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Espantosas esculturas no palco que combinam música e tecnologia

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    Estas são sequências de uma peça chamada
    "The Lehman Trilogy",
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    que descreve as origens
    do capitalismo ocidental
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    em três horas,
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    com três atores e um piano.
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    O meu papel foi criar um cenário
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    para escrever uma linguagem visual
    para esta obra.
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    A peça descreve
    as travessias do Atlântico,
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    os campos de algodão do Alabama,
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    os panoramas urbanos de Nova Iorque,
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    e nós enquadrámos tudo
    neste único cubo giratório,
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    uma espécie de cinema cinético
    através dos séculos.
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    É como um instrumento musical
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    tocado por três intérpretes.
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    À medida que eles andam
    em torno e através das vidas
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    dos irmãos Lehman,
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    nós, a audiência,
  • 0:59 - 1:03
    começamos a ter uma ligação
    com as origens humanas simples
  • 1:03 - 1:08
    na base dos complexos
    sistemas financeiros globais
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    de que somos cativos até hoje.
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    Eu costumava tocar instrumentos musicais
    quando era mais nova.
  • 1:16 - 1:18
    O meu preferido era o violino.
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    Era uma transferência íntima de energia.
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    Pegava nesta escultura orgânica
    junto ao coração,
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    e transferia toda a energia do corpo
  • 1:29 - 1:34
    para esta pequena peça de madeira,
    e ouvia a transformação em música.
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    Nunca fui muito boa a tocar violino,
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    mas costumava sentar-me
    ao fundo da segunda secção de violino
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    da Orquestra Jovem de Hastings,
    a arranhar as cordas.
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    Estávamos todos a arranhar...
  • 1:50 - 1:54
    e a maravilhar-nos
    com o som sinfónico que fazíamos,
  • 1:54 - 1:56
    muito mais belo e poderoso
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    do que qualquer outra coisa
    que fizéssemos sozinhos.
  • 2:00 - 2:04
    Agora, ao criar "performances"
    em larga escala,
  • 2:05 - 2:06
    trabalho sempre com equipas
  • 2:06 - 2:10
    que tenham, pelo menos, a dimensão
    de uma orquestra sinfónica.
  • 2:10 - 2:12
    E mesmo criando
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    enormes túneis do tempo
    com a forma de peças de xadrez giratórias
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    para uma ópera de Richard Wagner
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    ou tanques de tubarões
    e montanhas para Kanye West,
  • 2:23 - 2:28
    o objetivo é criar
    a escultura mais articulada,
  • 2:28 - 2:32
    o instrumento mais poético
    de comunicação com a audiência.
  • 2:33 - 2:34
    Ao dizer "poético",
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    apenas quero dizer a linguagem
    na sua forma mais densa,
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    como a letra de uma canção,
  • 2:41 - 2:45
    um quebra-cabeças poético
    para desbloquear e desembrulhar.
  • 2:45 - 2:49
    Quando estávamos prontos para desenhar
    a digressão "Formation" da Beyoncé,
  • 2:49 - 2:52
    olhámos para todas as letras,
  • 2:53 - 2:56
    e deparámo-nos com um poema
    que a Beyoncé escreveu.
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    "Eu vi um pregador de TV
  • 2:59 - 3:02
    "quando me senti assustada,
    aos 4 ou 5 anos, por causa de pesadelos,
  • 3:02 - 3:06
    "que prometia fazer uma oração
    se eu pusesse a minha mão na TV.
  • 3:06 - 3:09
    "Essa é a primeira recordação da oração,
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    "como uma corrente elétrica
    a atravessar-me."
  • 3:12 - 3:16
    E esta TV que transmitiu a oração
    à Beyoncé na infância,
  • 3:16 - 3:19
    tornou-se esta escultura
    monolítica giratória
  • 3:19 - 3:23
    que transmite a Beyoncé
    para o fundo do estádio.
  • 3:24 - 3:27
    O estádio é uma congregação de massas,
  • 3:29 - 3:32
    é uma população temporária
    de cem mil pessoas
  • 3:32 - 3:36
    que vieram todas aqui
    para cantar juntos cada palavra,
  • 3:36 - 3:41
    mas também vieram aqui
    cada um em busca de intimidade
  • 3:41 - 3:43
    a sós com a artista.
  • 3:43 - 3:45
    E nós, à medida
    que concebemos o espetáculo,
  • 3:45 - 3:48
    temos de providenciar intimidade
    a uma escala grandiosa.
  • 3:49 - 3:51
    Normalmente começa com esboços.
  • 3:51 - 3:56
    Eu estava a desenhar este retrato
    giratório de 18 m de altura da artista,
  • 3:56 - 3:58
    para transmissão de qualidade,
  • 3:59 - 4:01
    e depois, rasguei o papel ao meio.
  • 4:02 - 4:03
    Dividi a máscara
  • 4:03 - 4:07
    para tentar aceder ao ser humano
    por baixo de tudo aquilo.
  • 4:08 - 4:12
    Uma coisa é fazer esboços,
    mas, para traduzir um esboço
  • 4:12 - 4:15
    para um edifício de seis andares
    giratório, para a digressão,
  • 4:15 - 4:18
    foram precisos engenheiros excecionais
    a trabalhar noite e dia
  • 4:18 - 4:20
    durante três meses,
  • 4:20 - 4:23
    até finalmente chegarmos a Miami
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    e abrirmos o espetáculo
    em abril de 2016.
  • 4:26 - 4:28
    (Vídeo: Vivas)
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    (Música: "Formation", Beyoncé)
  • 4:34 - 4:38
    Beyoncé: Todos vocês, pirosos odiadores,
    com esses disparates dos 'Illuminati'
  • 4:38 - 4:42
    "Paparazzi",
    tirem fotos do meu estilo e atitude,
  • 4:42 - 4:46
    Sou tão brasa e negligente
    no meu vestido Givenchy
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    Sou tão possessiva que uso
    os colares Roc dele
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    O papá é do Alabama
  • 4:52 - 4:54
    A mamã é do Louisiana
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    Mistura-se o negro com o crioulo
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    faz-se uma texana provinciana.
  • 4:58 - 5:00
    (Fim da música)
  • 5:00 - 5:02
    Eu chamo ao meu trabalho...
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    (Vivas, aplausos)
  • 5:03 - 5:04
    Obrigada.
  • 5:04 - 5:06
    (Vivas e aplausos)
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    Chamo ao meu trabalho
    escultura de palco,
  • 5:10 - 5:14
    mas claro que o que realmente está a ser
    esculpido é a experiência da audiência,
  • 5:14 - 5:16
    e, como diretores e "designers",
  • 5:16 - 5:18
    temos de assumir a responsabilidade
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    por cada minuto
    que a audiência passa connosco.
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    Somos um pouco como pilotos
  • 5:23 - 5:28
    navegando um percurso de voo
    para cem mil passageiros.
  • 5:28 - 5:32
    E no caso do artista canadiano
    The Weeknd,
  • 5:32 - 5:35
    traduzimos este percurso de voo
    literalmente
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    num aeroplano de papel
    em dobragem 'origami'
  • 5:39 - 5:42
    que levantou voo por cima da audiência,
  • 5:42 - 5:44
    partiu-se a meio do voo,
    complicações,
  • 5:44 - 5:47
    e depois ergueu-se das cinzas, restaurado,
  • 5:48 - 5:49
    no final do espetáculo.
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    E como qualquer voo,
  • 5:52 - 5:55
    a parte mais delicada
    é a descolagem, o início,
  • 5:55 - 5:58
    porque, quando se desenha um concerto Pop,
  • 5:58 - 6:00
    a matéria-prima com que trabalhamos
  • 6:00 - 6:05
    é algo que não precisa de camiões
    ou de pessoal para o transportar.
  • 6:05 - 6:07
    Não custa nada,
  • 6:07 - 6:12
    e, no entanto, enche cada átomo do ar
    na arena, antes de começar o espetáculo.
  • 6:13 - 6:15
    É a expectativa da audiência.
  • 6:16 - 6:19
    Toda a gente traz consigo
    a história de como chegaram até ali,
  • 6:19 - 6:20
    as distâncias que viajaram,
  • 6:20 - 6:23
    os meses que trabalharam
    para pagar os bilhetes.
  • 6:23 - 6:26
    Às vezes, eles dormem de um dia
    para o outro, no exterior da arena,
  • 6:26 - 6:31
    e a nossa primeira tarefa é cumprir
    as expectativas da audiência,
  • 6:31 - 6:35
    desde o primeiro momento
    em que veem o artista.
  • 6:36 - 6:38
    Quando trabalho para homens,
  • 6:39 - 6:43
    eles sentem-se felizes por ver
    a música deles transformada em metáfora
  • 6:43 - 6:46
    voos no espaço, montanhas.
  • 6:47 - 6:52
    Mas para mulheres, trabalhamos muito
    com máscaras e retratos 3D,
  • 6:52 - 6:55
    porque os fãs das artistas
  • 6:55 - 6:57
    desejam o rosto delas.
  • 6:58 - 7:00
    Quando as pessoas chegaram para assistir
  • 7:00 - 7:03
    ao primeiro concerto da Adele
    em cinco anos,
  • 7:03 - 7:06
    depararam-se com esta imagem
    dos seus olhos adormecidos.
  • 7:07 - 7:09
    Se eles ouvissem com atenção,
  • 7:09 - 7:13
    eles ouviriam a sua respiração
    durante o sono a ecoar na arena,
  • 7:13 - 7:15
    à espera de acordar.
  • 7:15 - 7:17
    Eis como o espetáculo começou.
  • 7:17 - 7:19
    (Vídeo: Vivas e aplausos)
  • 7:22 - 7:23
    (Música)
  • 7:23 - 7:25
    Adele: Olá.
  • 7:25 - 7:27
    (Vivas e aplausos)
  • 7:36 - 7:39
    Es Devlin: Com os U2,
    navegamos na audiência
  • 7:39 - 7:44
    por cima de um terreno que abrange
    três décadas de política, poesia e música.
  • 7:45 - 7:49
    E durante muitos meses, após reuniões
    com a banda e as suas equipas criativas,
  • 7:49 - 7:51
    este é o esboço que continuamente surgia,
  • 7:51 - 7:53
    esta linha, esta rua,
  • 7:54 - 7:58
    a rua que interliga
    o passado da banda com o seu presente,
  • 7:58 - 8:01
    a corda bamba em que andam
    como ativistas e artistas,
  • 8:01 - 8:03
    um passeio pelo cinema
  • 8:03 - 8:06
    que permite aos elementos da banda
    tornarem-se protagonistas
  • 8:06 - 8:08
    na sua própria poesia.
  • 8:08 - 8:11
    (Música: Tema dos U2
    "Where the Streets Have No Name"
  • 8:11 - 8:13
    Bono: Quero correr
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    Quero esconder-me
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    Quero deitar abaixo os muros
  • 8:22 - 8:25
    Que me confinam interiormente...
  • 8:27 - 8:29
    Es Devlin: O fim do espetáculo
    é como o fim de um voo.
  • 8:29 - 8:31
    É uma chegada.
  • 8:31 - 8:35
    É uma transferência do palco
    para a audiência.
  • 8:36 - 8:38
    Para a banda britânica Take That,
  • 8:38 - 8:41
    acabámos o espetáculo enviando
    uma figura humana mecânica
  • 8:41 - 8:43
    de 24 m de altura,
  • 8:43 - 8:45
    para o centro da multidão.
  • 8:45 - 8:47
    (Música)
  • 8:54 - 8:57
    Tal como muitas traduções
    da música para a mecânica,
  • 8:57 - 9:01
    isto foi inicialmente considerado
    totalmente impossível, tecnicamente.
  • 9:01 - 9:04
    Os primeiros três engenheiros
    disseram que não,
  • 9:04 - 9:07
    e, por fim, a forma como foi conseguido
  • 9:07 - 9:10
    foi manter junto
    todo o sistema de controlo
  • 9:10 - 9:12
    enquanto fazia a digressão pelo país,
  • 9:12 - 9:15
    por isso, tínhamos de o dobrar
    sobre o estrado de um camião,
  • 9:15 - 9:18
    de modo a poder viajar sem se partir.
  • 9:18 - 9:21
    E, claro, o que isto significava
    era que a dimensão da sua cabeça
  • 9:21 - 9:23
    era inteiramente determinada
  • 9:23 - 9:28
    pelo viaduto mais baixo
    por que tinha de passar na digressão.
  • 9:28 - 9:30
    Tenho de vos dizer que, afinal,
  • 9:30 - 9:34
    há uma ponte inevitável
    e irritantemente baixa
  • 9:34 - 9:36
    mesmo à saída de Hamburgo.
  • 9:36 - 9:37
    (Risos)
  • 9:39 - 9:40
    (Música)
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    Outra das peças tecnicamente
    mais complexas em que trabalhámos
  • 9:50 - 9:52
    foi a ópera "Carmen"
  • 9:52 - 9:54
    no Festival Bregenz, na Áustria.
  • 9:55 - 10:00
    Tínhamos pensado nas mãos da Carmen
    a erguerem-se do Lago Constance,
  • 10:00 - 10:02
    e atirando este baralho de cartas ao ar
  • 10:02 - 10:05
    e deixando-as suspensas
    entre o céu e o mar.
  • 10:05 - 10:08
    Mas este gesto momentâneo,
    este movimento dos pulsos
  • 10:09 - 10:12
    teve de se tornar uma estrutura
    suficientemente segura
  • 10:12 - 10:15
    para aguentar dois invernos austríacos.
  • 10:15 - 10:18
    Portanto, muito do que não veem
    nesta fotografia
  • 10:18 - 10:20
    está a trabalhar muito.
  • 10:20 - 10:25
    É muito lastro e estrutura
    e suportes na parte de trás,
  • 10:25 - 10:28
    e vou mostrar-vos as fotos
    que não estão no meu "website".
  • 10:28 - 10:31
    São as fotos da parte de trás do cenário,
  • 10:31 - 10:34
    a parte que não é suposto
    a audiência ver,
  • 10:34 - 10:37
    não importa o quanto trabalho
    estiver a fazer.
  • 10:40 - 10:43
    Sabem, este é, de facto, o dilema
  • 10:44 - 10:47
    para um artista que esteja a trabalhar
    como "designer" de cenários,
  • 10:47 - 10:51
    porque tanto do que eu faço é falso,
  • 10:51 - 10:53
    é uma ilusão.
  • 10:54 - 10:59
    E, no entanto, todos os artistas trabalham
    para conseguirem comunicar uma verdade.
  • 11:00 - 11:03
    Mas estamos sempre a perguntar-nos:
  • 11:03 - 11:07
    "Nós conseguimos comunicar uma verdade
    usando coisas são falsas?"
  • 11:08 - 11:12
    E agora, quando vou aos espetáculos
    em que tenho trabalhado,
  • 11:12 - 11:16
    frequentemente descubro que sou a única
    que não está a olhar para o palco.
  • 11:16 - 11:20
    Estou a olhar para algo
    que acho igualmente fascinante,
  • 11:20 - 11:23
    e que é a audiência.
  • 11:23 - 11:25
    (Vivas)
  • 11:25 - 11:28
    Em que outro lugar
    poderiam testemunhar isto?
  • 11:28 - 11:31
    Tantos humanos, interligados, focados,
  • 11:31 - 11:35
    sem distração e sem divisão?
  • 11:37 - 11:40
    Ultimamente, comecei a fazer trabalho
    que se origina aqui,
  • 11:40 - 11:43
    na voz coletiva da audiência.
  • 11:44 - 11:48
    "Poem Portraits" é um poema coletivo.
  • 11:49 - 11:51
    Começou na Galeria Serpentine,
    em Londres,
  • 11:52 - 11:57
    e toda a gente está convidada
    a doar uma palavra para o poema coletivo.
  • 11:57 - 12:00
    Em vez daquele enorme e único retrato LED
  • 12:00 - 12:03
    a transmitir para o fundo do estádio,
  • 12:03 - 12:05
    neste caso, cada membro da audiência
  • 12:05 - 12:08
    leva consigo para casa
    o seu próprio retrato,
  • 12:08 - 12:10
    tecido com as palavras
  • 12:10 - 12:13
    que eles contribuíram
    para o poema coletivo.
  • 12:13 - 12:17
    Então, eles ficam com um fragmento
    dum trabalho coletivo sempre em evolução.
  • 12:18 - 12:22
    E no próximo ano, o poema coletivo
    vai assumir uma forma arquitetónica.
  • 12:23 - 12:29
    Este é o "design" para o Pavilhão da GB
    na Expo Mundial de 2020.
  • 12:31 - 12:32
    O Reino Unido...
  • 12:33 - 12:36
    Na minha vida, nunca o senti tão dividido.
  • 12:37 - 12:41
    Nunca o senti tão ruidoso
    com vozes divergentes.
  • 12:41 - 12:44
    E nunca sentiu tanta necessidade de locais
  • 12:44 - 12:47
    onde as vozes pudessem
    unir-se e convergir.
  • 12:47 - 12:50
    A minha esperança
    é que esta escultura de madeira,
  • 12:50 - 12:53
    este instrumento de madeira,
    um pouco como o violino que eu tocava,
  • 12:53 - 12:59
    possa ser um local onde as pessoas
    possam tocar e meter a palavra
  • 12:59 - 13:00
    numa ponta do cone,
  • 13:00 - 13:03
    emergirem na outra ponta do edifício,
  • 13:03 - 13:08
    e descobrirem que a sua palavra se juntou
    a um poema coletivo, a uma voz coletiva.
  • 13:08 - 13:10
    (Música)
  • 13:22 - 13:26
    Estas são experiências simples
    em aprendizagem automática.
  • 13:27 - 13:32
    O algoritmo que gera
    o poema coletivo é muito simples.
  • 13:33 - 13:34
    É como uma previsão de texto,
  • 13:34 - 13:40
    só que treinado em milhões de palavras
    escritas por poetas do século XIX.
  • 13:40 - 13:45
    Por isso, é uma espécie de convergência
    de inteligência, passado e presente,
  • 13:45 - 13:47
    orgânico e inorgânico.
  • 13:47 - 13:50
    E fomos inspirados
    pelas palavras de Stephen Hawking.
  • 13:51 - 13:54
    No final da sua vida,
    ele fez uma pergunta bastante simples:
  • 13:54 - 13:58
    Se nós, como espécie,
    alguma vez nos deparássemos
  • 13:58 - 14:01
    com outra forma de vida avançada,
  • 14:01 - 14:03
    uma civilização avançada,
  • 14:03 - 14:06
    como falaríamos com eles?
  • 14:06 - 14:10
    Que linguagem coletiva
    falaríamos, como planeta?
  • 14:12 - 14:16
    A linguagem da luz
    alcança todas as audiências.
  • 14:16 - 14:20
    Todos nós somos tocados por ela.
    Nenhum de nós a consegue reter.
  • 14:20 - 14:26
    No teatro, nós começamos cada obra
    num lugar escuro, sem luz.
  • 14:26 - 14:30
    Passamos toda a noite a pé
    a focar luzes, a programar as luzes,
  • 14:31 - 14:34
    tentando encontrar novas formas
    de esculpir e cinzelar a luz.
  • 14:35 - 14:37
    (Música)
  • 14:39 - 14:44
    Este é o retrato da nossa prática,
  • 14:45 - 14:49
    sempre à procura de novas maneiras
    de modelar e dar outra forma à luz,
  • 14:50 - 14:54
    sempre a encontrar palavras para coisas
    que já não precisamos de dizer.
  • 14:57 - 15:00
    E quero dizer que isto,
  • 15:01 - 15:04
    e tudo o que vos acabei de mostrar,
  • 15:04 - 15:06
    já não existe fisicamente.
  • 15:06 - 15:08
    (Música)
  • 15:09 - 15:12
    De facto, a maior parte do que fiz
    nestes últimos 25 anos
  • 15:12 - 15:13
    já não existe.
  • 15:13 - 15:17
    Mas as nossas obras perduram
    nas memórias, em esculturas sinápticas,
  • 15:18 - 15:21
    nas mentes daqueles
    que estiveram presentes
  • 15:21 - 15:23
    na audiência.
  • 15:23 - 15:24
    (Música)
  • 15:26 - 15:30
    Li certa vez que um poema
    aprendido de cor
  • 15:31 - 15:33
    é o que nos resta,
  • 15:33 - 15:35
    o que não pode ser perdido,
  • 15:36 - 15:39
    mesmo se a nossa casa arder
    e perdermos tudo o que é nosso.
  • 15:40 - 15:45
    Quero terminar, com algumas linhas
    que aprendi de cor há muito tempo.
  • 15:47 - 15:50
    Foram escritas
    pelo romancista inglês E. M. Forster,
  • 15:50 - 15:55
    em 1910, poucos anos antes
    de a Europa, o meu continente,
  • 15:56 - 15:58
    começar a desfazer-se.
  • 15:58 - 16:00
    (Música)
  • 16:00 - 16:03
    E a sua chamada para a convergência
    ainda faz sentido
  • 16:03 - 16:06
    para a maior parte
    do que estamos a tentar fazer agora.
  • 16:07 - 16:11
    "Basta unir!
    Foi esse todo o sermão dela,
  • 16:12 - 16:15
    "Basta unir a prosa e a paixão,
  • 16:15 - 16:18
    "E ambas serão exaltadas,
  • 16:18 - 16:21
    "E o amor humano será visto à sua altura.
  • 16:22 - 16:27
    "Basta unir!
    E em fragmentos nunca mais viver."
  • 16:29 - 16:31
    Obrigada.
  • 16:31 - 16:34
    (Aplausos e vivas)
Title:
Espantosas esculturas no palco que combinam música e tecnologia
Speaker:
Es Devlin
Description:

Começa com um esboço. Depois, evolui para uma obra-prima visual a grande escala, uma celebração da ligação humana. Venha com a famosa artista e "designer" Es Devlin fazer uma visita ao seu trabalho — incluindo as esculturas de palco icónicas que ela criou para a Beyoncé, Adele, Kanye West, U2 e outros — e aprecie a primeira apresentação da sua obra para a próxima Expo Mundial 2020 no Dubai.

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Video Language:
English
Team:
closed TED
Project:
TEDTalks
Duration:
16:52

Portuguese subtitles

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