Que se faça a luz.
Ele não pode se esconder,
por mais que tente.
♪♪♪
Um homem, à noite,
numa busca patética por conexão...
[spray]
conectar-se com qualquer pessoa
em um cômodo vazio.
Você já dançou com o diabo
sob a luz pálida da Lua?
♪♪♪
Aqui está o homem.
Aqui está o homem.
Aqui está o homem.
Eu vi o homem se apresentar.
Vi o homem tentar se esconder.
Certo, prontos para gravar?
Pode ficar de pé, Alex.
Posso mesmo?
-Sim.
-Sim, tudo bem.
-Podemos te alcançar.
-Conseguimos alcançar.
Está bem.
Era só pro topo da cabeça...
Está bem.
♪♪♪♪
Esses personagens, imagens
e objetos existem
em um mundo imaginário.
♪♪♪♪
Quero apenas que minha mente
seja mais livre do que é
e isso não é fácil pra mim.
Então, passar tempo com esses personagens
de forma devotada
e analítica é dizer:
"Não sei se algum dia irei mudar,
mas, pelo menos, vou tentar."
Há uma distância entre mim
e as pessoas que me influenciaram
no passado.
Se imagino um certo ícone
como um símbolo raso,
como lhe dou profundidade?
Eu espero isso, acho,
de quem eu admiro
e daqueles que me confundem.
Quero profundidade.
Isso aí.
Espera, vai até os ombros?
Sim.
Eu percorri um longo e tortuoso caminho
para me tornar um artista.
Era um jovem de vinte e poucos anos
que estudava animação,
e eu não sabia como fazer para...
se quisesse fazer esculturas,
não tinha ideia de como fazer isso.
Todo mundo que fazia esculturas
iam em marcenarias
ou outros lugares,
mas esses lugares não pareciam seguros
para um homem gay.
Eu não sabia
como me encaixar lá.
Quando pensei ter chegado a um impasse
e meio que tive...
algum tempo para pensar
em como queria fazer uma escultura,
observei a minha vó
e comecei a costurar.
Acabei fazendo
um pote enorme de ketchup.
♪♪♪♪
Eu me filmei
como se estivesse replicando
uma foto de Claes Oldenburg
com um tubo de pasta dental
pela rua, mas era
um pote enorme de ketchup.
E andei pelas ruas
com esse enorme
pote de ketchup.
Foi minha primeira experiência
com esculturas e costura,
e também uma forma poderosa
de me encontrar.
♪♪♪
A ideia de incluir essas coisas,
"amaciar" o que parece ser "duro",
é meu jeito
de acabar com o machismo
e dizer:
"Há lugar
para uma maneira mais gentil
e delicada de compreender
o que significa ser humano."
♪♪♪♪
Todos que eu conheço
estão fazendo a mesma coisa,
querem a mesma coisa
para as suas vidas.
Há uma grande comunidade de pessoas
trabalhando em prol
de algo novo e desconhecido.
Nenhum de nós sabe
como isso acabará,
e isso, é...
é por isso que viemos ao estúdio
todos os dias, para explorar
o desconhecido.
Veremos no que isso vai dar.
♪♪♪
Sim, quero dizer,
amanhã estará diferente,
mas é isso...
o que queremos.
♪♪♪♪
Então, essa é uma réplica
do Circo de Ratos de Claes Oldenburg.
É um trabalho que fizemos
para a Documenta.
Lembro que só queria
ficar perto de coisas,
pequenos objetos de plástico.
Meu quarto, quando criança,
tinha muitos baldes de coisas
que eu colecionava.
E eu meio que acumulei
todos os objetos
e pequenas esculturas que fiz,
e coisas que são importantes para mim,
coisas que contribuíram
para meu vocabulário escultural,
mas em miniatura.
Essa pequena réplica de Big Bird
foi o início
do trabalho para o The Met.
Meu trabalho,
quando estou fazendo uma réplica,
não termina com ela,
porque, para mim,
também é importante
dar vida ao que foi replicado
e inserir isso em um novo mundo.
♪♪♪♪
Isso permite que esses personagens
ou imagens ganhem vida
em um mundo onde a lógica
é reinventada, ou pausada,
ou desacelerada, ou revertida.
E o que achamos saber,
e como achamos que as coisas devem ser,
acaba sendo destruído.
Acho que quando eu era jovem
e dizia querer ser artista,
pensava que isso significava
fazer desenhos da Disney.
Queria participar do mundo mágico
que aquele lugar
me permitia fazer parte.
Cresci no subúrbio
de Jersey e Pittsburgh,
também morei em Caracas,
na Venezuela.
Quando se é jovem
e se muda bastante,
pode ser difícil.
Então, acho que foi por isso
que me tornei um sonhador.
Porque eu vivia em um lugar,
e então ia embora dali,
e então você sente saudade
do lugar em que vivia.
É como se você vivesse em um lugar
além da superfície,
muito profundo na sua mente.
♪♪♪♪
As casas que estou construindo
são bastante fragmentadas.
São colagens de muitos lugares
e muitas versões,
acredito, de mim mesmo.
♪♪♪♪
Como olhar para o futuro
e ao mesmo tempo entender o passado
e de onde viemos?
Sempre visito essa galeria para ver
esse Brancusi.
A forma como sempre entendi Brancusi
foi essa noção de que,
tipo, a escultura...
da cabeça aos pés,
é uma só.
A fundação, também chamada de pedestal,
faz parte do trabalho,
e eu interpreto isso assim:
nossas raízes e nossa história
têm tanta importância quanto
o que está presente, ou o que vemos
ou está visível no topo.
E, então, eu penso de novo
nesse trabalho e em como
reagir a ele,
como interpretá-lo.
Acredito que, o que quero,
quando passo tempo aqui,
é dizer: "Deu certo para vocês,
mas como pode dar certo
pra mim agora?
E vamos terminar por aqui."
♪♪♪♪
Quando eu vi você
conversando com aquela garota...
♪♪♪♪
Certo,
vamos começar a gravar.
Certo, prontos?
E...
ação!
Poderíamos usar
algo parecido com isso.
Ah sim, podemos usar
uma parte disso.
Quer fazer de novo
ou seguir?
Vamos de novo.
Tá bem, legal.
♪♪♪♪
Hoje, Alex está filmando
a sequência de um filme
em que Marcel Duchamp se veste
como a drag queen Rrose Sélavy,
uma personagem fictícia
que ele inventou.
E ele vai cantar uma música
debaixo de um holofote rosa.
Meu pais me perguntaram:
"O que isso significa?"
Estavam tipo: "Por quê ketchup
e esses personagens?"
E eu respondi:
"Esses são meus lugares seguros."
E, por mais estranhas
que minhas ideias possam parecer,
garantir que elas consigam comunicar
um pouco
o que significa ser humano,
é isso que importa para mim.
Essa é a força motriz
do porquê eu trabalho e como trabalho,
eu acho.
♪ Por quê os pássaros ♪
♪ Aparecem de repente ♪
[Aplausos]
♪ Toda vez ♪
♪ Que você está por perto? ♪
♪ Ooh-wee baby ♪
♪ Assim como eu ♪
♪ Eles desejam estar... ♪
Cruzar a linha
entre quem você realmente é
e quem você almeja ser,
ou quem você foi um dia.
Estamos constantemente negociando
e renegociando essa coisas, para sermos,
você sabe, o humano perfeito.
Não sei se serei capaz
de realmente entender isso,
mas sei que colocamos
coisas no mundo
porque queremos fazer perguntas,
e espero aprender algo novo.
♪♪♪♪
♪E é por isso♪
♪♪♪