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Explicação do problema de três corpos de Newton - Fabio Pacucci

  • 0:08 - 0:12
    Em 2009, dois pesquisadores
    realizaram um experimento simples.
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    Eles pegaram tudo que sabemos
    sobre o nosso sistema solar
  • 0:15 - 0:21
    e calcularam onde cada planeta
    estaria até 5 bilhões de anos no futuro.
  • 0:21 - 0:25
    Para isso, eles realizaram
    mais de 2 mil simulações numéricas
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    com as exatas mesmas condições iniciais,
    exceto por uma diferença:
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    a distância entre Mercúrio e o Sol,
    modificada por menos de um milímetro
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    de uma simulação para a próxima.
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    Surpreendentemente,
    em cerca de 1% das simulações,
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    a órbita de Mercúrio
    mudou tão drasticamente
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    que poderia mergulhar no Sol
    ou colidir com Vênus.
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    Pior ainda,
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    em uma simulação, isso desestabilizou
    todo o sistema solar interno.
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    Não foi um erro; a surpreendente
    variedade de resultados
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    revela que nosso sistema solar pode ser
    muito menos estável do que parece.
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    Astrofísicos se referem a essa espantosa
    propriedade dos sistemas gravitacionais
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    como o problema dos n-corpos.
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    Embora tenhamos equações
    que podem prever completamente
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    os movimentos de duas massas gravitantes,
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    nossas ferramentas analíticas
    são insuficientes
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    para descrever sistemas mais povoados.
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    Na verdade, é impossível escrever
    todos os termos de uma fórmula geral
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    capaz de descrever exatamente o movimento
    de três ou mais objetos gravitantes.
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    Por quê?
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    O problema está em quantas variáveis
    desconhecidas um sistema n-corpos contém.
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    Graças a Isaac Newton, nós podemos
    escrever um conjunto de equações
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    para descrever a força gravitacional
    agindo entre os corpos.
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    Mas, ao tentar encontrar uma solução geral
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    para as variáveis desconhecidas
    nessas equações,
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    nos deparamos com
    uma restrição matemática:
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    para cada incógnita,
    deve haver pelo menos uma equação
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    que a descreva independentemente.
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    Inicialmente, um sistema de dois corpos
    parece ter mais variáveis desconhecidas
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    para posição e velocidade
    do que equações de movimento.
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    No entando, há um truque:
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    considere a posição relativa
    e a velocidade dos dois corpos
  • 2:19 - 2:23
    em relação ao centro
    de gravidade do sistema.
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    Isso reduz o número de incógnitas
    e nos deixa com um sistema solucionável.
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    Com três ou mais objetos em órbita
    em cena, tudo fica mais confuso.
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    Mesmo com o mesmo truque matemático
    de considerar movimentos relativos,
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    ficamos com mais incógnitas
    do que equações que as descrevam.
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    Existem simplesmente muitas variáveis
    nesse sistema de equações
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    para ser resolvido em uma solução geral.
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    Mas o que significa
    objetos em nosso Universo
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    se movendo de acordo com equações
    de movimentos analiticamente insolúveis?
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    Num sistema de três estrelas,
    como Alfa Centauri,
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    uma pode colidir com a outra
    ou, mais provavelmente,
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    alguma pode ser arremessada fora de órbita
    após um período de aparente estabilidade.
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    Além de algumas configurações estáveis
    altamente improváveis,
  • 3:14 - 3:20
    quase todos os casos possíveis são
    imprevisíveis em longas escalas de tempo.
  • 3:21 - 3:25
    Cada uma tem uma gama astronomicamente
    grande de resultados potenciais,
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    dependendo das menores diferenças
    em posição e velocidade.
  • 3:30 - 3:34
    Esse comportamento é conhecido
    como caótico pelos físicos,
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    e é uma característica importante
    dos sistemas de n-corpos.
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    Esse sistema ainda é determinístico:
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    não há aleatoriedade nele.
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    Se vários sistemas começarem
    exatamente nas mesmas condições,
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    eles sempre alcançarão o mesmo resultado.
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    Mas dê um empurrãozinho no início,
    e tudo se torna imprevisível.
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    Isso é claramente relevante
    para missões espaciais humanas,
  • 3:57 - 4:02
    quando órbitas complicadas precisam
    ser calculadas com grande precisão.
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    Felizmente, os avanços contínuos
    em simulações computacionais
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    oferecem várias maneiras
    de evitar catástrofes.
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    Ao aproximar as soluções
    com processadores cada vez mais poderosos,
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    podemos prever o movimento dos sistemas
    de n-corpos com mais segurança
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    a longo prazo.
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    E se, em um grupo de três corpos,
    um corpo é tão leve
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    que não exerce força significativa
    sobre os outros dois,
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    o sistema se comporta,
    com boa aproximação,
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    como um sistema de dois corpos.
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    Essa abordagem é conhecida
    como "problema restrito de três corpos".
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    É extremamente útil
    para descrever, por exemplo,
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    um asteroide no campo
    gravitacional Terra-Sol,
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    ou um pequeno planeta no campo
    de um buraco negro e uma estrela.
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    Quanto ao nosso sistema solar,
    você ficará feliz em saber
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    que podemos ter uma confiança
    razoável em sua estabilidade
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    ao menos pelas próximas
    centenas de milhões de anos.
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    Todavia se outra estrela,
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    lançada de outro ponto na galáxia,
    estiver a caminho de nós,
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    então absolutamente tudo é possível.
Title:
Explicação do problema de três corpos de Newton - Fabio Pacucci
Speaker:
Fabio Pacucci
Description:

Veja a lição completa: https://ed.ted.com/lessons/newton-s-three-body-problem-explained-fabio-pacucci

Em 2009, pesquisadores realizaram um experimento simples. Eles reuniram tudo o que sabemos sobre nosso sistema solar e calcularam onde cada planeta estaria até 5 bilhões de anos no futuro. Eles executaram mais de 2 mil simulações, e a surpreendente variedade de resultados revelou que nosso sistema solar pode ser muito menos estável do que parece. Fabio Pacucci explora o problema dos n-corpos e o movimento de objetos gravitantes.

Lição de Fabio Pacucci, direção de Hype CG.

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Video Language:
English
Team:
closed TED
Project:
TED-Ed
Duration:
05:09

Portuguese, Brazilian subtitles

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