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Esclarecedores retratos humanos feitos com dados

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    Eu sou artista,
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    mas um de certa forma peculiar.
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    Eu não pinto.
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    Não sei desenhar.
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    Meu professor de artes no ensino médio
    anotou no meu boletim
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    que eu era uma ameaça.
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    Vocês não vão querer
    ver minhas fotografias.
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    Mas tem uma coisa que eu sei fazer:
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    eu sei programar um computador.
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    Eu sei escrever código.
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    E as pessoas me dizem que há 100 anos,
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    gente como eu não existia,
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    que era impossível,
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    que arte feita com dados é uma coisa nova,
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    é um produto da nossa era,
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    é algo que realmente deve ser
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    considerado como algo do "agora".
  • 0:39 - 0:40
    E é verdade.
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    Mas há um tipo de arte
    que existe há muito tempo
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    em que trata-se de usar informação,
  • 0:46 - 0:48
    informação abstrata,
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    para criar obras
    emocionalmente ressonantes.
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    E chama-se música.
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    Criamos música há dezenas
    de milhares de anos, certo?
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    E se pensarmos no que é a música:
  • 1:00 - 1:02
    notas e acordes e teclas
    e harmonias e melodias,
  • 1:02 - 1:04
    essas coisas são algoritmos.
  • 1:04 - 1:06
    Essas coisas são sistemas
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    projetados para revelar-se com o tempo,
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    para fazer-nos sentir.
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    Eu cheguei às artes pela música.
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    Sou formado em composição,
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    e cerca de 15 anos atrás,
    comecei a criar obras
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    projetadas para olhar para a interseção
  • 1:19 - 1:21
    entre som e imagem,
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    para usar uma imagem
    para revelar uma estrutura musical
  • 1:24 - 1:27
    ou usar um som para mostrar
    algo interessante
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    sobre algo que geralmente é pictórico.
  • 1:29 - 1:32
    O que vocês veem na tela
    está sendo literalmente desenhado
  • 1:32 - 1:35
    pela estrutura musical
    dos músicos no palco,
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    e não é por acaso
    que se parece com uma planta,
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    porque a biologia algorítmica
    subjacente da planta
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    foi o que informou
    a estrutura musical a princípio.
  • 1:44 - 1:48
    E uma vez que você saiba
    fazer isso, criar código com mídia,
  • 1:48 - 1:50
    você consegue criar coisas muito legais.
  • 1:50 - 1:54
    Este é um projeto que eu fiz
    para o Festival Sundance de Cinema.
  • 1:54 - 1:58
    Uma ideia bem simples: você pega
    cada vencedor do Oscar de Melhor Filme,
  • 1:59 - 2:02
    acelera-os para terem um minuto cada
  • 2:02 - 2:03
    e os conecta.
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    Assim em 75 minutos, eu consigo
    mostrar a história do cinema de Hollywood.
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    E o que ele realmente mostra
    é a história da edição
  • 2:11 - 2:12
    no cinema de Hollywood.
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    À esquerda, temos Casablanca;
    à direita, temos Chicago.
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    E dá para ver que Casablanca
    é um pouco mais fácil de ler.
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    Porque o comprimento médio
    de um plano cinematográfico nos anos 40
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    era 26 segundos,
  • 2:24 - 2:26
    e agora é cerca de seis segundos.
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    Esse projeto foi inspirado
  • 2:29 - 2:32
    por trabalhos financiados
    pelo Governo Federal dos EUA
  • 2:32 - 2:33
    no início dos anos 2000,
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    para olhar cenas de um vídeo e encontrar
    um ator específico em qualquer vídeo.
  • 2:40 - 2:44
    E eu ajustei esse código para treinar
    o sistema em uma pessoa
  • 2:44 - 2:48
    em nossa cultura que nunca
    precisaria ser vigiada,
  • 2:48 - 2:50
    que é a Britney Spears.
  • 2:50 - 2:53
    Eu baixei 2 mil fotos
    de paparazzi da Britney Spears
  • 2:53 - 2:56
    e treinei meu computador
    para encontrar o rosto dela
  • 2:56 - 2:57
    e somente o dela.
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    eu posso rodar qualquer gravação dela
    e ele vai centralizar seus olhos na tela,
  • 3:01 - 3:04
    e isso é um tipo de comentário duplo
  • 3:04 - 3:06
    sobre vigilância em nossa sociedade.
  • 3:06 - 3:09
    Estamos cheios de ansiedade
    sobre sermos vigiados,
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    mas aí ficamos obcecados com celebridades.
  • 3:12 - 3:16
    O que vocês veem na tela aqui
    é uma colaboração que eu fiz
  • 3:16 - 3:19
    com um artista chamado Lián Amaris.
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    O que ela fez é bem simples
    de descrever e explicar,
  • 3:22 - 3:24
    mas difícil de fazer.
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    Ela pegou 72 minutos de atividade,
  • 3:27 - 3:30
    preparando-se para sair à noite na cidade,
  • 3:30 - 3:32
    e os estendeu por três dias
  • 3:32 - 3:36
    e os executou em uma rotatória
    em câmera lenta em Nova Iorque.
  • 3:36 - 3:38
    Eu também estava lá
    com uma equipe de gravação.
  • 3:38 - 3:39
    Nós gravamos tudo,
  • 3:39 - 3:43
    E revertemos o processo,
    acelerando-o para 72 minutos,
  • 3:43 - 3:45
    e parece que ela se move normalmente
  • 3:45 - 3:47
    e o mundo está correndo em volta.
  • 3:47 - 3:50
    Em um certo ponto, eu reparei
  • 3:50 - 3:52
    que o que eu estava fazendo
    era criar retratos.
  • 3:54 - 3:57
    Quando pensamos sobre retratos
    costumamos pensar em coisas assim.
  • 3:57 - 3:59
    O cara à esquerda se chama Gilbert Stuart.
  • 3:59 - 4:02
    Ele é o primeiro retratista
    dos Estados Unidos.
  • 4:02 - 4:05
    E à direita, seu retrato
    de George Washington de 1796.
  • 4:06 - 4:08
    Esse é conhecido como
    o retrato de Lansdowne.
  • 4:08 - 4:11
    E se olharmos essa pintura,
    há muito simbolismo, certo?
  • 4:11 - 4:14
    Há um arco-íris lá fora. Há uma espada.
  • 4:14 - 4:15
    Há uma pena na mesa.
  • 4:15 - 4:17
    Todas essas coisas servem para apresentar
  • 4:17 - 4:19
    George Washington como o pai da nação.
  • 4:20 - 4:23
    Este é o meu retrato de George Washington.
  • 4:24 - 4:27
    E este é um quadro ocular,
  • 4:27 - 4:29
    mas só que em vez de letras, são palavras.
  • 4:30 - 4:32
    E são as 66 palavras
  • 4:32 - 4:35
    no discurso de George Washington
    ao Estado da União
  • 4:35 - 4:37
    usadas mais do que
    por qualquer outro presidente.
  • 4:38 - 4:42
    E "senhores" tem seu próprio simbolismo
    e sua própria retórica.
  • 4:42 - 4:47
    E é bem significativo que essa
    é a palavra que ele mais usa.
  • 4:47 - 4:49
    Este é o quadro ocular
    para George W. Bush,
  • 4:49 - 4:52
    que era presidente
    quando eu criei essa obra.
  • 4:52 - 4:53
    E como chegamos lá,
  • 4:53 - 4:57
    de "senhores" até "terror"
    em 43 passos simples,
  • 4:57 - 4:59
    nos diz muito sobre a história americana,
  • 4:59 - 5:00
    e te dá uma visão diferente
  • 5:00 - 5:03
    do que teria olhando
    uma séria de pinturas.
  • 5:03 - 5:07
    Essas obras oferecem uma lição
    de história dos Estados Unidos
  • 5:07 - 5:10
    através da retórica
    política de seus líderes.
  • 5:10 - 5:13
    Ronald Reagan passou muito tempo
    falando sobre deficits.
  • 5:13 - 5:15
    Bill Clinton passou muito tempo
  • 5:15 - 5:18
    falando sobre o século quando
    ele não seria mais presidente,
  • 5:18 - 5:20
    mas talvez sua esposa seria.
  • 5:21 - 5:24
    Lyndon Johnson foi o primeiro presidente
  • 5:24 - 5:27
    a dar seu discurso ao Estado da União
    em horário nobre na TV;
  • 5:27 - 5:29
    ele iniciou todos
    os parágrafos com "hoje".
  • 5:29 - 5:32
    E Richard Nixon, ou mais
    precisamente, seu redator,
  • 5:32 - 5:33
    chamado William Safire,
  • 5:33 - 5:35
    passou muito tempo pensando em linguagem
  • 5:35 - 5:39
    e garantindo que seu chefe representasse
    uma retórica de honestidade.
  • 5:39 - 5:43
    Esse projeto se apresenta
    como uma série de esculturas monolíticas.
  • 5:43 - 5:45
    É uma série externa de caixas de luz.
  • 5:45 - 5:47
    E é importante notar que estão em escala,
  • 5:47 - 5:50
    se você estiver a seis metros
    e conseguir ler entre as duas linhas,
  • 5:50 - 5:52
    sua visão é 20/20.
  • 5:52 - 5:53
    (Risos)
  • 5:53 - 5:55
    Este é um retrato. E há vários desses.
  • 5:56 - 5:59
    Há várias maneiras
    de fazer isso com dados.
  • 5:59 - 6:00
    Eu comecei a buscar uma maneira
  • 6:00 - 6:05
    de pensar como eu posso criar
    uma forma mais democrática de retratos,
  • 6:05 - 6:09
    algo que seja mais sobre meu país
    e como ele funciona.
  • 6:09 - 6:13
    De dez em dez anos, nós fazemos
    um censo nos Estados Unidos.
  • 6:13 - 6:15
    Literalmente contamos as pessoas,
  • 6:15 - 6:18
    descobrimos quem vive onde,
    que tipos de emprego temos,
  • 6:18 - 6:20
    a língua que falamos em casa.
  • 6:20 - 6:23
    E isso é importante, realmente importante.
  • 6:23 - 6:25
    Mas não nos diz realmente quem somos.
  • 6:25 - 6:27
    Não nos diz sobre
    nossos sonhos e aspirações.
  • 6:28 - 6:31
    E assim em 2010, eu decidi
    fazer meu próprio censo.
  • 6:31 - 6:34
    E comecei a buscar um corpus de dados
  • 6:34 - 6:37
    que tivesse várias descrições
    escritas por americanos comuns.
  • 6:37 - 6:38
    E pelo jeito
  • 6:38 - 6:40
    há um corpus dese tipo
  • 6:40 - 6:42
    que está lá para ser usado.
  • 6:42 - 6:44
    Chama-se encontros online.
  • 6:45 - 6:50
    Em 2010, eu me registrei
    em 21 serviços de encontros online,
  • 6:50 - 6:53
    como homem gay, homem hétero,
    mulher gay e mulher hétero,
  • 6:53 - 6:54
    em cada localidade nos EUA
  • 6:54 - 6:57
    e baixei cerca de 19 milhões
    de perfis de pessoas;
  • 6:58 - 7:01
    cerca de 20% da população
    adulta dos Estados Unidos.
  • 7:01 - 7:03
    Eu tenho distúrbio obsessivo-compulsivo.
  • 7:03 - 7:06
    Isso vai ficar muito óbvio, me acompanhem.
  • 7:06 - 7:07
    (Risos)
  • 7:07 - 7:10
    E o que eu fiz foi organizar
    tudo por localidade.
  • 7:12 - 7:13
    E fiz uma análise de palavras.
  • 7:13 - 7:16
    Aqui alguns perfis de 2010
  • 7:16 - 7:18
    com a palavra "solitário" enfatizada.
  • 7:18 - 7:21
    Se olharmos essas coisas topograficamente,
  • 7:21 - 7:25
    se imaginarmos que cores mais escuras
    são palavras mais usadas,
  • 7:25 - 7:29
    dá para ver que Appalachia
    é um lugar bem solitário.
  • 7:30 - 7:35
    Também dá para ver que Nebraska
    não é tão engraçado.
  • 7:36 - 7:40
    Esse é o mapa da perversão,
    e o que ele mostra
  • 7:42 - 7:45
    é que as mulheres do Alaska
    precisam se encontrar
  • 7:45 - 7:47
    com os homens do sul do Novo México,
  • 7:47 - 7:48
    e se divertir.
  • 7:48 - 7:51
    E eu fiz num nível bem granular,
  • 7:51 - 7:54
    assim eu posso dizer que os homens
    na parte leste de Long Island
  • 7:54 - 7:56
    estão muito mais interessados em apanhar
  • 7:56 - 7:59
    do que os homens
    na parte oeste de Long Island.
  • 8:00 - 8:03
    Essa vai ser a lição que vocês
    vão levar dessa conferência.
  • 8:03 - 8:05
    Vão lembrar-se desses fatos por 30 anos.
  • 8:05 - 8:08
    (Risos)
  • 8:09 - 8:11
    Quando colocamos a nível cartográfico,
  • 8:11 - 8:14
    dá para criar mapas e usar os truques
    dos quadros oculares.
  • 8:14 - 8:17
    Podemos substituir o nome
    de cada cidade nos Estados Unidos
  • 8:17 - 8:20
    com a palavra que se usa mais
    ali do que em outros lugares.
  • 8:20 - 8:24
    Se você já namorou alguém de Seattle,
    faz todo o sentido.
  • 8:24 - 8:26
    Temos "bonito". Temos "coração partido".
  • 8:26 - 8:29
    Temos "show". Temos "cigarros".
  • 8:29 - 8:31
    Eles têm uma banda e fumam.
  • 8:32 - 8:34
    E logo acima podemos ver "email".
  • 8:34 - 8:35
    Isso é Redmond, Washington,
  • 8:35 - 8:37
    que é a sede da Microsoft Corporation.
  • 8:37 - 8:40
    Alguns dá para adivinhar:
    Los Angeles é "ator"
  • 8:40 - 8:42
    e San Francisco é "gay".
  • 8:42 - 8:44
    Alguns são mais tristes.
  • 8:44 - 8:46
    Em Baton Rouge fala-se sobre ter curvas;
  • 8:46 - 8:49
    mais abaixo em Nova Orleans,
    ainda se fala da inundação.
  • 8:49 - 8:52
    Gente na capital americana
    dizem que são interessantes.
  • 8:52 - 8:55
    Pessoas em Baltimore, Maryland,
    dizem que têm medo.
  • 8:55 - 8:56
    Este é New Jersey.
  • 8:56 - 8:59
    Eu cresci ali entre "chato" e "cínico".
  • 8:59 - 9:03
    (Risos) (Aplausos)
  • 9:03 - 9:06
    E a palavra número um
    em Nova Iorque é "agora",
  • 9:06 - 9:09
    como em: "Agora trabalho como garçom,
    mas na verdade sou ator."
  • 9:09 - 9:10
    (Risos)
  • 9:10 - 9:15
    Ou: "Agora sou professor de engenharia
    na NYU, mas na verdade sou artista."
  • 9:15 - 9:17
    No resto do estado temos "dinossauro".
  • 9:17 - 9:18
    Aí é Syracuse.
  • 9:18 - 9:20
    O melhor restaurante
    em Syracuse, Nova Iorque,
  • 9:20 - 9:23
    é uma churrascaria de motoqueiros
    chamada Dinosaur Barbecue.
  • 9:23 - 9:25
    É aí que você levaria alguém
    para um encontro.
  • 9:25 - 9:29
    Eu moro ali entre "incondicional"
    e "verão", em Midtown Manhattan.
  • 9:29 - 9:31
    Esté é o gentrificado Norte do Brooklyn,
  • 9:31 - 9:34
    aí temos "DJ" e "glamuroso"
    e "hipsters" e "urbano".
  • 9:34 - 9:36
    Talvez esse seja um retrato
    mais democrático.
  • 9:36 - 9:39
    E a ideia era, e se fizéssemos
    um mapa de estados vermelhos e azuis
  • 9:39 - 9:42
    baseado no que queremos
    fazer sexta à noite?
  • 9:42 - 9:43
    Esté é um auto-retrato.
  • 9:44 - 9:45
    É baseado em meu email,
  • 9:45 - 9:48
    cerca de 500 mil emails enviados
    durante 20 anos.
  • 9:48 - 9:51
    Podemos vê-lo como uma
    "selfie" quantificada.
  • 9:51 - 9:54
    O que eu faço é rodar uma equação física
  • 9:54 - 9:56
    baseada em meus dados pessoais.
  • 9:56 - 9:58
    Imaginamos todo mundo
    com quem eu já me correspondi.
  • 9:58 - 10:02
    Começou no meio
    e explodiu com um big bang.
  • 10:02 - 10:04
    E todos têm atração por alguém,
  • 10:04 - 10:06
    atração baseada em o quanto
    eles enviaram emails,
  • 10:06 - 10:08
    com quem estavam nos emails.
  • 10:08 - 10:09
    E também faz análise sentimental,
  • 10:09 - 10:12
    se eu disser "eu te amo",
    você tem um peso maior para mim.
  • 10:12 - 10:14
    E você é atraído a meu email no centro,
  • 10:14 - 10:17
    que funciona como a estrela principal.
  • 10:17 - 10:19
    E todos os nomes estão escritos à mão.
  • 10:19 - 10:23
    Às vezes usamos esses dados
    e funciona com dados em tempo real
  • 10:23 - 10:26
    para esclarecer um problema específico
    numa cidade específica.
  • 10:26 - 10:29
    Esta é uma pistola
    semiautomática Walther PPK 9mm
  • 10:29 - 10:32
    que foi usada num tiroteio
    no French Quarter em Nova Orleans
  • 10:32 - 10:35
    há cerda de dois anos no dia dos namorados
    numa briga de estacionamento.
  • 10:35 - 10:37
    Estes são meus cigarros.
  • 10:37 - 10:39
    Esta é a casa onde aconteceu o tiroteio.
  • 10:39 - 10:41
    Esse projeto envolveu
    um pouco de engenharia.
  • 10:41 - 10:43
    Usei uma corrente de bicicleta
    como eixo de câmera,
  • 10:43 - 10:45
    com um computador guiando-o.
  • 10:45 - 10:47
    O computador e o mecanismo
    estão dentro de uma caixa.
  • 10:47 - 10:50
    A arma em cima, soldada à placa de aço.
  • 10:50 - 10:52
    Há um fio que vai até o gatilho,
  • 10:52 - 10:54
    e o computador na caixa está online.
  • 10:54 - 10:58
    Está escutando ao feed do 911 do
    Departamento de Polícia de Nova Orleans,
  • 10:58 - 11:00
    e sempre que há relatos
    de tiroteio em nova Orleans,
  • 11:00 - 11:01
    (Som de tiro)
  • 11:01 - 11:03
    a pistola dispara.
  • 11:03 - 11:06
    Mas é um tiro vazio, não tem bala.
  • 11:06 - 11:08
    Há uma grande luz, grande barulho
  • 11:08 - 11:10
    e mais importante, há uma carcaça.
  • 11:10 - 11:13
    Acontecem cerca de cinco tiroteios
    por dia em Nova Orleans,
  • 11:13 - 11:16
    durante os quatro meses
    que a obra ficou instalada,
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    a carcaça se encheu de balas.
  • 11:18 - 11:21
    Vocês sabem o que é isso.
    Chamam-no de "visualização dos dados".
  • 11:23 - 11:25
    Quando se faz corretamente,
    é esclarecedor.
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    Quando se faz errado, é anestesiante.
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    Reduz pessoas a números.
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    Então tenham cuidado.
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    Uma última obra para vocês.
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    Eu passei o último verão
    como o artista na residência
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    na Times Square.
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    E a Times Square em Nova Iorque
    é literalmente a intersecção do mundo.
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    Uma das coisas que as pessoas não notam
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    é que é o lugar mais postado
    no Instagram do mundo.
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    A cada cinco minutos,
    alguém faz uma "selfie"
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    na Times Square.
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    Isso é 17 mil por dia,
    e eu as tenho todas.
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    (Risos)
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    Estas são algumas
    com seus olhos centralizados.
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    Toda civilização
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    vai usar o máximo nível
    de tecnologia para criar arte.
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    E é responsabilidade do artista
    fazer perguntas
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    sobre o que a tecnologia significa
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    e como ela reflete nossa cultura.
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    E eu os deixo com isso:
    somos mais do que números.
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    Somos pessoas e temos sonhos e ideias.
  • 12:14 - 12:17
    E reduzir-nos a estatísticas
    é algo que é feito
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    por nossa conta e risco.
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    Muito obrigado.
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    (Aplausos)
Title:
Esclarecedores retratos humanos feitos com dados
Speaker:
R. Luke DuBois
Description:

O artista R. Luke DuBois cria retratos únicos de presidentes, cidades, dele mesmo e até mesmo Britney Spears usando dados e personalidade. Nesta palestra, ele compartilha nove projetos: desde mapas nacionais construídos com informação de milhões de perfis de sites de encontros até uma arma que dispara em falso sempre que um tiroteio é relatado em New Orleans. Seu argumento: a maneira como usamos tecnologia reflete em nós e em nossa cultura, e nós reduzimos outros a pontos de dados por nossa conta e risco.

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Video Language:
English
Team:
closed TED
Project:
TEDTalks
Duration:
12:43

Portuguese, Brazilian subtitles

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