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Porque é que transformei as casas abandonadas de Chicago em arte

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    Eu adoro as cores.
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    Reparo nelas em toda a parte
    e em todas as coisas.
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    A minha família faz troça de mim
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    porque eu gosto de usar cores
    com nomes indescritíveis,
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    como "celadon"...
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    (Risos)
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    caqui...
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    carmim.
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    Se ainda não repararam
    sou negra, obrigada.
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    (Risos)
  • 0:29 - 0:31
    e quando crescemos
    numa cidade segregada,
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    como eu cresci, como Chicago,
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    somos condicionados a acreditar
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    que a cor e a etnia
    nunca se podem separar.
  • 0:39 - 0:42
    Dificilmente se passa um dia
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    em que alguém
    não nos lembre da nossa cor.
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    O racismo é a tonalidade vívida
    da minha cidade
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    Todos concordamos que o racismo
    é um fenómeno criado socialmente
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    mas é difícil vê-lo
    na nossa existência quotidiana.
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    Invade todos os locais.
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    Os bairros onde cresci
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    estavam impregnados duma beleza
    culturalmente codificada.
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    As principais galerias comerciais
    tinham fachadas de cores vivas
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    que competiam pelos dólares
    dos clientes negros.
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    A mistura visual das lojas de esquina
    e os bonitos armazéns,
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    as casas de câmbio,
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    foram onde eu, inconscientemente,
    aprendi os princípios fundamentais
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    duma coisa que, mais tarde,
    vim a saber que se chama a teoria da cor.
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    Lembro-me de me sentir intimidada,
    na faculdade, por esta expressão
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    — teoria da cor.
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    Todos aqueles tipos brancos, sufocantes,
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    com os seus tratados
    e terminologias obscuras.
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    Eu tinha de dominar cada uma
    daquelas paletas de cores
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    e princípios associados.
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    A teoria da cor reduz-se,
    essencialmente, à arte e à ciência
  • 1:55 - 1:59
    de usar a cor para formar
    composições e espaços.
  • 2:00 - 2:02
    Não é muito complicado.
  • 2:03 - 2:07
    Foi esta a minha bíblia na faculdade.
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    Josef Albers postulou uma teoria
    sobre a cor vermelha
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    que nunca esqueci.
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    Defende que a cor icónica
    duma lata de Cola é o vermelho
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    e que, de facto, todos nós
    concordamos que é o vermelho
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    mas os tipos de vermelho
    que imaginamos
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    são tão variados como
    o número de pessoas nesta sala.
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    Imaginem uma coisa assim.
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    Esta cor que, conforme nos
    ensinaram no pré-escolar, é primária
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    — vermelho, amarelo, azul —
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    na verdade, não é primária,
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    não é irredutível,
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    não é objetiva, é muito subjetiva.
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    O quê?
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    (Risos)
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    Albers chama-lhe "relacional".
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    Relacional?
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    Foi a primeira vez que eu pude ver
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    o meu bairro como um contexto relacional.
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    Cada cor é afetada pela cor sua vizinha.
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    A outra cor é afetada
    pela cor sua vizinha.
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    Nos anos 30,
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    o governo dos EUA criou
  • 3:23 - 3:26
    a Administração Federal da Habitação
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    que, por sua vez, criou
    uma série de mapas
  • 3:29 - 3:32
    que usavam um sistema
    de codificação por cores
  • 3:32 - 3:34
    para determinar que bairros
  • 3:34 - 3:38
    deviam ou não deviam receber
    empréstimos federais para habitação.
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    O mapa de segurança de habitação
    era um tipo de paleta de cores,
  • 3:45 - 3:50
    e, com efeito, foi mais influente
    do que todas as paletas de cores
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    que eu tinha estudado na faculdade.
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    Os bancos não emprestavam a pessoas
    que viviam em bairros como o meu.
  • 4:00 - 4:02
    Esta sou eu em D86.
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    Os cartógrafos estavam
    a colorir estes mapas
  • 4:07 - 4:10
    e a rotular aquela cor "perigosa".
  • 4:11 - 4:14
    O vermelho era o novo negro,
  • 4:14 - 4:17
    e os bairros de negros eram "de cor".
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    O problema continua ainda hoje
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    e vimo-lo mais recentemente
    na crise das penhoras.
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    Em Chicago, isso ficou mais bem
    simbolizado com estes X
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    que estão gravados nas fachadas
    das casas vagas
  • 4:32 - 4:34
    no South Side e no West Side.
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    A realidade é que as paletas de cor
    de não sei quem estavam a determinar
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    a minha existência física e artística.
  • 4:46 - 4:48
    Ridículo.
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    Decidi que ia criar
    a minha paleta de cores
  • 4:51 - 4:54
    e falar com as pessoas
    que vivem onde eu vivo
  • 4:54 - 4:58
    e alterar a forma como a cor
    tinha sido definida para nós.
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    Não tive de procurar muito
    para essa paleta
  • 5:01 - 5:03
    nem precisei de consultar nenhum tratado
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    porque eu já a conhecia.
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    Que tipo de pintura surge desta realidade?
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    Qual é a cor que é urbana?
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    Qual é a cor de um gueto?
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    Qual é a cor do privilégio?
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    Qual é a cor indicadora de um gangue?
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    Qual é a cor da gentrificação?
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    Qual é a cor de Freddie Gray?
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    Qual é a cor de Mike Brown?
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    Por fim, encontrei uma forma
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    de ligar a minha compreensão
    racial da cor
  • 5:44 - 5:47
    com a minha compreensão teórica da cor.
  • 5:47 - 5:50
    E dei à luz o meu terceiro bebé:
  • 5:50 - 5:52
    "Teoria Colorida".
  • 5:52 - 5:54
    (Risos)
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    A "Teoria Colorida" foi um projeto
    artístico de dois anos
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    em que apliquei a minha paleta
    de cores aos meus bairros,
  • 6:02 - 6:04
    à minha maneira.
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    Se eu agora, descesse a 79.ª Street
  • 6:10 - 6:12
    e perguntasse a 50 pessoas
  • 6:12 - 6:17
    qual o nome do tom levemente
    mais verde do azul turquesa,
  • 6:18 - 6:20
    olhariam para mim de esguelha.
  • 6:20 - 6:21
    (Risos)
  • 6:21 - 6:24
    Mas se eu disser:
    "De que cor é o Ultra Sheen?"
  • 6:24 - 6:26
    aparece logo um sorriso,
  • 6:26 - 6:30
    seguem-se histórias
    da casa de banho das avós.
  • 6:30 - 6:34
    Ou seja, quem precisa de turquesa
    se temos Ultra Sheen?
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    Quem precisa de azul turquesa
    se temos Ultra Sheen?
  • 6:37 - 6:41
    Quem precisa de azul ultramar se temos...
  • 6:41 - 6:43
    (Audiência): Ultra Sheen.
  • 6:43 - 6:45
    (Risos)
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    Foi exatamente assim
    que eu constituí a minha paleta.
  • 6:49 - 6:52
    Perguntei a amigos e família
  • 6:52 - 6:55
    e a pessoas com origens
    semelhantes à minha
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    essas histórias e memórias.
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    As histórias nem sempre eram felizes
  • 6:59 - 7:03
    mas as cores sempre soavam
    melhor do que o produto.
  • 7:04 - 7:07
    Levei essas teorias para a rua.
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    turquesa "Ultra Sheen".
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    "Óleo Hidratante Rosa".
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    Se são de Chicago,
    vermelhão "Frango Frito do Harold".
  • 7:17 - 7:19
    (Risos)
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    amarelo "Passagem de Peões".
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    "Pipocas cor de flamingo"
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    azul "Loose Squares"
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    sacos azuis de uísque Crown Royal.
  • 7:35 - 7:37
    Pintei casas em vias de demolição
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    numa área muito degradada
    chamada Englewood.
  • 7:42 - 7:45
    Juntávamos tanta tinta
    quanto podíamos enfiar na minha carrinha,
  • 7:45 - 7:48
    chamava os meus companheiros mais fiéis,
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    o meu querido marido
    sempre ao meu lado,
  • 7:51 - 7:55
    e pintávamos cada centímetro do exterior
    de modo monocromático.
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    Eu queria perceber a escala
    de um modo que não tinha percebido,
  • 8:00 - 8:05
    queria aplicar as cores à maior tela
    que podia imaginar.
  • 8:05 - 8:06
    Casas.
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    Percorri obcecadamente ruas
    familiares onde eu tinha crescido.
  • 8:11 - 8:15
    Cruzava referências dessas casas
    com o portal de dados da cidade
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    para assegurar que estavam
    destinadas a demolição,
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    sem salvação, entregues à morte.
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    Eu queria perceber o que significava
    deixar que a cor dominasse,
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    confiar nos meus instintos,
  • 8:29 - 8:31
    deixar de pedir autorização.
  • 8:31 - 8:33
    Nada de reuniões com funcionários,
  • 8:33 - 8:35
    nada de aquisição pela comunidade
  • 8:35 - 8:38
    deixar apenas a cor dominar
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    no meu desejo de pintar
    imagens diferentes para o South Side.
  • 8:50 - 8:56
    Estas casas faziam um contraste gritante
    com as suas homólogas ao lado.
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    Pintámo-las para elas sobressaírem
    como peças do Monopólio
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    naqueles ambientes.
  • 9:06 - 9:09
    Íamos aos domingos,
    de manhã cedo
  • 9:09 - 9:14
    e continuávamos até ficarmos
    sem tinta ou até alguém se queixar.
  • 9:19 - 9:21
    "Ei, foram vocês que pintaram aquilo?"
  • 9:22 - 9:25
    perguntou-nos um condutor
    quando eu estava a tirar esta foto.
  • 9:26 - 9:27
    E eu, nervosa:
  • 9:27 - 9:29
    "Sim?"
  • 9:29 - 9:31
    A cara dele mudou.
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    "Oh, julgava que vinha aí o Prince".
  • 9:34 - 9:36
    (Risos)
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    Ele tinha nascido naquele quarteirão
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    e, como imaginam,
    quando ele por ali passou,
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    e viu uma das últimas casas
  • 9:43 - 9:46
    mudar de cor misteriosamente
    durante a noite
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    viu que, obviamente, não estava envolvida
    nenhuma garrafa de "whiskey".
  • 9:49 - 9:52
    Devia ser um sinal secreto do Prince.
  • 9:52 - 9:54
    (Risos)
  • 9:55 - 9:59
    Embora aquele quarteirão
    estivesse quase todo arrasado,
  • 10:00 - 10:06
    era a ideia de que o Prince
    pudesse surgir em locais inesperados
  • 10:06 - 10:10
    e dar concertos gratuitos em áreas
    que a indústria musical e a sociedade
  • 10:10 - 10:14
    tinham considerado
    que já não tinham interesse.
  • 10:14 - 10:16
    Para ele,
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    a ideia de que a imagem daquela casa
  • 10:22 - 10:25
    era suficiente para atrair o Prince
  • 10:25 - 10:27
    significava que isso era possível.
  • 10:27 - 10:28
    Naquele momento,
  • 10:29 - 10:33
    aquele pedaço de Eggleston
    tinha-se tornado sinónimo de realeza.
  • 10:33 - 10:35
    E, embora brevemente,
  • 10:35 - 10:39
    o bairro de Eric Bennett
    tinha reconquistado o seu valor.
  • 10:40 - 10:43
    Então, trocámos histórias,
    apesar de sermos estranhos,
  • 10:43 - 10:45
    sobre os liceus onde tínhamos andado
  • 10:45 - 10:47
    e onde tínhamos crescido
  • 10:47 - 10:49
    e a confeitaria de sicrano e beltrano
  • 10:49 - 10:52
    — quando éramos miúdos em South Side,
  • 10:53 - 10:54
    Depois de eu revelar
  • 10:54 - 10:57
    que este projeto não tinha
    nada a ver com o Prince,
  • 10:57 - 10:59
    Eric abanou a cabeça, parecendo concordar
  • 10:59 - 11:03
    e, quando nos separámos
    e ele seguiu caminho, disse:
  • 11:03 - 11:05
    "Mesmo assim, ele podia vir!"
  • 11:05 - 11:07
    (Risos)
  • 11:07 - 11:12
    Tinha assumido total posse deste projeto
  • 11:12 - 11:14
    e não estava disposto a abdicar dele,
  • 11:14 - 11:16
    mesmo sendo eu a autora.
  • 11:16 - 11:19
    Para mim, isso foi um êxito.
  • 11:21 - 11:26
    Gostava de poder dizer
    que este projeto transformou o bairro
  • 11:26 - 11:29
    e todos os indícios
    em que gostamos de nos apoiar:
  • 11:29 - 11:34
    — mais empregos, menos crimes,
    fim do alcoolismo —
  • 11:34 - 11:37
    mas, na verdade, o panorama
    é mais sombrio.
  • 11:37 - 11:40
    A "Teoria Colorida"
    catalisou novas conversas
  • 11:40 - 11:43
    sobre o valor da negritude.
  • 11:44 - 11:48
    A "Teoria Colorida" tornou visível,
    de forma inconfundível,
  • 11:48 - 11:51
    as perguntas desconfortáveis
  • 11:51 - 11:54
    que as instituições e os governos
    têm de fazer a si mesmos
  • 11:54 - 11:56
    sobre porque é que fazem o que fazem.
  • 11:56 - 12:02
    Também levantam perguntas difíceis
    sobre mim mesma e os meus vizinhos,
  • 12:02 - 12:04
    sobre os nossos sistemas de valores
  • 12:04 - 12:08
    e qual deve ser o nosso caminho
    para uma ação coletiva.
  • 12:09 - 12:14
    A cor deu-me liberdade duma forma
    que não precisou de esperar autorização
  • 12:14 - 12:17
    nem afirmação, nem inclusão.
  • 12:17 - 12:22
    A cor era uma coisa
    que eu podia dominar.
  • 12:22 - 12:26
    Um dos membros do bairro
    e da equipa de pintura disse-o melhor:
  • 12:27 - 12:29
    "Isto não alterou o bairro,
  • 12:30 - 12:33
    "alterou a perceção das pessoas
    quanto ao que é possível para o bairro".
  • 12:33 - 12:35
    De formas pequenas e grandes.
  • 12:36 - 12:39
    Quem passava perguntava-me:
    "Porque é que estão a pintar aquela casa
  • 12:39 - 12:41
    "se sabem que a cidade
    vai deitá-la abaixo?"
  • 12:41 - 12:44
    Na altura, eu não tinha a mínima ideia,
  • 12:44 - 12:46
    só sabia que tinha de fazer
    qualquer coisa.
  • 12:46 - 12:51
    Eu daria tudo para compreender
    melhor a cor, enquanto um meio
  • 12:51 - 12:56
    e enquanto uma forma inevitável
    de que eu me identificava na sociedade.
  • 12:57 - 13:00
    Se eu tenho esperança
    de tornar o mundo melhor,
  • 13:00 - 13:05
    tenho de amar e influenciar
    estas formas de ser entendida,
  • 13:05 - 13:09
    e é aí que reside o valor e o tom.
  • 13:09 - 13:10
    Obrigada.
  • 13:10 - 13:14
    (Aplausos)
Title:
Porque é que transformei as casas abandonadas de Chicago em arte
Speaker:
Amanda Williams
Description:

Nesta palestra cheia de força e de arte, Amanda Williams conta o seu fascínio de toda a vida pela complexidade da cor: da sua experiência com a etnia e

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Video Language:
English
Team:
closed TED
Project:
TEDTalks
Duration:
13:30

Portuguese subtitles

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