[Script Info] Title: [Events] Format: Layer, Start, End, Style, Name, MarginL, MarginR, MarginV, Effect, Text Dialogue: 0,0:00:01.46,0:00:04.60,Default,,0000,0000,0000,,Todos os dias enfrentamos problemas \Ncomo as alterações climáticas Dialogue: 0,0:00:04.60,0:00:05.72,Default,,0000,0000,0000,,ou a segurança das vacinas Dialogue: 0,0:00:06.83,0:00:07.95,Default,,0000,0000,0000,,em que temos que responder a questões Dialogue: 0,0:00:07.95,0:00:11.99,Default,,0000,0000,0000,,cujas respostas se baseiam bastante \Nem informações científicas. Dialogue: 0,0:00:12.25,0:00:15.12,Default,,0000,0000,0000,,Os cientistas dizem-nos \Nque o mundo está a aquecer. Dialogue: 0,0:00:15.12,0:00:17.61,Default,,0000,0000,0000,,Dizem-nos que as vacinas são seguras. Dialogue: 0,0:00:17.61,0:00:19.68,Default,,0000,0000,0000,,Mas como sabemos se eles têm razão? Dialogue: 0,0:00:19.68,0:00:21.79,Default,,0000,0000,0000,,Porque devemos acreditar na ciência? Dialogue: 0,0:00:21.79,0:00:24.90,Default,,0000,0000,0000,,A questão é que muitos de nós\Nnão acreditamos na ciência. Dialogue: 0,0:00:25.70,0:00:27.58,Default,,0000,0000,0000,,Sondagens de opinião pública \Nmostram de forma consistente Dialogue: 0,0:00:27.58,0:00:30.98,Default,,0000,0000,0000,,que grande parte \Ndo povo americano não acredita Dialogue: 0,0:00:30.98,0:00:34.34,Default,,0000,0000,0000,,que o clima está a aquecer \Ndevido à actividade humana, Dialogue: 0,0:00:34.34,0:00:36.89,Default,,0000,0000,0000,,não pensa que haja evolução \Npor seleção natural, Dialogue: 0,0:00:36.89,0:00:40.29,Default,,0000,0000,0000,,e não está convencida \Nda segurança das vacinas. Dialogue: 0,0:00:40.88,0:00:44.10,Default,,0000,0000,0000,,Então porque devemos \Nacreditar na ciência? Dialogue: 0,0:00:44.55,0:00:48.18,Default,,0000,0000,0000,,Bem, os cientistas não gostam de falar \Nda ciência como uma questão de crença. Dialogue: 0,0:00:48.18,0:00:50.51,Default,,0000,0000,0000,,De facto, eles contrapõem ciência e fé, Dialogue: 0,0:00:50.51,0:00:53.26,Default,,0000,0000,0000,,e diriam que a crença é do domínio da fé. Dialogue: 0,0:00:53.49,0:00:56.89,Default,,0000,0000,0000,,E a fé é algo distinto \Ne separado da ciência. Dialogue: 0,0:00:57.35,0:01:00.38,Default,,0000,0000,0000,,Na verdade, diriam que a religião \Né baseada na fé Dialogue: 0,0:01:00.38,0:01:03.46,Default,,0000,0000,0000,,ou talvez no cálculo \Nda aposta de Pascal. Dialogue: 0,0:01:04.30,0:01:06.81,Default,,0000,0000,0000,,Blaise Pascal foi um matemático \Ndo século XVII Dialogue: 0,0:01:06.81,0:01:09.15,Default,,0000,0000,0000,,que tentou trazer raciocínio científico Dialogue: 0,0:01:09.15,0:01:11.72,Default,,0000,0000,0000,,à questão de dever ou não \Nacreditar em Deus, Dialogue: 0,0:01:11.72,0:01:13.96,Default,,0000,0000,0000,,e a sua aposta era a seguinte: Dialogue: 0,0:01:13.96,0:01:16.40,Default,,0000,0000,0000,,Bem, se Deus não existe Dialogue: 0,0:01:16.40,0:01:18.71,Default,,0000,0000,0000,,mas eu decido acreditar nele, Dialogue: 0,0:01:18.71,0:01:20.64,Default,,0000,0000,0000,,nada se perde realmente. Dialogue: 0,0:01:20.64,0:01:22.36,Default,,0000,0000,0000,,Talvez umas horas ao domingo. Dialogue: 0,0:01:22.36,0:01:23.48,Default,,0000,0000,0000,,(Risos) Dialogue: 0,0:01:23.48,0:01:26.68,Default,,0000,0000,0000,,Mas se ele existe \Ne eu não acredito nele, Dialogue: 0,0:01:26.68,0:01:28.79,Default,,0000,0000,0000,,então estou em grandes sarilhos. Dialogue: 0,0:01:28.79,0:01:31.61,Default,,0000,0000,0000,,Então Pascal disse que é melhor \Nacreditarmos em Deus. Dialogue: 0,0:01:31.61,0:01:33.88,Default,,0000,0000,0000,,Ou como disse um dos meus colegas, Dialogue: 0,0:01:33.88,0:01:36.45,Default,,0000,0000,0000,,"Ele agarrou-se ao corrimão da fé". Dialogue: 0,0:01:36.45,0:01:37.97,Default,,0000,0000,0000,,Deu esse salto de fé Dialogue: 0,0:01:37.97,0:01:40.90,Default,,0000,0000,0000,,deixando a ciência \Ne o racionalismo para trás. Dialogue: 0,0:01:42.69,0:01:45.57,Default,,0000,0000,0000,,O facto é que, para a maioria de nós, Dialogue: 0,0:01:45.57,0:01:48.47,Default,,0000,0000,0000,,a maior parte das afirmações \Ncientíficas são um salto de fé. Dialogue: 0,0:01:48.47,0:01:52.98,Default,,0000,0000,0000,,Na maioria dos casos, não podemos \Njulgar sozinhos as afirmações científicas. Dialogue: 0,0:01:53.10,0:01:55.88,Default,,0000,0000,0000,,E isto é verdade também\Npara a maioria dos cientistas Dialogue: 0,0:01:55.88,0:01:57.93,Default,,0000,0000,0000,,fora das suas especialidades. Dialogue: 0,0:01:57.93,0:01:59.50,Default,,0000,0000,0000,,Se pensarmos nisso,\N Dialogue: 0,0:01:59.50,0:02:02.12,Default,,0000,0000,0000,,um geólogo não nos pode dizer\Nse uma vacina é segura. Dialogue: 0,0:02:02.12,0:02:05.96,Default,,0000,0000,0000,,A maior parte dos químicos não é\Nespecialista na teoria da evolução. Dialogue: 0,0:02:05.96,0:02:07.36,Default,,0000,0000,0000,,Um físico não nos pode dizer, Dialogue: 0,0:02:07.36,0:02:09.15,Default,,0000,0000,0000,,apesar das pretensões de alguns, Dialogue: 0,0:02:09.15,0:02:12.01,Default,,0000,0000,0000,,se o tabaco causa ou não cancro. Dialogue: 0,0:02:12.27,0:02:16.18,Default,,0000,0000,0000,,Se até os cientistas \Ntêm que dar um salto de fé Dialogue: 0,0:02:16.18,0:02:17.97,Default,,0000,0000,0000,,fora das suas áreas, Dialogue: 0,0:02:17.97,0:02:21.58,Default,,0000,0000,0000,,então porque aceitam as afirmações\Nde outros cientistas? Dialogue: 0,0:02:21.81,0:02:24.53,Default,,0000,0000,0000,,Porque acreditam nas afirmações\Nuns dos outros? Dialogue: 0,0:02:24.53,0:02:26.89,Default,,0000,0000,0000,,Devemos acreditar nessas afirmações? Dialogue: 0,0:02:27.58,0:02:30.16,Default,,0000,0000,0000,,O que eu gostaria de argumentar \Né que sim, devemos, Dialogue: 0,0:02:30.16,0:02:33.20,Default,,0000,0000,0000,,mas não pelas razões \Nque a maioria de nós pensa. Dialogue: 0,0:02:33.20,0:02:36.40,Default,,0000,0000,0000,,Aprendemos na escola\Nque a razão de acreditar na ciência Dialogue: 0,0:02:36.40,0:02:38.81,Default,,0000,0000,0000,,se deve ao método científico. Dialogue: 0,0:02:38.81,0:02:41.71,Default,,0000,0000,0000,,Aprendemos que os cientistas \Nseguem um método Dialogue: 0,0:02:41.71,0:02:43.63,Default,,0000,0000,0000,,e que este método Dialogue: 0,0:02:43.63,0:02:46.41,Default,,0000,0000,0000,,garante a verdade das suas afirmações. Dialogue: 0,0:02:46.41,0:02:49.11,Default,,0000,0000,0000,,Podemos chamar "método do manual" Dialogue: 0,0:02:49.11,0:02:51.51,Default,,0000,0000,0000,,ao método que aprendemos na escola, Dialogue: 0,0:02:51.51,0:02:53.86,Default,,0000,0000,0000,,é o método hipotético-dedutivo. Dialogue: 0,0:02:53.86,0:02:57.15,Default,,0000,0000,0000,,De acordo com o modelo padrão, \No modelo do manual, Dialogue: 0,0:02:57.15,0:02:59.33,Default,,0000,0000,0000,,os cientistas desenvolvem hipóteses, Dialogue: 0,0:02:59.33,0:03:02.37,Default,,0000,0000,0000,,deduzem as consequências \Ndessas hipóteses, Dialogue: 0,0:03:02.37,0:03:04.23,Default,,0000,0000,0000,,e então observam o mundo e perguntam: Dialogue: 0,0:03:04.23,0:03:06.68,Default,,0000,0000,0000,,"Ok, estas consequências são verdadeiras? Dialogue: 0,0:03:06.68,0:03:09.70,Default,,0000,0000,0000,,"Podemos observá-las no mundo natural?" Dialogue: 0,0:03:09.70,0:03:12.41,Default,,0000,0000,0000,,Se são verdadeiras, \Nos cientistas dizem: Dialogue: 0,0:03:12.41,0:03:15.15,Default,,0000,0000,0000,,"Bestial, sabemos que \Na hipótese é correcta!" Dialogue: 0,0:03:15.52,0:03:17.62,Default,,0000,0000,0000,,Há muitos exemplos famosos \Nna história da ciência Dialogue: 0,0:03:17.62,0:03:20.49,Default,,0000,0000,0000,,de cientistas que fazem exactamente isto. Dialogue: 0,0:03:20.49,0:03:22.42,Default,,0000,0000,0000,,Um dos exemplos mais famosos Dialogue: 0,0:03:22.42,0:03:24.59,Default,,0000,0000,0000,,vem do trabalho de Albert Einstein. Dialogue: 0,0:03:24.59,0:03:27.36,Default,,0000,0000,0000,,Quando Einstein desenvolveu \Na Teoria da Relatividade Geral, Dialogue: 0,0:03:27.36,0:03:29.42,Default,,0000,0000,0000,,uma das consequências da sua teoria Dialogue: 0,0:03:29.42,0:03:32.23,Default,,0000,0000,0000,,era que o espaço-tempo \Nnão era apenas um vazio Dialogue: 0,0:03:32.23,0:03:34.20,Default,,0000,0000,0000,,mas, na verdade, tinha uma textura. Dialogue: 0,0:03:34.20,0:03:36.65,Default,,0000,0000,0000,,Essa textura era dobrada Dialogue: 0,0:03:36.65,0:03:39.13,Default,,0000,0000,0000,,na presença de objectos \Nmaciços como o sol. Dialogue: 0,0:03:39.13,0:03:41.30,Default,,0000,0000,0000,,Se esta teoria era verdadeira, Dialogue: 0,0:03:41.30,0:03:43.49,Default,,0000,0000,0000,,então a luz, ao passar no Sol, Dialogue: 0,0:03:43.49,0:03:45.90,Default,,0000,0000,0000,,devia ser desviada à sua volta. Dialogue: 0,0:03:45.90,0:03:48.80,Default,,0000,0000,0000,,Esta era uma previsão \Nbastante surpreendente Dialogue: 0,0:03:48.80,0:03:50.18,Default,,0000,0000,0000,,e demorou alguns anos até que os cientistas Dialogue: 0,0:03:50.18,0:03:51.52,Default,,0000,0000,0000,,pudessem testá-la. Dialogue: 0,0:03:51.52,0:03:53.77,Default,,0000,0000,0000,,Mas testaram-na em 1919, Dialogue: 0,0:03:53.77,0:03:56.12,Default,,0000,0000,0000,,e afinal verificou-se ser verdade. Dialogue: 0,0:03:56.12,0:03:59.36,Default,,0000,0000,0000,,A luz das estrelas é realmente desviada\Nquando viaja perto do Sol. Dialogue: 0,0:03:59.36,0:04:01.85,Default,,0000,0000,0000,,Isto foi uma enorme confirmação da teoria. Dialogue: 0,0:04:01.85,0:04:03.75,Default,,0000,0000,0000,,Foi considerada prova da verdade Dialogue: 0,0:04:03.75,0:04:05.21,Default,,0000,0000,0000,,desta nova e radical ideia Dialogue: 0,0:04:05.21,0:04:06.98,Default,,0000,0000,0000,,e foi escrita em muitos jornais Dialogue: 0,0:04:06.98,0:04:09.13,Default,,0000,0000,0000,,por todo o mundo. Dialogue: 0,0:04:09.61,0:04:12.15,Default,,0000,0000,0000,,Por vezes esta teoria ou este modelo Dialogue: 0,0:04:12.15,0:04:15.41,Default,,0000,0000,0000,,é referido como modelo \Ndedutivo-nomológico, Dialogue: 0,0:04:15.41,0:04:17.82,Default,,0000,0000,0000,,apenas porque os académicos \Ngostam de complicar as coisas. Dialogue: 0,0:04:18.63,0:04:23.56,Default,,0000,0000,0000,,Mas também porque, no caso ideal, \Ntrata-se de leis. Dialogue: 0,0:04:23.93,0:04:26.32,Default,,0000,0000,0000,,Nomológico significa estar \Nrelacionado com leis. Dialogue: 0,0:04:26.32,0:04:29.78,Default,,0000,0000,0000,,E no caso ideal, a hipótese \Nnão é apenas uma ideia: Dialogue: 0,0:04:29.78,0:04:32.17,Default,,0000,0000,0000,,idealmente, é uma lei da natureza. Dialogue: 0,0:04:32.17,0:04:34.55,Default,,0000,0000,0000,,Porque é importante que seja \Numa lei da natureza? Dialogue: 0,0:04:34.55,0:04:37.98,Default,,0000,0000,0000,,Porque, se é uma lei, \Nnão pode ser violada. Dialogue: 0,0:04:37.98,0:04:39.03,Default,,0000,0000,0000,,Se é uma lei, será sempre verdadeira Dialogue: 0,0:04:39.03,0:04:40.72,Default,,0000,0000,0000,,em todos os tempos e lugares Dialogue: 0,0:04:40.72,0:04:42.62,Default,,0000,0000,0000,,independentemente das circunstâncias. Dialogue: 0,0:04:42.62,0:04:46.22,Default,,0000,0000,0000,,E todos vocês conhecem pelo menos\Num exemplo de uma lei famosa: Dialogue: 0,0:04:46.22,0:04:49.60,Default,,0000,0000,0000,,a famosa equação de Einstein, E=mc2, Dialogue: 0,0:04:49.60,0:04:51.87,Default,,0000,0000,0000,,que nos diz qual a relação Dialogue: 0,0:04:51.87,0:04:53.95,Default,,0000,0000,0000,,entre energia e massa. Dialogue: 0,0:04:53.95,0:04:57.36,Default,,0000,0000,0000,,Essa relação é verdadeira \Nem qualquer caso. Dialogue: 0,0:04:57.79,0:05:01.17,Default,,0000,0000,0000,,No entanto, surgem alguns problemas \Ncom este modelo. Dialogue: 0,0:05:01.17,0:05:03.80,Default,,0000,0000,0000,,O maior problema é que está errado. Dialogue: 0,0:05:03.80,0:05:05.49,Default,,0000,0000,0000,,(Risos) Dialogue: 0,0:05:05.49,0:05:07.16,Default,,0000,0000,0000,,Simplesmente não é verdade. Dialogue: 0,0:05:07.16,0:05:08.65,Default,,0000,0000,0000,,(Risos) Dialogue: 0,0:05:08.65,0:05:11.88,Default,,0000,0000,0000,,Vou dar-vos três razões \Npara que esteja errada. Dialogue: 0,0:05:11.41,0:05:13.72,Default,,0000,0000,0000,,A primeira é uma razão lógica. Dialogue: 0,0:05:13.72,0:05:17.26,Default,,0000,0000,0000,,É o problema da falácia\Nde afirmar a consequência. Dialogue: 0,0:05:17.26,0:05:20.25,Default,,0000,0000,0000,,É uma forma elegante \Ne académica de dizer Dialogue: 0,0:05:20.25,0:05:22.82,Default,,0000,0000,0000,,que teorias falsas podem fazer\Nprevisões verdadeiras. Dialogue: 0,0:05:22.82,0:05:24.86,Default,,0000,0000,0000,,Só porque a previsão é verdadeira Dialogue: 0,0:05:24.86,0:05:27.78,Default,,0000,0000,0000,,não prova de forma lógica \Nque a teoria está correcta. Dialogue: 0,0:05:28.11,0:05:31.97,Default,,0000,0000,0000,,Tenho também um bom exemplo disso,\Nde novo da história da ciência. Dialogue: 0,0:05:31.97,0:05:34.66,Default,,0000,0000,0000,,Isto é uma imagem do universo de Ptolomeu Dialogue: 0,0:05:34.66,0:05:36.66,Default,,0000,0000,0000,,com a Terra no centro do universo Dialogue: 0,0:05:36.66,0:05:39.10,Default,,0000,0000,0000,,e o Sol e os planetas à sua volta. Dialogue: 0,0:05:39.29,0:05:41.27,Default,,0000,0000,0000,,O modelo ptolomaico foi aceite Dialogue: 0,0:05:41.27,0:05:44.32,Default,,0000,0000,0000,,por muitas pessoas muito inteligentes,\Ndurante muitos séculos. Dialogue: 0,0:05:44.90,0:05:46.42,Default,,0000,0000,0000,,Bem, porquê? Dialogue: 0,0:05:46.42,0:05:49.48,Default,,0000,0000,0000,,A resposta é que ele fez muitas previsões \Nque se revelaram verdadeiras. Dialogue: 0,0:05:49.48,0:05:51.72,Default,,0000,0000,0000,,O sistema ptolomaico \Npermitiu aos astrónomos Dialogue: 0,0:05:51.72,0:05:54.46,Default,,0000,0000,0000,,fazer previsões precisas\Ndos movimentos do planeta, Dialogue: 0,0:05:54.46,0:05:57.26,Default,,0000,0000,0000,,de facto mais precisas de início Dialogue: 0,0:05:57.26,0:06:00.92,Default,,0000,0000,0000,,do que a teoria de Copérnico\Nque agora diríamos ser verdadeira. Dialogue: 0,0:06:01.38,0:06:04.15,Default,,0000,0000,0000,,Então há um problema \Ncom o modelo do manual. Dialogue: 0,0:06:04.15,0:06:06.57,Default,,0000,0000,0000,,Um segundo problema é prático, Dialogue: 0,0:06:06.57,0:06:09.81,Default,,0000,0000,0000,,e é a questão das hipóteses auxiliares. Dialogue: 0,0:06:09.81,0:06:12.52,Default,,0000,0000,0000,,As hipóteses auxiliares são assumpções Dialogue: 0,0:06:12.52,0:06:14.45,Default,,0000,0000,0000,,que os cientistas andam a fazer Dialogue: 0,0:06:14.45,0:06:17.35,Default,,0000,0000,0000,,podendo estar ou não \Nconscientes de que as fazem. Dialogue: 0,0:06:17.91,0:06:20.12,Default,,0000,0000,0000,,Um importante exemplo disto Dialogue: 0,0:06:20.12,0:06:22.30,Default,,0000,0000,0000,,vem do modelo de Copérnico, Dialogue: 0,0:06:22.30,0:06:25.14,Default,,0000,0000,0000,,que substituiu o sistema ptolomaico. Dialogue: 0,0:06:25.40,0:06:27.41,Default,,0000,0000,0000,,Quando Nicolau Copérnico afirmou Dialogue: 0,0:06:27.41,0:06:30.03,Default,,0000,0000,0000,,que a Terra não é o centro do universo, Dialogue: 0,0:06:30.03,0:06:32.71,Default,,0000,0000,0000,,que o Sol é o centro do sistema solar, Dialogue: 0,0:06:32.71,0:06:33.89,Default,,0000,0000,0000,,que a Terra se move em torno do Sol, Dialogue: 0,0:06:33.89,0:06:37.36,Default,,0000,0000,0000,,os cientistas disseram: \N"Nicolau, se isso é verdade Dialogue: 0,0:06:37.36,0:06:39.28,Default,,0000,0000,0000,,"devemos ser capazes\Nde detectar o movimento Dialogue: 0,0:06:39.28,0:06:40.99,Default,,0000,0000,0000,,"da Terra em torno do Sol". Dialogue: 0,0:06:40.99,0:06:43.60,Default,,0000,0000,0000,,Este diapositivo ilustra um conceito Dialogue: 0,0:06:43.60,0:06:44.86,Default,,0000,0000,0000,,conhecido como paralaxe estelar. Dialogue: 0,0:06:44.86,0:06:48.74,Default,,0000,0000,0000,,Os astrónomos disseram \Nque, se a Terra se move Dialogue: 0,0:06:48.74,0:06:51.48,Default,,0000,0000,0000,,e olharmos para uma estrela importante,\Ndigamos Sirius Dialogue: 0,0:06:51.48,0:06:54.11,Default,,0000,0000,0000,,— estamos em Manhattan\Npelo que não podemos ver as estrelas, Dialogue: 0,0:06:54.11,0:06:57.72,Default,,0000,0000,0000,,mas imaginemos que estamos no campo,\Nque escolhemos essa vida rural — Dialogue: 0,0:06:57.72,0:07:00.93,Default,,0000,0000,0000,,e olharmos para uma estrela em dezembro,\Nvemos essa estrela Dialogue: 0,0:07:00.93,0:07:03.74,Default,,0000,0000,0000,,contra um fundo de estrelas distantes. Dialogue: 0,0:07:03.77,0:07:06.67,Default,,0000,0000,0000,,Se repetirmos a observação \Nseis meses mais tarde Dialogue: 0,0:07:06.67,0:07:10.23,Default,,0000,0000,0000,,em que a Terra se moveu \Npara esta posição em junho, Dialogue: 0,0:07:10.23,0:07:14.10,Default,,0000,0000,0000,,olhamos para a mesma estrela\Ne vemo-la contra um fundo diferente. Dialogue: 0,0:07:14.44,0:07:18.50,Default,,0000,0000,0000,,Essa diferença angular \Né a paralaxe estelar. Dialogue: 0,0:07:18.50,0:07:21.47,Default,,0000,0000,0000,,Esta é uma previsão do modelo de Copérnico. Dialogue: 0,0:07:21.47,0:07:23.94,Default,,0000,0000,0000,,Os astrónomos procuraram \Na paralaxe estelar Dialogue: 0,0:07:23.94,0:07:28.42,Default,,0000,0000,0000,,e não encontraram nada, de todo. Dialogue: 0,0:07:29.17,0:07:32.88,Default,,0000,0000,0000,,Muitos argumentaram que isto provava\Nque o modelo de Copérnico era falso. Dialogue: 0,0:07:32.88,0:07:34.65,Default,,0000,0000,0000,,O que aconteceu? Dialogue: 0,0:07:34.65,0:07:37.49,Default,,0000,0000,0000,,Em retrospectiva, podemos dizer\Nque os astrónomos estavam a formular Dialogue: 0,0:07:37.49,0:07:39.22,Default,,0000,0000,0000,,duas hipóteses auxiliares, Dialogue: 0,0:07:39.22,0:07:41.94,Default,,0000,0000,0000,,que, diríamos agora, \Neram ambas incorrectas. Dialogue: 0,0:07:42.67,0:07:45.58,Default,,0000,0000,0000,,A primeira era uma assumpção\Nsobre o tamanho da órbita da Terra. Dialogue: 0,0:07:45.85,0:07:48.79,Default,,0000,0000,0000,,Os astrónomos assumiam \Nque a órbita da Terra era grande Dialogue: 0,0:07:48.79,0:07:51.30,Default,,0000,0000,0000,,relativamente à distância às estrelas. Dialogue: 0,0:07:51.30,0:07:53.68,Default,,0000,0000,0000,,Hoje representaríamos \Na situação desta forma. Dialogue: 0,0:07:53.68,0:07:55.20,Default,,0000,0000,0000,,(isto é da NASA) Dialogue: 0,0:07:55.20,0:07:57.69,Default,,0000,0000,0000,,Estão a ver que a órbita da Terra \Né de facto pequena. Dialogue: 0,0:07:57.69,0:08:00.40,Default,,0000,0000,0000,,De facto, é muito menor \Ndo que podemos ver aqui. Dialogue: 0,0:08:00.40,0:08:02.38,Default,,0000,0000,0000,,Então a paralaxe estelar Dialogue: 0,0:08:02.38,0:08:05.30,Default,,0000,0000,0000,,é muito pequena e difícil de detectar. Dialogue: 0,0:08:05.72,0:08:07.74,Default,,0000,0000,0000,,Isso conduz à segunda razão Dialogue: 0,0:08:07.74,0:08:09.29,Default,,0000,0000,0000,,por que a previsão não funcionou, Dialogue: 0,0:08:09.29,0:08:11.29,Default,,0000,0000,0000,,porque os cientistas também assumiam Dialogue: 0,0:08:11.29,0:08:14.48,Default,,0000,0000,0000,,que os seus telescópios \Neram suficientemente sensíveis Dialogue: 0,0:08:14.48,0:08:16.36,Default,,0000,0000,0000,,para detectar a paralaxe. Dialogue: 0,0:08:16.36,0:08:18.63,Default,,0000,0000,0000,,E isso revelou-se não ser verdade. Dialogue: 0,0:08:18.63,0:08:20.65,Default,,0000,0000,0000,,Só no século XIX Dialogue: 0,0:08:20.65,0:08:23.72,Default,,0000,0000,0000,,os cientistas puderam detectar \Na paralaxe estelar. Dialogue: 0,0:08:24.18,0:08:26.81,Default,,0000,0000,0000,,Há ainda um terceiro problema. Dialogue: 0,0:08:26.81,0:08:29.25,Default,,0000,0000,0000,,É simplesmente um problema factual, Dialogue: 0,0:08:29.25,0:08:32.23,Default,,0000,0000,0000,,que muita ciência não se adapta \Nao modelo do manual. Dialogue: 0,0:08:32.23,0:08:34.48,Default,,0000,0000,0000,,Muita ciência não é de todo dedutiva, Dialogue: 0,0:08:34.48,0:08:36.46,Default,,0000,0000,0000,,é na verdade indutiva. Dialogue: 0,0:08:36.46,0:08:39.16,Default,,0000,0000,0000,,E com isso queremos dizer \Nque os cientistas nem sempre começam Dialogue: 0,0:08:39.16,0:08:41.18,Default,,0000,0000,0000,,com teorias e hipóteses, Dialogue: 0,0:08:41.18,0:08:43.85,Default,,0000,0000,0000,,muitas vezes começam \Napenas com observações Dialogue: 0,0:08:43.85,0:08:45.55,Default,,0000,0000,0000,,de coisas que vão acontecendo no mundo. Dialogue: 0,0:08:45.70,0:08:47.37,Default,,0000,0000,0000,,O exemplo mais famoso disso Dialogue: 0,0:08:47.37,0:08:50.67,Default,,0000,0000,0000,,é um dos cientistas mais famosos \Nque já viveram, Charles Darwin. Dialogue: 0,0:08:50.95,0:08:54.18,Default,,0000,0000,0000,,Quando o jovem Darwin \Niniciou a viagem no Beagle Dialogue: 0,0:08:54.18,0:08:57.75,Default,,0000,0000,0000,,não tinha uma hipótese\Nnem uma teoria. Dialogue: 0,0:08:57.75,0:09:01.18,Default,,0000,0000,0000,,Só sabia que queria \Numa carreira como cientista Dialogue: 0,0:09:01.18,0:09:03.82,Default,,0000,0000,0000,,e começou a reunir dados. Dialogue: 0,0:09:03.82,0:09:05.46,Default,,0000,0000,0000,,Principalmente, sabia \Nque detestava medicina Dialogue: 0,0:09:05.46,0:09:07.35,Default,,0000,0000,0000,,porque ver sangue o punha doente Dialogue: 0,0:09:07.35,0:09:09.64,Default,,0000,0000,0000,,pelo que tinha que ter \Numa carreira alternativa. Dialogue: 0,0:09:09.64,0:09:11.85,Default,,0000,0000,0000,,Então começou a reunir dados. Dialogue: 0,0:09:11.85,0:09:14.84,Default,,0000,0000,0000,,E coleccionou muitas coisas,\Nincluindo os famosos tentilhões. Dialogue: 0,0:09:14.84,0:09:17.15,Default,,0000,0000,0000,,Quando coleccionou estes tentilhões,\Npô-los num saco Dialogue: 0,0:09:17.15,0:09:19.46,Default,,0000,0000,0000,,e não fazia ideia do que significavam. Dialogue: 0,0:09:19.46,0:09:21.74,Default,,0000,0000,0000,,Muitos anos mais tarde\Nde regresso a Londres, Dialogue: 0,0:09:21.74,0:09:23.70,Default,,0000,0000,0000,,Darwin olhou para os seus dados Dialogue: 0,0:09:23.70,0:09:26.33,Default,,0000,0000,0000,,e começou a desenvolver uma explicação, Dialogue: 0,0:09:26.33,0:09:29.32,Default,,0000,0000,0000,,e essa explicação era \Na Teoria da Selecção Natural. Dialogue: 0,0:09:29.80,0:09:31.69,Default,,0000,0000,0000,,Para além da ciência indutiva, Dialogue: 0,0:09:31.69,0:09:34.63,Default,,0000,0000,0000,,os cientistas participam \Ncom frequência na modelização. Dialogue: 0,0:09:34.63,0:09:37.54,Default,,0000,0000,0000,,Uma das coisas que os cientistas \Nquerem fazer na vida Dialogue: 0,0:09:37.54,0:09:39.16,Default,,0000,0000,0000,,é explicar a causa das coisas. Dialogue: 0,0:09:39.16,0:09:41.40,Default,,0000,0000,0000,,Como fazemos isso? Dialogue: 0,0:09:41.40,0:09:43.23,Default,,0000,0000,0000,,Uma forma de o fazer \Né construir um modelo Dialogue: 0,0:09:43.23,0:09:45.98,Default,,0000,0000,0000,,que verifica uma ideia. Dialogue: 0,0:09:45.98,0:09:46.86,Default,,0000,0000,0000,,Isto é uma imagem de Henry Cadell, Dialogue: 0,0:09:46.86,0:09:49.39,Default,,0000,0000,0000,,que foi um geólogo escocês \Ndo século XIX. Dialogue: 0,0:09:49.62,0:09:51.40,Default,,0000,0000,0000,,Não se pode perceber que é escocês Dialogue: 0,0:09:51.40,0:09:52.56,Default,,0000,0000,0000,,porque está a usar Dialogue: 0,0:09:52.56,0:09:54.63,Default,,0000,0000,0000,,um chapéu de feltro \Ne umas botas Wellington. Dialogue: 0,0:09:54.63,0:09:55.64,Default,,0000,0000,0000,,(Risos) Dialogue: 0,0:09:55.64,0:09:57.39,Default,,0000,0000,0000,,Cadell queria responder a uma questão: Dialogue: 0,0:09:57.39,0:09:58.98,Default,,0000,0000,0000,,"Como se formam as montanhas?" Dialogue: 0,0:09:58.98,0:10:00.62,Default,,0000,0000,0000,,Uma das coisas que observou Dialogue: 0,0:10:00.62,0:10:03.94,Default,,0000,0000,0000,,foi que, se olharmos para montanhas\Ncomo os Apalaches, Dialogue: 0,0:10:03.94,0:10:04.63,Default,,0000,0000,0000,,descobrimos que as suas rochas Dialogue: 0,0:10:04.63,0:10:06.82,Default,,0000,0000,0000,,estão dobradas de um modo especial Dialogue: 0,0:10:06.82,0:10:08.67,Default,,0000,0000,0000,,que lhe sugeriu Dialogue: 0,0:10:08.67,0:10:11.90,Default,,0000,0000,0000,,que estavam a ser \Ncomprimidas lateralmente. Dialogue: 0,0:10:12.23,0:10:14.52,Default,,0000,0000,0000,,Esta ideia teria mais tarde\Num papel importante Dialogue: 0,0:10:14.52,0:10:16.70,Default,,0000,0000,0000,,em discussões sobre \Na deriva dos continentes. Dialogue: 0,0:10:16.70,0:10:19.21,Default,,0000,0000,0000,,Ele construiu este modelo,\Nesta engenhoca maluca Dialogue: 0,0:10:19.21,0:10:21.37,Default,,0000,0000,0000,,com alavancas e madeira,\Ne aqui está o seu carrinho de mão, Dialogue: 0,0:10:21.37,0:10:23.51,Default,,0000,0000,0000,,baldes, um martelo grande. Dialogue: 0,0:10:23.91,0:10:25.72,Default,,0000,0000,0000,,Não sei porque está \Ncom botas Wellington. Dialogue: 0,0:10:25.72,0:10:27.28,Default,,0000,0000,0000,,Talvez fosse chover. Dialogue: 0,0:10:27.28,0:10:30.07,Default,,0000,0000,0000,,E criou este modelo físico Dialogue: 0,0:10:30.07,0:10:32.84,Default,,0000,0000,0000,,para demonstrar que podia de facto Dialogue: 0,0:10:32.84,0:10:37.23,Default,,0000,0000,0000,,criar padrões em rochas\Nou, pelo menos, em lama, Dialogue: 0,0:10:37.23,0:10:39.26,Default,,0000,0000,0000,,que se parecessem muito com montanhas Dialogue: 0,0:10:39.26,0:10:41.22,Default,,0000,0000,0000,,se fossem comprimidas de lado. Dialogue: 0,0:10:41.22,0:10:44.40,Default,,0000,0000,0000,,Era um argumento sobre \Na causa das montanhas. Dialogue: 0,0:10:44.80,0:10:47.61,Default,,0000,0000,0000,,Hoje, muitos cientistas \Npreferem trabalhar no interior, Dialogue: 0,0:10:47.61,0:10:50.08,Default,,0000,0000,0000,,pelo que já não constroem \Nmodelos físicos Dialogue: 0,0:10:50.08,0:10:52.50,Default,,0000,0000,0000,,mas usam simulações no computador. Dialogue: 0,0:10:52.50,0:10:55.28,Default,,0000,0000,0000,,Mas uma simulação no computador\Né uma espécie de modelo. Dialogue: 0,0:10:55.28,0:10:57.35,Default,,0000,0000,0000,,É um modelo feito com matemática Dialogue: 0,0:10:57.35,0:11:00.38,Default,,0000,0000,0000,,e, tal como o modelo físico do século XIX, Dialogue: 0,0:11:00.38,0:11:03.95,Default,,0000,0000,0000,,é muito importante para pensar em causas. Dialogue: 0,0:11:04.19,0:11:06.90,Default,,0000,0000,0000,,Uma das grandes questões\Né a das alterações climáticas. Dialogue: 0,0:11:06.90,0:11:08.65,Default,,0000,0000,0000,,Temos uma enorme quantidade de indícios Dialogue: 0,0:11:08.65,0:11:10.57,Default,,0000,0000,0000,,de que a Terra está a aquecer. Dialogue: 0,0:11:10.57,0:11:12.68,Default,,0000,0000,0000,,Neste diapositivo, a linha preta Dialogue: 0,0:11:12.68,0:11:15.18,Default,,0000,0000,0000,,mostra as medições feitas pelos cientistas Dialogue: 0,0:11:15.18,0:11:17.14,Default,,0000,0000,0000,,nos últimos 150 anos, Dialogue: 0,0:11:17.14,0:11:18.86,Default,,0000,0000,0000,,mostrando que a temperatura da Terra Dialogue: 0,0:11:18.86,0:11:20.51,Default,,0000,0000,0000,,tem aumentado consistentemente. Dialogue: 0,0:11:20.51,0:11:22.93,Default,,0000,0000,0000,,Podem ver que, em particular\Nnos últimos 50 anos, Dialogue: 0,0:11:22.93,0:11:24.87,Default,,0000,0000,0000,,houve um aumento dramático Dialogue: 0,0:11:24.87,0:11:26.93,Default,,0000,0000,0000,,de cerca de um grau centígrado, Dialogue: 0,0:11:26.93,0:11:29.34,Default,,0000,0000,0000,,ou quase dois graus Fahrenheit. Dialogue: 0,0:11:29.34,0:11:31.97,Default,,0000,0000,0000,,Então o que está a provocar esta mudança? Dialogue: 0,0:11:31.97,0:11:33.58,Default,,0000,0000,0000,,Como podemos saber Dialogue: 0,0:11:33.58,0:11:35.85,Default,,0000,0000,0000,,o que causa este aquecimento observado? Dialogue: 0,0:11:35.85,0:11:37.61,Default,,0000,0000,0000,,Bem, os cientistas podem criar modelos Dialogue: 0,0:11:37.61,0:11:39.76,Default,,0000,0000,0000,,usando uma simulação de computador. Dialogue: 0,0:11:39.76,0:11:42.67,Default,,0000,0000,0000,,Este diagrama ilustra\Numa simulação de computador Dialogue: 0,0:11:42.67,0:11:44.77,Default,,0000,0000,0000,,que considerou todos \Nos diferentes factores Dialogue: 0,0:11:44.77,0:11:47.36,Default,,0000,0000,0000,,que sabemos poder \Ninfluenciar o clima da Terra: Dialogue: 0,0:11:47.36,0:11:50.34,Default,,0000,0000,0000,,partículas de sulfato da poluição do ar, Dialogue: 0,0:11:50.34,0:11:52.96,Default,,0000,0000,0000,,poeira vulcânica das erupções, Dialogue: 0,0:11:52.96,0:11:55.17,Default,,0000,0000,0000,,alterações na radiação solar, Dialogue: 0,0:11:55.17,0:11:57.69,Default,,0000,0000,0000,,e, claro, gases de efeito de estufa. Dialogue: 0,0:11:57.69,0:11:59.57,Default,,0000,0000,0000,,E colocaram a questão: Dialogue: 0,0:11:59.57,0:12:03.18,Default,,0000,0000,0000,,"Que conjunto de variáveis\Ncolocadas num modelo Dialogue: 0,0:12:03.18,0:12:06.32,Default,,0000,0000,0000,,"reproduzirão o que vemos na vida real?" Dialogue: 0,0:12:06.32,0:12:08.26,Default,,0000,0000,0000,,Aqui, a preto, está a vida real. Dialogue: 0,0:12:08.26,0:12:10.52,Default,,0000,0000,0000,,Aqui, a cinzento claro, está o modelo. Dialogue: 0,0:12:10.52,0:12:12.67,Default,,0000,0000,0000,,E a resposta... Dialogue: 0,0:12:12.67,0:12:15.70,Default,,0000,0000,0000,,É a resposta "E" neste teste \Nde admissão à universidade — Dialogue: 0,0:12:15.70,0:12:18.53,Default,,0000,0000,0000,,é um modelo que inclui tudo. Dialogue: 0,0:12:18.53,0:12:20.27,Default,,0000,0000,0000,,A única forma de reproduzirmos Dialogue: 0,0:12:20.27,0:12:21.96,Default,,0000,0000,0000,,as medições de temperatura observadas Dialogue: 0,0:12:21.96,0:12:24.13,Default,,0000,0000,0000,,é com todas estas coisas em conjunto, Dialogue: 0,0:12:24.13,0:12:26.11,Default,,0000,0000,0000,,incluindo os gases de efeito de estufa. Dialogue: 0,0:12:26.11,0:12:28.44,Default,,0000,0000,0000,,Em particular, vemos que o aumento Dialogue: 0,0:12:28.44,0:12:30.72,Default,,0000,0000,0000,,nos gases de efeito de estufa Dialogue: 0,0:12:30.72,0:12:32.36,Default,,0000,0000,0000,,segue este aumento dramático na temperatura Dialogue: 0,0:12:32.36,0:12:34.04,Default,,0000,0000,0000,,nos últimos 50 anos. Dialogue: 0,0:12:34.12,0:12:36.91,Default,,0000,0000,0000,,É por isso que os cientistas \Ndo clima dizem: Dialogue: 0,0:12:36.91,0:12:39.64,Default,,0000,0000,0000,,"Não sabemos apenas que as alterações \Nclimáticas estão a acontecer Dialogue: 0,0:12:39.64,0:12:41.80,Default,,0000,0000,0000,,"sabemos que os gases \Nde efeito de estufa Dialogue: 0,0:12:41.80,0:12:44.88,Default,,0000,0000,0000,,"são em grande parte a sua causa". Dialogue: 0,0:12:45.22,0:12:47.60,Default,,0000,0000,0000,,Então, devido a todas estas coisas Dialogue: 0,0:12:47.60,0:12:49.24,Default,,0000,0000,0000,,que os cientistas fazem, Dialogue: 0,0:12:49.24,0:12:52.59,Default,,0000,0000,0000,,o filósofo Paul Feyerabend disse muito bem: Dialogue: 0,0:12:52.59,0:12:54.40,Default,,0000,0000,0000,,"O único princípio em ciência Dialogue: 0,0:12:54.40,0:12:57.85,Default,,0000,0000,0000,,"que não inibe o progresso é: vale tudo". Dialogue: 0,0:12:58.20,0:13:00.92,Default,,0000,0000,0000,,Esta citação tem sido com frequência\Nretirada do seu contexto, Dialogue: 0,0:13:00.92,0:13:03.23,Default,,0000,0000,0000,,porque Feyerabend não estava \Nrealmente a dizer Dialogue: 0,0:13:03.23,0:13:04.90,Default,,0000,0000,0000,,que em ciência vale tudo. Dialogue: 0,0:13:04.90,0:13:06.40,Default,,0000,0000,0000,,O que ele estava a dizer era... Dialogue: 0,0:13:06.40,0:13:08.29,Default,,0000,0000,0000,,Na realidade, a citação completa é: Dialogue: 0,0:13:08.29,0:13:10.43,Default,,0000,0000,0000,,"Se me pressionarem para dizer Dialogue: 0,0:13:10.43,0:13:12.18,Default,,0000,0000,0000,,"qual é o método da ciência, Dialogue: 0,0:13:12.18,0:13:15.12,Default,,0000,0000,0000,,"terei de dizer: vale tudo". Dialogue: 0,0:13:15.49,0:13:16.92,Default,,0000,0000,0000,,O que ele estava a tentar dizer Dialogue: 0,0:13:16.92,0:13:19.13,Default,,0000,0000,0000,,é que os cientistas fazem \Nmuitas coisas diferentes. Dialogue: 0,0:13:19.13,0:13:21.66,Default,,0000,0000,0000,,Os cientistas são criativos. Dialogue: 0,0:13:21.66,0:13:23.71,Default,,0000,0000,0000,,Mas isto traz de novo a questão: Dialogue: 0,0:13:23.71,0:13:26.99,Default,,0000,0000,0000,,"Se os cientistas não usam \Num único método, Dialogue: 0,0:13:26.99,0:13:28.88,Default,,0000,0000,0000,,"então como decidem Dialogue: 0,0:13:28.88,0:13:30.62,Default,,0000,0000,0000,,"o que é certo e o que é errado? Dialogue: 0,0:13:30.62,0:13:32.36,Default,,0000,0000,0000,,"E quem julga?" Dialogue: 0,0:13:32.36,0:13:34.47,Default,,0000,0000,0000,,A resposta é: os cientistas julgam, Dialogue: 0,0:13:34.49,0:13:37.22,Default,,0000,0000,0000,,e julgam com base na evidência. Dialogue: 0,0:13:37.22,0:13:40.42,Default,,0000,0000,0000,,Os cientistas reúnem evidências \Nde muitas formas diferentes, Dialogue: 0,0:13:40.42,0:13:42.32,Default,,0000,0000,0000,,mas seja como for que o façam, Dialogue: 0,0:13:42.32,0:13:44.83,Default,,0000,0000,0000,,devem sujeitá-las a escrutínio. Dialogue: 0,0:13:44.83,0:13:47.52,Default,,0000,0000,0000,,Isto levou o sociólogo Robert Merton Dialogue: 0,0:13:47.52,0:13:49.83,Default,,0000,0000,0000,,a focar-se nesta questão \Nde como os cientistas Dialogue: 0,0:13:49.83,0:13:51.66,Default,,0000,0000,0000,,fazem o escrutínio dos dados \Ne das evidências. Dialogue: 0,0:13:51.66,0:13:54.75,Default,,0000,0000,0000,,Ele disse que o fazem \Nde um modo a que chamou Dialogue: 0,0:13:54.75,0:13:56.37,Default,,0000,0000,0000,,"cepticismo organizado". Dialogue: 0,0:13:56.37,0:13:58.28,Default,,0000,0000,0000,,Com isso ele quis dizer que é organizado Dialogue: 0,0:13:58.28,0:13:59.64,Default,,0000,0000,0000,,porque o fazem colectivamente, Dialogue: 0,0:13:59.64,0:14:00.98,Default,,0000,0000,0000,,fazem-no como um grupo, Dialogue: 0,0:14:00.98,0:14:04.92,Default,,0000,0000,0000,,e cepticismo porque \No fazem de uma posição Dialogue: 0,0:14:04.92,0:14:05.66,Default,,0000,0000,0000,,de desconfiança. Dialogue: 0,0:14:05.66,0:14:07.39,Default,,0000,0000,0000,,Quer dizer, o ónus da prova Dialogue: 0,0:14:07.39,0:14:09.90,Default,,0000,0000,0000,,está na pessoa com uma nova afirmação. Dialogue: 0,0:14:09.90,0:14:12.96,Default,,0000,0000,0000,,E neste sentido, a ciência\Né intrinsecamente conservadora. Dialogue: 0,0:14:12.96,0:14:16.67,Default,,0000,0000,0000,,É bastante difícil convencer\Na comunidade científica a dizer Dialogue: 0,0:14:16.67,0:14:18.90,Default,,0000,0000,0000,,"Sim, sabemos algo, \Nisto é verdade". Dialogue: 0,0:14:19.19,0:14:21.81,Default,,0000,0000,0000,,Apesar da popularidade do conceito Dialogue: 0,0:14:21.81,0:14:23.36,Default,,0000,0000,0000,,de mudanças de paradigma, Dialogue: 0,0:14:23.36,0:14:24.66,Default,,0000,0000,0000,,o que verificamos é que Dialogue: 0,0:14:24.66,0:14:27.34,Default,,0000,0000,0000,,as grandes mudanças\Nno pensamento científico Dialogue: 0,0:14:27.34,0:14:30.78,Default,,0000,0000,0000,,são relativamente raras\Nna história da ciência. Dialogue: 0,0:14:30.100,0:14:34.34,Default,,0000,0000,0000,,Finalmente isto traz-nos \Na uma outra ideia. Dialogue: 0,0:14:34.97,0:14:38.22,Default,,0000,0000,0000,,Uma vez que os cientistas julgam \Na evidência colectivamente, Dialogue: 0,0:14:38.22,0:14:42.58,Default,,0000,0000,0000,,isto levou historiadores \Na focar-se na questão do consenso Dialogue: 0,0:14:42.58,0:14:44.36,Default,,0000,0000,0000,,e a dizer que, afinal, Dialogue: 0,0:14:44.36,0:14:46.78,Default,,0000,0000,0000,,o que a ciência é, Dialogue: 0,0:14:46.78,0:14:48.48,Default,,0000,0000,0000,,o que o conhecimento científico é, Dialogue: 0,0:14:48.48,0:14:51.43,Default,,0000,0000,0000,,é o consenso dos especialistas científicos Dialogue: 0,0:14:51.43,0:14:53.66,Default,,0000,0000,0000,,que, através deste processo\Nde escrutínio organizado, Dialogue: 0,0:14:53.66,0:14:55.62,Default,,0000,0000,0000,,escrutínio colectivo, Dialogue: 0,0:14:55.62,0:14:57.32,Default,,0000,0000,0000,,julgaram as evidências Dialogue: 0,0:14:57.32,0:14:59.84,Default,,0000,0000,0000,,e chegaram a uma conclusão: Dialogue: 0,0:14:59.84,0:15:01.88,Default,,0000,0000,0000,,ou sim ou não. Dialogue: 0,0:15:02.46,0:15:04.25,Default,,0000,0000,0000,,Podemos pensar no conhecimento científico Dialogue: 0,0:15:04.25,0:15:06.19,Default,,0000,0000,0000,,como um consenso de especialistas. Dialogue: 0,0:15:06.19,0:15:07.78,Default,,0000,0000,0000,,Podemos também pensar \Nna ciência como sendo Dialogue: 0,0:15:07.78,0:15:09.45,Default,,0000,0000,0000,,uma espécie de júri, Dialogue: 0,0:15:09.45,0:15:12.96,Default,,0000,0000,0000,,só que é um tipo muito especial de júri. Dialogue: 0,0:15:12.96,0:15:14.10,Default,,0000,0000,0000,,Não é um júri dos nossos pares, Dialogue: 0,0:15:14.10,0:15:15.68,Default,,0000,0000,0000,,é um júri de cromos. Dialogue: 0,0:15:15.68,0:15:16.62,Default,,0000,0000,0000,,(Risos) Dialogue: 0,0:15:16.62,0:15:19.60,Default,,0000,0000,0000,,É um júri de homens e mulheres \Ncom doutoramentos. Dialogue: 0,0:15:19.60,0:15:21.80,Default,,0000,0000,0000,,Ao contrário de um júri convencional, Dialogue: 0,0:15:21.80,0:15:23.64,Default,,0000,0000,0000,,que tem apenas duas hipóteses, Dialogue: 0,0:15:23.64,0:15:26.25,Default,,0000,0000,0000,,culpado ou inocente, Dialogue: 0,0:15:26.25,0:15:29.56,Default,,0000,0000,0000,,o júri científico tem realmente \Numa série de escolhas. Dialogue: 0,0:15:29.56,0:15:32.48,Default,,0000,0000,0000,,Os cientistas podem dizer: \N"Sim, algo é verdadeiro". Dialogue: 0,0:15:32.48,0:15:35.26,Default,,0000,0000,0000,,Os cientistas podem dizer: "Não, é falso". Dialogue: 0,0:15:35.26,0:15:37.60,Default,,0000,0000,0000,,Ou podem dizer: "Bem, pode ser verdade Dialogue: 0,0:15:37.60,0:15:40.55,Default,,0000,0000,0000,,"mas precisamos de trabalhar mais\Ne reunir mais evidência". Dialogue: 0,0:15:40.55,0:15:42.29,Default,,0000,0000,0000,,Ou podem dizer: "Pode ser verdade, Dialogue: 0,0:15:42.29,0:15:44.14,Default,,0000,0000,0000,,"mas não sabemos como \Nresponder à questão Dialogue: 0,0:15:44.14,0:15:45.78,Default,,0000,0000,0000,," e vamos pô-la de lado. Dialogue: 0,0:15:45.78,0:15:47.87,Default,,0000,0000,0000,," Talvez voltemos a ela mais tarde". Dialogue: 0,0:15:48.14,0:15:51.13,Default,,0000,0000,0000,,É o que os cientistas chamam de "intratável". Dialogue: 0,0:15:52.38,0:15:54.65,Default,,0000,0000,0000,,Mas isto conduz-nos a um último problema: Dialogue: 0,0:15:54.65,0:15:57.77,Default,,0000,0000,0000,,se a ciência é o que \Nos cientistas afirmam, Dialogue: 0,0:15:57.77,0:16:00.26,Default,,0000,0000,0000,,então não é isso um apelo à autoridade? Dialogue: 0,0:16:00.26,0:16:01.81,Default,,0000,0000,0000,,Não aprendemos todos na escola Dialogue: 0,0:16:01.81,0:16:04.25,Default,,0000,0000,0000,,que o apelo à autoridade \Né uma falácia lógica? Dialogue: 0,0:16:04.44,0:16:07.52,Default,,0000,0000,0000,,Bem, aqui está o paradoxo \Nda ciência moderna, Dialogue: 0,0:16:07.52,0:16:09.73,Default,,0000,0000,0000,,o paradoxo da conclusão\Na que chegaram, penso eu, Dialogue: 0,0:16:09.73,0:16:12.59,Default,,0000,0000,0000,,historiadores, filósofos e sociólogos, Dialogue: 0,0:16:12.59,0:16:15.90,Default,,0000,0000,0000,,de que a ciência actual \Né um apelo à autoridade, Dialogue: 0,0:16:15.90,0:16:19.62,Default,,0000,0000,0000,,mas não é a autoridade do indivíduo, Dialogue: 0,0:16:19.62,0:16:22.39,Default,,0000,0000,0000,,por muito inteligente que seja, Dialogue: 0,0:16:22.39,0:16:25.70,Default,,0000,0000,0000,,como Platão, Sócrates ou Einstein. Dialogue: 0,0:16:26.40,0:16:29.22,Default,,0000,0000,0000,,É a autoridade da comunidade colectiva. Dialogue: 0,0:16:29.22,0:16:31.97,Default,,0000,0000,0000,,Podem pensar nela como uma espécie \Nde sabedoria da multidão, Dialogue: 0,0:16:31.97,0:16:35.25,Default,,0000,0000,0000,,mas um tipo especial de multidão. Dialogue: 0,0:16:36.43,0:16:38.21,Default,,0000,0000,0000,,A ciência faz apelo à autoridade, Dialogue: 0,0:16:38.21,0:16:40.30,Default,,0000,0000,0000,,mas não se baseia num indivíduo, Dialogue: 0,0:16:40.30,0:16:42.66,Default,,0000,0000,0000,,não importa quão inteligente \Nesse indivíduo possa ser. Dialogue: 0,0:16:42.66,0:16:44.65,Default,,0000,0000,0000,,É baseada na sabedoria colectiva, Dialogue: 0,0:16:44.65,0:16:47.85,Default,,0000,0000,0000,,o conhecimento e o trabalho colectivos, Dialogue: 0,0:16:47.85,0:16:49.10,Default,,0000,0000,0000,,de todos os cientistas que trabalharam Dialogue: 0,0:16:49.10,0:16:51.82,Default,,0000,0000,0000,,num problema particular. Dialogue: 0,0:16:51.82,0:16:54.61,Default,,0000,0000,0000,,Os cientistas têm uma espécie de cultura\Nde desconfiança colectiva, Dialogue: 0,0:16:54.61,0:16:56.68,Default,,0000,0000,0000,,esta cultura do "mostra-me", Dialogue: 0,0:16:56.68,0:16:58.75,Default,,0000,0000,0000,,ilustrada por esta simpática mulher Dialogue: 0,0:16:58.75,0:17:01.65,Default,,0000,0000,0000,,que mostra a sua evidência aos colegas. Dialogue: 0,0:17:01.65,0:17:03.97,Default,,0000,0000,0000,,Claro que estas pessoas \Nnão parecem cientistas, Dialogue: 0,0:17:03.97,0:17:05.91,Default,,0000,0000,0000,,porque estão demasiado bem dispostas. Dialogue: 0,0:17:05.91,0:17:07.87,Default,,0000,0000,0000,,(Risos) Dialogue: 0,0:17:09.76,0:17:13.66,Default,,0000,0000,0000,,Isto traz-me ao meu último ponto. Dialogue: 0,0:17:13.98,0:17:16.54,Default,,0000,0000,0000,,A maioria de nós levanta-se de manhã. Dialogue: 0,0:17:16.54,0:17:18.11,Default,,0000,0000,0000,,Confiamos no nosso carro. Dialogue: 0,0:17:18.11,0:17:19.65,Default,,0000,0000,0000,,Pensando melhor,\Nestou em Manhattan, Dialogue: 0,0:17:19.65,0:17:20.64,Default,,0000,0000,0000,,é uma má analogia, Dialogue: 0,0:17:20.64,0:17:23.55,Default,,0000,0000,0000,,mas a maioria dos americanos \Nque não vive em Manhattan Dialogue: 0,0:17:23.55,0:17:25.36,Default,,0000,0000,0000,,levanta-se de manhã \Ne mete-se no carro, Dialogue: 0,0:17:25.36,0:17:27.65,Default,,0000,0000,0000,,liga a ignição \Ne o carro funciona Dialogue: 0,0:17:27.65,0:17:29.77,Default,,0000,0000,0000,,e funciona muito bem. Dialogue: 0,0:17:29.77,0:17:32.53,Default,,0000,0000,0000,,O automóvel moderno \Nquase nunca avaria. Dialogue: 0,0:17:32.53,0:17:35.35,Default,,0000,0000,0000,,Porquê? Porque é que os carros\Nfuncionam tão bem? Dialogue: 0,0:17:35.35,0:17:37.91,Default,,0000,0000,0000,,Não é por causa do génio de Henry Ford Dialogue: 0,0:17:37.91,0:17:40.92,Default,,0000,0000,0000,,ou Karl Benz ou até Elon Musk. Dialogue: 0,0:17:40.92,0:17:43.14,Default,,0000,0000,0000,,É porque o automóvel moderno Dialogue: 0,0:17:43.14,0:17:48.12,Default,,0000,0000,0000,,é o produto de mais \Nde 100 anos de trabalho Dialogue: 0,0:17:48.12,0:17:49.74,Default,,0000,0000,0000,,de centenas e milhares Dialogue: 0,0:17:49.74,0:17:51.38,Default,,0000,0000,0000,,e dezenas de milhares de pessoas. Dialogue: 0,0:17:51.38,0:17:52.78,Default,,0000,0000,0000,,O automóvel moderno Dialogue: 0,0:17:52.78,0:17:56.11,Default,,0000,0000,0000,,é o produto do trabalho, sabedoria \Ne experiência colectivas Dialogue: 0,0:17:56.11,0:17:58.09,Default,,0000,0000,0000,,de todo o homem e mulher que alguma vez Dialogue: 0,0:17:58.09,0:17:59.94,Default,,0000,0000,0000,,trabalhou num carro, Dialogue: 0,0:17:59.94,0:18:02.80,Default,,0000,0000,0000,,e a confiança na tecnologia é o resultado Dialogue: 0,0:18:02.80,0:18:05.30,Default,,0000,0000,0000,,desse esforço acumulado. Dialogue: 0,0:18:05.59,0:18:08.33,Default,,0000,0000,0000,,Não beneficiamos apenas do génio de Benz Dialogue: 0,0:18:08.33,0:18:09.95,Default,,0000,0000,0000,,de Ford e de Musk Dialogue: 0,0:18:09.95,0:18:12.23,Default,,0000,0000,0000,,mas da inteligência colectiva\Ne trabalho árduo Dialogue: 0,0:18:12.23,0:18:14.48,Default,,0000,0000,0000,,de todas as pessoas \Nque alguma vez trabalharam Dialogue: 0,0:18:14.48,0:18:16.23,Default,,0000,0000,0000,,num carro moderno. Dialogue: 0,0:18:16.23,0:18:18.12,Default,,0000,0000,0000,,E o mesmo é verdade para a ciência, Dialogue: 0,0:18:18.12,0:18:20.80,Default,,0000,0000,0000,,só que a ciência é mais antiga ainda. Dialogue: 0,0:18:20.87,0:18:22.78,Default,,0000,0000,0000,,A nossa base de confiança na ciência Dialogue: 0,0:18:22.78,0:18:26.43,Default,,0000,0000,0000,,é a mesma da nossa confiança na tecnologia, Dialogue: 0,0:18:26.43,0:18:30.23,Default,,0000,0000,0000,,e a mesma da nossa confiança \Nem qualquer coisa, Dialogue: 0,0:18:30.23,0:18:32.54,Default,,0000,0000,0000,,nomeadamente, a experiência. Dialogue: 0,0:18:32.54,0:18:34.50,Default,,0000,0000,0000,,Mas não deve ser confiança cega Dialogue: 0,0:18:34.50,0:18:37.21,Default,,0000,0000,0000,,tal como não devemos ter \Nconfiança cega em nada. Dialogue: 0,0:18:37.21,0:18:39.95,Default,,0000,0000,0000,,A nossa confiança na ciência, \Ntal como a própria ciência, Dialogue: 0,0:18:39.95,0:18:41.98,Default,,0000,0000,0000,,deve basear-se na evidência, Dialogue: 0,0:18:41.98,0:18:43.50,Default,,0000,0000,0000,,e isso quer dizer que os cientistas Dialogue: 0,0:18:43.50,0:18:45.41,Default,,0000,0000,0000,,devem tornar-se melhores comunicadores. Dialogue: 0,0:18:45.41,0:18:48.28,Default,,0000,0000,0000,,Devem explicar-nos, \Nnão apenas o que sabem Dialogue: 0,0:18:48.28,0:18:50.36,Default,,0000,0000,0000,,mas como o sabem. Dialogue: 0,0:18:50.36,0:18:53.73,Default,,0000,0000,0000,,Isso significa que devemos \Ntornar-nos melhores ouvintes. Dialogue: 0,0:18:54.39,0:18:55.33,Default,,0000,0000,0000,,Muito obrigada. Dialogue: 0,0:18:55.33,0:18:57.45,Default,,0000,0000,0000,,(Aplausos)