Quantas Vezes Você Já se Sentiu Realmente Útil? | Vitor Belota | TEDxBlumenau
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0:12 - 0:14Em maio de 2013 eu fui numa palestra
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0:14 - 0:16na Universidade Federal de Santa Catarina.
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0:16 - 0:19Eles estavam divulgando oportunidades
de intercâmbio social. -
0:19 - 0:22Na época seriam três
intercambistas falando. -
0:22 - 0:23Um tinha ido pra África,
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0:23 - 0:26um tinha ido à Índia,
e a menina para o leste europeu. -
0:26 - 0:28Eu lembro que as histórias
eram tão incríveis, -
0:28 - 0:30me deixaram tão maravilhado,
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0:30 - 0:31que me fizeram questionar
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0:31 - 0:33o momento que eu estava vivendo.
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0:33 - 0:36Eu tinha acabado de me formar
em administração. -
0:36 - 0:37Tinha voltado pro direito,
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0:37 - 0:38que eu estava na sétima fase
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0:38 - 0:40Eu já trabalhava oito horas por dia.
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0:40 - 0:42Então, do ponto de vista
acadêmico e profissional -
0:42 - 0:44eu me sentia bem,
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0:44 - 0:46mas sentia que no fundo algo me faltava?
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0:46 - 0:49Uma experiência de vida
como aquelas me faltava. -
0:49 - 0:50Comecei a pesquisar alguns locais
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0:50 - 0:51que eu tinha interesse,
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0:51 - 0:54minha dúvida principal
era entre Ásia e África. -
0:54 - 0:56E comecei a conversar
com alguns amigos, -
0:56 - 0:58para saber aonde eles tinham ido
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0:58 - 0:59e o que tinham achado.
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0:59 - 1:01Duas amigas que tinham ido ao Quênia
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1:01 - 1:04vieram falar comigo e me contavam
com tanta paixão, -
1:04 - 1:07com tanta emoção
e com tanta nostalgia até, -
1:07 - 1:10do que elas tinham vivido por lá,
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1:10 - 1:12que eu com certeza elas me bateriam
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1:12 - 1:14se eu pensasse em escolher outro lugar,
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1:14 - 1:17mas principalmente porque
eu queria sentir na pele, -
1:17 - 1:18ver com meus próprios olhos,
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1:18 - 1:21se tudo aquilo que
elas falavam era verdade. -
1:21 - 1:23Na época o mais difícil
foi pedir demissão. -
1:23 - 1:25Meu chefe achou que eu tinha virado
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1:25 - 1:27hippie e que eu ia largar tudo para fazer
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1:27 - 1:28voluntariado na África.
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1:28 - 1:31Mas enfim, a decisão estava tomada,
eu me demiti em um dia -
1:31 - 1:34e no outro eu comprei passagem,
para não ter volta -
1:34 - 1:36Em julho eu embarquei rumo ao Quênia
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1:36 - 1:39e, assim que cheguei,
a viagem mostrou a que veio. -
1:39 - 1:42Se eu queria aventura, tudo começou
a acontecer no primeiro dia. -
1:42 - 1:45A companhia aérea perdeu
a minha mala, coisa boa. -
1:45 - 1:48Depois a pessoa que iria me buscar,
não foi me buscar. -
1:48 - 1:50Fiquei quatro horas perdido
no aeroporto, sozinho. -
1:50 - 1:53A casa que eu ia, não existia mais,
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1:53 - 1:55eu ia acabar indo para outra casa.
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1:55 - 1:56E tudo isso no primeiro dia.
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1:56 - 1:58Mas tudo bem, eu queria aventura,
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1:58 - 2:01era pra isso que estava lá e
eu encarei de frente. -
2:01 - 2:03Nairóbi para a minha surpresa,
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2:03 - 2:05melhor dizendo,
para a minha ignorância, -
2:05 - 2:07era uma cidade muito rica.
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2:07 - 2:10Tinha BMW andando na rua,
hotel cinco estrelas, -
2:10 - 2:13e até uma churrascaria brasileira,
caríssima, tinha por lá. -
2:13 - 2:16Eu fui ter contato mesmo
com essa realidade -
2:16 - 2:18não é realidade, é estereótipo o que temos
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2:18 - 2:20sobre o que é a África,
no meu primeiro dia de aula. -
2:21 - 2:23Eu lembro que eu acordei bem cedo
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2:23 - 2:24umas sete horas da manhã,
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2:24 - 2:28saí de casa com mais dois
amigos chineses, o Alan e a Dousy, -
2:28 - 2:30a gente entrou num Matato,
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2:30 - 2:33que é uma van assim, que vão 16 pessoas
na parte de trás, -
2:33 - 2:36bem apertadas, com música alta,
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2:36 - 2:39tem umas que têm até luz neon. Uma festa.
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2:39 - 2:41Eu super recomendo para um dia
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2:41 - 2:44for para Nairóbi, tem que andar
pelo menos uma vez no Matato. -
2:44 - 2:47Dava mais ou menos uma hora
até chegar na favela. -
2:47 - 2:50Eu lembro que assim que chegamos,
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2:50 - 2:53o que mais chamou a atenção foi a sujeira.
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2:53 - 2:56Lá eles não têm saneamento básico nenhum.
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2:56 - 2:59Quando eu digo, é nenhum.
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2:59 - 3:01Eles faziam essas grandes
montanhas de lixo -
3:01 - 3:04e colocavam fogo,
tipo uma espécie de brasa -
3:04 - 3:07e essa montanha de lixo ia queimando,
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3:07 - 3:09e subia aquele cheiro horrível,
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3:09 - 3:12e uma fumaça tóxica no ar.
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3:12 - 3:14Sem falar de toda a poeira que já tinha,
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3:14 - 3:16porque o lugar não era nada asfaltado.
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3:17 - 3:18Em alguns locais da favela,
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3:18 - 3:20lá quem não tem dinheiro,
que é a maioria, -
3:20 - 3:22para arcar com os banheiros privados,
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3:22 - 3:25faz todas as suas necessidades
em sacos plásticos -
3:25 - 3:26e jogam pela janela.
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3:26 - 3:29Então em alguns locais era um cheiro
simplesmente insuportável. -
3:29 - 3:31E aí foi o primeiro grande aprendizado.
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3:31 - 3:33Eu lembro que, voltando pra casa,
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3:33 - 3:35nos questionamos: "Tá,
mas como que a gente -
3:35 - 3:37vai passar oito semanas
trabalhando aqui todo dia, -
3:37 - 3:41se só no primeiro dia a gente quase
passou mal umas três vezes?" -
3:41 - 3:45E o primeiro aprendizado foi esse,
a quebra de paradigma. -
3:45 - 3:48Que o ser humano é um ser
extremamente adaptável. -
3:48 - 3:50Em três dias já estávamos em casa,
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3:50 - 3:52não ligávamos pro cheiro,
andávamos por qualquer lugar -
3:52 - 3:55já sabia aonde evitar tal cheiro,
que era muito ruim. -
3:55 - 3:58Realmente, esse já foi
o primeiro grande aprendizado. -
3:58 - 4:00A princípio, eu fui pra Nairóbi para dar
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4:00 - 4:01aulas de inglês e matemática
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4:01 - 4:03para crianças de 5ª a 8ª série
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4:03 - 4:05e pra ajudar na construção
de uma escola, -
4:05 - 4:07que a gente tinha arrecadado
o dinheiro aqui no Brasil. -
4:08 - 4:10O meu primeiro grande desafio
foi ser professor. -
4:10 - 4:14Eu dividia uma sala
de aproximadamente 20m² -
4:14 - 4:16com mais dois professores.
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4:16 - 4:21Eram três turmas na mesma sala,
sem nenhuma divisória. -
4:21 - 4:23E eu tentava, às vezes,
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4:23 - 4:25aluno de cursinho, fazer uma dinâmica,
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4:25 - 4:27uma piada com os alunos,
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4:27 - 4:29mas era impossível,
porque eu chamava a atenção -
4:29 - 4:31dos outros alunos das outras turmas.
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4:31 - 4:32E gera uma situação complicada
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4:32 - 4:34com os outros professores.
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4:34 - 4:35Eu também tinha que me adaptar ao país
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4:35 - 4:37e lá o professor tem uma autoridade
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4:37 - 4:39muito forte sobre os alunos.
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4:39 - 4:41Muitas vezes eles batiam nos alunos
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4:41 - 4:43e eu tinha que ficar quieto,
absorver aquilo, -
4:43 - 4:45aceitar que era cultura e eu não
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4:45 - 4:46podia fazer nada a respeito.
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4:46 - 4:49Isso tudo se mostrou
muito difícil para mim -
4:50 - 4:54Eu comecei a dar aulas
e depois de uma semana -
4:54 - 4:57nós demolimos a escola
para construir a escola nova. -
4:57 - 5:00A gente se mudou para um prédio
que tínhamos comprado -
5:00 - 5:02que ficava a aproximadamente
500 metros de distância. -
5:02 - 5:05Esse prédio já tinha
uma estrutura bem melhor, -
5:05 - 5:07tinha uma sala de aula pra cada turma,
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5:07 - 5:10mas ele mostrou um problema novo,
que a gente ainda não -
5:10 - 5:12tinha se deparado antes.
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5:12 - 5:14Na sala, você não conseguia enxergar
nem a sua própria mão. -
5:14 - 5:16Nessa favela, onde eu trabalhava,
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5:16 - 5:19se chamava Mathare e tinha
cerca de 600 mil habitantes, -
5:19 - 5:22uma das mais pobres de toda a África.
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5:22 - 5:24As casas eram muito
grudadas umas nas outras, -
5:24 - 5:27então a luz do sol não conseguia
passar pela telha, -
5:27 - 5:30e alcançar a janela e iluminar dentro
das casas ou das salas de aula. -
5:31 - 5:33E se já não bastassem todos os problemas
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5:33 - 5:35que a gente já encarava todo dia,
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5:35 - 5:36como o aluno que está com fome,
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5:36 - 5:38porque a única vez
que ele come é no colégio, -
5:38 - 5:41que é um almoço à base de batata, feijão,
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5:41 - 5:43ou uma pasta de amendoim no café da manhã.
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5:43 - 5:46Se não bastasse ele não
ter um material didático -
5:46 - 5:48um corpo docente preparado,
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5:48 - 5:50tudo isso, o aluno não conseguia
-
5:50 - 5:52nem enxergar o próprio caderno na sala.
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5:52 - 5:53Eu fiquei indignado com aquilo,
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5:53 - 5:55conversei com um amigo egípcio meu
-
5:55 - 5:57que tinha o mesmo problema na escola dele
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5:57 - 6:00e a gente falou: "Vamos
tentar achar uma solução -
6:00 - 6:02pra iluminar comunidades que não possuem
-
6:02 - 6:04acesso à rede elétrica!
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6:04 - 6:06A gente botou no Google,
literalmente isso, -
6:06 - 6:08e a gente achou um projeto chamado:
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6:08 - 6:09"Liter of Light"
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6:09 - 6:13que, em vez de eu tentar
ficar aqui explicando o que é para vocês, -
6:13 - 6:15prefiro mostrar um vídeo
-
6:15 - 6:18da primeira instalação
que fizemos, um teste. -
6:18 - 6:21E aí vocês verão os resultados
e eu espero que vocês gostem. -
6:21 - 6:23["Liter of Light" Brasil - Quênia]
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7:30 - 7:32[Resultado: antes e depois]
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7:51 - 7:54(Aplausos)
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8:01 - 8:02Bom, assim como vocês,
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8:02 - 8:05o diretor da escola parece
ter gostado bastante também -
8:05 - 8:07Ele fala ali: "Wonderful,
Wonderful!" no final. -
8:07 - 8:10E não só ele, vários outros diretores
de outras escolas -
8:10 - 8:11começaram a visitar a nossa
-
8:11 - 8:13para ver o efeito do projeto
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8:13 - 8:16e começaram a pedir que a gente
fizesse aquilo na escola deles. -
8:16 - 8:18Infelizmente, era a última semana
desse meu amigo egípcio -
8:18 - 8:21e eu tive que começar
a tocar o projeto sozinho. -
8:21 - 8:23Parei de dar aula, porque não dava tempo.
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8:23 - 8:25Passávamos a manhã
inteira preparando as garrafas, -
8:25 - 8:27pra passar a tarde instalando.
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8:27 - 8:30Não era um projeto fácil,
a gente se cortava muito -
8:30 - 8:32e era tudo muito sujo.
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8:32 - 8:34A gente se cortava porque a telha
era de alumínio e bem fina. -
8:34 - 8:36E outro problema também
era a alimentação. -
8:36 - 8:39A gente passava a manhã
inteira trabalhando, -
8:39 - 8:41e quando a gente subia no telhado...
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8:41 - 8:43É complicado você ficar
comendo ali em cima -
8:43 - 8:46porque é um lugar muito sujo,
então tem que ser algo prático. -
8:46 - 8:49Mas não tem como ser algo prático
como chocolate, por exemplo, -
8:49 - 8:50porque eu estou em cima do telhado,
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8:50 - 8:53"muzungo" em Swahili,
como eles chamam branquelo lá, -
8:53 - 8:55todas as crianças da escola te olhando,
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8:55 - 8:57você vai comer um chocolate
em cima de um telhado -
8:57 - 9:00pra uma criança que nunca
viu chocolate na vida? -
9:00 - 9:02Não existe essa possibilidade!
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9:02 - 9:04Então, a nossa alimentação
era basicamente frutas. -
9:04 - 9:05Pra vocês terem uma ideia,
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9:05 - 9:07ao fim das minhas oito semanas lá,
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9:07 - 9:10eu tinha perdido 12 quilos...
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9:12 - 9:14Não era o meu objetivo,
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9:14 - 9:17mas para quem quiser fazer
uma causa social ou um regime -
9:17 - 9:20eu super recomendo. (Risos)
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9:20 - 9:22Mesmo com todas essas dificuldades,
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9:22 - 9:23o projeto foi crescendo.
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9:23 - 9:26Um dia, eu tive a felicidade
de olhar para o lado -
9:26 - 9:28e ver meus cinco melhores
amigos do meu lado -
9:28 - 9:29em cima de um telhado,
-
9:29 - 9:32embaixo mais três amigos ajudando.
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9:32 - 9:35No final das minhas oito semanas
a gente tinha feito -
9:35 - 9:37mais de 12 escolas, instalado
mais de 140 garrafas, -
9:37 - 9:39inclusive no interior do Quênia,
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9:39 - 9:41e impactado a vida de aproximadamente
-
9:41 - 9:43três mil estudantes.
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9:43 - 9:44E aí vocês podem se perguntar:
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9:44 - 9:47"Tá, Vitor, mas como que você fazia isso?
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9:47 - 9:49Todo o projeto vocês que bancavam?
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9:49 - 9:52E todas essas dificuldades
de se cortar e da comida... -
9:52 - 9:55Como que os intercambistas
se juntavam pra fazer?" -
9:55 - 9:57Eu acho que era por um sentimento,
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9:57 - 9:59que pra tentar explicar pra vocês
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9:59 - 10:02vou contar uma história que aconteceu
na minha última semana lá. -
10:02 - 10:04Eu estava realizando o maior projeto
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10:04 - 10:07de todos que a gente
já tinha feito até o momento, -
10:07 - 10:08era numa escola chamada:
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10:08 - 10:11"Sparguians", em Kibera, no maior
complexo de favelas do mundo -
10:11 - 10:15Só nessa escola, colocaríamos 48 garrafas.
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10:15 - 10:17Essa é a escola pronta.
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10:18 - 10:20Nesse dia, eu estava em cima do telhado
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10:20 - 10:23e o tempo começou a fechar,
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10:23 - 10:24nunca trabalhamos na chuva,
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10:24 - 10:27comecei a descer a escada, juntei tudo.
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10:27 - 10:28Assim que eu desci a escada,
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10:28 - 10:31uma professora que eu já tinha visto
algumas vezes por lá, -
10:31 - 10:34me puxou pelo braço, foi me levando
até a sala de aula. -
10:35 - 10:38Quando a gente chegou lá,
ela me levou até a mesa dela, -
10:38 - 10:39que ficava oposta a porta,
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10:39 - 10:43bem perto de uma lâmpada
que a gente tinha acabado de instalar. -
10:43 - 10:44E lá ela falou assim: "
-
10:44 - 10:49"Meu filho é a primeira vez,
em quatro anos que eu trabalho aqui, -
10:49 - 10:53que eu consigo ler ou corrigir
uma prova na minha sala de aula. -
10:53 - 10:57Muito obrigada! Muito obrigada!
Muito obrigada!" -
10:57 - 11:01Ela falou com uma naturalidade incrível
-
11:01 - 11:06mas ela não tinha ideia do efeito
que aquela frase causaria em mim. -
11:06 - 11:09Demorava mais ou menos 1 hora
para voltar pra casa, -
11:09 - 11:12eu estava voltando e refletindo
bastante sobre isso. -
11:12 - 11:13Como que uma ajuda tão simples, instalar
-
11:13 - 11:16instalar uma garrafa plástica
em um telhado, -
11:16 - 11:18pode fazer uma pessoa
ficar tão grata por algo? -
11:19 - 11:20Você começa a se questionar...
-
11:20 - 11:22e não era uma ajuda efêmera
-
11:22 - 11:25porque uma garrafa dessas
dura de 2 a 3 anos, -
11:25 - 11:27então realmente impactaria
a vida de muita gente. -
11:27 - 11:28Aí eu cheguei em casa,
-
11:28 - 11:31eu morava com mais 21 intercambistas.
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11:31 - 11:33Eu fico brincando que a gente não jantava,
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11:33 - 11:35a gente sempre fazia uma ceia,
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11:35 - 11:37e aí eu questionei o pessoal, falei:
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11:37 - 11:41"Galera, quantas vezes,
no dia a dia de vocês, -
11:41 - 11:44vocês se sentem incondicionalmente úteis?
-
11:44 - 11:48Assim, sem querer nada
em troca, quantas vezes?" -
11:48 - 11:50Eu parei pra pensar no meu dia a dia.
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11:50 - 11:53Nada! Na minha semana, talvez? Não!
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11:53 - 11:56Mês? Também não!
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11:56 - 11:58E cheguei a assustadora conclusão
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11:58 - 12:02de que em 24 anos de idade,
eu nunca tinha, de fato, -
12:02 - 12:06tido aquele sentimento que eu tinha
sentido naquele dia com a professora. -
12:06 - 12:08Eu acho que era isso que nos unia, sabe?
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12:08 - 12:11Os alunos ali, todos os intercambistas
nesse projeto, era isso. -
12:11 - 12:13Era poder ter o sentimento de utilidade.
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12:14 - 12:17Essa, infelizmente,
era minha última semana -
12:17 - 12:18estava voltando ao Brasil.
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12:18 - 12:21Lembro bem no dia em que eu estava
no aeroporto de Joanesburgo, -
12:21 - 12:24na África do Sul, escrevendo
meu último blog, -
12:24 - 12:27atualizando minha família
sobre esses últimos fatos, -
12:27 - 12:30e aí meu pai sabia muito dessa
preocupação que eu tinha, -
12:30 - 12:32que é uma preocupação
que todo intercambista, -
12:32 - 12:34todos que já viajaram tiveram,
-
12:34 - 12:36que é aquela ideia
de voltar à velha rotina, -
12:36 - 12:39voltar à velha vida e aí você
fica naquele desespero. -
12:39 - 12:41E meu pai me ligou para me tranquilizar,
-
12:41 - 12:44e falou assim: "Filhão, fica tranquilo
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12:44 - 12:47que o ser humano é um produto do meio!
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12:47 - 12:48Você já já se acostuma!".
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12:48 - 12:52Era tudo o que eu não queria ouvir!
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12:52 - 12:54Que eu tinha que voltar ao meu meio...
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12:54 - 12:57tinha acabado de viver essa experiência,
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12:57 - 12:58vi o quanto o ser humano é adaptável.
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12:58 - 13:01E no pragmatismo de sempre
do meu pai ele estava certo. -
13:01 - 13:03Assim que eu pisei no Brasil,
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13:03 - 13:05eu entrei em contato com o Illac Diaz,
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13:05 - 13:06que eu sabia ser o presidente
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13:06 - 13:10dessa organização que espalhou
essa ideia do Litro de Luz pelo mundo, -
13:10 - 13:12e falei: "Illac, posso criar no Brasil?"
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13:12 - 13:14e ele falou: "Vitor, não sei se você sabe,
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13:14 - 13:18mas quem criou essa ideia
da lâmpada diurna -
13:18 - 13:23foi o brasileiro Alfredo Moser,
na série de apagões em 2002." -
13:23 - 13:25Esse brasileiro criou,
na cidade de Sorocaba, -
13:25 - 13:28fez ali na cidade dele,
o Illac ficou maravilhado, -
13:28 - 13:32pediu ao Alfredo pra espalhar
essa ideia pelo mundo -
13:32 - 13:35e só naquele ano nas Filipinas
ele fez mais de 500 mil garrafas -
13:35 - 13:37e começou a espalhar
essa ideia pelo mundo. -
13:37 - 13:39Ele falou: "Vitor, claro que você pode.
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13:39 - 13:43Mas, primeiro, me manda o material
da África pra eu ver o que vocês fizeram." -
13:43 - 13:45Eu mandei e a gente teve a feliz notícia:
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13:45 - 13:50nós éramos a equipe que mais tinha
feito garrafas na África até o momento. -
13:50 - 13:52E aí ele falou para mim assim:
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13:52 - 13:55"Vitor, teve uma menina
que entrou em contato comigo -
13:55 - 13:58um tempo atrás e ela queria
criar o Litro de Luz no Brasil. -
13:58 - 14:01Vou colocar vocês dois em contato
e vocês veem se trabalham juntos. -
14:01 - 14:03E eu falei: "Claro!".
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14:03 - 14:05E aí começa uma série
de coincidências incríveis -
14:05 - 14:07que me trouxeram até aqui hoje.
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14:07 - 14:10Eu sou nascido em Brasília,
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14:10 - 14:12essa menina era nascida no Maranhão,
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14:12 - 14:15e nós dois, por coincidência do destino,
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14:15 - 14:17morávamos numa ilha chamada Florianópolis.
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14:17 - 14:19Ela entrou em contato comigo,
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14:19 - 14:21no dia seguinte a gente
estava tomando um café. -
14:21 - 14:25E eu morto de curiosidade para saber
como ela conheceu o projeto, -
14:25 - 14:29outra coincidência incrível,
na minha opinião, -
14:29 - 14:33ela conheceu esse projeto quando ela foi
visitar um amigo intercambista -
14:33 - 14:37que estava na Índia, que é aquele mesmo
intercambista que, lá no início, -
14:37 - 14:40fez aquela palestra
na Universidade Federal -
14:40 - 14:43e me incentivou muito a fazer
essa viagem que eu fiz pra África. -
14:43 - 14:46E quando ela foi visitar o Pedro,
-
14:46 - 14:50o Pedro falou que tinha ido
numa conferência de energia elétrica, -
14:50 - 14:52conhecido o Illac pessoalmente
-
14:52 - 14:56e o Illac entregou uma bandeira
do Litro de Luz e falou assim: -
14:56 - 14:59"Pedro, quando você for ao Brasil
crie o projeto lá. -
14:59 - 15:03Os dois voltaram para o Brasil
com aquela sede de criar o projeto, -
15:03 - 15:05mas eles nunca tinham subido
num telhado na vida. -
15:05 - 15:08E eu tinha um currículo
de muitos telhados. -
15:08 - 15:10Assim que eu cheguei,
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15:10 - 15:15em questão de uma semana a gente já
estava com a nossa equipe formada, -
15:15 - 15:17começando a trabalhar juntos.
-
15:19 - 15:23A gente viu um potencial enorme
do Litro de Luz no Brasil. -
15:25 - 15:28Cerca de 2,7 milhões
de habitantes no Brasil -
15:28 - 15:30ainda não possuem acesso
à energia elétrica, -
15:30 - 15:32segundo o último Censo do IBGE.
-
15:32 - 15:35Sem falar de todos aqueles
que possuem acesso à energia elétrica, -
15:35 - 15:38mas que não têm capacidade
de arcar com ela. -
15:38 - 15:40Aí vocês podem me perguntar:
-
15:40 - 15:41"Tá, Vitor, mas peraí...
-
15:41 - 15:46você, o Pedro, a Alana e toda essa equipe
do Litro de Luz que você falou, -
15:46 - 15:48vocês pretendem, de alguma forma,
-
15:48 - 15:51subir em todos esse telhados no mundo,
espalhando a ideia?" -
15:51 - 15:52Não, a gente não tem essa pretensão.
-
15:52 - 15:55Nosso objetivo é inspirar, é motivar,
-
15:55 - 15:59ensinar lideranças locais
a espalharem essa ideia -
15:59 - 16:01dentro das suas próprias comunidades.
-
16:01 - 16:03Assim como espero, de alguma forma,
-
16:03 - 16:05fazer aqui com ao menos um de vocês.
-
16:05 - 16:09Afinal de contas
eu questiono, sinceramente, -
16:09 - 16:18quantas vezes, no dia a dia de vocês,
vocês se sentem incondicionalmente úteis? -
16:20 - 16:22Obrigado!
-
16:22 - 16:24(Aplausos)
- Title:
- Quantas Vezes Você Já se Sentiu Realmente Útil? | Vitor Belota | TEDxBlumenau
- Description:
-
Essa palestra é de um evento TEDx que usa o formato de conferência TED mas é organizado de forma independente por uma comunidade local. Para saber mais visite http://ted.com/tedx"
Quantas vezes você realmente se sentiu útil? Vitor fez essa pergunta ao realizar um trabalho voluntário em Nairóbi, no Quênia. Com uma maneira distinta de levar esperança às comunidades pobres das maiores favelas do mundo, Vitor entendeu o que realmente significa ajudar alguém.
Trabalhando oito horas por dia e obtendo a sua segunda graduação aos 24 anos de idade, Vitor decidiu que essa não era a vida que queria. Pediu demissão de seu emprego e ingressou em um programa de voluntariado na África. Seu emprego inicial era lecionar inglês e matemática, mas, quando chegou, Vitor percebeu que a ausência de eletricidade nas escolas prejudicava o processo de aprendizado das milhares de crianças. Tocado pela questão, ele desenvolveu, em conjunto com alguns amigos, o projeto "Liter of Light" (Litro de Luz, em inglês).
- Video Language:
- Portuguese, Brazilian
- Team:
- closed TED
- Project:
- TEDxTalks
- Duration:
- 16:34