Chamam-me Caçador de Tornados. Quando o vento se levanta e as condições são as ideais, entro no carro e sigo as tempestades violentas. "Doido", dizem? Se calhar, mas eu persigo estas bestas dos céus para compreendê-las. Quero partilhar com vocês aquilo que sei. Os tornados, que se formam nas tempestades, são colunas de ar que rodam rapidamente, unindo-se ao chão através de um funil de nuvem. Quando isto acontece, eles cruzam pela Terra, sendo uma ameaça à vida e à propriedade. Devido a isto, existe muita investigação dedicada a estes fenómenos, mas a verdade é que ainda existe muito por descobrir sobre como é que os tornados se formam. As condições que poderão levar ao aparecimento de um tornado não irão necessariamente provocar outro. Mas aprendemos muito desde que as pessoas começaram a filmar tornados, por exemplo, como reconhecer os sinais de que um se está a formar no céu. Vens connosco neste passeio? Os tornados começam com uma trovoada, mas não com qualquer uma. Estas são particularmente poderosas e imponentes, denominadas supercélulas. Atingindo altitudes superiores a 50 000 pés, elas produzem ventanias poderosas, pedras de granizo gigantes, às vezes, inundações e imponentes relâmpagos. Estes são os tipos de tempestades que produzem tornados, mas apenas se também existirem condições muito específicas no local, pistas que podemos medir e procurar quando tentamos prever uma tempestade. Ar em elevação é o primeiro ingrediente necessário ao desenvolvimento de um tornado. Qualquer tempestade se forma quando ocorre condensação, os subprodutos das nuvens. A condensação liberta calor, e o calor transforma-se em energia que impulsiona correntes de ar ascendente. Quanto mais condensação houver, maiores serão as nuvens da tempestade e mais poderosas serão as correntes ascendentes. Nas supercélulas, esta massa de ar em ascensão é particularmente forte. À medida que o ar sobe, este pode mudar de direcção e começar a mover-se mais rapidamente. Finalmente, na base da tempestade, se houver muita humidade, aparece uma grande nuvem base, dando ao tornado alguma coisa para se alimentar mais tarde, se chegar até aí. Quando tudo isto acontece num local, pode formar-se um vórtice no interior da tempestade, formando um tubo largo e alto de ar em rotação que é puxado para cima. Chamamos a isto mesociclone. Do lado de fora, ar descendente frio e seco começa a envolver a parte de trás do mesociclone, formando o que se conhece como corrente descendente do flanco traseiro. Este cenário invulgar cria uma forte diferença de temperatura entre o ar dentro do mesociclone e o ar exterior, acumulando instabilidade que permite o crescimento do tornado. Depois, a parte inferior do mesociclone fica apertada aumentando a velocidade do vento. Se, e é um grande se, este funil de ar desce para a larga e húmida nuvem base no chão da nuvem-mãe, ele suga-a e transforma-a numa parede de nuvem rotativa, formando uma ligação entre a tempestade que a criou e a Terra. Quando este tubo de nuvem giratória toca no chão, torna-se num tornado. A maioria são pequenos e de curta duração, produzindo ventos de 100-180 km/h, mas outros podem durar mais de uma hora e produzir ventos de 320 km/h. São lindos mas aterradores, especialmente se tu ou a tua cidade estiverem no seu caminho. Nesse caso, ninguém, nem mesmo caçadores de tornado como eu, gosta de ver isso acontecer. Como qualquer outra coisa, também os tornados acabam. Quando a diferença de temperatura desaparece e as condições se tornam mais estáveis, ou a humidade do ar seca, a veloz tempestade-mãe perde o ímpeto e suga o tornado. Ainda assim, os meteorologistas e caçadores de tempestades como eu permanecerão à espreita observando, sempre a olhar para ver se a tempestade irá libertar a sua longa corda novamente.