Ao longo da história temos oscilado entre duas visões antagónicas da natureza humana. Uns acham que essa natureza é essencialmente determinada pelos nossos genes, enquanto que outros acham que ela é principalmente formatada pelas experiências que vamos acumulando ao longo da vida (o velho debate entre "nature" e "nurture"). Um outro velho debate é entre a ideia de que nascemos brutos e selvagens e, por isso, necessitamos de disciplina e autoridade para vivermos em sociedade, e a ideia de que nascemos puros e impolutos e é a sociedade que nos vai viciando ao longo da vida (ideias introduzidas respetivamente por Hobbes e Rousseau).
Se explorarmos com algum cuidado a origem destas visões extremadas, percebemos que têm muito a ver não só com a evolução dos conhecimentos, mas também com o momento histórico em que surgem. Atualmente, um aspeto deste debate foi transposto para a suposta diferença entre o natural e o artificial.
O objetivo da minha contribuição será a de apresentar alguns exemplos que possam perturbar as certezas que muitos defendem:
- Será que existem mesmo cérebros “masculinos” e “femininos”?
- Será que a noção de género é o que permite ir muito para além do XX versus XY?
- O que queremos dizer quando falamos em “melhoramento humano”? Doutorou-se em física teórica e, ao longo da sua carreira como professor e investigador, estudou os mecanismos biofísicos e bioquímicos associados ao "stress" fisiológico. Fundou vários institutos de investigação multidisciplinares, e foi professor nas universidades da Califórnia e do Porto.
Publicou cerca de 100 artigos em várias revistas científicas de nível mundial e escreveu dezenas de artigos e relatórios em livros, revistas e jornais de divulgação, sendo ainda coordenador e autor de vários trabalhos nas áreas da Biologia, do Ambiente e da Física Aplicada.
Preside atualmente, entre outras, à Comissão Parlamentar de Educação e Ciência e à Comissão de Ética para a Investigação Clínica.

Esta palestra foi feita num evento TEDx usando o formato de palestras TED, mas organizado independentemente por uma comunidade local. Saiba mais em http://ted.com/tedx