhã?"

Obrigado.

(Aplausos)