Esta é uma peça intitulada
"Sell/Buy/Date."
É a primeira que fiz, depois de
"Bridge and Tunnel", na Broadway.
E aviso já que arranjei um excerto
só para vocês,
por isso, vamos lá ver.
Primeiro, vamos assegurar-nos
de que todos os aparelhos eletrónicos
estão desligados antes de começarmos.
Espero que todos reconheçam o que
acabei de dizer como sendo o...
... muito bem, o aviso
sobre os telemóveis.
Isto também era conhecido
por telefone mãos livres.
Como se lembram,
as pessoas daquela época
tinham um aparelho eletrónico exterior,
parecido com esta coisa,
e levavam-no para todo o lado.
O seu maior medo,
a sua grande angústia,
era que um deles pudesse tocar
num momento inoportuno.
Isto foi uma coisa banal
sobre aquela época.
(Risos)
O formato da aula de hoje
é que hoje vou apresentar
múltiplos módulos BERT
desse período na história
que começa por volta de 2016.
Lembrem-se, foi o primeiro ano
do programa BERT.
Portanto, vamos passar
por algumas coisas dessas.
Não se esqueçam, vou viver
em diversos corpos diferentes,
idades diferentes,
e também naquilo a que se chamava
raças, ou seja, grupos étnicos,
como se devem lembrar da Unidade 1...
(Risos)
... e. num contínuo de sexualidade,
também vou viver como sendo homem.
Naquela época, era mais para o binário.
(Risos)
Também não se esqueçam
de que estamos a ler o módulo em livro,
para nos focarmos sobre o sexo
durante a próxima semana.
Sei que alguns de vocês requisitaram
o livro sob a forma de pílula.
Sei que há pessoas que ainda julgam
que ingeri-lo é o melhor para aprender
mas, como estamos a tentar reviver
o que os nossos antepassados viveram,,
por favor, pensem em fazer
a leitura de forma ocular, está bem?
Já agora, quantos de vocês
têm ligados os implantes emocionais?
Por favor, desliguem-nos por completo, ok?
Sei que é difícil,
mas quero que consigam sentir
toda a gama de emoções naturais.
É essencial para esta parte do programa.
Sim, Macy?
Ok, já percebi
que não estás disposta a isso.
Podemos discutir isso depois da aula.
Ok, depois discutimos as tuas preocupações.
Descontrai-te. Ninguém morreu
nem foi para o compostor.
Ok. Depois da aula, ok? Depois da aula.
Agora vamos começar.
O primeiro sujeito identificado
é uma dona de casa da classe média.
Lembrem-se, nestes módulos primitivos
as identidades destas pessoas
estavam protegidas,
o que lhes permitia falar
mais abertamente sobre o nosso tópico
que, para muitos deles, era tabu.
Ok, querido, ok,
estou pronta quando tu estiveres.
Não, meu amor, eu disse
que estou pronta quando tu estiveres.
Estou gelada.
Isto aqui parece um frigorífico,
neste estúdio de gravação.
Devia ter trazido um xaile.
Toda esta bela tecnologia,
mas não há dinheiro para o aquecimento.
O que é que ele diz?
Não consigo ouvir-te!
Não consigo ouvir-te
atrás do vidro, querido!
Ok, já estás no meu ouvido.
Estás a ouvir-me?
Desde o princípio?
Sim, estou com um bocado de frio.
Oh, o frio é por causa das máquinas,
da nova tecnologia. Ok.
Volta lá a dizer, estás a gravar
a minha voz, os meus sentimentos
e as minhas memórias? Ok.
Sim, BERT, sim, já li sobre isso.
Tecnologia de Ressonância Bio-Empática.
Ok, ok, assim as pessoas vão poder
sentir as minhas experiências
e a minha memória? Ok.
Não, estou pronta.
Só pensei que isto ia ser um teste
para ver como é que está a minha memória.
Eu ia dizer-te que já era tarde demais,
já está em muito mau estado.
Não, não, continua, querido.
Oh, essa é a primeira pergunta?
O que é que eu penso da prostituição?
Estás a fazer-me uma proposta, jovem?
Já ouvi falar dos romances serôdios,
mas que idade tens, 20 anos?
Dezoito? Dezoito anos!
Acho que tenho rebuçados na bolsa
com mais de 18 anos.
(Risos)
Estou a gozar contigo, querido.
Não, não tenho problemas
com nenhuma pergunta.
Claro. Então, quanto à prostituição...
oh, trabalhadoras do sexo.
Não, no meu tempo, chamava-se prostituição,
não era trabalho sexual.
Porque também incluía pornografia?
Ok.
Acho que, quando eu era jovem,
não tínhamos nenhum nome para isso.
Dizíamos "revistas obscenas", suponho,
ou "filmes obscenos".
Não era como o que vocês têm na Internet.
Não, não me importo de falar nisso.
O meu falecido marido e eu,
éramos um casal muito romântico.
Muita ternura, percebes.
Quando envelhecemos,
a certa altura, achei que o meu marido
podia ser ajudado, usando
aquelas pílulas que os homens tomam,
mas ele não estava interessado nisso.
Então, pensei que talvez vendo um filme
para adultos, na Internet...
Só para inspiração, estás a ver.
Na época, nenhum de nós
era muito bom em computadores.
Por isso, habitualmente,
se precisávamos de ajuda para a Internet
chamávamos um dos filhos ou um neto.
Mas, obviamente, neste caso,
isso não era possível.
Então pensei:
"Tenho que procurar sozinha,
só para ver.
"Não deve ser muito difícil".
Procuramos a partir de palavras-chave
e procuramos...
Oh, uau, serviu perfeitamente, jovem.
Não podes imaginar o que é que eu vi.
Primeiro que tudo, eu só andava
à procura de casais,
casais normais a fazer amor,
mas isto, tanta gente
ao monte ao mesmo tempo.
Não conseguíamos dizer
que parte pertencia a que corpo.
Nem percebi como é que as câmaras
conseguiam filmar isto.
Mas aquilo que não captavam
era fazer amor.
Havia montes de coisas que faziam,
mas a parte do amor ficava de fora,
a parte divertida.
Era tudo muito radical, percebes?
Como se poderia dizer
dos desportos radicais.
Muita resistência,
mas ternura, nunca.
Adiante, não é preciso dizer,
custou-me 19,95 dólares.
Nunca mais lá volto.
Mas no cartão de crédito aparecia
como "serviços de entretenimento",
por isso o meu marido nunca soube de nada.
No final de contas,
o que aconteceu
é que ele não precisava minimamente
de inspiração extra.
(Aplausos)
O próximo tema é uma rapariga.
O próximo tema é uma rapariga
chamada Bella,
uma estudante universitária
entrevistada em 2016
durante uma coisa que se chamava
Introdução à Pornografia Feminista
no quadro do curso sobre trabalho sexual
numa faculdade de São Francisco.
(Risos)
Eu só queria, tipo,
ter uma gravação, tipo,
de vocês a gravarem-me,
como uma meta gravação,
ou uma coisa dessas.
É que, tipo, toda esta experiência,
é, tipo, espantosa
e eu gostava de guardar isso, tipo,
para o Instagram e o meu Tumblr.
Portanto, olá malta,
tipo, sou eu, a Bella.
Estou a ser, tipo,
entrevistada neste momento,
para esta, tipo, espantosa
Tecnologia de Ressonância Bio-Empática
que é, tipo, basicamente onde estamos,
tipo, a gravar, conforme estão a ver
com esses, tipo, elétrodos,
a formação, tipo, dos neuropéptidos
no meu hipocampo, ou lá que é.
Depois, poderão reconstitui-los
como, tipo, a minha memória real,
como experiências reais,
para que outras pessoas, tipo,
sintam o que eu estou a sentir agora.
Ok, ok.
Olá, tipo, pessoa BERT do futuro,
que estás a sentir-me.
Isto é o que sinto, tipo,
por ser, tipo, uma caloira universitária,
e também, tipo, a minha dor de cabeça
que estás a sentir agora
é, tipo, o efeito residual dos "shots"
de gelatina que tomei a noite passada,
no baile feminista bi-semanal
a que co-presido às quartas-feiras.
Chama-se
"Não Faças de Tudo uma Pol-émica"...
(Risos)
...e realiza-se em Beekman Hall
e, que mais, tipo,
também há "shots" sem gelatina
destinados aos veganos.
Oh, ok, altamente, sim, também temos
que nos concentrar nas tuas perguntas.
Portanto, para a gravação, sou, tipo,
estudante do trabalho sexual.
mas a minha segunda área
de interesse é as redes sociais
com uma concentração
em memes notáveis no YouTube.
(Risos)
Claro, tipo, considero-me ser, tipo,
obviamente, tipo, uma feminista.
Chamo-me Bella Abzug,
o nome duma, tipo, famosa,
tipo, feminista da história.
(Risos)
Também, tipo, sinto que é, tipo,
importante representar as mulheres
que são, tipo, feministas de sexo-positivo.
O que é sexo-negativo?
Bem, tipo, acho que perguntaria,
tipo, o que é que tu pensas,
que é sexo-negativo?
(Risos)
Porque, tipo, os termos que nós usamos
são, tipo, muito importantes,
porque chamamos-lhe trabalho sexual,
porque ajuda as pessoas, tipo,
a perceberem que é um trabalho
e, como eles são, tipo,
como os fornecedores de cuidados de saúde,
e, tipo, fornecedores de seguros,
pensamos nesses trabalhadores
como, tipo, prestadores de cuidados sexuais.
Mas, tipo, não penso em mim,
tipo, a prestar diretamente
serviços de cuidados sexuais, tipo,
já que, para mim,
é uma exigência, tipo, ser advogada.
Tipo, apoio o direito de as outras mulheres
escolherem segundo a sua vontade,
se é isso que lhes agrada,
Mas, tipo, vejo-me a mim
mais como na direção,
mais provavelmente, tipo,
de proteger as trabalhadoras sexuais,
como, liberdade e direitos legais.
Sim, tipo, basicamente,
estou a pensar ser advogada.
(Risos e aplausos)
Ok, turma.
Estes dois novos módulos
também são de 2016.
Um é de uma irlandesa
com uma relação especialmente
assinalável com esta questão.
Mas, primeiro, será uma índia do Ocidente,
uma acompanhante, como se intitula,
que foi gravada numa manifestação e desfile
pelos direitos das trabalhadores sexuais.
Foi entrevistada enquanto desfilava
com uma máscara completa carnavalesca
e pouco mais.
Ok, vocês querem
que eu comece a falar agora?
Pois. Já disse, podem pôr esses fios
onde quiserem
desde que eu não tropece neles.
Pois, digam lá outra vez,
qual é o nome... BERT? BERT.
Pois, estava eu a dizer,
acho que, em toda a minha vida,
já tive, pelo menos,
um cliente com esse nome,
por isso não será a primeira vez
que tive o BERT em cima de mim.
Oh, desculpem,
mas vocês têm que se meter no espírito
se quiserem entrevistar-me.
Ok? Podem dizê-lo.
Sem justiça, não há nada!
Sem justiça, não há nada!
Estão a ver o cartaz? Topam?
N-A-D-A. Sem justiça, nada de nós.
Percebem?
Ok, então esta era a parte
em que estava a dizer
que, quando cheguei a este país,
trabalhei em todos
os trabalhos que encontrei.
Fui ama, tratei de muitos idosos,
ao domicílio
mas depois pensei:
"Menina, se tenho que tocar
no rabo de um branco.
"posso receber muito mais dinheiro
por isso, do que isto.
Percebem?
Sabem como é difícil ser
trabalhadora doméstica?
Alguns desses idosos são pesados.
Temos que os levantar, que os virar.
Agora, eu deixo que me levantem,
que me virem, percebem?
Temos que ter sentido de humor
em relação a isso, é o que eu penso.
Mas escutem,
arranjem-me uma pessoa
que não odeie uma parte do seu trabalho.
Quer dizer, há muitas coisas
neste trabalho que eu odeio,
mas o dinheiro não é uma delas.
E digo, enquanto esta
for a melhor possibilidade
de eu ganhar dinheiro a sério,
vou ser a No-Faking-Jamaicana,
que é o que eles gostam de me chamar.
Não, eu nem sequer sou da Jamaica,
mas é como eles me distinguem.
A minha família é de Trinidad
e das Ilhas Virgínias.
Não sabem o que é que eu faço,
mas sabem uma coisa?
Os meus filhos sabem
que têm as propinas da escola pagas,
têm livros e um computador,
e, dessa forma, eu sei
que eles têm uma hipótese.
Portanto, não vou dizer
que o que eu faço, é fácil.
Não vou dizer que me sinto...
o que é que vocês disseram?... libertada.
Mas vou dizer que me sinto paga.
(Aplausos)
Obrigada. Foi uma delícia,
e a chávena de chá, amor,
e só um cheirinho de whisky.
Está perfeito, é ótimo.
Só mais uma gota. Um cheirinho. Perfeito.
Como te chamas? Peter?
Está assim bem, Peter?
Ok. De forma que,
para mim, a única parte
é que eu acabei nas duas coisas,
primeiro no convento e depois
na prostituição.
(Risos)
Uma mulher da universidade
aqui em Dublin, escreveu sobre mim:
"Maureen Fitzroy é a encarnação viva
da dicotomia prostituta-virgem".
(Risos)
Não tem ar duma coisa
que nos manda para o hospital?
Bem, eu tenho esta dicotomia terrível.
Mas, para mim, foi assim,
quando era menina, começou com o meu pai.
Metade do tempo, quando ele falava
connosco, só dizia
que nós éramos umas idiotas sem préstimo,
não tínhamos moral, coisas dessas.
E eu não me ajudei a mim mesma.
Nessa altura, eu tinha 16 anos.
Tinha começado a envolver-me
com um tipo mais velho
e ele queria guardar segredinho
e eu fiz o que ele mandou, claro.
Quando o meu pai soube disso,
mandou-me direitinha para o convento.
Mas o tipo mais velho,
continuou a ir ter comigo ao convento.
Pois, deixava-me bilhetinhos,
enfiados nos buracos dos tijolos,
atrás da loja de caridade,
e podíamos encontrar-nos.
Dizia-me que ia deixar a mulher dele,
e eu acreditava nele,
até que fiquei grávida.
Pois foi, Peter, deixei-lhe um bilhete
sobre isso no nosso sítio especial
e nunca mais voltei a ouvir falar dele.
Não, dei-o para adoção,
para poder ter uma vida decente
e não me deixaram voltar para o convento.
A minha irmã Virgínia deu-me cinco dólares
para a camioneta para Dublin,
e foi assim que eu acabei aqui.
Surpresa, apaixonei-me por outro tipo
muito mais velho que eu
e sempre digo que me sentia muito feliz
porque ele não bebia.
Casei com o sacana.
Ele não bebia, mas tinha um pequeno
problema com a heroína.
Pois foi, e antes de eu me aperceber,
foi ele que me meteu na prostituição,
o meu próprio marido.
Era eu que sustentava os dois.
Eu tinha 18 anos.
Não era "Pretty Woman",
posso dizê-lo.
Aquela Julia Roberts,
se ela tivesse que dormir com um homem
para meter umas libras no bolso,
acho que ela nunca
teria feito aquele filme.
Bem, para a vossa gravação,
a minha opinião sobre a legalização,
direi que sou contra.
Eu não ligo ao que dizem essas jovens.
Viver assim, andamos perdidas.
E já tenho 63 anos.
Continuo à procura de saber quem sou.
Nunca fui uma mulher nem uma freira
nem sequer uma prostituta a sério,
a sério mesmo.
Nunca ninguém me perguntou
o que é que eu queria ser.
Fui sempre mandada.
Se a legalizarem,
estão a dizer a estas raparigas:
"Vão e percam-se por dinheiro".
E muitas delas farão o que lhes disserem.
(Aplausos)
Ok, portanto, quatro perspetivas
de quatro vozes muito diferentes, não é?
Uma mulher dizendo que o sexo é natural
mas que a indústria do sexo parece
mecanizá-lo ou industrializá-lo.
Depois uma segunda mulher que considera
que o trabalho sexual dá poder,
é libertador, e feminista,
embora ela, reconhecidamente,
não pareça disposta a isso.
A terceira mulher, que era uma
trabalhadora do sexo,
não concordava que ele fosse
libertador, mas queria ter direito
ao poder económico.
E depois, ouvimos a quarta mulher
a dizer que a prostituição
e também os papéis proibidos
às mulheres em geral
a impediram de descobrir quem era.
Um outro facto que as pessoas não sabiam
foi a idade média de uma rapariga em risco
que é introduzida na indústria do sexo
era de 12 ou 13 anos.
Reparem também que a idade
em que as raparigas naquela sociedade
eram expostas a imagens
sexualizadas da mulher
era um pouco mais cedo.
Esta era uma boneca chamada Barbie.
A princípio, eu julguei
que era um instrumento educativo
para a prevenção da anorexia.
(Risos)
mas, na verdade,
era considerada por muita gente
como um símbolo saudável de feminilidade
e com frequência, as miúdas começavam
uma coisa a que chamavam dieta
— lembram-se disso? Era limitar
a quantidade de comida, de propósito —
aos seis anos,
e definirem-se com base
no seu aspeto atrativo
mais ou menos com a mesma idade.
Lembram-se?
Ok, Bradley, um bom ponto.
Havia um mercado lucrativo na sociedade
para convencer todas as pessoas
que tinham que ter um certo aspeto,
para terem uma vida sexual.
Mas esperava-se que as raparigas,
em especial, fossem "sensuais"
mas evitassem ser confundidas
com "prostitutas" por serem sexuais.
É a parte da vergonha de que já falámos.
Sim.
Valerie, certo? Ok, muito bem.
Claro que os homens também tinham sexo
mas devem lembrar-se, pelo que leram,
como é que se chamavam
os homens que se prostituíam?
Certo, chamavam-se homens.
(Risos) (Aplausos)
Não devia ser fácil viver
num mundo assim, pois não?
Mas também não havia só notas negativas.
Muitas mulheres, no início de 2000,
consideravam-se senhoras de si
e os homens, em geral, sentiam que
também tinham evoluído nessa área.
Com efeito, muitas pessoas
deviam estar conscientes de questões
como o tráfico humano, por exemplo,
mas consideravam isso
totalmente separado
do entretenimento adulto
"mais recreativo".
Portanto, muito rapidamente
— já não temos muito tempo —
muito brevemente,
vamos ouvir um homem
sobre o nosso tópico de hoje,
O próximo sujeito foi entrevistado
na noite da sua festa
de despedida de solteiro.
Eh pá, podes baixar isso um pouco?
Estou a tentar falar com o Bert agora.
Ou tu não te chamas BERT?
BERT é o nome de... oh, ok.
Não, não, tudo bem, tudo bem.
Estou totalmente sóbrio.
Só quero ajudar.
Sim, e acredito mesmo em causas,
tipo, essas coisas.
(Risos)
Na verdade, tenho Toms neste momento.
(Risos)
Sim, Toms, tipo, os sapatos.
Tipo, compramos um par e há um puto
em Africa que obtém água potável.
Sim. Totalmente.
Mas, diz lá outra vez,
qual era a pergunta? Desculpa.
Claro que acredito
nos direitos das mulheres.
Vou casar com uma mulher.
(Risos)
Tipo, lá porque estou no estacionamento
dum clube de "striptease",
não significa que sou, tipo,
sexista ou coisa assim.
A minha noiva é altamente espantosa,
é uma rapariga altamente forte, uma mulher,
uma mulher inteligente, tudo isso.
Claro, sabe que eu estou aqui,
Ela é capaz de estar agora
num clube de "striptease",
tipo, sei lá, o mesmo que eu.
Eu disse ao meu padrinho
para fazer-me uma surpresa
e ele achou que este era hilariante
mas isto não é nada de especial.
Sim, andámos na escola B todos juntos.
Wharton.
(Risos)
Sim... é pá, vocês podem...?
Ok, mas é a minha despedida de solteiro,
e posso passá-la no estacionamento
com Anderson Cooper, se eu quiser.
Ok, eu já vou lá ter.
Ok, então, Anderson,
tipo, primeiro que tudo, o "striptease",
mas depois, tipo,
todas as outras coisas de que falaste,
a prostituição e essas coisas,
isso, tipo, não é nada a mesma coisa.
Sabes? Tipo, vocês continuam a chamar-lhe
a industria do sexo ou lá que é,
mas é, tipo, se a rapariga quer ser
uma dançarina exótica
e tiver 18 anos, está no seu direito.
Sim, sim, estou a ouvir o que dizes,
mas sinto, tipo, que as pessoas
só querem dar ideia
de que a malta são, tipo, predadores,
que nós vamos automaticamente
a uma prostituta, ou isso.
Mesmo, tipo, quando me empenho,
como quando exerço fraternidade
Os meus irmãos, os meus amigos,
estes tipos, são todos como eu.
Somos pessoas normais, mas, tipo,
há este mito que temos que ser
um tipo que é uma espécie de imbecil,
primeiro os amigos, depois as garinas.
Já agora, "os amigos antes das garinas"
não significa o que parece.
Não passa duma forma brincalhona
de dizer que gostamos dos nossos amigos
e colocamo-los em primeiro lugar.
Sim, mas também não podemos
culpar os "media".
Quer dizer, tipo,
se fores ver "A Ressaca - II"
e pensares que é um manual de instruções
para a tua vida, não sei que te dizer.
Sabes? Não vais ver
"Identidade Desconhecida"
e depois conduzes o carro
em cima duma gôndola em Veneza...
(Risos)
Bem, sim, ok, tipo,
se fores um miúdo ou isso,
claro que é diferente, mas...
Sim, ok, lembro-me de uma coisa dessas.
Eu estava em casa deste miúdo,
a jogar GTA,
O Grand Theft Auto?
É pá, és do Canadá?
(Risos)
Esquece, no Grand Theft Auto,
és um puto, tipo, és um puto
a passear por ali,
e, tipo, quantos mais polícias matares,
mais pontos ganhas, e coisas dessas.
Mas também podes encontrar prostitutas
e, obviamente, podes ter
relações sexuais com elas.
Mas podes, tipo, matá-las
e reaver o dinheiro.
Lembro-me que aquele miúdo atropelou
uma série delas, várias vezes, com o carro,
e recebeu uma data de pontos.
Éramos, tipo, 10, acho eu.
Senti-me terrível, para dizer a verdade.
Não, acho que não disse nada.
Acabei de jogar e fui para casa.
Muito bem, agora já houve homens
que tiveram mais do que uma simples
relação passageira com esta questão.
O próximo sujeito descreveu-se como
um proxeneta reformado e com remorsos
que passou a ser um orador motivacional,
inspirador da vida e terapeuta,
mas, se quiserem saber mais sobre ele
terão que ver a peça toda.
Muito obrigado a esta
maravilhosa audiência TED.
Voltamos a ver-nos em "Sell/Buy/Date."
(Aplausos)