Boa noite.
Gostaria de começar por alguns números.
Temos hoje no anfiteatro
cerca de 100 jovens.
Então, suponhamos que esses 100 jovens
vão entrar para a faculdade.
Agora, se olharmos para os números,
vamos descobrir que dentro de três anos,
que equivale ao fim da licenciatura,
somente 28 pessoas terão um diploma.
Não é muito, não é mesmo?
Na verdade, o que aconteceu com os alunos?
A razão pela qual abandonam
o curso é a mesma:
sua motivação.
São esses jovens que escolherão
pegar o caminho da segurança
e não o de seguir suas paixões.
Isso pode surpreender, mas o medo
desempenha um grande papel em nossas vidas
e nos faz tomar decisões importantes.
Quando tinha 17 anos,
assim que terminei os preparativos
para vir para a França -
vocês devem ter notado
o meu sutil sotaque brasileiro -
expliquei para meu tio
que partiria para a França.
Quando lhe disse,
ele não ficou nada contente.
Ele disse: "Por quê?
Paris, você é inteligente.
Você tem experiência.
Na França, há dificuldades e competição.
No Brasil, seu caminho está traçado.
Por que quer partir
e enfrentar esses riscos?"
Então, claro, não escutei meu tio.
(Risos) Cá estou.
Mas acho que ele pode fazer
esse tipo de discurso, não é?
Na verdade, o que importava a meu tio
não era o que eu queria
fazer da minha vida,
mas sim o que era simples e seguro.
Ele poderia ter dito que há
muitas oportunidades na França
e que eu aprenderia muito
com vocês, com a competição.
Mas ele viu o risco,
somente o risco em potencial,
eu não.
Vejam, muitos de nós no mundo ouvem isso.
O problema é que muitos vão ouvir
e vão escolher o caminho
que lhes dará mais segurança.
Vão escolher o que chamamos
de "caminho batido".
A meu ver,
as coisas que nos fazem vibrar,
que nos alegram na vida,
estão justamente escondidas
atrás dos nossos medos.
E a única opção que temos é enfrentá-los.
Os caminhos batidos são as ilusões
que nos levam a viver
uma vida sem paixão.
Eles não vão nos dar
a segurança que esperamos.
Hoje, na França, há 1,5 milhão de jovens
que não estudam, não trabalham
e não têm formação.
Nós os chamamos de "NEETs".
Dentre eles, há pessoas com deficiência
e as que estão doentes,
que são NEETs por razões
alheias à sua vontade,
obviamente.
Mas há também as pessoas
que escolhem nada fazer, que desistiram.
A razão geralmente é a mesma
entre aquelas que preferem não fazer nada:
a falta de motivação e compromisso.
A falta de motivação e compromisso
gera um custo econômico para o governo.
Assim, para os 12 milhões
de NEETs na Europa,
estima-se um gasto de 2 bilhões
de euros por semana.
Mas, pior que isso,
penso que, entre eles,
há os que têm paixões, sonhos,
o desejo de começar um projeto,
mas se acomodaram
até finalmente se perderem.
Para mim, é a demonstração, é a prova
de que ignorar nossas paixões
e fazer escolhas baseadas nos nossos medos
pode nos tornar infelizes,
mas também gerar um custo
econômico para o governo.
Vejam que o sistema escolar nos impulsiona
a tomar caminhos ditos "nobres"
por alternativas que nem sempre
correspondem ao mercado de trabalho.
Então, inevitavelmente, isso criará
a falta de diversidade de perfis,
e, portanto, um risco
muito maior de desemprego.
Então, eu lhes pergunto:
o que acham que aconteceria,
se escolhêssemos ignorar
o caminho dito "nobre"?
Estas pessoas compartilham
várias coisas em comum.
Elas superaram o medo do fracasso.
Seguiram suas paixões.
Na minha jornada, conheci
vários jovens apaixonados
como Nathan e Claire.
Nathan, estudante da faculdade
de Tecnologia, ama videogames.
Quer começar um projeto no ramo.
Mas Nathan não tem
conhecimento técnico para isso.
Ele chamou Claire, uma desenvolvedora
que estuda na faculdade de Tecnologia
e que também é apaixonada
por videogames, mas, de sua parte,
não tem habilidades
de negócios e gerenciamento.
Infelizmente, Nathan e Claire
poderiam nunca se encontrar.
Mas eles precisam um do outro
para desenvolver o projeto.
Imaginem quantas pessoas
no mundo são assim.
Quantos Nathan e Claire existem no mundo?
Pessoas que compartilham as mesmas paixões
e têm habilidades completares
podem nunca se encontrar
e desenvolver seus projetos juntos.
É por isso que estou aqui hoje,
porque decidi criar um aplicativo
que pode mudar isso,
que pode conectar pessoas
que compartilham as mesmas paixões,
com necessidades complementares
e que querem começar um negócio.
Basta criar uma conta
com seu e-mail e sua senha.
Esta não é uma senha,
portanto, não tente usá-la.
O importante para nós são suas paixões.
Então, você indica suas paixões,
as minhas são ciência e tecnologia,
ou seja, um verdadeiro geek,
suas necessidades:
começar um projeto
de investimentos, parcerias...
Agora, vocês podem explorar sua cidade
de acordo com as pessoas,
com os projetos, com as categorias.
Vemos as pessoas que estão próximas,
os projetos.
Vamos ver Claire agora,
para ver suas paixões,
mas também o seu negócio.
E aí, podemos entender
o que ela faz, como e por quê.
Para nós, o porquê é muito importante.
Obviamente, vocês podem
falar com a Claire.
Aqui está!
Obrigado.
(Aplausos)
Agora Claire e Nathan
podem se encontrar neste mundo
e desenvolver seus projetos juntos,
para descobrir pessoas
e projetos relacionados às suas paixões.
Explorar e desenvolver seu projeto
pode ser uma longa viagem solitária.
Mas, se você estiver num bom ambiente,
isso pode se tornar
mais divertido, eficaz, rápido.
Hoje, nossa empresa tem uma missão
que vai além de lhe ajudar
a realizar seus projetos,
que é a de permitir a milhões
de jovens de todo o mundo,
que não têm acesso
à mesma educação que nós,
aos meios que temos,
mas que têm a paixão
para iniciar um projeto.
É por isso que estamos aqui hoje,
para ajudá-los, para fazê-los viver.
Quero concluir
com a história do Jim Carrey,
"Gym Carré" em francês!
Seu pai também queria ser comediante,
Jim é ator e comediante,
mas seu pai tinha medo de fracassar.
Então, fez uma escolha "conservadora":
ele se tornou contador, pensou que estava
tomando um caminho seguro.
Mas quando Jim tinha 12 anos,
veio o desemprego,
a família, os problemas.
Jim conta que aprendeu
muitas lições com seu pai,
mas a mais importante foi:
se podemos falhar
fazendo o que não gostamos,
por que não dar chance para o que amamos?
Agora, cabe a você escolher,
responder, decidir.
Você vai tomar o caminho
do coração ou do medo?
Obrigado.
(Aplausos)