Graciela Iturbide em "Investigação" - Temporada 7 - "Arte no Século XXI" | Art21
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0:31 - 0:34Tiro fotografias muito rápido.
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0:34 - 0:38Sigo a minha intuição
e o que me surpreende. -
0:38 - 0:41Nunca uso luzes artificiais ou flash.
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0:42 - 0:45Sempre uso minha câmera,
exatamente dessa forma. -
0:49 - 0:53A casa da Frida Kahlo já foi fotografada
inúmeras vezes. -
0:53 - 0:58É espetacular fotografá-la,
mas estou sempre tentando encontrar -
0:58 - 1:00algo que ainda não foi visto.
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1:02 - 1:04Vai ocorrer uma exibição na Dinamarca
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1:04 - 1:06da vida inteira da Frida.
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1:06 - 1:09Nela, vou expor
algumas fotografias coloridas que tirei. -
1:20 - 1:23Essa é a camisola
que ela usou no hospital, -
1:23 - 1:25onde ela permaneceu pintando.
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1:25 - 1:28As manchas são de sangue e de tinta.
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1:28 - 1:31O diretor desse museu me deu permissão
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1:31 - 1:33para tirar fotos do banheiro da Frida.
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1:33 - 1:35Tirei as fotografias em preto e branco,
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1:35 - 1:38o que se alinha com a minha forma
de me expressar. -
1:38 - 1:41Milhares de pessoas visitam esse museu.
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1:42 - 1:44Ela ainda é considerada uma santidade.
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1:55 - 1:56Não sou maníaca pela Frida.
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1:57 - 1:58Eu a admiro porque,
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1:58 - 2:01apesar de todo o seu sofrimento,
ela pintava. -
2:09 - 2:11Minha fotografia sobre a dor
é muito católica, -
2:12 - 2:14muito relacionada
à minha educação católica. -
2:18 - 2:20Esse é o banheiro de Frida.
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2:20 - 2:23Esse é um autorretrato que tirei
de mim na banheira -
2:23 - 2:25após a cirurgia do meu pé.
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2:26 - 2:30Ela tem uma pintura chamada
"O que a água me deu", -
2:30 - 2:33em que seus pés estão assim,
mas com água na banheira. -
2:36 - 2:38Já fiz inúmeros autorretratos.
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2:50 - 2:53Esse é um autorretrato
que fiz na casa de Leon Trótski. -
2:53 - 2:56Sou amiga próxima da tataraneta dele.
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2:58 - 3:01Quando vou à casa dele
sempre fico um pouco deprimida, -
3:04 - 3:09porque deixaram a casa coberta
com todos aqueles buracos de bala -
3:09 - 3:12e muitas memórias políticas.
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3:18 - 3:20Nós sommos em 13 irmãos.
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3:20 - 3:21Sou a mais velha.
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3:21 - 3:24Muito, muito católica.
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3:25 - 3:26Fui educada por freiras.
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3:27 - 3:30Acho que sou a única da família
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3:30 - 3:32que não é mais católica.
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3:32 - 3:33Agora sou ateia.
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3:33 - 3:36Hm, na verdade, agnóstica.
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3:40 - 3:43Meu pai tirava fotos nossas
em preto e branco -
3:43 - 3:44quando éramos crianças.
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3:44 - 3:46Eu roubava as fotos
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3:46 - 3:47e acabava ficando de castigo às vezes,
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3:47 - 3:50porque eu sempre estava abrindo a gaveta
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3:50 - 3:51e pegando as fotografias.
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3:51 - 3:54Com elas, eu fazia
os meus próprios álbuns. -
3:55 - 3:58Desde então, eu gostei de fotos
em preto e branco. -
3:59 - 4:02Quando criança, eu queria ser escritora,
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4:02 - 4:04mas acabei me casando muito nova.
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4:05 - 4:07Me casei aos 19 anos.
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4:07 - 4:10Aos 26, comecei a estudar cinema
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4:10 - 4:12e já tinha filhos.
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4:12 - 4:15A minha entrada
no curso de cinema foi fantástica -
4:15 - 4:18porque Manuel Alvarez Bravo
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4:18 - 4:20era um dos meus professores.
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4:20 - 4:22Ninguém frequentava as aulas dele
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4:22 - 4:25porque todos queriam
se tornar diretores de cinema. -
4:25 - 4:29Mas na terceira aula, ele me perguntou,
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4:29 - 4:31"Quer ser minha assistente?"
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4:31 - 4:32Respondi, "Eu adoraria.
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4:32 - 4:33Seria uma honra."
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4:36 - 4:39E foi assim que eu conheci
esse homem incrível. -
4:41 - 4:45Sempre me emocionei com a poesia
da obra de Manuel Alvarez Bravo. -
4:47 - 4:51Às vezes ele apenas colocava
sua câmera num cenário que gostava -
4:51 - 4:54e esperava algo acontecer.
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4:54 - 4:57Ele sempre dizia,
"Ainda há tempo. -
4:57 - 4:59Ainda há tempo."
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5:01 - 5:03Foi um verdadeiro privilégio
tê-lo conhecido, -
5:03 - 5:06porque ele não me ensinava
fotografia apenas, -
5:06 - 5:08ele me ensinava sobre a vida.
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5:10 - 5:12Alvarez Bravo usava troncos de árvore
em suas fotos -
5:12 - 5:15para criar ideias abstratas.
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5:15 - 5:19Quando lembro que ele fotografava
os troncos, penso "Não. -
5:19 - 5:21"A sua influência em mim é grande demais.
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5:21 - 5:23É melhor não fotografá-los."
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5:23 - 5:28Mas daí eu vi essa luz bonita
tocando a árvore… -
5:43 - 5:45Isso foi em Juchitán.
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5:48 - 5:50Fui à Juchitán
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5:50 - 5:53porque é onde nasceu
o pintor Francisco Toledo. -
5:53 - 5:55Ele me convidou para fotografar a cidade
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5:55 - 5:58e expor meus trabalhos
na Casa da Cultura. -
5:58 - 6:01Assim, o povo sentiria que não estávamos
apenas usando a sua cultura, -
6:01 - 6:04mas também retribuindo-a a ele.
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6:10 - 6:13Fiquei lá por mais ou menos seis anos,
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6:13 - 6:16entre idas e vindas,
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6:16 - 6:19e consegui mergulhar na cultura
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6:19 - 6:22com a colaboração do povo de Juchitán.
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6:24 - 6:27Essa é a tia de Toledo.
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6:30 - 6:34Ser homossexual é permitido em Juchitán.
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6:35 - 6:39É um dos poucos lugares
bastante liberais do México. -
6:43 - 6:46Veja, essa é a Magnolia.
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6:46 - 6:48Estava comprando cerveja com as mulheres
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6:48 - 6:52e a Magnolia disse, "Oh, meu bem,
você pode tirar uma foto de mim?" -
6:52 - 6:54Eu disse a ela, "Sim, é claro."
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6:55 - 6:57Nesse momento ela estava se maquiando.
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7:04 - 7:06Fui ao mercado de Juchitán.
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7:06 - 7:08Fui até lá porque eu sabia
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7:08 - 7:11que as mulheres do mercado
seriam mais gentis comigo, -
7:11 - 7:13então eu vendi tomates com elas.
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7:13 - 7:15Vi tudo o que elas faziam.
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7:15 - 7:16Aí chegou essa mulher.
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7:16 - 7:18O nome dela é Sulveda.
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7:24 - 7:2612 fotos.
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7:26 - 7:29Apenas duas iguanas permaneceram vivas.
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7:30 - 7:33Elas são vendidas como comida.
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7:37 - 7:41Dei à esta foto o nome de
"Nossa Senhora das Iguanas". -
7:41 - 7:44De novo, minha religiosidade transparece.
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7:48 - 7:50Este trabalho eu fiz com os seris,
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7:50 - 7:53um povo que é totalmente
diferente dos juchitecas. -
7:58 - 8:00Com os seris, tudo é muito difícil
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8:00 - 8:03porque eles vivem no deserto.
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8:03 - 8:06Vivi com eles por um tempo,
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8:06 - 8:08não por tanto tempo
quanto vivi em Juchitán. -
8:08 - 8:12Ambos os projetos foram realizados
mais ou menos na mesma época. -
8:12 - 8:15Comecei eles em 1979.
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8:27 - 8:29Publiquei outro livro sobre
o abate das cabras -
8:29 - 8:33por indígenas que,
por gerações e gerações, -
8:33 - 8:36trabalharam para empregadores
espanhóis ricos. -
8:40 - 8:42Eles recebiam muito pouco.
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8:46 - 8:48E sempre faziam o sinal da cruz
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8:48 - 8:49antes de matar as cabras.
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8:51 - 8:53Por isso eu dei ao livro o nome
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8:53 - 8:55"Em nome do Pai".
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9:00 - 9:02Encontro coisas diferentes
em cada obra. -
9:02 - 9:04Nessa, encontrei um significado religioso.
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9:08 - 9:10É parecido com o sacrifício de Abraão.
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9:14 - 9:17Adoro fotografar coisas intensas.
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9:23 - 9:25Esse é o trabalho que fiz com os cholos.
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9:26 - 9:28É um povo extremamente marginalizado
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9:28 - 9:30que nasceu nos Estados Unidos,
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9:30 - 9:33e eu tive a oportunidade
de viver e trabalhar com eles -
9:33 - 9:35por pouco tempo.
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9:46 - 9:50Comecei a trabalhar com os cholos
em Los Angeles nos anos 80. -
9:54 - 9:56De lá, fui para Tijuana,
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9:56 - 9:59tudo por influência dos cholos.
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10:05 - 10:10Queria fazer uma investigação,
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10:12 - 10:15mas acabei ficando lá
por apenas duas semanas. -
10:15 - 10:17Voltei depois,
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10:17 - 10:20o que me deixou muito deprimida.
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10:22 - 10:24Me interesso muito
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10:24 - 10:27por como os mexicanos vão
aos Estados Unidos, -
10:28 - 10:32porque eles buscam
o sonho americano -
10:32 - 10:36já que não há trabalho
aqui no México. -
10:36 - 10:42O que acontece é
que eles não sabem o que vão encontrar. -
10:43 - 10:47Fui fazer um tour
pelo sul dos Estados Unidos. -
10:47 - 10:52Foi a primeira vez
em que tirei fotografias de paisagens. -
10:53 - 10:57Comecei a mergulhar nas paisagens.
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11:03 - 11:05Comecei a aprender sobre como é vida
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11:05 - 11:07nos Estados Unidos,
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11:07 - 11:10onde não há pessoas nas ruas,
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11:10 - 11:12o que é diferente do México.
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11:12 - 11:17E hoje em dia, eu fotografo
principalmente paisagens. -
11:20 - 11:21Visitei a Índia.
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11:21 - 11:24Na primeira viagem pra lá,
me concentrei no povo. -
11:25 - 11:28Desde então, visitei o país
mais quatro vezes. -
11:31 - 11:35E, agora, publiquei um livro chamado
"Não Há Ninguém", -
11:35 - 11:38porque não há ninguém.
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11:38 - 11:40Há apenas objetos.
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11:40 - 11:43Há apenas paisagens.
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11:45 - 11:49Sempre quis fotografar o abstrato,
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11:49 - 11:53e agora fotografo os vergalhões,
os prédios, -
11:53 - 11:56coisas que nunca imaginei
que fotografaria. -
11:59 - 12:03Acabei de terminar um projeto
em Los Angeles no início do ano. -
12:03 - 12:05Fiquei em L.A. por um mês e meio.
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12:05 - 12:10A obra se chama "Criba del Cielo",
em português "Peneira do Céu". -
12:10 - 12:15É como uma grade, uma rede
por onde a luz atravessa -
12:15 - 12:18ou algo que atravessa
pelo cérebro. -
12:18 - 12:21O texto da obra é de autoria
de Fabienne Bradu, -
12:21 - 12:24que é uma grande amiga minha
e uma fantástica escritora. -
12:25 - 12:27Sempre disse que, para mim,
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12:27 - 12:30a câmera é apenas um pretexto
para conhecer o mundo. -
12:31 - 12:34Sempre me interesso
no que meus olhos veem -
12:34 - 12:36e no que meu coração sente.
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12:36 - 12:37Por que grades?
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12:37 - 12:40Significa prisão,
algo assim, -
12:40 - 12:42algo que está confinado.
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12:42 - 12:46Talvez eu sinta que estou
em minha própria prisão. -
12:50 - 12:53Talvez eu também me sinta presa.
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12:53 - 12:57Talvez minha câmera esteja
me libertando desses sentimentos. -
12:57 - 13:00O que me toca,
o que me emociona, -
13:00 - 13:03é o que eu fotografo.
-
13:11 - 13:12– Hola, Cami.
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13:13 - 13:14Como estas?
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13:17 - 13:20– Faço fotos dos meus netos o tempo todo.
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13:20 - 13:23Cada um deles tem seu próprio álbum.
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13:24 - 13:28– [falando em espanhol]
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13:30 - 13:32O interessante sobre o trabalho dela
-
13:32 - 13:33é que ele sempre se reinventa.
-
13:34 - 13:37É um trabalho que tem a oportunidade
de não se repetir, -
13:37 - 13:39de não criar um estilo,
-
13:39 - 13:42mas, mais importante do que isso,
ele procura ou se torna um exemplo -
13:42 - 13:46do que os seres humanos são capazes
de fazer com a sua vida. -
14:02 - 14:04– Sou um compositor,
um artista interdisciplinar, -
14:04 - 14:07graças à minha mãe, é claro.
-
14:07 - 14:09Também graças ao meu pai,
mas, principalmente… -
14:09 - 14:12…a minha rebeldia peguei da minha mãe. **
-
14:12 - 14:16[todos conversam em espanhol]
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14:24 - 14:27As minhas neuroses eu peguei da minha mãe também.***
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14:27 - 14:29[risadas]
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14:29 - 14:31– Eu estudei arquitetura
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14:31 - 14:34pensando que, depois,
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14:34 - 14:38me dedicaria a fazer filmes,
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14:40 - 14:43faria um mestrado em cinema
-
14:43 - 14:44ou começaria a fotografar.
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14:52 - 14:53E quando recebi meu diploma de arquiteto
-
14:53 - 14:54certo de que mudaria de rota
ou que faria outras coisas, -
14:54 - 14:56a minha mãe foi a primeira pessoa
que me pediu para projetar a sua casa. -
14:56 - 14:58É a casa em que estamos agora.
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14:58 - 15:00O importante não é o senso de arquitetura
que alguém tem, -
15:03 - 15:04mas sim o de investigação.
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15:04 - 15:08E isso eu aprendi tanto com a minha mãe
quanto com meu pai, -
15:08 - 15:11assim como, através da minha mãe,
com Alvarez Bravo. -
15:11 - 15:14A arquitetura é um instrumento.
-
15:14 - 15:16A coisa importante é a investigação.
-
15:16 - 15:18– [falando em espanhol]
-
15:51 - 15:54[risadas]
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15:54 - 15:57– Tenho algumas poucas obras
expostas no Museu Tate. -
15:57 - 15:59Nunca imaginei que teria
uma exposição no Tate. -
15:59 - 16:01É estranho porque a fotografia
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16:06 - 16:09sempre foi a enteada ruiva
-
16:09 - 16:11das áreas artísticas.
-
16:16 - 16:19E, do nada,
-
16:24 - 16:27minhas obras estavam próximas
às de tantos pintores importantes… -
16:27 - 16:29É estranho.
-
16:37 - 16:39Mas estou muito feliz.
-
16:39 - 16:42Acho que todo fotógrafo é um investigador.
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16:47 - 16:48A fotografia é um pretexto para conhecer
o mundo, para conhecer a vida, -
16:48 - 16:52para se conhecer.
-
16:52 - 16:53Se eu não fosse uma fotógrafa,
estaria muito, muito mal. -
17:15 - 17:17Não estaria bem,
-
17:25 - 17:29porque a criatividade é necessária
para permanecer seguindo em frente. -
17:29 - 17:33(música eletrônica ambiente)
-
17:33 - 17:34Para aprender mais sobre
"Art in the Twenty-First Century" -
17:34 - 17:39e seus recursos educacionais,
-
17:39 - 17:41por favor visite o site PBS.org/Art21
-
17:41 - 17:46"Art in the Twenty-First Century" está
disponível em DVD -
17:46 - 17:51Para comprar, visite shopPBS.org
ou ligue para 1-800-PLAY-PBS -
17:51 - 17:53[música eletrônica ambiente]
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