The Nature of Selfishness ~ Alan Watts
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0:01 - 0:04A natureza do egoísmo, Alan Watts
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0:05 - 0:08Todos deveriam fazer, em suas vidas,
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0:08 - 0:10em algum momento, duas coisas:
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0:10 - 0:15primeiro, considerar a morte
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0:15 - 0:18observar crânios e esqueletos
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0:18 - 0:20e imaginar o que deve ser cair no sono
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0:20 - 0:22e nunca mais acordar
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0:22 - 0:24nunca
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0:25 - 0:30isso é a mais... é uma coisa muito sombrio pra contemplar
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0:30 - 0:33mas é como o adubo
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0:33 - 0:35assim como o adubo fertiliza a planta
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0:35 - 0:37assim a contemplação da morte
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0:37 - 0:39e da aceitação da morte
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0:39 - 0:43é muito e altamente geradora de uma vida criativa
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0:43 - 0:46você consegue coisas maravilhosas fazendo isso
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0:46 - 0:48e a outra coisa pra contemplar
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0:48 - 0:50é seguir a possibilidade da idéia que você
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0:50 - 0:54é totalmente egoísta.
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0:54 - 0:56que você não tem uma coisa boa sequer
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0:56 - 0:58pra dizer de si mesmo.
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0:58 - 1:01você é um completo e absoluto patife.
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1:01 - 1:04veja, os cristãos evitam isso
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1:04 - 1:06porque tudo o que dizem
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1:06 - 1:09em sua forma episcopaliana de confissão
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1:09 - 1:12que erramos e nos desviamos como uma ovelha perdida
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1:12 - 1:15e seguimos demais as vontades e desejos
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1:15 - 1:16de nosso coração
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1:16 - 1:18demais
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1:18 - 1:20nós ofendemos suas leis sagradas
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1:20 - 1:23e deixamos por fazer o que deveríamos fazer
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1:23 - 1:25e fizemos o que não deveríamos fazer
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1:25 - 1:28e que não há saúde em nós.
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1:28 - 1:33mas, isso deve ser diferente
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1:33 - 1:37e nós vamos dar nosso melhor para corrigir
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1:37 - 1:39com a ajuda da graça de Deus.
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1:39 - 1:44e isso é um ato realmente comum
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1:44 - 1:48porque se você igualar saúde com amor genuíno
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1:48 - 1:50e perfeito altruísmo
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1:50 - 1:52então, nesse sentido, não há saúde em nós
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1:52 - 1:56quando olhamos para nós desse ponto de vista.
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1:56 - 1:58agora, quando entramos profundamente
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1:58 - 2:00na natureza do egoísmo
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2:00 - 2:02o que você descobre?
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2:02 - 2:07você diz eu me amo e busco minha própria vantagem.
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2:07 - 2:10mas o que é este eu que eu amo?
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2:10 - 2:13o que eu quero?
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2:13 - 2:19e isso se torna um enigma cada vez mais profundo.
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2:19 - 2:21eu tenho me referido frequentemente a isso
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2:21 - 2:26quando você diz pra alguém - "eu te amo".
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2:27 - 2:32é sempre desconcertante pra pessoa a quem você diz isso.
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2:32 - 2:35se você implica que você os ama
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2:35 - 2:40com um amor puro, desinteressado e sagrado amor,
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2:40 - 2:44eles automaticamente suspeitam
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2:44 - 2:48como se fosse algo falso.
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2:48 - 2:49mas se você diz
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2:49 - 2:53"eu amo tanto você que poderia lhe comer"
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2:53 - 2:56essa é uma expressão para dizer a uma pessoa
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2:56 - 3:00que você me atrai tanto que não posso me conter,
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3:00 - 3:03estou absolutamente caído por você, eu me perdi.
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3:03 - 3:05e as pessoas gostam disso
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3:05 - 3:07elas sentem que estão realmente sendo amadas
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3:07 - 3:11e que é absolutamente genuíno.
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3:11 - 3:16mas, agora, "amo tanto você que posso comê-la",
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3:16 - 3:19o que diabos eu quero?
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3:19 - 3:21eu certamente não quero comer a garota
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3:21 - 3:23no sentido de literalmente devorá-la
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3:23 - 3:27porque senão ela desapareceria.
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3:30 - 3:31mas eu me amo.
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3:31 - 3:33e o que sou eu?
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3:33 - 3:37de que jeito eu me conheço?
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3:37 - 3:40bem, me ocorre repentinamente que eu sou eu
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3:40 - 3:44somente em termos de você.
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3:44 - 3:46veja, quando penso em qualquer coisa que conheço,
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3:46 - 3:47e que eu gosto,
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3:47 - 3:49então é sempre uma coisa que pode ser vista
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3:49 - 3:51como outra que não eu.
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3:51 - 3:55eu nunca posso olhar para mim, o eu real,
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3:55 - 3:58está sempre por trás, está sempre escondido
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3:58 - 4:00e eu realmente não conheço suficiente
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4:00 - 4:03para dizer se o amo ou não, talvez não.
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4:03 - 4:05talvez seja uma confusão terrível.
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4:05 - 4:08mas certamente as coisas que eu amor e que quero
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4:08 - 4:09de um ponto-de-vista egoísta,
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4:09 - 4:11quando realmente penso nelas,
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4:11 - 4:13elas são todas uma outra coisa
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4:13 - 4:17que estão, de uma certa maneira, fora de mim.
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4:17 - 4:21agora, vimos que há uma reciprocidade
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4:21 - 4:23uma total e mútua interdependência
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4:23 - 4:30entre o que chamamos de eu e o que chamamos de outro.
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4:30 - 4:33então, se você for perfeitamente honesto
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4:33 - 4:36sobre amar a você mesmo
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4:36 - 4:38e se você não falsear nada,
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4:38 - 4:41se você não fingir ser nada além
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4:41 - 4:43do que você exatamente é
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4:43 - 4:45você de repente descobre que este eu que você ama
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4:45 - 4:48se você realmente mergulhar nisso,
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4:48 - 4:52é o universo.
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4:52 - 4:54você não gosta dele todo
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4:54 - 4:56você é seletivo sobre ele
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4:56 - 5:01porque, como vimos no início, percepção é seleção.
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5:01 - 5:04mas, no todo,
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5:04 - 5:11você ama você mesmo em termos do que o outro é,
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5:11 - 5:13porque é somente no termos do que o outro é
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5:13 - 5:18é que você tem um eu pra começar.
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5:18 - 5:25então, sinto que uma das grandes coisas que C.G. Jung
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5:25 - 5:29contribuiu para a compreensão da humanidade
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5:29 - 5:33foi o conceito da sombra.
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5:33 - 5:39que todos tem uma sombra
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5:39 - 5:44e que a tarefa principal do psicoterapeuta
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5:44 - 5:50é fazer o que ele chama de "integrar o maligno"
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5:50 - 5:56como é, colocar o diabo em nós em sua função correta
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5:56 - 5:59porque, você vê, é sempre o diabo
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5:59 - 6:01o que não é reconhecido
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6:01 - 6:04o expulso, o bode expiatório,
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6:04 - 6:06o bastardo, o bandido,
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6:06 - 6:09a ovelha negra da família
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6:09 - 6:13é sempre desse ponto
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6:13 - 6:20que o que chamamos "a mosca na sopa"
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6:20 - 6:23que a geração aparece
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6:23 - 6:25em outras palavras,
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6:25 - 6:28da mesma maneira que em um drama,
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6:28 - 6:31para você ter uma peça, você precisa trazer o vilão
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6:31 - 6:36é necessário introduzir um certo elemento de problema
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6:36 - 6:39por isso, no grande esquema da vida
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6:39 - 6:44deve haver a sombra
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6:44 - 6:49porque sem a sombra não pode haver substância
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6:49 - 6:56então é por isso que há uma associação muito estranha
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6:56 - 7:03entre crimes e todas as coisas sujas e o sagrado
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7:03 - 7:06o santo está muito além de ser bom
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7:06 - 7:10boas pessoas não são necessariamente santas
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7:10 - 7:15uma pessoa santa é uma que é inteira
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7:15 - 7:19que tem reconciliado seus opostos
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7:19 - 7:24então há sempre algo levemente assustador
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7:24 - 7:25em pessoas santas
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7:25 - 7:27e outras pessoas reagem de maneiras muito estranhas
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7:27 - 7:30não conseguem se decidir se são santos ou demônios
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7:30 - 7:32e então as pessoas santas tem feito, ao longo da história,
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7:32 - 7:35sempre criado um tanto de problemas
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7:35 - 7:38é o que resulta de ser criativo,
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7:38 - 7:39pegue Jesus, por exemplo,
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7:39 - 7:43o problema que Jesus causou é absolutamente incalculável
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7:43 - 7:46pense nas cruzadas, na inquisição...
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7:46 - 7:52o... quem sabe o que se criou em nome de Jesus
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7:52 - 7:54há muitos marcantes
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7:54 - 7:56Freud era um grande encrenqueiro
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7:56 - 7:58tanto quanto era um grande curador
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7:58 - 8:00tudo acontece junto
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8:00 - 8:03então, a pessoa santa, é assustadora
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8:03 - 8:07porque é como os terremotos
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8:07 - 8:10ou melhor ainda, é como o oceano
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8:10 - 8:13vê, o oceano, num belo dia ensolarado,
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8:13 - 8:18você diz: "oh, não é lindo", e você entra e relaxa e flutua
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8:18 - 8:21mas quando a tempestade vem, aquela coisa fica louca
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8:21 - 8:23aterrorizante
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8:26 - 8:29então, há em nós, o oceano
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8:29 - 8:31você vê?
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8:31 - 8:37e Jung sentiu que a questão toda era botar os dois juntos
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8:37 - 8:43e por um tipo de fantástica honestidade
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8:43 -penetrar em nossas motivações às profundezas.
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- The Nature of Selfishness ~ Alan Watts
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Alan Watts
While many in the 60's played the stock market and paid their mortgages, Alan Watts lived aboard a colorful houseboat, writing, speaking, and inspiring a generation to re-assess their values. For more than forty years, Alan Watts earned a reputation as a foremost interpreter of Eastern philosophies for the West. Beginning at age sixteen, when he wrote essay for the journal of the Buddhist Lodge in London, he developed an audience of millions who were enriched through his books, tape recordings, radio, television, and public lectures. In all, Watts wrote more than twenty-five books and recorded hundreds of lectures and seminars, all building toward a personal philosophy that he shared in complete candor and joy with his readers and listeners throughout the world. His overall works have presented a model of individuality and self-expression that can be matched by few philosophers. His life and work reflects an astonishing adventure: he was an editor, Anglican priest, graduate dean, broadcaster, author, lecturer, and entertainer. He had fascinations for archery, calligraphy, cooking, chanting, and dancing, and still was completely comfortable hiking alone in the wilderness. He held a Master's Degree in Theology from Sudbury-Western Theological Seminary and an Honorary DD from the University of Vermont in recognition of his work in the field of comparative religions. He held fellowships from Harvard University and the Bollingen Foundation, and was Episcopal Chaplain at Northwestern University during the Second World War. He became professor and dean of the American Academy of Asian Studies in San Francisco, made the television series "Eastern Wisdom and Modern Life" for National Educational Television, and served as a visiting consultant for psychiatric institutions and hospitals, and for the United States Air Force. In the mid-sixties he traveled widely with his students in Japan, and visited Burma, Ceylon, and India.
- Video Language:
- English
- Duration:
- 08:50