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Lições do mais longo estudo sobre desenvolvimento humano

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    Hoje eu quero confessar algo para vocês,
  • 0:05 - 0:08
    mas antes vou fazer algumas perguntas.
  • 0:08 - 0:10
    Quantos aqui têm filhos?
  • 0:12 - 0:13
    E quantos estão confiantes
  • 0:13 - 0:16
    de que sabem como criar seus filhos
    da maneira certa?
  • 0:17 - 0:19
    (Risos)
  • 0:20 - 0:23
    Ok, Não vejo muitas mãos levantadas
    para a segunda pergunta,
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    e esta é minha confissão também.
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    Eu tenho três meninos;
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    eles têm 3, 9 e 12 anos.
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    E como vocês e a maioria dos pais,
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    a verdade é que não tenho
    a menor ideia do que estou fazendo.
  • 0:34 - 0:36
    Quero que eles sejam felizes e saudáveis.
  • 0:36 - 0:38
    Mas não sei o que devo fazer
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    para garantir que sejam
    felizes e saudáveis.
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    Há tantos livros oferecendo
    todo tipo de conselho conflitante,
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    que pode ser muito aflitivo.
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    Então passei a maior parte
    da vida deles inventando.
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    Porém, algo mudou em mim há alguns anos,
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    quando descobri um segredinho
    que temos na Inglaterra,
  • 0:55 - 0:59
    que me ajudou a ser mais confiante
    de como criar meus filhos,
  • 0:59 - 1:01
    e muito de como a sociedade
  • 1:01 - 1:02
    pode ajudar as crianças.
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    Quero compartilhar este segredo com vocês.
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    Nos últimos 70 anos,
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    os cientistas na Inglaterra têm
    acompanhado milhares de crianças pela vida
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    como parte de um estudo
    científico incrível.
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    Não há nada igual em lugar algum do mundo.
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    Coletar informações
    sobre milhares de crianças
  • 1:21 - 1:23
    é algo muito poderoso de se fazer,
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    porque significa que podemos
    comparar: quem vai bem na escola,
  • 1:26 - 1:28
    ou fica saudável ou feliz
    ou rico quando adultos,
  • 1:28 - 1:30
    com quem tem mais dificuldade,
  • 1:30 - 1:33
    e podemos cruzar
    todas as informações coletadas
  • 1:33 - 1:36
    e tentar entender por que
    suas vidas foram diferentes.
  • 1:36 - 1:39
    Este estudo britânico,
    na verdade é uma história louca.
  • 1:39 - 1:42
    Começou em 1946,
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    poucos meses após o fim da guerra,
  • 1:44 - 1:45
    com cientistas querendo saber
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    como era para uma mulher
    ter um filho naquele tempo.
  • 1:49 - 1:51
    Eles fizeram uma pesquisa enorme com mães
  • 1:51 - 1:54
    e acabaram registrando
    o nascimento de quase todos os bebês
  • 1:54 - 1:57
    nascidos na Inglaterra, Escócia
    e Gales em uma semana.
  • 1:57 - 2:00
    Foram aproximadamente 14 mil bebês.
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    As perguntas que fizeram às mulheres
  • 2:02 - 2:05
    são muito diferentes
    das que perguntaríamos hoje.
  • 2:05 - 2:07
    Parecem muito antiquadas hoje.
  • 2:07 - 2:08
    Eles perguntaram coisas como:
  • 2:08 - 2:09
    "Durante a gravidez,
  • 2:09 - 2:12
    você tomava uma quantidade maior
    de leite ou uma caneca por dia?"
  • 2:13 - 2:17
    "Quanto você gastou em aventais, corpetes,
  • 2:17 - 2:20
    camisolas, tênis, sutiãs?"
  • 2:21 - 2:22
    Esta é minha favorita:
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    "Quem cuidava do seu marido
    enquanto você estava de cama com o bebê?"
  • 2:26 - 2:29
    (Risos)
  • 2:30 - 2:34
    Agora, este estudo do tempo da guerra
    acabou tendo tanto sucesso
  • 2:34 - 2:35
    que os cientistas o repetiram.
  • 2:35 - 2:39
    Eles registraram nascimentos
    de milhares de bebês nascidos em 1958
  • 2:39 - 2:41
    e mais milhares em 1970.
  • 2:41 - 2:43
    E repetiram-no no início dos anos 90.
  • 2:43 - 2:45
    E novamente na virada do milênio.
  • 2:45 - 2:49
    Somando, mais de 70 mil crianças
    foram envolvidas nestes estudos
  • 2:49 - 2:51
    nestas cinco gerações.
  • 2:51 - 2:53
    Elas se chamam de corte britânicos;
  • 2:53 - 2:56
    e os cientistas voltaram
    e registraram mais informações
  • 2:56 - 2:58
    sobre estas pessoas de tempo em tempo.
  • 2:59 - 3:02
    A quantidade de informações
    coletada sobre estas pessoas
  • 3:02 - 3:04
    é absolutamente extraordinária.
  • 3:04 - 3:06
    Inclui milhares de questionários em papel
  • 3:06 - 3:08
    e terabytes de dados de computador.
  • 3:08 - 3:11
    Eles coletaram um enorme
    banco de amostras de tecidos,
  • 3:11 - 3:16
    que incluem cachos de cabelo,
    unhas, dentes de bebê e DNA.
  • 3:16 - 3:21
    Eles coletaram até 9 mil placentas
    de alguns nascimentos,
  • 3:21 - 3:25
    que estão envasadas em tubos plásticos
    em um local de armazenamento seguro.
  • 3:27 - 3:28
    Este projeto se tornou único.
  • 3:28 - 3:32
    Nenhum outro país no mundo
    está rastreando gerações de crianças
  • 3:32 - 3:33
    com tantos detalhes.
  • 3:34 - 3:37
    Estas estão entre as pessoas
    mais bem estudadas no planeta,
  • 3:37 - 3:40
    e os dados tornaram-se muito
    valiosos para os cientistas,
  • 3:40 - 3:43
    gerando mais de 6 mil artigos
    acadêmicos e livros.
  • 3:45 - 3:48
    Mas hoje, quero focar
    apenas uma descoberta:
  • 3:48 - 3:52
    talvez a mais importante descoberta
    vinda deste estudo incrível.
  • 3:52 - 3:54
    E também é a que me tocou pessoalmente,
  • 3:54 - 3:58
    porque é sobre como usar a ciência
    para fazer o melhor para nossos filhos.
  • 3:59 - 4:01
    Então vamos primeiramente
    tirar as más notícias do caminho.
  • 4:02 - 4:05
    Talvez a maior mensagem
    desse impressionante estudo seja esta:
  • 4:06 - 4:09
    não nasça na pobreza ou em desvantagem,
  • 4:09 - 4:11
    porque se nascer,
  • 4:11 - 4:13
    você tem muito mais chances
    de ter um caminho difícil.
  • 4:14 - 4:17
    Muitas crianças neste estudo
    nasceram em famílias pobres
  • 4:17 - 4:20
    ou de trabalhadores
    que tinham casas apertadas
  • 4:20 - 4:21
    ou outros problemas,
  • 4:21 - 4:24
    e ficou claro que estas
    crianças em desvantagem
  • 4:24 - 4:27
    têm mais chances de ter dificuldades
    em quase todos os pontos.
  • 4:27 - 4:29
    Têm mais chances de ir mal na escola,
  • 4:29 - 4:32
    de acabar em empregos ruins
    e ganhar menos.
  • 4:32 - 4:34
    Talvez isso soe óbvio,
  • 4:34 - 4:37
    mas alguns resultados são
    muito surpreendentes,
  • 4:37 - 4:39
    então crianças com começo difícil na vida
  • 4:39 - 4:42
    têm mais chances de se tornarem
    adultos não saudáveis também,
  • 4:42 - 4:43
    mais chances de ficar acima do peso,
  • 4:44 - 4:45
    de ter pressão alta,
  • 4:45 - 4:47
    e depois de décadas,
  • 4:47 - 4:51
    mais chances de ter falha de memória,
    saúde ruim e até de morrer mais cedo.
  • 4:54 - 4:57
    Bem, falei sobre o que ocorre depois,
  • 4:57 - 5:00
    mas algumas destas diferenças aparecem
    surpreendentemente bem cedo.
  • 5:00 - 5:02
    Em um estudo,
  • 5:02 - 5:04
    crianças que crescem na pobreza
  • 5:04 - 5:07
    estão quase um ano atrás de crianças
    mais ricas em testes educacionais
  • 5:08 - 5:09
    e isso apenas aos três anos.
  • 5:10 - 5:14
    Estas diferenças foram encontradas
    repetidamente nas gerações.
  • 5:14 - 5:18
    Significa que nossas circunstâncias
    iniciais têm influência profunda
  • 5:18 - 5:20
    no rumo que o resto de nossas vidas toma.
  • 5:20 - 5:22
    E entender o porquê disso
  • 5:22 - 5:25
    é uma das questões mais difíceis
    que enfrentamos hoje.
  • 5:26 - 5:27
    Então aí está.
  • 5:28 - 5:30
    A primeira lição para uma vida
    de sucesso é esta:
  • 5:30 - 5:32
    escolha seus pais cuidadosamente.
  • 5:32 - 5:33
    (Risos)
  • 5:33 - 5:36
    Não nasça em família pobre
    ou numa família com dificuldades.
  • 5:37 - 5:40
    Tenho certeza que vocês podem
    ver o probleminha aqui.
  • 5:40 - 5:44
    Não podemos escolher nossos pais
    ou quanto eles ganham.
  • 5:44 - 5:47
    Mas este estudo britânico
    também tem uma nota de otimismo
  • 5:47 - 5:50
    mostrando que nem todos que têm
    um começo em desvantagem
  • 5:50 - 5:53
    acabam em circunstâncias difíceis.
  • 5:53 - 5:56
    Como sabem, muitos têm
    um começo de vida difícil
  • 5:56 - 5:59
    mas acabam se saindo bem em algum ponto,
  • 5:59 - 6:00
    e este estudo começa a explicar como.
  • 6:01 - 6:03
    Então a segunda lição é:
  • 6:03 - 6:05
    pais de fato importam.
  • 6:06 - 6:07
    Neste estudo,
  • 6:07 - 6:09
    filhos de pais engajados, interessados,
  • 6:09 - 6:11
    que tinham ambições para seu futuro,
  • 6:11 - 6:14
    tiveram mais chances de escapar
    de um começo difícil.
  • 6:14 - 6:18
    Parece que os pais e o que eles fazem
    realmente importam,
  • 6:18 - 6:20
    especialmente nos primeiros anos de vida.
  • 6:21 - 6:23
    Deixe-me dar um exemplo disso:
  • 6:23 - 6:24
    Em um estudo,
  • 6:24 - 6:28
    cientistas estudaram em torno de 17 mil
    crianças nascidas em 1970.
  • 6:29 - 6:32
    Eles cruzaram as montanhas
    de dados coletados
  • 6:32 - 6:33
    para tentar entender
  • 6:33 - 6:36
    o que permitia que crianças
    com um começo de vida difícil
  • 6:36 - 6:38
    ainda assim se saíssem bem na escola,
  • 6:38 - 6:40
    ou seja, quais foram
    contra as probabilidades.
  • 6:40 - 6:44
    Os dados mostraram que o que
    pesou mais que tudo foram os pais.
  • 6:44 - 6:48
    Ter pais engajados e interessados
    naqueles primeiros anos de vida
  • 6:48 - 6:52
    foi fortemente associado às crianças
    irem bem na escola mais tarde.
  • 6:52 - 6:55
    Na verdade, pequenas coisas
    que os pais mais fazem
  • 6:55 - 6:58
    estão associadas a bons
    resultados para as crianças.
  • 6:58 - 7:00
    Conversar e ouvir a criança,
  • 7:00 - 7:02
    responder a elas afetuosamente,
  • 7:02 - 7:04
    ensiná-las as letras e números,
  • 7:04 - 7:06
    levá-las a viagens e visitas.
  • 7:06 - 7:09
    Ler para elas todos os dias
    parece ser muito importante também.
  • 7:10 - 7:11
    Então em um estudo,
  • 7:11 - 7:14
    filhos cujos pais liam para eles
    diariamente quando tinham cinco anos
  • 7:14 - 7:17
    e mostravam interesse
    em sua educação aos 10 anos,
  • 7:17 - 7:21
    tinham significativamente menos
    chances de serem pobres aos 30
  • 7:21 - 7:24
    do aqueles cujos pais
    não faziam essas coisas.
  • 7:25 - 7:29
    Há desafios enormes
    ao interpretar este tipo de ciência.
  • 7:30 - 7:32
    Estes estudos mostraram
    que certas coisas que os pais fazem
  • 7:32 - 7:35
    estão ligadas a bons
    resultados para os filhos,
  • 7:35 - 7:38
    mas não sabemos necessariamente
    se isto causou bons resultados,
  • 7:38 - 7:41
    ou se algum outro fator influenciou.
  • 7:41 - 7:43
    Por exemplo, precisamos
    considerar os genes,
  • 7:43 - 7:45
    e esta é uma outra história.
  • 7:45 - 7:48
    Mas os cientistas de um estudo britânico
  • 7:48 - 7:50
    estão dando duro para chegar às causas,
  • 7:50 - 7:52
    e este estudo eu pessoalmente adoro.
  • 7:52 - 7:53
    Neste estudo,
  • 7:53 - 7:56
    observaram as rotinas na hora
    de dormir de 10 mil crianças
  • 7:56 - 7:58
    nascidas na virada do milênio.
  • 7:58 - 8:00
    As crianças que iam dormir
    em horários regulares,
  • 8:00 - 8:03
    ou iam dormir em horas
    diferentes durante a semana?
  • 8:03 - 8:07
    Dados mostraram que as crianças
    que iam dormir em horários diferentes
  • 8:07 - 8:09
    tinham mais problemas de comportamento
  • 8:09 - 8:12
    e aquelas que mudaram
    para terem horários regulares
  • 8:12 - 8:14
    com frequência tiveram
    melhoria de comportamento,
  • 8:14 - 8:16
    e isto era mesmo crucial
  • 8:16 - 8:18
    porque sugeriu que a rotina
    da hora de dormir
  • 8:18 - 8:21
    estava de fato ajudando
    a melhorar a vida das crianças.
  • 8:21 - 8:23
    Mais um fato a se pensar.
  • 8:23 - 8:24
    Neste estudo,
  • 8:24 - 8:27
    os cientistas observaram crianças
    que liam por prazer.
  • 8:27 - 8:31
    Significa que elas pegavam
    revistas, livro de imagens ou de história.
  • 8:32 - 8:35
    Os dados mostraram que crianças
    que liam por prazer
  • 8:35 - 8:37
    aos cinco e dez anos
  • 8:37 - 8:40
    tinham mais chances
    de ir melhor na escola,
  • 8:40 - 8:42
    em testes escolares mais tarde.
  • 8:42 - 8:44
    E não apenas em testes de leitura.
  • 8:44 - 8:46
    em testes de matemática
    e ortografia também.
  • 8:46 - 8:49
    Este estudo tentou controlar
    todos os fatores contraditórios.
  • 8:49 - 8:52
    Então ele observou crianças
    igualmente inteligentes
  • 8:52 - 8:54
    e com mesmo histórico social-escolar,
  • 8:54 - 8:57
    e parece que a leitura foi
    o que de fato ajudou as crianças
  • 8:57 - 9:00
    a pontuarem melhor nos testes
    escolares posteriores na vida.
  • 9:02 - 9:03
    Então no começo,
  • 9:03 - 9:05
    disse que a primeira lição deste estudo
  • 9:05 - 9:07
    era não nascer na pobreza
    ou na desvantagem,
  • 9:07 - 9:11
    pois estas crianças tendem a ter
    caminhos mais difíceis na vida.
  • 9:11 - 9:13
    Mas aí eu disse que os pais importam,
  • 9:13 - 9:16
    e que bons pais, se é
    que pode-se chamar assim,
  • 9:16 - 9:17
    ajudam os filhos
  • 9:17 - 9:20
    a superar as conflitos
    e algumas desvantagens.
  • 9:20 - 9:21
    Então espere,
  • 9:21 - 9:25
    isso significa que a pobreza,
    na verdade, não importa?
  • 9:26 - 9:29
    Você pode dizer que não importa
    se uma criança nasce pobre;
  • 9:29 - 9:33
    desde que seus pais sejam bons,
    ela ficará bem.
  • 9:33 - 9:34
    Não acredito nisso.
  • 9:34 - 9:37
    Este estudo mostra que a pobreza
    e os pais importam.
  • 9:37 - 9:39
    Um estudo, de fato,
    coloca isso em números.
  • 9:39 - 9:42
    Ele observou crianças
    crescendo em pobreza contínua
  • 9:42 - 9:44
    e como elas iam na escola.
  • 9:45 - 9:46
    Os dados mostraram
  • 9:46 - 9:49
    que mesmo que os pais
    fizessem a coisa certa -
  • 9:49 - 9:50
    colocá-los na cama no horário,
  • 9:50 - 9:52
    ler para eles todos os dias e tudo mais -
  • 9:52 - 9:54
    isso só os ajudava até certo ponto.
  • 9:55 - 9:58
    Bons pais apenas reduziram
    a falha educacional
  • 9:58 - 10:01
    entre crianças ricas e pobres
    em torno de 50%.
  • 10:01 - 10:06
    Isso significa que a pobreza realmente
    deixa uma cicatriz duradoura,
  • 10:06 - 10:09
    e significa que se queremos
    mesmo garantir o sucesso e bem-estar
  • 10:09 - 10:10
    da próxima geração,
  • 10:11 - 10:14
    então corrigir a pobreza infantil
    é incrivelmente importante.
  • 10:16 - 10:18
    O que isso significa para mim e para você?
  • 10:18 - 10:21
    Há alguma lição que podemos
    levar pra casa e usar?
  • 10:21 - 10:22
    Como cientista e jornalista,
  • 10:22 - 10:25
    gosto de usar a ciência
    para me informar como mãe.
  • 10:26 - 10:28
    E posso dizer que quando
    você grita com seus filhos
  • 10:28 - 10:30
    para irem para cama,
  • 10:30 - 10:32
    ter a literatura científica
    ao seu lado ajuda.
  • 10:32 - 10:34
    (Risos)
  • 10:34 - 10:35
    Não seria ótimo pensar
  • 10:35 - 10:39
    que para termos filhos bem-sucedidos
    e felizes só precisamos falar com eles,
  • 10:39 - 10:41
    nos interessarmos por seu futuro,
  • 10:41 - 10:43
    colocá-los na cama na hora,
    dar um livro para eles?
  • 10:43 - 10:45
    Nosso trabalho estaria feito.
  • 10:45 - 10:47
    Como vocês podem imaginar,
  • 10:47 - 10:50
    as respostas não são tão simples assim.
  • 10:50 - 10:52
    Primeiro porque este estudo
    avalia o que ocorre
  • 10:52 - 10:55
    com milhares de crianças em média,
  • 10:55 - 10:58
    mas não diz necessariamente
    o que ajudará nossos filhos
  • 10:58 - 11:00
    ou qualquer criança individual.
  • 11:00 - 11:03
    No fim, cada uma de nossas crianças
    percorrerá seu próprio caminho,
  • 11:03 - 11:06
    e isto está em parte definido
    pelos genes que herdam
  • 11:06 - 11:08
    e, é claro, todas as experiências
    que eles têm na vida,
  • 11:08 - 11:11
    inclusive suas interações
    conosco, seus pais.
  • 11:11 - 11:14
    Vou dizer o que fiz depois
    que aprendi isso.
  • 11:14 - 11:15
    É meio constrangedor.
  • 11:16 - 11:18
    Percebi que estava tão ocupada trabalhando
  • 11:18 - 11:20
    e, ironicamente,
  • 11:20 - 11:23
    aprendendo e escrevendo
    sobre um estudo de crianças britânicas,
  • 11:23 - 11:27
    que havia dias que eu mal
    falava com meu próprios filhos britânicos.
  • 11:27 - 11:30
    Então, introduzimos
    o tempo de conversa em casa
  • 11:30 - 11:32
    que são só 15 minutos no fim do dia
  • 11:32 - 11:34
    em que falamos e ouvimos os meninos.
  • 11:35 - 11:38
    Agora tento perguntar a eles
    o que fizeram no dia,
  • 11:38 - 11:40
    e mostro que valorizo
    o que eles fazem na escola.
  • 11:41 - 11:44
    Claro, garanto que sempre
    tenham um livro para ler.
  • 11:44 - 11:46
    Digo que tenho ambições
    para o futuro deles,
  • 11:46 - 11:49
    e acho que podem ser felizes
    e fazer grandes coisas.
  • 11:50 - 11:53
    Não sei se isso vai fazer diferença,
  • 11:53 - 11:55
    mas tenho certeza de que não fará mal,
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    e pode até fazer bem.
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    Afinal, se queremos filhos felizes,
  • 12:01 - 12:03
    tudo que podemos fazer é ouvir a ciência
  • 12:03 - 12:04
    e, é claro,
  • 12:04 - 12:06
    ouvir nossos próprios filhos.
  • 12:06 - 12:07
    Obrigada.
  • 12:07 - 12:09
    (Aplausos)
Title:
Lições do mais longo estudo sobre desenvolvimento humano
Speaker:
Helen Pearson
Description:

Nos últimos 70 anos, os cientistas britânicos têm estudado milhares de crianças ao longo da vida para descobrir por que algumas acabam felizes e saudáveis enquanto outras sofrem. É o estudo mais longo sobre desenvolvimento humano no mundo, que resultou nas pessoas mais bem estudadas do planeta e mudou o modo como vivemos, aprendemos e criamos filhos. Ao rever esta pesquisa impressionante, a cientista e jornalista Helen Pearson compartilha algumas descobertas importantes e verdades simples sobre a vida e uma boa criação.

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Video Language:
English
Team:
closed TED
Project:
TEDTalks
Duration:
12:12

Portuguese, Brazilian subtitles

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