O Homem-Aranha, O Rei Leão e a vida no criativo fio da navalha
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0:03 - 0:06(Música)
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0:07 - 0:08[O Rei Édipo]
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0:15 - 0:18[O Rei Leão]
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0:22 - 0:26[Titus]
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0:38 - 0:41[Frida]
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0:54 - 0:57[A Flauta Mágica]
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1:00 - 1:03[Across the Universe]
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1:16 - 1:19(Aplausos)
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1:20 - 1:23Obrigada! Muito obrigada!
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1:23 - 1:25Viram algumas amostras de peças, óperas
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1:25 - 1:28e filmes que fiz nestes últimos 20 anos.
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1:29 - 1:31Mas gostaria de começar agora
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1:31 - 1:33levando-vos a uma época
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1:33 - 1:35em que estive na Indonésia
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1:35 - 1:37que é um momento importante na minha vida
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1:37 - 1:39e, como todos os mitos,
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1:39 - 1:42estas histórias precisam de ser contadas
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1:42 - 1:44e recontadas para que não as esqueçamos.
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1:44 - 1:47E quando vivo momentos turbulentos
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1:47 - 1:50como estou a viver agora,
a passar pelo cadinho -
1:50 - 1:52e pelo fogo da transformação
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1:52 - 1:54como nos acontece a todos.
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1:54 - 1:57Todos aqueles que criam,
sabem que há um ponto -
1:57 - 2:02em que não nos tornamos
na fénix ou nas cinzas. -
2:03 - 2:04(Risos)
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2:04 - 2:07E eu estou mesmo no fio da navalha,
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2:07 - 2:09como vos vou contar, é outra história.
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2:09 - 2:11Quero voltar à Indonésia
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2:11 - 2:14onde estive há cerca de 21 ou 22 anos,
há muito tempo, -
2:14 - 2:16como bolseira.
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2:16 - 2:19Dei por mim, dois anos depois de lá estar,
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2:19 - 2:22a atuar e a aprender na ilha de Bali,
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2:22 - 2:26à beira de uma cratera, Gunung Batur.
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2:26 - 2:29Eu estava numa aldeia que tinha
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2:29 - 2:32uma cerimónia de iniciação para rapazes,
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2:32 - 2:33um ritual de passagem.
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2:33 - 2:36Mal eu sabia que também seria para mim.
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2:36 - 2:38Sentei-me na praça do templo
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2:38 - 2:42por baixo de uma figueira-de-bengala
gigante, no escuro. -
2:42 - 2:46Não havia eletricidade, só a lua cheia
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2:46 - 2:48nessa praça vazia.
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2:48 - 2:50Ouvia os sons mais belos,
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2:50 - 2:52como um concerto do Charles Ives,
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2:52 - 2:54e ouvia a música do gamelão
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2:54 - 2:56dos vários aldeões que vinham
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2:56 - 2:59para essa cerimónia
que se fazia de 5 em 5 anos. -
3:00 - 3:03Pensava que estava sozinha
no escuro, debaixo da árvore. -
3:03 - 3:07De repente, no meio da escuridão,
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3:07 - 3:08do outro lado da praça,
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3:08 - 3:12vi o brilho de espelhos
iluminados pelo luar. -
3:12 - 3:16E uns rapazes de 20 anos,
que eu já conhecia, -
3:16 - 3:21saíram do nada, com trajes de guerreiros,
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3:21 - 3:23com toucados e com lanças.
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3:23 - 3:27Não havia ninguém na praça
e eu estava escondida na sombra. -
3:27 - 3:29Não havia lá ninguém.
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3:29 - 3:33Apareceram e dançaram uma dança incrível.
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3:33 - 3:37"Huhuhuhuhuhuhuhahaha..."
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3:37 - 3:40E movimentavam os corpos e avançavam
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3:40 - 3:43e as luzes refletiam-se nos fatos.
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3:43 - 3:47Ando no teatro desde os meus 11 anos,
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3:47 - 3:50a representar, a criar, e pensei:
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3:50 - 3:52"Para quem é que eles estão a exibir-se
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3:52 - 3:54"com estes trajes elaborados,
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3:54 - 3:56"estes toucados extraordinários?"
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3:56 - 4:00Percebi que estavam a atuar para Deus,
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4:01 - 4:04seja o que for que isso signifique.
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4:04 - 4:07De resto, não precisavam de publicidade.
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4:07 - 4:10Não havia dinheiro envolvido.
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4:10 - 4:13Não ia ficar registado. Não era notícia.
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4:13 - 4:15E ali estavam aqueles artistas incríveis
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4:15 - 4:18a representar durante
o que me pareceu uma eternidade. -
4:19 - 4:21Logo a seguir,
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4:21 - 4:25logo que acabaram
e desapareceram nas sombras, -
4:25 - 4:27apareceu um rapaz com uma lanterna a gás,
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4:27 - 4:30pendurou-a numa árvore,
instalou uma cortina. -
4:30 - 4:33A praça da aldeia encheu-se
com centenas de pessoas -
4:33 - 4:35E apresentaram uma ópera
durante toda a noite. -
4:35 - 4:38Os seres humanos precisavam de luz.
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4:38 - 4:41Precisavam de luz para ver.
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4:41 - 4:45O que eu ganhei com este
importante momento incrível -
4:45 - 4:47da minha vida, enquanto jovem artista,
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4:47 - 4:50foi que devemos ser sempre fiéis
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4:50 - 4:55ao que acreditamos enquanto artistas,
sempre, -
4:55 - 4:58mas também temos que ter consciência
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4:58 - 5:01de que a audiência faz parte
da nossa vida nessa altura -
5:01 - 5:03e também ela precisa de luz.
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5:03 - 5:04E é este incrível equilíbrio
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5:05 - 5:07que acho que vivemos
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5:07 - 5:10quando criamos alguma coisa inovadora,
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5:10 - 5:12que tenta fazer uma coisa
nunca dantes vista -
5:12 - 5:14esse mundo imaginário,
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5:14 - 5:17em que não sabemos
onde é que se vai parar. -
5:17 - 5:20É esse o fio da navalha
da borda da cratera -
5:20 - 5:23em que andei toda a minha vida.
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5:23 - 5:25Gostaria de vos falar agora
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5:25 - 5:29um pouco sobre o meu trabalho.
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5:29 - 5:30Por exemplo, "O Rei Leão".
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5:30 - 5:33Já viram muitos exemplos do meu trabalho,
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5:33 - 5:34mas este é um que as pessoas conhecem.
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5:34 - 5:37Começo com a noção do ideógrafo.
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5:37 - 5:40Um ideógrafo é como um pincel,
um pincel japonês. -
5:40 - 5:44Com três pinceladas,
fazemos toda a floresta de bambus. -
5:44 - 5:46Pego no conceito de "O Rei Leão"
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5:46 - 5:48e penso: "Qual é a sua essência?
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5:48 - 5:50"Qual é a abstração?
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5:50 - 5:54"Se eu tivesse que resumir a história toda
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5:54 - 5:56"numa só imagem, qual seria?"
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5:56 - 5:59O círculo. O círculo. É tão óbvio.
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5:59 - 6:03O círculo da vida.
O círculo da máscara de Mufasa. -
6:03 - 6:07O círculo do Ato II,
quando há uma seca. -
6:07 - 6:09Como exprimimos a seca?
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6:09 - 6:12É um círculo de seda no chão
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6:12 - 6:16que desaparece no buraco do palco.
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6:16 - 6:18O círculo da vida aparece
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6:18 - 6:21nas pernas das gazelas que saltam.
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6:21 - 6:23E vemos a mecânica.
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6:23 - 6:26E, enquanto pessoa do teatro,
o que conheço e amo no teatro -
6:26 - 6:28é que, quando a audiência entra,
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6:28 - 6:30e deixam para trás a sua descrença
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6:30 - 6:32quando veem homens e mulheres
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6:32 - 6:35a andar com uma bandeja de erva à cabeça,
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6:35 - 6:36sabem que se trata da savana.
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6:36 - 6:38Não põem isso em dúvida.
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6:38 - 6:40Adoro a verdade aparente do teatro.
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6:40 - 6:44Adoro que as pessoas estejam dispostas
a preencher os espaços em branco. -
6:44 - 6:46A audiência está disposta a dizer:
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6:46 - 6:49"Oh, eu sei que não é um sol real."
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6:49 - 6:51"Vocês agarraram em bocadinhos de madeira,
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6:51 - 6:55"acrescentaram seda na ponta,
suspenderam esses bocados. -
6:55 - 6:57"Deixaram-nos cair no chão.
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6:57 - 7:01"E quando ele sobe com os fios,
eu vejo que é um sol". -
7:01 - 7:05Mas a beleza disso
é que não é só seda e pauzinhos. -
7:06 - 7:10E de certa forma,
é isso que o torna espiritual. -
7:10 - 7:12É o que nos emociona.
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7:12 - 7:16Não é o nascer literal do sol
que está a aparecer, -
7:16 - 7:18é a arte desse momento.
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7:18 - 7:23Portanto, no teatro,
por muito crítica que a história seja, -
7:23 - 7:25ou o livro ou a linguagem,
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7:25 - 7:30a forma de contar
a minha história, como a conto, -
7:30 - 7:33a mecânica, os métodos que usamos,
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7:33 - 7:36é igual à própria história.
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7:36 - 7:39Eu gosto de alta e de baixa tecnologia.
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7:39 - 7:41Por isso, posso passar do...
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7:41 - 7:43Por exemplo, vou mostrar
um pouco do "Homem-Aranha", -
7:43 - 7:46essas máquinas incríveis
que movimentam as pessoas. -
7:46 - 7:48Mas a verdade é que, se o dançarino
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7:48 - 7:52não souber como usar o corpo
e balançar-se naqueles fios, -
7:52 - 7:53não é nada.
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7:53 - 7:56Portanto, agora vou mostrar-vos
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7:56 - 8:00algumas imagens de um
dos meus grandes projetos este ano -
8:00 - 8:01"A Tempestade".
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8:01 - 8:03É um filme.
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8:03 - 8:09Fiz "A Tempestade" três vezes
no teatro, desde 1984, 1986, -
8:09 - 8:11e adoro esta peça.
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8:11 - 8:13Fi-la sempre com um Próspero masculino.
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8:13 - 8:15E de repente pensei:
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8:15 - 8:17"Quem vou buscar
para representar Próspero? -
8:17 - 8:21"Porque não Helen Mirren?
Ela é uma grande atriz. Porque não?" -
8:21 - 8:24E aquele material funcionava
igualmente bem com uma mulher. -
8:24 - 8:27Vamos ver algumas das imagens
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8:27 - 8:29de "A Tempestade".
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8:29 - 8:32(Vídeo) (Música)
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8:45 - 8:49Próspera: Espírito, provocaste
a tempestade que te pedi? -
8:49 - 8:54Subi ao barco do rei.
Em todas as cabinas, incendiei o assombro. -
8:58 - 9:01Próspera: Apaixonaram-se à primeira vista.
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9:01 - 9:02Amas-me?
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9:02 - 9:03De todo o meu coração.
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9:03 - 9:06Próspera: Estão os dois enfeitiçados.
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9:06 - 9:10A desgraça familiariza um homem
com estranhos companheiros. -
9:12 - 9:14(Música)
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9:15 - 9:17Anda à procura de negócios,
governador? -
9:18 - 9:20Não caíste do céu?
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9:20 - 9:22Da lua, podes ter a certeza.
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9:22 - 9:24Próspera: Calibã!
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9:25 - 9:26Esta ilha é minha!
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9:27 - 9:30Próspera: Por causa disto,
esta noite vais ter cãibras. -
9:30 - 9:34Aqui jaz o teu irmão. Não é melhor
do que a terra em que jaz. -
9:34 - 9:35Puxa da tua espada.
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9:35 - 9:39E eu, o rei, transformar-te-ei em pó.
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9:39 - 9:43Próspera: Vou amaldiçoar-vos
a todos, até ficar rouca. -
9:46 - 9:50Fiz com que ficásseis loucos.
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9:57 - 10:00Próspera: Somos feitos da mesma matéria
de que são feitos os sonhos -
10:00 - 10:04e a nossa vida está rodeada de sono.
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10:04 - 10:06(Música)
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10:10 - 10:12JT: Ok.
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10:12 - 10:15(Aplausos)
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10:16 - 10:20Passei do teatro, a fazer
"A Tempestade", para a encenação, -
10:20 - 10:23numa produção com um
orçamento muito limitado, há muitos anos. -
10:23 - 10:25Adoro a peça.
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10:25 - 10:27Penso que é a última peça de Shakespeare
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10:27 - 10:31e, como podem ver,
também se presta para o cinema. -
10:31 - 10:33Mas vou dar-vos um pequeno exemplo
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10:33 - 10:35de como se encena no teatro
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10:35 - 10:39e de como se agarra
nessa mesma ideia ou história -
10:39 - 10:42e a levamos para o cinema.
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10:43 - 10:46O ideógrafo de que vos falei há pouco
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10:46 - 10:48de que serve para "A Tempestade"?
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10:48 - 10:51E se o reduzíssemos,
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10:51 - 10:53poderia ser aquela imagem
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10:53 - 10:55em que eu acreditaria?
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10:55 - 10:57E foi o castelo na areia,
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10:57 - 11:00a ideia da criação humana
contra a Natureza, -
11:00 - 11:03de que construímos estas civilizações
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11:03 - 11:06— a Próspera de Helen Mirren
fala disso no fim — -
11:06 - 11:12construímo-las, mas na Natureza,
sob a grande tempestade, -
11:12 - 11:15aquelas torres encimadas por nuvens,
os palácios deslumbrantes -
11:15 - 11:20vão desvanecer-se,
não ficará pedra sob pedra. -
11:21 - 11:24No teatro, comecei a peça
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11:24 - 11:27com um areal negro, uma tela branca,
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11:27 - 11:30e havia uma rapariga,
Miranda, no horizonte, -
11:30 - 11:32a fazer um castelo, um castelo de areia.
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11:32 - 11:36E, quando estava ali na beira do palco,
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11:36 - 11:39dois funcionários, todos de preto,
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11:39 - 11:44com regadores na mão, correram lá acima
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11:44 - 11:48e começaram a deitar água
no castelo de areia. -
11:48 - 11:51e o castelo de areia
começou a desfazer-se. -
11:51 - 11:53Mas, antes de isso acontecer,
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11:53 - 11:57a audiência vira os funcionários
vestidos de preto. -
11:57 - 12:01O meio era visível. Era banal. Via-se.
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12:01 - 12:04Mas, quando eles começaram a deitar água,
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12:04 - 12:08a luz mudou e, em vez de
mostrar os funcionários de negro, -
12:08 - 12:11— é uma magia que fazemos no teatro —
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12:11 - 12:14focou a própria água.
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12:15 - 12:18E, de repente, a perspetiva
da audiência muda. -
12:19 - 12:23Torna-se numa coisa magicamente grande,
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12:23 - 12:25torna-se na tempestade.
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12:25 - 12:29Os atores mascarados,
os bonecreiros, desaparecem, -
12:29 - 12:32e a audiência dá o salto
para aquele mundo, -
12:32 - 12:36para aquele mundo imaginário em que
"A Tempestade" está realmente a acontecer. -
12:36 - 12:38Ora bem, a diferença,
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12:38 - 12:41quando fiz aquilo no cinema,
-
12:41 - 12:43comecei o filme
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12:43 - 12:48com um grande plano dum castelo de areia,
um castelo de areia negra -
12:48 - 12:50e — o que o cinema consegue fazer —
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12:50 - 12:53usando uma câmara, a perspetiva,
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12:53 - 12:56e também planos gerais e grandes planos,
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12:56 - 12:59começava com um grande plano
do castelo de areia -
12:59 - 13:01e, à medida que a imagem se afastava,
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13:01 - 13:03víamos que era uma miniatura
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13:03 - 13:05na palma da mão da rapariga.
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13:05 - 13:07Pude assim jogar com o meio
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13:07 - 13:10e, ao mover-me de um meio para outro,
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13:10 - 13:12fui capaz de fazer isso.
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13:12 - 13:14Agora vou levar-vos ao "Homem-Aranha".
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13:14 - 13:16(Vídeo)
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13:16 - 13:18(Música)
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13:45 - 13:48(Canção)
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13:52 - 13:55JT: Estamos a tentar fazer
no teatro tudo ao vivo, -
13:55 - 13:57como não é possível, em duas dimensões,
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13:57 - 13:59nos filmes e na televisão
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14:00 - 14:02(Canção)
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14:03 - 14:05George Tsypin: Olhamos para Nova Iorque,
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14:05 - 14:06do ponto de vista do Homem-Aranha
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14:06 - 14:09O Homem-Aranha não está
limitado pela gravidade -
14:09 - 14:12Manhattan no espetáculo
não está limitada pela gravidade -
14:13 - 14:15(Canção)
-
14:16 - 14:19(Música)
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14:22 - 14:25Danny Ezralow: Não julguem
que há aqui um coreógrafo. -
14:25 - 14:26Isto é real, é o que acontece
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14:26 - 14:29Prefiro que vejam as pessoas em movimento
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14:29 - 14:31e digam: "Uau, o que foi aquilo?"
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14:31 - 14:33(Música)
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14:38 - 14:39(Música)
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14:43 - 14:46JT: Se der suficiente movimento
à escultura -
14:46 - 14:49quando o ator movimenta a cabeça,
sentimos que está vivo. -
14:49 - 14:52É banda desenhada ao vivo.
É um livro de banda desenhada vivo. -
14:52 - 14:54(Música)
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14:59 - 15:00Bono: São mitologias.
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15:00 - 15:03São mitos modernos,
estes heróis de banda desenhada. -
15:04 - 15:05(Canção)
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15:10 - 15:12(Grito)
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15:13 - 15:15(Música)
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15:31 - 15:33(Aplausos)
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15:33 - 15:37JT: Ohhhhhh! O que foi aquilo?
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15:38 - 15:40Circo, "rock'n'roll", drama.
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15:40 - 15:43Que diabo andamos a fazer ali no palco?
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15:43 - 15:45Uma última história, muito breve.
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15:46 - 15:48Depois de ter estado naquela aldeia,
atravessei o lago -
15:48 - 15:51e vi que o vulcão
tinha entrado em erupção. -
15:51 - 15:53do outro lado, Gunung Batur.
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15:53 - 15:56Havia um vulcão extinto
ao lado do vulcão em atividade. -
15:56 - 15:58Não pensei que ia ser engolida pelo vulcão
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15:58 - 16:00e aqui estou.
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16:00 - 16:04Mas é muito fácil subir lá acima, não é?
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16:04 - 16:06Agarramo-nos às raízes,
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16:06 - 16:09colocamos o pé numa fenda,
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16:09 - 16:11subimos e chegamos ao topo.
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16:11 - 16:14Eu estava com um amigo que era ator
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16:14 - 16:16e ele disse: "Vamos lá acima.
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16:16 - 16:17"Vamos ver se conseguimos chegar
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16:17 - 16:20"mais perto da borda do vulcão".
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16:20 - 16:23Subimos, chegámos lá acima
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16:23 - 16:25e estivemos na borda, naquele precipício.
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16:25 - 16:28Roland desaparece no fumo sulfuroso
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16:28 - 16:29no vulcão do outro lado
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16:29 - 16:31e eu fiquei ali sozinha
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16:31 - 16:34naquele precipício incrível.
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16:34 - 16:36Ouviram a canção?
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16:36 - 16:38Estou sobre o precipício,
a olhar para baixo, -
16:38 - 16:40à minha esquerda um vulcão extinto,
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16:40 - 16:44à minha direita é só enxofre.
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16:44 - 16:45Está a sair.
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16:45 - 16:48Eu estava de sandálias
e sarongue, foi há muitos anos. -
16:48 - 16:50Não tinha botas de montanha.
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16:50 - 16:54E o maluco do ator cigano
francês desaparecera -
16:54 - 16:56no meio do fumo.
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16:56 - 17:00Percebi que não podia voltar
pelo mesmo caminho. -
17:01 - 17:05Deitei fora a minha câmara,
deitei fora as sandálias -
17:05 - 17:09e olhei para a linha à minha frente.
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17:09 - 17:12Pus-me de gatas como um gato
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17:12 - 17:15e passei de joelhos para o outro lado
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17:15 - 17:18daquela linha à minha frente,
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17:18 - 17:21se 30 metros ou 10 metros, não sei.
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17:21 - 17:23O vento soprava furioso.
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17:23 - 17:27A única forma de eu
passar para o outro lado -
17:27 - 17:29era olhar para a linha à minha frente.
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17:29 - 17:31Sei que todos já passaram por isso.
-
17:31 - 17:33Agora estou no cadinho,
-
17:33 - 17:35é o meu julgamento pelo fogo.
-
17:35 - 17:37É o julgamento pelo fogo
da minha companhia
. -
17:37 - 17:42Sobrevivemos porque o tema
da nossa canção é "Rise Above". -
17:42 - 17:45O rapaz cai do céu, levanta-se.
-
17:45 - 17:47Está aqui mesmo na palma das nossas mãos,
-
17:47 - 17:49nas mãos de toda a minha companhia.
-
17:49 - 17:51Tenho colaboradores maravilhosos
-
17:51 - 17:54e nós, criadores, só lá chegamos
todos juntos. -
17:54 - 17:57Sei que compreendem.
-
17:57 - 17:59E, se continuarmos a andar para a frente,
-
17:59 - 18:02veremos esta coisa extraordinária
-
18:02 - 18:03em frente dos olhos
-
18:03 - 18:05Obrigada
-
18:05 - 18:08(Aplausos)
- Title:
- O Homem-Aranha, O Rei Leão e a vida no criativo fio da navalha
- Speaker:
- Julie Taymor
- Description:
-
Mostrando imagens espetaculares de produções como 'Frida', 'A Tempestade' e 'O Rei Leão', a diretora Julie Taymor descreve uma vida mergulhada no teatro e no cinema. Filmado na altura em que estava no auge a polémica sobre a sua produção na Broadway , 'O Homem-Aranha: Saído da Escuridão', ela descreve candidamente as tensões inerentes ao seu processo criativo, enquanto se esforça por captar a essência duma história — e produzir imagens e experiências como ninguém.
- Video Language:
- English
- Team:
- closed TED
- Project:
- TEDTalks
- Duration:
- 18:28
Margarida Ferreira edited Portuguese subtitles for Spider-Man, The Lion King and life on the creative edge | ||
Margarida Ferreira approved Portuguese subtitles for Spider-Man, The Lion King and life on the creative edge | ||
Margarida Ferreira edited Portuguese subtitles for Spider-Man, The Lion King and life on the creative edge | ||
Margarida Ferreira edited Portuguese subtitles for Spider-Man, The Lion King and life on the creative edge | ||
Margarida Ferreira edited Portuguese subtitles for Spider-Man, The Lion King and life on the creative edge | ||
Margarida Ferreira edited Portuguese subtitles for Spider-Man, The Lion King and life on the creative edge | ||
Margarida Ferreira edited Portuguese subtitles for Spider-Man, The Lion King and life on the creative edge | ||
Isabel Vaz Belchior edited Portuguese subtitles for Spider-Man, The Lion King and life on the creative edge |