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    As vozes das pessoas que desejaram se manter no anonimato
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    Foram dubladas por atores
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    Submedia.tv apresenta
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    Um filme Pountinesurrection Tactical
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    Montreal, setembro de 2012
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    Caminhar por essa cidade não lhe dá indícios que apenas há alguns meses isso estava acontecendo
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    E isso...
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    Uma greve estudantil contrária ao aumento das mensalidades
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    abalou a cidade por mais de seis meses
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    Protestos e ações nas ruas se tornaram parte do dia
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    e da noite dessa metropólis canadense
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    Muitas vezes durante essa tumultuosa primavera
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    o número de manifestantes nas ruas superou a centena de milhares
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    Rotineiramente, a polícia agredia estudantes e seus aliados
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    e os prendiam as centenas
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    Alguns foram banidos de entrarem na cidade
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    Mas cada vez que os policiais atacavam, o movimento estudantil ficava maior
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    Havia rumores que o orçamento policial estava acabando
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    e muitos policiais estavam deixando suas funções devido a intensidade da situação
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    É muito difícil para eles estarem lá por muitas horas
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    e você deve manter o foco e estar certo de que é profissional
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    O primeiro ministro de Quebec decretou uma lei antiprotesto draconiana
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    que poderia impor multas enormes para indivíduos e associações estudantis
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    O prefeito de Montreal implorou para os cidadãos intervirem
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    e pediu aos estudantes que abandonassem as ruas e voltassem para escola
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    Mas todo dia a população se juntava aos grevistas nas ruas e a pressão não interrompia
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    então, foi convocada uma eleição
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    o Partido Quebequense, que apoia a soberania de Quebec, venceu
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    com uma promessa de congelar o aumento das mensalidades e revogar a lei antiprotesto
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    Para muitos do movimento estudantil isso foi a vitória que eles esperavam
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    e uma dessas foi obtida por meio de mobilizações pacificas de milhares
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    mas para os anarquistas isso não foi um triunfo
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    Eles estavam tentando tirar a pressão sobre o governo naquele momento
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    e tentando diminuir os protestos
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    mas a verdade é
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    que o capitalismo continua avançando
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    e a merda da sociedade capitalista que nós precisamos abolir continua aí
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    Essa é história sobre como a arrogância de um governo subestimado
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    um dedicado grupo de estudantes que através de uma longa organização
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    estruturaram uma das maiores demostrações de massa da história do Canadá
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    mas também é a história de como um grupo de anarquistas determinados
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    educaram uma nova geração de estudantes sobre a importância de tomar as ruas
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    Política das Ruas 101
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    Em Quebec, universidades e faculdades
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    possuem federações que representam os estudantes
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    quando lidam com a administração escolar ou o governo
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    das três maiores federações
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    a Asse se destaca por sua luta
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    em busca de educação gratuita para todos
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    e por sua afinidade com a política radical
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    especialmente uma vertente chamada Sindicalismo de Combate
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    ou Sindicalismo Combativo
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    Sindicalismo Combativo tem como premissa estabelecer uma luta forte
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    contra o Estado ou patrão por meio da ação direta
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    no lugar da negociação ou conciliação
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    em 2010, o primeiro ministro liberal de Quebec, Jean Charest
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    anunciou que ele iria aumentar as mensalidades em 325 dólares por ano a partir de 2012
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    o que levou as três maiores federações a proporem um indicativo de greve
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    mas também levou a Asse permitir a adesão para qualquer estudante
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    que quisesse levar a greve em prol da educação gratuita
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    essa nova encarnação da Asse ficou conhecida como Classe
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    (Reunião da Classe)
    A principal diferença entre a federação e a Classe
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    é que a Classe de fato entra em greve pela educação gratuita
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    (Antigo membro da Asse)
    então eles não querem o aumento de 75%
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    porque nós queremos educação gratuita. Enquanto a Federação vai defender
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    (Manifestação da Federação Quebense de Estudantes de Faculdade)
    o congelamento das mensalidades
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    os membros dentro da Federação estão pressionando a Federação
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    a se aproximar da Classe ou ao menos não traí-la
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    Lição 1: Ocupe
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    Charest ingnorou o ultimato
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    e a greve começou oficialmente em janeiro de 2012
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    Estudantes e apoiadores
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    começaram a prender quadrados vermelhos em suas roupas
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    um símbolo utilizado em outras greves estudantis
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    e isso se tornou um ato simples para qualquer um demostrar solidariedade aos estudantes
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    imediatamente a seguir da deliberação da greve
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    no Cégep du Vieux Montreal
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    os estudantes tentaram ocupar o prédio
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    Nós éramos milhares e milhares de pessoas dentro do Cégep
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    uma assembleia geral e discussão sobre a ocupação
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    (Estudante do Cégep du Vieux Montreal)
    nós decidimos fazer a ocupação talvez próximo
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    das seis ou sete horas
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    e mantivemos a ocupação até às 4 da manhã
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    (Estudante da Universidade de Quebem em Montreal)
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    para os estudantes em outros locais
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    foi muito importante poder tomar o espaço
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    e ocupar o espaço
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    porque era uma estrutura central para a greve
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    e é importante ter um espaço onde você pode se reunir
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    cozinhar e dormir
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    Essa então foi a primeira vez que a mídia
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    olhou para a greve
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    Dezenas de pessoas estavam sofrendo processos após um protesto noturno
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    e fizeram barricadas dentro do Cégep du Vieux Montreal
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    e então a polícia disse que alguns realizavam atos de vandalismo
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    câmeras de segurança foram tampadas e destruídas
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    e o prédio foi cercado
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    a ação policial foi violenta e contundente
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    atiraram granadas de luz
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    e os estudantes foram agredidos com cassetetes
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    (Manchete: Protestos violentos)
    (Estudante)
    Eles nos atacaram com cassetetes
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    O modo tradicional com o qual a polícia lida com ocupações
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    deu aos estudantes uma ideia da violência que viria
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    mas a ocupação também deu o tom para os próximos seis meses
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    que a greve seria combativa
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    e que se as universidades e os policiais não permitissem os estudantes
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    tomarem os prédios escolares
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    os estudantes tomariam as ruas
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    Lição 2: Cercos
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    Muitas pessoas
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    falam sobre greve como manifestações grevistas
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    na França são grève de manif ou
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    alguma coisa que acontece nas ruas
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    mais do que ocupações
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    ou algum tipo de
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    produção de teorias críticas ou o que quer que seja
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    existem muitas mobilizações todos os dias
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    manifestações diárias e cercos
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    e rompimento econômico
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    No dia 7 de março, os estudantes cercaram o prédio Québec Lottery
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    que sedia a Conferência de Reitores e Diretores das Universidades de Quebec
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    Neste momento você pode ver estudantes usando mascaras para cobrir seus rostos
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    e as massas parecem menos intimidades pelos cassetetes policias
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    A resposta policial foi dura
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    e uma granada explodiu na cara
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    (Articulador anarquista)
    de um dos estudantes que manifestava
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    o que marcou o imaginário de muitas pessoas
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    Essa foi a primeira vez para muitas e muitas pessoas
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    que viram o quão longe poderia ir
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    a repressão e o resultado das manifestações
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    então isso foi muito chocante
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    O estudante era Francis Grenier
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    e ele perdeu a visão de seu olho esquerdo
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    Noite do dia 7 de março
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    Naquela noite a fúria das ruas era palpável
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    e os estudantes clamavam por vingânça
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    as pessoas estão com mais raiva do que antes
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    outras pessoas como pais,
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    (Professor da Faculdade de Maisonneuve)
    idosos e jovens
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    vieram para apoiar os estudantes
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    e viram a brutalidade policial
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    Eu penso que os estudantes e outras organizações sociais
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    mobilizaram-se mais depois desses acontecimentos
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    o momento desse triste acontecimento não poderia ser pior para o polícia de Montreal
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    Isso ocorreu cerca de dez dias antes da manifestação do dia 15 de março
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    a Manifestação Internacional Contra a Violência Policial
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    o que criou um contexto no qual
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    outras peças do quebra-cabeça fez com que alguma coisa acontecesse
  • 9:01 - 9:05
    anarquistas organizavam essa manifestação nos últimos 16 anos
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    mas pela primeira vez houve uma participação massiva dos estudantes
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    Isto ocorreu em parte pelos membros do Classe que votaram a favor da manifestação
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    Essa também foi a primeira vez durante a greve estudantil
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    que outros temas se destacaram, não somente o aumento das mensalidades
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    Talvez pela primeira vez para a maioria das pessoas
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    perceberam que a violência policial não era um conceito abstrato
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    não era somente uma coisa contra a qual se manifestavam no dia 15 de março para fazer tumulto ou confusão
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    era um elemento constante que as pessoas tinham que lidar em suas vidas
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    principalmente os grupos mais vulneráveis e marginalizados têm que lidar com
  • 9:37 - 9:39
    a violência policial e repressão
  • 9:39 - 9:43
    o prefeito pediu aos estudantes para não se juntarem aos anarquistas naquele dia
  • 9:43 - 9:45
    mas o evento foi amplamente divulgado
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    e uma publicação chamada "Bloqueie, ocupe e contra-ataque" foi amplamente distribuida
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    a publicação foi praticamente um guia para as ações dos militantes e as ocupações
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    que incluía dicas de como cobrir o rosto, construir barricadas e segurança
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    No começo da greve
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    (Anarquista/Estudante universitário)
    nós vimos o uso de máscaras ir
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    de uma prática isolda
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    para algo normal para centenas de pessoas
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    o que ajudou a abrir espaço para o conflito
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    uma vez que as pessoas se sentiam seguras em reagir e lidar com isso
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    A explosão do uso de máscaras não foi uma mágica
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    começou com o uso constante por parte dos anarquistas
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    que explicavam o uso em panfletos e conversas
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    Foda-se a polícia!!!
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    Isso foi impressionante
    essas imagens de rebelião
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    que veio logo depois dessa
    provocação policial
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    isso meio que deu um novo tom
    para a greve estudantil
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    foi importante para mostrar que nós
    não nos deixaríamos abater pela polícia
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    e fazer o que eles queriam conosco
  • 10:49 - 10:52
    e que nós estaríamos juntos
    e atacaríamos de volta
  • 10:53 - 10:57
    Lição 3: Ataque!
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    Uma semana depois, aconteceu uma das
    maiores manifestações da história de Quebec
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    Mais de 200.000 pessoas encheram as ruas da cidade
  • 11:17 - 11:21
    mas nem mesmo essa impressionante
    manifestação teve o efeito esperado
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    Então, esse foi o ponto de virada para muitas pessoas
    dentro do movimento estudantil e de fora
  • 11:26 - 11:28
    (Antigo membro do Assé)
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    Bem, se queremos que o governo recue,
    nós precisamos mais
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    esse "mais" veio das Ações de Manifestação
  • 11:37 - 11:40
    uma campanha de transtorno econômico
    apoiado pela CLASSE
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    Elas aconteciam normalmente em vários locais
  • 11:50 - 11:54
    (Agitador anarquista)
    o verdadeiro conteúdo do plano de Ações de Manifestação
  • 11:54 - 11:56
    deveria ser mantido em segredo
  • 11:56 - 12:00
    teria um panfleto circulando
    dizendo algo, normalmente, engraçado
  • 12:00 - 12:03
    que poderia ser como uma imagem engraçada
    uma ação de manifestação, o local e a hora
  • 12:03 - 12:06
    e as pessoas deveria aparecer, sem que todas
    soubessem necessariamente o que ia acontecer
  • 12:06 - 12:12
    então elas iriam ao alvo de braços cruzados
    formando barreiras humanas
  • 12:12 - 12:16
    ou outros tipos de bloqueios ou barricadas
    nos arranha-céus
  • 12:16 - 12:19
    ou indo até uma ponte ou o que você tiver
  • 12:20 - 12:24
    a imprevisibilidade e o funcionamento implacável
    dessa tática dominou a polícia
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    e frustou o prefeito e o primeiro ministro
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    as três semanas seguintes assistiram a
    dezenas de ações autônomas
  • 12:29 - 12:31
    de bloqueios de pontes e portos
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    até a destruição de propriedades
    de corporações
  • 12:33 - 12:35
    e ataques à infraestrutura policial
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    grupos com membros da CLASSE encorajaram
    estudantes a usarem máscaras e se manter anônimos
  • 12:39 - 12:43
    neste momento estava claro que a linha do medo
    tinha sido cruzada
  • 12:43 - 12:46
    e o movimento estudantil tomara
    as ruas de Montreal
  • 12:46 - 12:51
    qualquer dúvida sobre isso foi abandonada
    em 20 de abril, na feira de emprego Plan Nord
  • 12:54 - 12:58
    Lição 4: Bata de volta
  • 13:14 - 13:19
    Os estudantes não temiam manter sua posição
  • 13:19 - 13:23
    não temiam contra-atacar e sabiam que
    eram legítimos
  • 13:23 - 13:24
    eles sabiam que estavam certos
  • 13:24 - 13:27
    (agitador anarquista)
    eles sabiam que eram legítimos e sabiam que
  • 13:27 - 13:30
    policiais os atacando, atirando spray de pimenta
    e agredindo não era legítimo
  • 13:30 - 13:36
    então eles perderam todo medo
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    o que foi incrível de se ver
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    Eu estava muito inspirado
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    É normal ter medo
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    Você está colocando sua vida em risco
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    (Estudante da UQAM)
    mas as pessoas estavam mais atentas
  • 13:49 - 13:55
    e muito mais conscientes das táticas policiais
    e práticas repressivas
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    Nós queremos viver em uma sociedade onde
    nós nos respeitamos
  • 13:59 - 14:02
    Nós respeitamos suas leis e
    respeitamos a democracia
  • 14:02 - 14:06
    Como primeiro ministro de Quebec, eu
    acredito em nossos programas sociais
  • 14:06 - 14:08
    Eu acredito em nosso programa de saúde
  • 14:08 - 14:10
    Eu acredito em nosso sistema educacional
  • 14:10 - 14:15
    Porque eu acredito em tudo isso, eu também
    acredito que precisamos de uma economia
  • 14:15 - 14:18
    capaz de suportar nosso sistema de saúde,
    nosso sistema educacional
  • 14:18 - 14:22
    Por isso, o Plan Nord, como um programa
    que vai criar riquezas,
  • 14:22 - 14:26
    é tão importante para o futuro dos nossos
    programas sociais
  • 14:26 - 14:31
    O Plan Nord também foi um tipo
    de ponto de virada na greve
  • 14:31 - 14:37
    porque havia pessoas se organizando contra
    a feira do Plan Nord
  • 14:37 - 14:39
    e contra o Plan Nord em geral
  • 14:39 - 14:42
    há meses ou anos
  • 14:42 - 14:46
    Isso era uma feira de empregos.
    As pessoas eram convidadas a trazer seus CVs
  • 14:46 - 14:48
    e tentar achar empregadores
  • 14:48 - 14:51
    era algo grande entorno daquilo
  • 14:51 - 14:57
    e no topo de tudo isso Charest e os liberais
    fizeram um grande evento de relações públicas
  • 14:57 - 15:01
    para a comunidade empresarial de Montreal
  • 15:01 - 15:03
    para promover o Plan Nord
  • 15:04 - 15:09
    Plan Nord é um plano criado pelo
    governo liberal de Quebec
  • 15:09 - 15:10
    para remover a população indígena
    do norte da província
  • 15:10 - 15:14
    e abrir suas terras para a exploração de
    minas, madeira e hidroelétricas
  • 15:14 - 15:17
    os anarquistas estavam preocupados com
    o Plan Nord há um tempo
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    mas a greve providenciou o impulso necessário
  • 15:19 - 15:23
    para dar destaque ao projeto de
    destruição ecológica
  • 15:24 - 15:29
    o fato de que o primeiro ministro iria participar
    chamou a atenção do movimento estudantil
  • 15:29 - 15:34
    e a CLASSE planejou uma marcha naquele dia,
    assim como anarquistas e indígenas
  • 15:34 - 15:38
    a manifestação da CLASSE era enorme o suficiente
    para vencer a segurança no centro de convenções
  • 16:01 - 16:06
    de dentro da feira de empregos, o primeiro ministro
    fez piadas dos manifestantes
  • 16:06 - 16:08
    (Ex-Primeiro Ministro de Quebec)
  • 16:08 - 16:17
    A feira de empregos do Plan Nord já é tão popular
    que pessoas de todos os lugares estão vindo
  • 16:17 - 16:21
    o Plan Nord representa a chance para quem
    está a procura de trabalho
  • 16:21 - 16:24
    e aqueles que baterem em nossa porta essa manhã
  • 16:24 - 16:30
    nós poderemos oferecer um trabalho no norte,
    o mais ao norte possível
  • 16:33 - 16:35
    E no momento
  • 16:35 - 16:38
    (Estudante do Cégep de Vieux Montreal)
    em que a notícia chegou até nós
  • 16:38 - 16:41
    as pessoas começaram a dizer: "Ele está rindo de nós"
  • 16:42 - 16:49
    então pelas próximas três ou quatro horas
    nas ruas perto do Palais de Congrés
  • 16:49 - 16:52
    você sabe, quase como que em uma guerrilha urbana,
    as pessoas contra-atacaram
  • 16:52 - 16:54
    e algumas vezes os policiais
    foram obrigados a recuar
  • 16:55 - 17:00
    O que foi interessante sobre aquele dia
    é que simplesmente não tinha policiais suficientes
  • 17:00 - 17:03
    para reprimir os manifestantes
  • 17:03 - 17:07
    Merda!
  • 17:11 - 17:13
    Em geral, as pessoas nas ruas
  • 17:13 - 17:16
    Estavam realmente lindas
  • 17:16 - 17:17
    Eram barricadas
  • 17:17 - 17:20
    Todos se ajudando
  • 17:20 - 17:22
    Muitas pessoas pensaram
  • 17:22 - 17:26
    Que era fácil atacar a Polícia
  • 17:26 - 17:30
    Quando você está em um grande número
  • 17:30 - 17:34
    Mas também era divertido
  • 17:34 - 17:36
    Jogo essa merda na tua cara quando te vejo
  • 17:36 - 17:38
    Porque tenho algo a dizer
  • 17:38 - 17:43
    Eu nasci livre, nasci livre
  • 17:43 - 17:49
    Eu nasci livre, nasci livre
  • 17:49 - 17:54
    Nasci livre, nasci livre
  • 17:54 - 17:57
    Ainda que o foco dos estudantes fosse
  • 17:57 - 17:59
    envergonhar o Primeiro Ministro, os
  • 17:59 - 18:02
    pontos colocados por indígenas e anarcos
  • 18:02 - 18:04
    não podiam ser ignoradas pelo movimento.
  • 18:09 - 18:12
    Lição 5: use a cobertura da noite
  • 18:17 - 18:18
    Em 22 de abril,
  • 18:18 - 18:19
    A marcha estudantil mensal
  • 18:19 - 18:21
    Se juntou ao rali do Dia da Terra
  • 18:21 - 18:23
    E quebrou o recorde de presença anterior.
  • 18:23 - 18:26
    Agora, o sentido do movimento
  • 18:26 - 18:28
    Não era somente protestar contra as mensalidades.
  • 18:28 - 18:29
    Era inequívoco
  • 18:29 - 18:30
    e estava claro
  • 18:30 - 18:32
    que o movimento tinha evoluído
  • 18:32 - 18:33
    para uma revolta anti-capital.
  • 18:34 - 18:36
    Dessa greve estudantil,
  • 18:36 - 18:38
    as demandas dos estudantes,
  • 18:38 - 18:41
    tornaram-se mais uma crise social
  • 18:41 - 18:44
    aonde todas essas questões começaram se alimentar
  • 18:44 - 18:45
    e a se agarrar umas às outras.
  • 18:45 - 18:49
    Todas essas questões estão interligadas e interdependentes.
  • 18:58 - 19:00
    Uma onda de demonstrações noturnas se seguiram,
  • 19:00 - 19:03
    nas quais, certas vezes, milhares apareceriam
  • 19:03 - 19:05
    frustrando os policiais.
  • 19:05 - 19:07
    Por uns dois meses,
  • 19:07 - 19:07
    Tranquilamente
  • 19:08 - 19:10
    todos os dias estavam centrados na greve estudantil
  • 19:10 - 19:12
    e as pessoas conversavam sobre
  • 19:12 - 19:13
    como iríamos nos organizar para a demonstração noturna
  • 19:13 - 19:15
    se iríamos na manifestação da manhã
  • 19:15 - 19:18
    se precisávamos ir no Palácio da Justiça, pois nossos amigos estavam presos
  • 19:18 - 19:21
    nossa vida estava totalmente centrada na greve.
  • 19:52 - 19:53
    Por volta dessa época, anarquistas
  • 19:53 - 19:54
    Estavam promovendo
  • 19:54 - 19:55
    O próximo May Day Action
  • 19:56 - 19:59
    O may day anticapitalista tem sido cada
  • 19:59 - 20:01
    vez mais visível
  • 20:01 - 20:03
    e cada vez mais militante nos últimos anos
  • 20:03 - 20:05
    Houve um chamado anarquista
  • 20:05 - 20:07
    que, de acordo com os fatos,
  • 20:07 - 20:10
    pedia às pessoas que viessem, se vestissem de preto
  • 20:10 - 20:12
    e se preparassem para o confronto.
  • 20:12 - 20:15
    Ok, por que você tá rindo?
  • 20:16 - 20:19
    Eu nunca tinha visto um Black Block assim
  • 20:19 - 20:22
    Nós éramos entre 300 a 400 pessoas
  • 20:22 - 20:24
    Vestidas de preto como um Black Block
  • 20:24 - 20:27
    Esse é o maior Black Block que eu já vi em Montreal
  • 20:27 - 20:28
    Isso é certo.
  • 20:42 - 20:44
    É algo que devemos esperar que ocorra durante a greve estudantil
  • 20:44 - 20:45
    É algo necessário
  • 20:45 - 20:46
    Se você quer lutar
  • 20:46 - 20:47
    Entende?
  • 21:02 - 21:04
    Enquanto esses protestos noturnos
  • 21:04 - 21:05
    e protestos relâmpagos
  • 21:05 - 21:08
    Continuaram a envergonhar o governo de Jean Charest
  • 21:08 - 21:11
    eles recebem atenção da mídia internacional
  • 21:11 - 21:13
    e não há qlqr sinal de que vão diminuir
  • 21:14 - 21:14
    Peter
  • 21:15 - 21:16
    Certo, Dane, muito obrigado
  • 21:17 - 21:24
    Penso que as pessoas chegarão a conclusão de que é hora de acabar com isso e voltar às aulas.
  • 21:29 - 21:31
    Lição 6: manter a pressão
  • 21:37 - 21:41
    Agora, os anarquistas tinham normalizado o uso de táticas de rua militantes
  • 21:41 - 21:42
    como o Black Block,
  • 21:42 - 21:46
    o que se mostraria útil alguns dias depois em Victoriaville
  • 21:46 - 21:49
    Uma pequena cidade a 2h de distância de Montreal,
  • 21:49 - 21:52
    onde iria ocorrer o encontro anual entre Charest e o partido liberal.
  • 21:53 - 21:57
    Esse congresso liberal deveria ocorrer em Montreal
  • 21:57 - 21:59
    mas como a tensão estava muito alta,
  • 21:59 - 22:02
    o congresso foi transferido para Victoriaville
  • 22:03 - 22:06
    Ônibus cheios de estudantes e apoiadores viajaram até a área
  • 22:06 - 22:09
    com a clara intenção de confrontar os liberais.
  • 22:09 - 22:12
    Dessa vez, a segurança seria fornecida pela Polícia Provincial
  • 22:13 - 22:15
    Também conhecida como SQ.
  • 22:15 - 22:16
    Os SQ, na verdade,
  • 22:16 - 22:18
    eles se vestem como soldados soviéticos
  • 22:18 - 22:22
    se vestem como um exército verde quando estão em formação de choque
  • 22:22 - 22:26
    Eles foram equipados desde os anos 70s
  • 22:27 - 22:32
    meio que com a ideia de que um dia se tornarão as Forças Armadas de um Quebec independente
  • 22:33 - 22:34
    e eles possuem uma
  • 22:34 - 22:38
    vibe muito mais paramilitar do que os outros policiais
  • 22:39 - 22:42
    Os SQ estavam protegendo o hotel com uma grade de merda
  • 22:43 - 22:45
    A barreira foi rompida rapidamente e uma batalha se seguiu
  • 22:46 - 22:48
    Eu fiquei muito assustada
  • 22:48 - 22:54
    Porque pensei que a diferença entre balas de borracha e verdadeira não é tão grande
  • 22:54 - 22:58
    A quantidade de lacrimogêneo que foi lançado no ar era exorbitante
  • 22:58 - 23:04
    Muito do gás acabou entrando no hotel, fazendo as pessoas na convenção chorarem
  • 23:17 - 23:19
    Nese estacionamento, tinham muitas pedras
  • 23:19 - 23:21
    Pedras pra todo lado
  • 23:21 - 23:22
    E as pessoas estavam dispersas
  • 23:22 - 23:23
    Coletando pedras,
  • 23:23 - 23:24
    tentando arremessa-las
  • 23:24 - 23:25
    mas não era consistente.
  • 23:25 - 23:29
    Mas tinham muitas pedras e a Polícia tava atirando balas de borracha na multidão
  • 23:29 - 23:36
    As pessoas na multidão jogando pedras na Polícia
  • 23:36 - 23:42
    (Gritos continuam)
  • 23:57 - 24:02
    (Gritos continuam)
  • 24:11 - 24:12
    Lição 7: generalizar a revolta.
  • 24:17 - 24:21
    Alguns dias depois, as negociações entre o governo e as federações estudantis racharam novamente
  • 24:22 - 24:24
    Desesperado para reconquistar o controle da cidade
  • 24:24 - 24:29
    Charest passou uma legislação autoritária feita para acabar a greve
  • 24:29 - 24:32
    A lei especial proibia demonstrações de ocorrerem
  • 24:32 - 24:34
    dentro de uma certa distância das universidades
  • 24:34 - 24:37
    e também impôs multas severas a indivíduos em grupos
  • 24:37 - 24:39
    que organizassem tais demonstrações
  • 24:39 - 24:45
    Alem disso, exigia que os organizadores pedissem aprovação para demonstrações de 50 ou mais pesssoas
  • 24:45 - 24:50
    Então as pessoas sentiram que, em poucos dias, seu direito poderia ser roubado
  • 24:50 - 24:57
    Então muitas pessoas que talvez só viram a greve nas notícias
  • 24:57 - 25:00
    Todas essas pessoas pensando "então não temos mais direito de reclamar"
  • 25:00 - 25:01
    "não podemos nem mesmo recusar"
  • 25:02 - 25:04
    A lei entrou em vigor em 18 de maio,
  • 25:04 - 25:07
    no mesmo final de semana da feira do livro anarquista de Montreal
  • 25:07 - 25:11
    um dos maiores encontros anarquistas na América do Norte
  • 25:11 - 25:15
    Na noite do 18 de maio e pela 25a noite consecutiva
  • 25:15 - 25:21
    Milhares de jovens em rebelião invadem as ruas da cidade em desafio à lei especial
  • 25:21 - 25:26
    A lei que supostamente deveria acalmar a insurreição estudantil teve o efeito oposto
  • 25:26 - 25:31
    Também fez o movimento evoluir de um movimento estudantil para um que envolveu a sociedade em geral
  • 25:31 - 25:34
    Dois dias depois, as pessoas estão batendo panelas nas suas portas
  • 25:34 - 25:37
    Em todas as esquinas nas ruas às 8pm
  • 25:37 - 25:39
    Começava assim todos os dias
  • 25:39 - 25:40
    E no terceiro dia
  • 25:41 - 25:42
    As pessoas começaram tomar as ruas
  • 25:42 - 25:45
    Alguns policiais tentaram parar as pessoas, mas não conseguiram
  • 25:45 - 25:48
    E não dá pra ter tropas de choque em todo lugar da cidade
  • 25:48 - 25:50
    Pequenos grupos de centenas de pessoas aqui
  • 25:50 - 25:51
    outras centenas de pessoas ali
  • 25:52 - 25:53
    e todos começaram a marchar
  • 25:53 - 25:56
    Então dava pra ver pessoas descendo suas escadas correndo
  • 25:56 - 25:58
    com panelas nas mãos
  • 25:58 - 25:59
    correndo em direção a demonstração,
  • 25:59 - 26:02
    que ficava cada vez maior.
  • 26:12 - 26:19
    As demonstrações de panelas abriu espaço para assembleias de bairro—algumas das quais eram explicitamente anti-capitalista
  • 26:19 - 26:22
    E ainda que essas demonstrações pacíficas generalizaram a greve para a cidade toda
  • 26:22 - 26:24
    As demonstrações noturnas continuaram
  • 26:25 - 26:25
    22 de maio
  • 26:26 - 26:30
    Por volta de 400 mil pessoas na demonstração mensal de aniversário
  • 26:30 - 26:32
    Um indício do apoio popular
  • 26:32 - 26:34
    Que os estudantes desfrutavam
  • 26:34 - 26:36
    Creio que caiu a ficha pra muita gente
  • 26:36 - 26:38
    de que o buraco era mais embaixo
  • 26:38 - 26:44
    e que a aprovação dessa lei era uma forma de reprimir a solidariedade
  • 26:44 - 26:46
    Mas o que aconteceu de fato foi o oposto
  • 26:49 - 26:50
    Lição 8: atacar seus símbolos
  • 26:56 - 26:58
    Em junho, o grupo anticapitalista CLAC
  • 26:58 - 27:01
    fez um chamado para uma escalada na ruptura social
  • 27:01 - 27:07
    O Grand Prix é o círco da Fórmula 1 que ocorre todo ano em Montreal
  • 27:07 - 27:09
    É um circo capitalista
  • 27:09 - 27:10
    É um circo misógino
  • 27:10 - 27:11
    Houve um chamado
  • 27:12 - 27:14
    Basicamente um chamado pela Convergence des lutes anticapitalistes
  • 27:14 - 27:17
    Convergence de lutas anticapitalistas em Montreal
  • 27:17 - 27:18
    Para barrar o Grand Prix
  • 27:18 - 27:21
    uma base horizontal descentralizada
  • 27:21 - 27:24
    Os estudantes e apoiadores aceitaram o chamado da CLAC
  • 27:24 - 27:25
    E a ameaça de interferência baixou número de vendas nos ingressos do Grand Prix
  • 27:27 - 27:30
    Milhares, muitos inclusive pelados,
  • 27:30 - 27:32
    Marcharam na véspera do evento de corrida
  • 27:32 - 27:34
    enquanto outros confrontaram a segurança e a Polícia
  • 27:34 - 27:36
    Perturbando as festas de rua pré-corrida
  • 27:52 - 27:53
    Lição 9: nunca confiar em políticos
  • 27:57 - 27:59
    Algumas semanas depois e sob tremenda pressão
  • 27:59 - 28:01
    Charest convocou uma eleição
  • 28:01 - 28:04
    Esse anúncio teve um impacto considerável na greve
  • 28:04 - 28:07
    Visto que os mais moderados no movimento estudantil
  • 28:07 - 28:12
    Viu nisso uma chance de eleger um candidato que congelasse o aumento de mensalidade
  • 28:12 - 28:16
    Em agosto muitas associações estudantis votaram pelo fim da greve e pela volta às aulas
  • 28:16 - 28:19
    Isso foi seguido pela vitória eleitoral de Pauline Marois
  • 28:19 - 28:21
    do Partido Quebequense
  • 28:21 - 28:24
    Uma política que frequentemente apoiou o quadrado vermelho
  • 28:24 - 28:26
    Participou das demonstrações de panela
  • 28:26 - 28:28
    E prometeu acabar com o aumento de mensalidade
  • 28:28 - 28:30
    e com a repressão do movimento estudantil
  • 28:30 - 28:33
    No entanto, na primavera de 2013
  • 28:33 - 28:38
    O governo recém eleito anunciou que iria aumentar as mensalidades em 3% a cada ano
  • 28:38 - 28:43
    A raiva causada por essa traição fez os estudantes voltarem às ruas
  • 28:43 - 28:47
    para acabarem sendo reprimidos ainda mais viciosamente do que no último ano
  • 28:47 - 28:50
    Mas muitos estudantes ainda não desistiram da luta pela educação gratuita
  • 28:50 - 28:52
    e continuaram a apoiar a ASSE
  • 28:52 - 28:57
    Para alguns anarquistas, porém, o avanço e propagação das suas políticas de rua foi uma vitória em si
  • 28:57 - 29:05
    e mais um passo em direção a construção de um movimento capaz de destruir Estado e abolir o capitalismo
  • 29:10 - 29:14
    Esse filme não seria possível sem os esforços de muitos cinegrafistas e colaboradores que documentaram essa revolta social
  • 29:28 - 29:32
    Quando eles cortam programas sociais
  • 29:32 - 29:35
    Pedindo que os pobres trabalhem mais
  • 29:35 - 29:38
    Para o rico pagar menos imposto
  • 29:38 - 29:41
    Nós nos aglomeramos nos escritórios
  • 29:41 - 29:47
    Cantamos belos slogans, somos legais e fofos
  • 29:47 - 29:50
    E ainda assim continuamos pacifistas!
  • 29:50 - 29:56
    E ainda assim continuamos pacifistas!
  • 29:56 - 30:00
    Quando eles nos pedem gentilmente para ir embora
  • 30:00 - 30:03
    Eles contratam uns porcos para nos bater um pouco
  • 30:03 - 30:05
    para que a situação não piore.
  • 30:05 - 30:07
    Eles sussuram um aviso de despejo
  • 30:07 - 30:09
    Suavemente em nossas orelhas
  • 30:09 - 30:12
    E Polícia responde ao chamado
  • 30:12 - 30:14
    para fazer seu trabalho com paixão
  • 30:14 - 30:18
    E ainda assim continuamos pacifistas!
  • 30:18 - 30:24
    E ainda assim continuamos pacifistas!
  • 30:24 - 30:26
    Quando a tropa de choque chega
  • 30:26 - 30:29
    para nos proteger do mal
  • 30:29 - 30:31
    Eles batem seus escudos
  • 30:31 - 30:33
    não gostam muito de nossos slogans
  • 30:33 - 30:35
    Nós nos ajoelhamos
  • 30:35 - 30:37
    A mídia vai tirar fotos
  • 30:37 - 30:40
    E então nós fazemos cartazes de paz
  • 30:40 - 30:42
    Somos rebeldes e não somos legais
  • 30:42 - 30:46
    E ainda assim continuamos pacifistas!
  • 30:46 - 30:51
    E ainda assim continuamos pacifistas!
  • 30:51 - 30:54
    Já que fizemos cartazes de paz,
  • 30:54 - 30:56
    eles nos dão sprays de pimenta
  • 30:56 - 30:59
    Somos divertidos e somos festivos
  • 30:59 - 31:00
    Entre cidadão e cidadão
  • 31:00 - 31:02
    E eles espancam ativistas
  • 31:02 - 31:05
    E fodem com eles até sangrarem
  • 31:05 - 31:07
    Eles prendem arbitrariamente
  • 31:07 - 31:10
    para passar uns seus três dias
  • 31:10 - 31:11
    na cadeia.
  • 31:11 - 31:15
    E ainda assim continuamos pacifistas!
  • 31:15 - 31:21
    E ainda assim continuamos pacifistas!
  • 31:21 - 31:23
    Eles atiram bombas flash
  • 31:23 - 31:25
    que explodem em nossas caras
  • 31:25 - 31:27
    Os membros de nossos amigos são espancados
  • 31:27 - 31:32
    Alguns até perdem a visão
  • 31:32 - 31:36
    Nós não perturbamos nada! Continuamos pacifistas!
  • 31:36 - 31:41
    Nós não quebramos nada! Não podemos ferir a opinião pública!
  • 31:41 - 31:45
    Nós não perturbamos nada! Continuamos pacifistas!
  • 31:45 - 31:50
    Nós não quebramos nada! Não podemos ferir a opinião pública!
  • 31:50 - 31:51
    Quando eles atiram nos estudantes das CEGEPs
  • 31:53 - 31:55
    Que são um tanto quanto idealistas demais
  • 31:55 - 31:58
    É melhor não falarmos nada
  • 31:58 - 32:00
    Quando chega a hora de reagir
  • 32:00 - 32:07
    Mas eles continuam sendo malditos policiais!
  • 32:07 - 32:10
    Em serviço dos ricos e fascistas!
  • 32:10 - 32:16
    Mas eles continuam sendo malditos policiais!
  • 32:16 - 32:20
    Em serviço dos ricos e fascistas!
  • 32:20 - 32:25
    Não sao os pacifistas que vão mudar a história!
  • 32:25 - 32:29
    Nós jogamos pedras e queimamos seus carros!
  • 33:06 - 33:10
    Não queremos uma universidade gratuita, queremos uma sociedade livre!
  • 33:10 - 33:18
    Universidade gratuita numa sociedade capitalista é como uma sala de leitura numa prisão!
Title:
Video Language:
English
Duration:
33:39

Portuguese, Brazilian subtitles

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