Chamo-me Nianga Thiam, sou restauradora senegalesa, residente em Burkina Fasso. Nasci aqui em Burkina Fasso e foi em 1998 que comecei a restauração. Depois de terminar o secundário fiz um mestrado em Informática. Foi nessa altura que me apercebi que não havia um restaurante senegalês em Burkina. Então decidi lançar o meu restaurante, devagar. Comecei com 2 quilos de arroz, a preparar o tiep lá em casa. Foi assim que comecei a minha atividade. E, pouco a pouco, comecei a ganhar impulso. Atualmente, temos dois restaurantes. Depois do secundário, como já disse, fiz um mestrado em Informática. E o meu pai abriu falência nos seus negócios. Foi nessa altura que decidi entrar para a restauração. Precisava de trabalhar. Preparava pequenos pratos e corria um pouco por todo o lado à procura de clientela. Procurava os clientes em casa deles para eles provarem os meus pratos. E eles apreciavam os meus pratos. A atividade acabou por se lançar e tive de contratar pessoal para nos ajudar na cozinha. Fazemos "tiepbudiene" senegalês com molho de amendoim e molho de tomate. Fazemos couscous, molho de quiabo, salada, esparguete de tô, que propomos para a noite, acompanhado de molho de quiabo e molho de azedas. Oferecemos pratos a 700 francos, com exceção do tô, cuja bola custa 100 francos. Os clientes estão satisfeitos, dizem que é bom e o ambiente é agradável e limpo. É por isso que já ganhámos três vezes seguidas o prémio de Higiene Alimentar do Grande Prémio do setor informal. Não era o meu sonho trabalhar na restauração, eu queria estudar. Mas depois a vida decidiu de outra forma. Quero mostrar às pessoas que o êxito não está apenas nos estudos. Claro que isso pode ajudar-nos, mas, se aparecerem outras vias, não devemos hesitar, o êxito também pode acontecer. Hoje temos mais de 30 empregados. A minha família tem muito orgulho em mim, porque, graças à minha atividade, tenho podido pagar os estudos aos meus irmãos e irmãs. Uma das minhas irmãs é hoje empresária... Têm todos muito orgulho em mim. Tradução de Margarida Mariz (2024)